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Isis não sabia o que esperar do casarão dos Malfoy, porém uma residência no meio do nada não figurou na sua mente até o instante em que aparatou em uma área rural no meio da noite. "Bons demais para se misturarem aos plebeus", pensou ela, alinhando a capa sobre os ombros, embora não visse a hora de retirá-la. Uma alameda estendia-se à frente, margeada por cercas-vivas de teixo que avançavam para além do portão de ferro forjado.

— Imaginei que os Malfoy fizessem o tipo cosmopolita, com bastante gente ao redor para admirar tanta opulência.

— Um conflito entre a personalidade flamboyant de Lucius e a necessidade de conservar segredos. — Underhill aproximou-se, pousando a mão na curva das costas de Isis; o calor trespassando o tecido. — Você as escondeu? — perguntou ele, de repente. A cartola projetava uma sombra sobre o rosto, tornando impossível descrever a reação do bruxo.

Um formigamento irradiou de onde ele a tocava para o resto do corpo, não pelo prazer de tê-lo por perto, e sim por receio da reação negativa de Erastus à resposta. Isis se deixou virar, encarando-o apesar da vontade de se encolher ante o olhar obstinado do tutor. Ela engoliu em seco, sabendo que os dois não se moveriam de ali até dar-lhe o que fora requisitado.

— Sim — murmurou em um fio de voz. — Todos perguntariam a história...

— E você explicaria com toda a calma, pois as cicatrizes são motivo de orgulho. — O aperto em seus ombros se intensificou. — Apenas Voldemort conhece a história e, embora a aprovação dele seja a única que verdadeiramente interesse, não seria de todo ruim divulgarmos seus feitos. — Ela desviou o olhar para o chão, porém Underhill a segurou pelo queixo, obrigando-a a encará-lo. — Não preciso repetir quão importante é que o Lorde das Trevas a aceite, não é?

Um estalo atraiu a atenção dos dois para um ponto não muito longe de onde estavam, e Underhill deslizou uma das mãos até a cintura da bruxa, incitando-a a andar pela aleia, após um breve meneio na direção do comensal recém-chegado.

— Há um forte apelo na sua história, minha garota, especialmente ao levarmos em conta a infância de você-sabe-quem. — Ele tomou a frente, elevando o braço esquerdo, e atravessou o portão como se este fosse feito de material etéreo.

Isis parou, vetada pelas barras de ferro, e aguardou até vê-las se contorcerem feito serpentes, formando um rosto amedrontador digno das histórias sombrias d'Os Contos de Beedle, o Bardo.

— Informe o objetivo — bradou a voz maquinal, ciente de que faltava algo primordial no antebraço esquerdo da convidada.

— Isis Blakeley. Acompanhante de Erastus Underhill no jantar dos Malfoy. — Os portões se abriram de imediato, silenciosos.

Underhill ofereceu-lhe o braço e Isis o tomou, fitando os contornos da mansão iluminada pelo luar. Luzes esverdeadas atravessavam com intensidade o gradeado de losangos das janelas, reavivando o matiz dos arbustos. Não gostou da aura do lugar. Tudo na propriedade emitia o último brado de uma elite decadente, voraz pela oportunidade de se reerguer.

Solace ϟ PotterversoWhere stories live. Discover now