Solace ϟ Potterverso

By EvanoraCaligari

69.7K 5.6K 1.4K

🐍 Vencedor do Prêmio Wattys 2020 na categoria Fanfiction 🏆 Com antigos seguidores de Voldemort ainda à solt... More

notas iniciais ϟ playlist
cast ϟ aesthetics
epígrafe ϟ
aviso ϟ
001
002
003
004
005
006
007
008
009
010
011
012
013
014
015
016
017
018
019
021
022
023
024
025
026
027
028
029
030
031
032
033
novidade no potterverso ϟ

020

960 108 39
By EvanoraCaligari

A manhã de Natal chegou pálida para os poucos alunos que ficaram no castelo. Isis enrolou para se levantar, confortável dentro do casulo de cobertas, até ficar entediada com o silêncio do dormitório vazio. Depois de retornar sozinha ao castelo na noite anterior, não tivera coragem de desfazer a transfiguração, dado o esforço necessário para impedir a tempestade de a carregar consigo. Nem mesmo o momento na Casa dos Gritos a inibira de desmaiar de sono no instante em que encostou a cabeça no travesseiro.

Ao afastar o cortinado, levantou-se cambaleante e quase tropeçou nos pacotes ao pé da cama. A bruxa ficou parada por quase um minuto, encarando a humilde pilha de embrulhos enquanto o cérebro processava que se tratava de presentes. A visão embaçada não ajudava, contudo, a ideia de receber os agrados típicos da época causavam uma confusão maior.

O do topo foi fácil de identificar, graças ao papel azul repleto de estrelas e luas prateadas. O bilhete não trazia qualquer tipo de identificação, apenas a mensagem "Esse foi feito para você". O pacote retangular se assemelhava às caixas de varinhas do Olivaras, porém um tanto mais largo e pesado. A caixa de madeira continha inscrições em suaíli, feitas em baixo relevo; um feitiço para ativar o conteúdo de acordo com a sua tradução enferrujada. Ao abri-la, deparou-se sem surpresa com um filtro dos sonhos.

Isis o ergueu à altura dos olhos, apreciando o trabalho cuidadoso do artesão, e imaginando a dificuldade que Aurora tivera para encontrar um bruxo disposto a confeccioná-lo. As penas do grou-coroado pendiam do círculo adornado com opalas negras. No centro, os fios transmitiam um aspecto etéreo, cruzando-se tal qual a teia de uma aranha, preparados para capturar qualquer sonho danoso. Criar um filtro daquele não era uma tarefa fácil, pois exigia muita paciência e feitiços avançados. Não sabia se era o suficiente para impedir Underhill, mas, com certeza, daria a ele muito trabalho.

O segundo pacote era menor em comprimento, contendo a autobiografia de Fabularis Brevil, autografado pela própria e endereçada a Hannah Cooper. O bilhete que o acompanhava era de Slughorn, desejando-lhe um Feliz Natal e a convidando para a festa de início de ano, que ele daria um dia antes do fim das férias. Nas aulas de Transfigurações que precederam o recesso, os alunos foram obrigados a escutar as reclamações discretas do professor sobre o cancelamento de seu banquete. As alfinetadas a Minerva foram tão insistentes que, ocupada demais para discutir, a mulher permitiu que o diretor da Sonserina promovesse algo modesto antes de o novo semestre iniciar.

O terceiro era de Cybele, fazendo Isis se sentir culpada por sequer ter cogitado comprar algo para a menina. A caixinha verde, fechada com uma fita de cetim prata, guardava um cordão delicado, cujo pingente de fada batia as asas quase levando a corrente consigo.

A bruxa fazia uma nota mental, para enviar algo à colega até o fim das férias, quando notou um envelope no chão, lacrado. Destacava-se pela falta de remetente e o tipo de papel luxuoso, que se via com frequência na correspondência do Ministério. Ao passar o dedo sobre a cera dourada, sentiu uma picada parecida com a de uma agulha. A gota de sangue foi absorvida e o lacre se desfez em fumaça, deixando um cheiro de alcaçuz no ar.

Receosa, Isis fitou a parte de dentro para evitar outra surpresa desagradável e só então deixou cair o que tinha no interior. A caligrafia elegante de Kingsley preenchia o pergaminho, deixando claro que o resto do conteúdo passara pelo escrutínio do Ministério, para evitar que algo "impróprio ou potencialmente perigoso" chegasse às suas mãos. Isis respirou fundo e resgatou o outro papel do chão, surpresa ao ver — no verso — um homem arrancando risadas de uma Rosmerta adolescente, antes de abraçá-la. Ele tinha cabelos escuros, presos em um rabo de cavalo, e vestia um casaco do time Orgulho de Portree.

As pernas ficaram dormentes pelo tempo que permanecera na mesma posição, encarando a foto dos pais biológicos. Isis se levantou com ela em mãos e caminhou até a janela, fazendo o sangue voltar a circular. Do lado de fora, a nevasca da noite anterior conseguira criar uma camada tão grossa de neve que cobria as pernas de Hagrid, à medida que ele tentava chegar ao castelo.

Isis se imaginou crescendo em uma casa com Rosmerta e o pai, sem nunca ter conhecido Underhill, e quase deu um pulo quando uma mancha escura se chocou contra o vidro. A foto caiu no chão, porém a bruxa estava mais preocupada com a coruja do lado de fora, tentando entrar. Ao passar pela janela, a ave circulou o quarto e deixou cair uma carta em suas mãos, antes de voltar a sair. O aviso era conciso, representando bem quem o escrevera.

"Amanhã, 8 a.m."

Com algumas dobraduras, o pergaminho se tornou uma ave, que saiu voando dos dedos de Isis enquanto esta se abaixava e recuperava o presente enviado pela mãe. Antes de abandonar o dormitório, ela guardou tudo e queimou o bilhete de Kingsley. A sala comunal da Grifinória nunca estivera tão tranquila, com Liam e outro aluno jogando xadrez em frente à lareira, ao passo que outros já deviam estar se dirigindo ao almoço.

No Salão Principal, ela assentiu para Aurora, que sorriu discretamente em resposta. Ao contrário de Cybele, a professora recebera um presente da amiga, comprado durante uma visita a Hogsmeade. Apesar de não ter mais que trinta pessoas à mesa, contando com os mestres — a exceção de Snape —, a comida era farta. A maioria dos alunos se divertia com os brinquedos que saíam das bombinhas fantásticas.

Quando os alunos já estavam empanturrados, e o corpo docente, levemente embriagado, todos seguiram seus caminhos. Isis aproveitou o momento para se reunir a Aurora na Torre de Astronomia e comentar sobre o jantar com Rosmerta, deixando a presença do mestre de Poções de fora. De certa forma, foi um alívio não falar sobre ele ou Underhill nas horas seguintes. Não tocaram nem no assunto "sonhos" e a progressão dos experimentos.

Foi como se não estivesse cercada por problemas, pelo menos por uma tarde inteira, variando os assuntos na mesma intensidade em que enchia a taça com vinho dos elfos. Às vezes se esquecia da forma que a amizade entre ambas iniciara. Astronomia não era uma das matérias de grande destaque em Hogwarts, por isso Isis chamara a atenção de Aurora em suas aulas.

No orfanato, os astros eram a companhia da garota e de Rhys, sempre com a promessa de que havia muito a se explorar fora daquelas paredes aprisionadoras. A astrônoma possuíra a sensibilidade necessária para valorizar o fascínio da aluna, criando um laço com ela ao longo dos anos.

Ao cair da noite, mais cedo que de costume, Isis estava prestes a se despedir quando um questionamento voltou à sua mente. Uma parte de si pediu para mantê-lo para si, entretanto, as barreiras do discernimento não se encontravam tão estáveis.

— Aurora, sei que vai soar estranho, mas... — ela parou um instante, dando-se outra chance para trocar de assunto — qual a relação de Snape com a mãe de Potter?

A astrônoma não franzia o cenho com frequência, por isso, ao fazê-lo, Isis teve certeza de que estava no caminho certo.

— Por que o interesse? Andou lendo sobre em algum periódico? — Isis deu de ombros e Sinistra suspirou, apoiando o queixo na mão ao ver que a amiga insistiria no assunto. — É difícil dizer. Só duas pessoas sabem a verdade: Snape e Potter. Que Lilian era amiga dele deixou de ser uma novidade, porém há boatos de que Severus era apaixonado por ela. Obcecado, eu diria.

— Talvez a medibruxa que cuida dele também saiba. É, eu sei sobre a terapia — acrescentou diante da surpresa de Aurora.

Isis podia jurar que mantinha um ar de desinteresse; uma curiosidade mórbida apenas, afinal, convivia com o homem. A curiosidade soava justificável. Contudo, a decepção pela falta de informação transpareceu o suficiente para a astrônoma captá-la.

— Você não está... Não é possível que esteja... — Isis tentou manter uma expressão neutra e falhou. "Maldito vinho", pensou, sentindo as bochechas corarem. — Por Merlin, o que tem na cabeça? Snape?! De onde vem todo esse fascínio por homens que...

A professora não prosseguiu, arregalando os olhos e dando-se conta de que atravessara um limite delicado, mas o estrago já estava feito e Isis não soube como reagir por longos segundos.

— Continue, Aurora — murmurou, magoada, e a professora negou com a cabeça. — Silêncio? Hum... — a bruxa se levantou, colocando a taça de lado. — Obrigada pela consideração. Que Natal maravilhoso.

Isis saiu da Torre de Astronomia disposta a voltar ao salão comunal e ignorar o jantar daquela noite. Odiava ser tratada feito uma criança, incapaz de discernir o que era bom ou não para sua vida. O caráter dúbio de Snape já não era um segredo, e ela não se considerava capaz de julgá-lo depois de todas as escolhas sinuosas que fizera. Não se via como a mãe de Cybele, desejando mudar alguém quebrado, quando isso estava bem além de suas habilidades.

Ao chegar no sétimo andar, parou um instante para respirar e recolocar os pensamentos embotados em ordem, ainda enfurecida pelo jeito que Aurora a tratara. Enquanto empenhava-se nisso, viu uma bola de pelos se aproximar a toda velocidade, e teria sacado a varinha caso não reconhecesse os olhos esbugalhados e amarelos de Madame Nor-r-ra. Ela quase se chocou contra Isis, que recuou e começou a miar e arranhar as pernas da bruxa.

— O que Filch colocou na sua comida hoje?! — Isis tentou se desvencilhar, porém a gata não parou de importuná-la até decidir voltar a correr pelo mesmo lugar de onde veio. — Ah, brilhante.

Ela seguiu Madame Nor-r-ra, esforçando-se ao máximo para manter o ritmo ao descer as escadas e cortar os corredores até finalmente entender o motivo do desespero da felina. O dono encontrava-se encolhido no vão entre uma estátua e a parede, enquanto Pirraça destruía tudo ao redor. Os quadros se amontoavam em pilhas de retalhos, fragmentos de mármore voavam para todos os lados, forrando o chão em um tapete que se perdia no fim do corredor.

Salvo uma ou outra brincadeira travessa, Isis nunca vira o poltergeist agir daquela maneira. "Cadê o Barão Sangrento quando se precisa dele?", pensou, soltando um suspiro que chamou a atenção de Pirraça para si.

Ela sacou a varinha ao ver o rosto contorcido em uma malícia que não condizia com o jeito traquina do poltergeist, como se movido por uma motivação perniciosa em vez das diabruras habituais. No detalhe, notou o leve espasmo de um dos dedos dele e, por instinto, virou-se a tempo de escapar de duas lanças afiadas atiradas na sua direção; a ponta da terceira raspou seu braço e colidiu contra a parede oposta, abrindo um buraco no bloco de pedra.

Isis se esgueirou pela parede, ignorando a dor, e fez sinal para que Filch saísse de onde estava, mas o zelador congelara no lugar.

— Saia logo daí ou o tirarei à força — sibilou, sem tempo para ser compreensiva. — Darei um jeito nele enquanto você busca McGonagall e os outros. — Isis o puxou pelo casaco ao mesmo tempo em que lançava um feitiço escudo para se proteger de uma armadura de metal lançada neles. — Vai!

Filch correu aos tropeços, com Madame Nor-r-ra em seu encalço, e Isis se virou do jeito que pôde para impedir que algo os acertasse. Não era fácil se defender quando os ataques vinham de vários lugares sem intervalo de tempo; a mão vazia produzia feitiços escudos, a da varinha contra-atacava Pirraça sem dar trégua para que ele crescesse no duelo. Esperava que uma das pinturas não destruídas saísse à procura dos outros fantasmas, porque, após passar uma tarde na companhia de Aurora e três garrafas de vinho, não estava sóbria o suficiente para lidar com um ser amortal.

Tudo virava uma arma nas mãos dele, tornando as lanças em meros detalhes. A situação piorou quando o poltergeist ficou invisível. Isis perscrutou cada pedaço do corredor em busca de algo que o denunciasse. Começou com um ruído metálico, cuja intensidade aumentou conforme, uma após a outra, as armaduras foram recompostas e investiram contra a bruxa. Não teria sido difícil lidar com todos de uma vez, porém Pirraça permanecera escondido, dando continuidade ao festival de arremessos e lançamentos, cada vez mais criativo quanto à escolha do arsenal.

Os balaços atravessaram de repente uma das janelas, no instante em que Nick-Quase-Sem-Cabeça e o Frei Gorducho surgiram, tentando, sem sucesso, colocar um pouco de juízo na cabeça do poltergeist. Isis pelejava para criar um escudo ao redor dele. Já o fantasma da Grifinória bradava quão deselegante era aquela demonstração de violência, e que o Barão Sangrento estava a caminho, porém Pirraça o ignorou, compenetrado em continuar espalhando o pandemônio no castelo.

Irritado com a falta de consideração, Sir Nicholas iniciou diversos ataques que não surtiram efeito direto, contudo, nem mesmo Pirraça podia negar quão desconfortável era ter um fantasma o atravessando e deixando a sensação enregelante para trás. Antecedido por um grunhido de fúria, os vitrais explodiram. A bruxa só teve tempo de se jogar para o lado, enquanto pedaços de vidro cortavam sua pele.

No calor do momento, Isis não se deu ao luxo de lamentar e se beneficiou do breve desvio de atenção do poltergeist para lançar um feitiço que o acertou em cheio, jogando-o na parede contrária e o prendendo ali. Ainda estava com a varinha apontada para ele quando os demais fantasmas e professores surgiram. Aurora foi a primeira a correr na sua direção, ao passo que a diretora reforçava o feitiço com o auxílio de Flitwick, e Snape analisava o ambiente babélico em busca de outras ameaças.

— Sua transfiguração — murmurou a astrônoma ao seu ouvido e a outra levou um tempo para entender que o duelo esgotara suas energias, fazendo-a retornar aos poucos à forma original.

— Vou dar um jeito nisso. Não! Fique aqui — acrescentou, enérgica, quando a amiga sugeriu ajudá-la. — Já disse que vou dar um jeito... sozinha.

Impossibilitada de pedir auxílio a Madame Pomfrey ou a qualquer outra pessoa, correndo o risco de entregar o disfarce, Isis correu para o segundo andar, escondendo-se ao ouvir o menor dos barulhos, para se abrigar no banheiro interditado. Nem mesmo Murta teve a chance de espiá-la, sendo forçada pelo vaso sanitário adentro, graças ao feitiço que a bruxa lançara.

Isis se apoiou contra a pia, repassando o que acabara de acontecer sem uma pista sequer do motivo para Pirraça enlouquecer daquele jeito. Não seria, de fato, a primeira vez que ele aprontava algo do tipo, porém mais de um século havia se passado desde o incidente com o antigo zelador e a diretora Eupraxia Mole. Até onde sabia, o poltergeist também respeitava McGonagall, e Filch não tinha a capacidade de enfurecê-lo a esse ponto.

A água da torneira saiu quente, deixando o espelho embaçado enquanto o resto da aparência de Hannah Cooper se esvaía pelo ralo. Isis passou a mão do vidro, para avaliar o estrago, e viu uma silhueta distorcida refletida junto à porta de entrada do banheiro. Ela se virou, pronta para atacar, e respirou aliviada ao ver que se tratava de Snape.

— Pirraça se acalmou? — perguntou, verificando o corte da lança no braço, manchando o suéter creme de vermelho.

— Longe disso. Minerva e os outros estão lidando bem com o arroubo de agressividade dele. — Severus se aproximou, encarando os inúmeros cortes em Isis. — Como Filch foi incapaz de se expressar além de balbucios, não muito diferente do costumeiro, espero que você me explique o que houve.

Ela contou tudo com riqueza de detalhes, excluindo apenas o que acontecera antes de se dirigir à sala comunal da Grifinória. Relembrara o acontecido de 1876, quando Rancorous Carpe tentara capturar e remover Pirraça de Hogwarts, mas Snape também não ficara convencido com a hipótese.

— Acha que ele foi enfeitiçado? — perguntou Isis, formulando uma hipótese ao mesmo tempo em que a temia.

Snape não respondeu, averiguando com cuidado os machucados em suas costas.

— Tire o suéter — mandou ele, removendo a própria capa e a colocando sobre a pia.

— Agora repita isso bem devagar, enquanto me olha nos olhos. — Um meio sorriso de satisfação se insinuou nos lábios do professor, ao inclinar a cabeça e encarar o corte mais próximo. — Certo, certo.

Quando fez menção de retirar a peça de roupa, a pele das costas se repuxou, deixando claro que ainda tinha pequenos pedaços de vidro presos ali. Após um gemido baixo de dor, Isis sentiu as mãos de Snape a auxiliarem na tarefa, ficando apenas com uma blusa simples de botões. Ele envolveu seu braço com delicadeza, murmurando feitiços para limpar o corte e, depois, conjurando um frasco muito parecido com os que Pomfrey guardava em seu estoque. Cinco gotas foram o suficiente para fechar a ferida.

— Tire a blusa — disse ele com seriedade, olhando-a de soslaio.

Isis chegou a sorrir, captando o tom de insinuação, porém o semblante alarmado substituiu o bem-humorado em questão de segundos.

— Não posso. — Ela se virou de repente, lembrando-se que toda a sua transfiguração se desfizera, trazendo as cicatrizes de volta. — Deixe que eu cuido dos cortes nas costas. Minerva deve estar precisando de sua ajuda.

— Suponho que não tenha olhos na nuca, Blakeley, então como pretende desempenhar essa tarefa? Deixe-me terminar logo com isso.

— Não! — Isis recuou; a insegurança saindo em forma de hostilidade. — Eu posso dar um jeito nisso sozinha, embora você e Aurora duvidem da minha capacidade de tomar decisões.

— Difícil não duvidar quando sua capacidade apresenta um claro desvio lógico. — Enquanto Snape mantinha-se sereno, a bruxa estava a ponto de explodir, especialmente se isso fosse fazê-lo sair dali.

— É claro, esqueci que o senhor é o mestre da racionalidade. Que Merlin nunca permita que suas emoções saiam do controle. — Isis riu de nervoso, incapaz de parar o jorro de palavras. — Sabe-se lá que tipo de catástrofe pode ser desencadeada caso Severus Snape demonstre sentimentos!

Ela suspirou, correndo as mãos pelo rosto e cabelos, sem arriscar olhar na direção do professor. Conforme encarava a pia molhada, agarrando-se à borda com firmeza, ouviu o farfalhar da capa sendo puxada e, pouco depois, a porta ser batida com violência.

Isis estalou o pescoço, sentindo um peso enorme sobre os ombros. Não costumava ter vergonha das próprias cicatrizes, porém não se deteve na iminência de Snape tomar conhecimento delas. Ter mais aquele pedaço exposto só fortalecia a ideia de que estava em desvantagem quanto a ele, e se entregasse outro pedaço de si, não restaria nada para ela mesma.

As gotas d'água caíam ritmadas, afastando o silêncio embora a mente de Isis gritasse. Ela permaneceu parada por um minuto, talvez mais, pensativa, antes de desabotoar a blusa e estudar os novos cortes nas costas; uma grande bagunça. Quando os olhos começaram a arder de vergonha, lavou o rosto e respirou fundo antes de iniciar o processo de cura.

Notas

Agora vamos parar um pouco com as revelações e dar uma chance ao caos... ou não 🙂 E pensar que o dia começou tão fofo e quase terminou em tragédia. Isis precisa de um banho de sal grosso. Será que não ensinam isso em Hogwarts? Vamos melhorar essa grade curricular aí, Minerva. Castelobruxo está saindo na frente u_u E Snape ficando todo saliente. Gosto assim. Mas a Lei de Murphy é mais potente que as Leis Fundamentais da Magia rsrs

Continue Reading

You'll Also Like

5.2K 782 29
Elas vão para outro mundo. Mas não qualquer um e sim no universo de sua saga literária favorita: Acotar.
534K 36.3K 52
Onde o capitão do BOPE Roberto Nascimento é obcecado por Hayla Almeida uma estudante de psicologia e fará de tudo para que ela seja sua. perfil da fa...
228K 21.9K 30
Quem nunca sonhou em viver uma história de amor com seu personagem favorito, não é mesmo? Bom... estou aqui para realizar seu sonho. Já pensou como s...
35.9K 4.1K 15
Um poder amaldiçoado para uma princesa amaldiçoada. Adelina Artemisia é a ultima Fada, a única que sobrou dos massacres que seu antigo povo sofreu. ...