Cartas para Chanyeol

By SxHunniee

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[CHANBAEK | FLUFFY | COLEGIAL] Byun Baekhyun é um garoto tímido, prefere ficar sozinho do que em meio a alga... More

A ideia
A primeira carta
A Segunda Carta
A Terceira Carta
A Quarta Carta
A Quinta Carta
A Sexta Carta
A Sétima Carta
A Oitava Carta
A Décima Carta

A Nona Carta

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By SxHunniee

Olá meus amores, tudo bem? Espero que sim! Estamos cada vez mais próximos ao fim T-T Cheguei com o penúltimo capítulo e ainda não estou preparada para o próximo.. literal e definitivamente, mas vai dar tudo certo (esperamos) 

Perdoem quaisquer erros que possam ter passado batido, e já sabem, qualquer dúvida podem deixar nos comentários!

Eu imaginei o Yuri como o ator Takeru Sato, esse ser aqui em baixo:

No mais, boa leitura ♥xoxo♥

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Cartas Para Chanyeol

Por: Sxhunnie e LuanaAlmeida98

Capítulo 9

A Nona Carta

Baekhyun tentava ignorar o rebuliço em seu estômago agarrando-se firmemente ao cinto de segurança enquanto o avião pousava depois de longas duas horas no ar. Chanyeol estava ansioso, faltava pouco para estar em solo firme novamente e poder encontrar sua irmã que há vinte anos não via. Não sabia como chegariam até ela, mas confiava no Byun e sabia que ele já havia planejado tudo, então evitava fazer perguntas e esperava ansiosamente por cada surpresa preparada para si.

Desceram da aeronave e seguiram para dentro do aeroporto onde esperariam para pegar as malas e procurar pelo homem que o Byun, depois de meses, conhecia muito bem e que o Park não sabia nem da existência.

- Yuri hyung! - chamou o menor aumentando o passo para chegar perto do homem empacotado com roupas quentes pelo frio do outono e do início da madrugada.

- Baekkie! - o homem sorriu deixando a plaquinha de boas vindas de lado para abraçar o pequeno. - Como foi de viagem?

- Bem! Como vão as coisas? - perguntou animado enquanto Chanyeol se mantinha afastado encarando a situação com o semblante fechado em completo desgosto. Afinal, estavam ali para encontrar Yoora mas Baekhyun pelo visto estava mais interessado em se agarrar em outro homem.

- Bem. Yoo preferiu ficar em casa e ajeitar as coisas. - sorriu levantando o olhar para o outro garoto. - Oh, este deve ser o famoso Park Chanyeol. Você e Yoo são realmente muito parecidos. - riu esticando a mão para cumprimentá-lo. - Prazer em te conhecer, cunhado.

Chanyeol ficou estático. Encarou o Byun com olhos arregalados enquanto pensava no que fazer e tentava raciocinar e engolir a nova informação. Pigarreou.

- Prazer em te conhecer também. Você é o namorado da minha irmã? - franziu o cenho vendo o outro rir soprado enquanto recolhia a mão depois de ter o aperto recusado.

- Chanyeol.. - Baekhyun interrompeu murmurando o nome do amigo. - Este é Matsumoto Yuri, marido da Yoora e dono de uma rede de hotéis aqui em Tóquio. - apresentou vendo o Park erguer a sobrancelha questionadoramente para o Byun que sorriu amarelo.

- Você parece o conhecer bem. - riu sarcástico enquanto fuzilava o amigo que deu de ombros.

- Passamos alguns meses em contato para combinarmos sobre seu presente. Foi um bom tempo para construir uma amizade, cunhado. - Yuri se pronunciou atraindo a atenção do mais novo.

- Pare de me chamar assim! - resmungou. - Onde está Yoora?

- Em casa. Eu levarei vocês, poderão passar todo o tempo de estadia conosco, mas se preferir, disponibilizaremos um bom quarto em um de nossos hotéis mais próximos.

- Não vejo problemas em ficar com vocês. Creio que seja bom para Chanyeol e Yoora passarem esses dias juntos. - Baekhyun sorriu e o Park bufou fazendo o amigo franzir o cenho estranhando o comportamento alheio.

- Tudo bem então. Já são quase duas da manhã, podemos ir?

- Claro! - respondeu o Byun e juntos os três seguiram até o estacionamento entrando no carro preto simples e bonito encarando as ruas bem iluminadas da capital.

Chanyeol ficou em silêncio durante todo o caminho. Baekhyun ainda tentava entender o que estava acontecendo ao contrário de Yuri que apenas tentava conter o riso percebendo desde o início tudo que se passava com o Park.

Chanyeol estranhou quando adentraram a garagem de um prédio e o mais velho dos três avisou que haviam chegado. Depois de saber da profissão do cunhado esperava tudo, menos um prédio simples e afastado do centro. Não que estivesse reclamando, adorava a simplicidade e se pudesse trocaria a mansão em que era obrigado a viver por uma casinha simples e aconchegante. Pequena o suficiente para se encontrar com alguém ao transitar entre os cômodos e grande o bastante para caber duas pessoas e, talvez, um cachorrinho.

Yuri os ajudou a tirar as malas do carro e juntos subiram pelo elevador até o último andar. Os corredores estavam vazios exceto pela presença dos três, o silêncio era sepulcral e o Park tremia cada vez mais ao que se aproximavam da porta com números talhados na madeira. Quando o mais velho digitou a senha para abrir a porta, Chanyeol prendeu a respiração.

O clima dentro do apartamento era quente devido ao aquecedor e o choque térmico foi o suficiente para puxar o jogador de volta à realidade. Piscou lentamente olhando ao redor e adentrando o ambiente depois de ser convidado pelo proprietário. Deixou a mala grande de lado e abaixou-se para desamarrar os sapatos quando foi surpreendido pela voz que há muito não ouvia.

- Amor? Já chegou? - a voz feminina se aproximava do cômodo e o Park mais novo sentia-se paralisado, incapaz de se erguer e olhar na direção desejada. - Oh meu deus! - exclamou surpresa, a voz tomando um tom embargado denunciando o choro.

- Boa noite Yoora noona! - Baekhyun cumprimentou se curvando enquanto olhava de relance para o amigo ainda paralisado.

- Chanyeol?! - chamou entre soluços ignorando momentaneamente qualquer coisa que estivesse ao redor quando o irmão finalmente se ergueu, ele estava bastante diferente do que se lembrava, mais alto, forte e muito mais bonito. Mas ainda assim continuaria sempre sendo seu menininho. - Oh céus, é você mesmo!

O jogador não conseguiu conter as lágrimas ao ver a irmã correndo atrapalhada e se jogando em seus braços. Os soluços se espalhavam pelo local, Baekhyun e Yuri sorriam observando a cena enquanto o Byun enxugava as lágrimas que escorriam sem querer.

- Yeol, você está tão lindo! Eu.. meu deus, eu não acredito. Depois de tanto tempo... por favor, me perdoe! E-eu não deveria ter te ido embora sem você, eu senti tanto sua falta. - Yoora murmurava entre o choro enquanto acariciava os fios do irmão que se abaixou para encaixar os corpos e receber os mimos da mais velha.

- Não se desculpe noona. Não foi sua culpa. Eu também deveria ter te procurado antes. - respondeu rouco.

- Eu sei que você tentou, Yeol. Assim como eu tentei. Mas nós dois fomos impedidos. Agora finalmente eu tenho meu menino de volta em meus braços. Esperei tanto por isso. - sorriu afastando-se do abraço para poder admirar a face alheia. - Você continua igual. - limpou as lágrimas do mais novo.

- Você também não mudou muito, se passaram tantos anos Yoo. Não teve um só dia em que eu não pensei em você, eu pedi muito muito muito para conseguir te encontrar de novo, até que o Baekkie fez isso. Foi o melhor presente que já ganhei na minha vida. - sorriu desviando o olhar rapidamente para o amigo que lhe devolvia o gesto, todo o mau humor e estresse anterior sendo esquecidos após o reencontro.

- Temos muito a lhe agradecer, Baek. - a mais velha se desvencilhou dos braços do irmão e abraçou o Byun enquanto murmurava seguidos agradecimentos. - Você é incrível. Admiro seu amor pelo meu irmão, nem todos os amigos estão dispostos a fazer algo do tipo por outra pessoa. - murmurou fazendo o homem em seus braços corar.

- N-não precisa agradecer. - respondeu constrangido. - É o mínimo que ele merece depois de tudo que passou.

Já eram quase quatro da manhã quando Chanyeol e Baekhyun se deitaram para dormir depois de se instalarem no quarto que dividiriam e tomar um banho para relaxar. Estavam cansados da viagem mas não conseguiam dormir, o Park pela euforia de ter encontrado a irmã e o Byun por estar dividindo a cama de casal com o amigo.

- Eu acho que ainda não consegui te agradecer o suficiente. - o mais novo murmurou enquanto se virava no colchão aproximando-se ainda mais do mais velho que arregalou os olhos tentando se afastar.

- Você já fez o suficiente, Chan. - sorriu mesmo que o outro não pudesse ver pois estava de costas para ele.

- Mesmo assim, Baek. Isso foi melhor do que qualquer coisa que já fizeram por mim. Agradeço muito por você ter entrado na minha vida. Eu realmente amo você. - a voz rouca saiu trêmula, o coração do jogador disparado ao que viu o menor encolher.

- Eu também te amo, Yeol. Agora vamos dormir, estou morto de sono. - resmungou tentando esconder as reações ao ouvir a declaração que o jogador quase nunca fazia.

- Sabe Baek, eu estava pensando sobre nossa formatura. Já faz um ano que estamos tentando descobrir quem é a pessoa que me envia aqueles bilhetes e esse é nosso último ano, logo será nossa formatura e eu pensei em convidar ele.

- Por que? - perguntou esbaforido se virando para ficar de frente ao maior.

- Bem, seria mais fácil do que tentar encontrá-lo, não? Afinal, não tenho mais tanto tempo, falta menos de um mês pro fim das aulas. E.. eu acho que eu gosto dele.. de verdade. - murmurou baixo enquanto olhava o Byun nos olhos, a confusão se fazendo visível pela testa franzida enquanto tentava lidar com a confusão de sentimentos que tinha por duas pessoas que pensava ser diferentes.

- Gosta? Tipo, pra valer? - perguntou tentando se conter. - Mas você nem o conhece!

- Eu sei. Mas não dá pra fingir que não criei sentimentos por alguém que não faço a mínima ideia de quem seja. Toda vez que recebo aqueles benditos papéis coloridos eu fico estranho. Meu coração acelera e eu não consigo não sorrir. - sorriu fantasioso.

- Então você gosta mesmo dele. - ditou suspirando e atraindo a atenção do maior de volta a si. - Mas como pretende convidá-lo se você ao menos sabe qual curso ele faz ou de onde é ou qualquer coisa do tipo?

- Eu ainda não pensei nisso. Também cogitei chamar outra pessoa, acho que também tenho sentimentos por ela mas não sei se são recíprocos, ao contrário da pessoa das cartinhas. - manteve-se inexpressível ao encarar o Byun que devolvia o olhar franzindo o cenho.

- Como assim outra pessoa, Chanyeol? - não conseguiu conter o tom levemente enciumado.

- Eu sei que é estranho, mas é a verdade. - sorriu divertido vendo a expressão do pequeno se fechar mais ainda. - Mas e você, já sabe quem vai chamar?

- Hum. Além dos meus pais, Heesu, Minseok e Jongdae, só o Luhan mesmo. Os outros meninos vão estar nas próprias formaturas. - deu de ombros.

- Ah. - murmurou incomodado. Luhan e Baekhyun eram bastante próximos, até demais para seu gosto. - Você gosta dele?

- Oi? - perguntou confuso arregalando os olhos enquanto desviava o olhar do Park que ficou ainda mais triste com a reação do baixinho.

- Você gosta do Luhan? - questionou novamente e viu o Byun se remexendo até estar de costas para si.

- Chanyeol, vamos dormir. Só isso, ok? Esquece esses assuntos. - murmurou apertando os olhos e ouvindo o Park bufar se virando de costas para si. - Boa noite. - murmurou mas não obteve resposta.

- Bom dia Cha- O que é isso? - Yoora fechou o sorriso apontando para o irmão que havia acabado de acordar e seguiu o aroma da comida até a cozinha. - Por que está com o rosto machucado? Ontem não estava assim, você e o Baek brigaram? - perguntou e viu o irmão abaixar a cabeça enquanto o Byun arregalava os olhos saindo de trás do amigo.

- Não fui eu que fiz isso, Noona. Já viu meu tamanho? Não consigo acertar ele assim. - tentou descontrair e conseguiu arrancar uma risada de Yuri que estava no fogão terminando de preparar o almoço, afinal, já era quase meio dia.

- Se não foi isso, como conseguiu ficar nesse estado de um dia pro outro? Pelo amor Chanyeol, espero que não seja o que estou pensando. - reclamou pegando o rosto do irmão e analisando melhor os roxos que haviam sido cobertos por muitas camadas de base na noite anterior.

- Aquele velho escroto. Foi ele quem fez isso. - Baekhyun contou já que o Park não conseguia nem se pronunciar.

- Eu sabia! Por que não me contaram antes? Espero que você tenha prestado queixa na polícia Chanyeol, sei que ele é nosso pai mas ele não merece sair impune das merdas que faz.

- Eu não fui na polícia, Yoo. Foi na sexta, depois do jogo da final. Eu fui pra casa e quando fui na cozinha ele estava lá. Eu nem esperava ver ele em casa já que passou tantos meses sumido. - falou baixo e a irmã franziu o cenho trocando olhares com o marido como se já soubessem de alguma coisa, e de fato sabiam.

- Ele sumiu sem dar notícias?

- Sim. Foi bem estranho. Num dia ele estava lá e no outro, puff. Eu perguntei pra mãe mas ela só disse que ele estava viajando a negócios. Eu estranhei porque foram muitos meses, mas não liguei muito já que, sinceramente tenho zero interesse naquela empresa e nos assuntos dela.

- Entendo. Acho que precisamos conversar sobre algumas coisas que estão acontecendo e não foram a público, ao menos não ainda, mas vou deixar isso para mais tarde. Agora vamos comer e sair, tem muitos lugares bons para visitar num domingo. - sorriu e puxou Chanyeol para se sentarem à mesa junto ao marido e Baekhyun.

- Onde vamos hoje noona? - perguntou o Byun com a boca cheia de macarrão e os lábios sujos com o molho. - Hyung, esse é o melhor jajangmyeon que comi na minha vida.E Chany, por favor, não conta pra mamãe que eu disse isso. - pediu arrancando risos dos outros.

- Obrigado Baekkie, é a receita da Yoora, ela quem me ensinou a fazer. - sorriu para a esposa.

- Minha irmã sempre foi muito boa na cozinha. Principalmente com doces!

- Você ainda lembra daquela época?

- Claro! Eu adorava quando você fazia mochi de sorvete ou de morango porque sabia que eu não gostava dos de feijões. E quando fazia cupcake pro meu aniversário e passavamos o dia todo brincando. - sorriu nostálgico e olhou para o amigo pensando em como havia compartilhado aquelas lembranças com ele tempos atrás e como a tradição do cupcake passou a ter também um peso naquela amizade.

- Você era tão fofo naquela época. Tão rechonchudo e orelhudo, falando tudo embolado e agora já está maior que eu, todo lindo e gostosão, e com essa voz grossa. - riu deixando o mais novo com as orelhas vermelhas.

- Ele já não é mais seu bebê, Yoo. - Yuri comentou rindo e a mulher lhe fuzilou com os olhos.

- Claro que é. Chanyeol pode ter noventa anos que vai continuar sendo meu bebê. - resmungou. - Mas me contem meninos, como vai a vida? A faculdade... As namoradinhas.. - levantou a sobrancelha sugestiva e riu quando o irmão engasgou e Baekhyun ficou estático encarando o amigo.

- Noona!

- O que? Vocês estão ficando velhos. Já passaram dos vinte e quatro e ainda não arrumaram namoradas? Ou será namorados? - jogou verde acertando em cheio ao ver os dois homens corarem se encarando antes de desviarem o olhar. - Sempre desconfiei. - riu piscando pro marido.

Yuri havia contado sobre o ataque de ciúmes do Park e os olhares apaixonados do Byun, e Yoora estava feliz em ter bastante tempo para pôr o plano que criou em prática.

- Nós não temos namorado. Ou namorada. - murmurou o jogador. Ao menos eu não. - encarou o amigo que franziu o cenho assim como os outros dois presentes na mesa.

- Você sabe que eu também não tenho, idiota. - resmungou.

- Espero que seu amiguinho saiba disso.

- Pode ter certeza que ele sabe. - disse irritado.

- Ok. O que está acontecendo? - Yoora perguntou cruzando os braços com um sorriso ladino.

- Nada. - os mais novos responderam juntos.

- Sei.. Vou me arrumar e vocês lavam a louça. - apontou para o marido e o amigo do irmão. - Você vem comigo. - chamou o Park mais novo.

- Obrigado por me livrar das louças. - agradeceu Chanyeol e a mais velha riu.

- Não há de que. Pode ir se arrumando no seu quarto, eu vou me trocar e já vou até lá. Vamos cobrir esses hematomas e ter uma conversinha. - ditou e o maior assim fez.

Chanyeol estava terminando de vestir o moletom preto quando a irmã adentrou o quarto depois de bater na porta. Yoora tinha o olhar triste e pensativo e o mais novo sabia que ela havia visto os roxos em sua barriga, mas ficou calado e deixou que ela se sentasse na beirada da cama apoiando a maleta com maquiagens na mesinha ao lado da mesma.

- O que exatamente aconteceu para chegar ao ponto disso? - apontou para os machucados.

- Jungsu quer que eu assuma a empresa, já faz um bom tempo que ele vem me enchendo para trabalhar lá, queria que eu estagiasse com ele, mas eu preferi tentar em outros lugares e consegui uma vaga na Kim. Ele ficou possesso, me agredia sempre e eu comecei a passar mais tempo na casa do Baek, até ele sumir do mapa e eu voltar pra casa. - suspirou. - Então ele voltou e insistiu de novo, eu me estressei e ele acabou me agredindo mais ainda. O Baek me buscou e no outro dia viemos pra cá.

- Você fez certo em não se juntar naquela empresa, Yeol. Tem muita coisa escondida por anos que você precisa saber, mas agora não é o momento. Mais tarde vamos conversar e eu e Yuri podemos contar tudo que sabemos e que planejamos, acho que no fim vai ser bom para todos nós. - sorriu triste. Você está estagiando na Kim.. A empresa do Taewoo-ssi?

- Sim. - se sentou de frente a irmã que começou a limpar a pele com um lenço molhado e cheiroso para depois aplicar os produtos. - O Senhor Kim é uma ótima pessoa, ele têm me ajudado bastante, e o filho dele é um amor.

- Está interessado nele? - parou de esparramar o corretivo na pele alheia para lhe lançar um sorriso sugestivo.

- Não noona. Jongin é só meu amigo. - riu.

- Amigo tipo o Baek?

- Não. - ficou tenso. - O Baek é.. diferente.

- Por que?

- Por que ele é meu amigo mas o que eu sinto não é apenas isso. - suspirou. - Ele é uma das pessoas que eu gosto, mas acho que ele não sente o mesmo, então prefiro não tentar nada. Fico com medo de ser rejeitado e nossa amizade acabar, sabe? Ele é importante demais pra eu perder por uma coisa boba.

- Hm. - murmurou contente por ter suas suspeitas confirmadas. - Mas que história é essa de uma das pessoas? Tem mais alguém na sua vida?

- Bom.. é uma longa história. - riu e tentou resumir tudo ao contar para a mulher sobre o garoto que se escondia por trás dos bilhetes coloridos.

- Wow. Espero que tudo dê certo. E quanto ao Baek, acho que você deveria tentar falar com ele. Se você não se arriscar, nunca vai saber. Vai que ele gosta de você também? - jogou verde novamente.

- Acho que não, noona. Ele já tem alguém.

- Mas ele disse que não. - franziu o cenho terminando de passar o pó na face gordinha.

- É o que ele sempre diz. Mas ele vive grudado no Luhan. Sempre que conversamos sobre nossos estágios é Luhan prá lá, Luhan pra cá. Até pra formatura ele disse que vai convidá-lo! Eu realmente tinha esperanças de que ele fosse me chamar. - reclamou manhoso.

- Por que ele te chamaria se você é um dos formandos e vai comparecer de qualquer forma? Você é muito cismado, Chanyeol. - reclamou. - Já pensou na possibilidade dos dois serem realmente apenas amigos? Não vejo motivos pra ele mentir sobre isso pra você.

- Ainda assim, eu não quero arriscar e perder nossa amizade. Desde que você foi embora, Baek foi a única pessoa que se aproximou de mim sem segundas intenções, ele me apoiou e me ajudou muito. Os pais dele são ótimas pessoas, eu realmente os considero como meus próprios pais, e até o Heesu hyung. Eles são minha família, e eu não quero perder isso. - fungou tentando espantar o choro.

- E você não vai. - sorriu e abraçou o irmão no mesmo momento em que batidas foram ouvidas na porta e o motivo do assunto entrou.

- Oi, desculpa interromper. Vocês já estão prontos? - sorriu sem graça pegando um suéter creme e vestindo-o arrumando o cabelo rapidamente. - Já me arrumei.

- Tão rápido. - a mulher riu. - Estão lindos, os dois. Vamos?

- Olha, o Darth Vader! - Baekhyun falou animado se agarrando ao braço do Park enquanto apontava em algum ponto à frente dos dois. - Olha Chan, ele tem até um sabre de luz vermelha! Eu posso tirar foto com ele também?

- Claro. - riu da empolgação do amigo. Ele já havia tirado fotos com todos os personagens que gostava e encontrou pelo caminho.

- Harajuku é o paraíso desse nerd. Tenho certeza. - Yuri riu junto da esposa e do cunhado que concordou enquanto batia a foto para o Byun.

- Muito obrigado Lord Vader. - agradeceu se curvando e saiu animado. - Cara, eu amo esse lugar, é definitivamente o paraíso dos cosplays. Se eu soubesse que passaríamos aqui teria trago minha fantasia de Kylo Ren. Eu acabei de encontrar meu avô! - dava pulinhos igual uma criança empolgada enquanto conversava com o amigo e seguia os Matsumoto até algum lugar que não conhecia.

- Vocês gostam de Naruto, meninos? - Yoora se virou vendo ambos concordarem. - Ótimo, aqui tem uma barraca que vocês vão adorar. Já está quase na hora do café e..

- ICHIRAKU RAMEN! - os dois mais novos falaram alto o suficiente para atrair atenção das outras pessoas.

- É.. Se acalmem. - pediu rindo vendo as duas crianças correrem para se sentar nas banquetas da barraca. - E depois você diz que ele não é mais meu bebê. Chanyeol só tem tamanho, e Baekhyun não é muito diferente. - falou para o marido que apenas riu.

- Céus, eu estou tão feliz e cansado. - Baekhyun comentou assim que chegaram ao apartamento e se jogou no sofá acariciando a barriga inchada. - E cheio. Acho que exagerei na comida, mas foi o melhor ramen que comi na minha vida!

- Eu gostei muito também, mas ainda prefiro a comida da tia Haseul. - Chanyeol comentou e viu o amigo cerrando os olhos para si.

- Você é um puxa saco de primeira, isso sim.

- Meninos, parem com as provocações e vão se trocar, Yuri e eu precisamos conversar com vocês.

- Sobre nosso pai e a empresa?

- Sim. - suspirou sentindo o clima feliz se dissipando apenas em mencionar o assunto que lhe perseguia há anos.

- Tudo bem. - Baekhyun concordou e se levantou chamando o amigo para o quarto onde não demoraram a tomar banho e se arrumar.

Quando todos se juntaram novamente na sala, Yoora estava sentada no chão, na mesinha de centro estava uma pasta colorida e ao lado da mulher, Yuri mexia em um notebook mantendo a expressão séria, totalmente diferente do habitual homem risonho e brincalhão.

- Por que trouxe essa pasta, noona? - o mais novo de todos perguntou se sentando ao lado da irmã.

- São os arquivos com todas as provas que estamos juntando contra Jungsu. - Yuri respondeu sem desviar a atenção do aparelho em sua frente.

- É tanta coisa assim? - o Byun questionou pegando a pasta se deixando levar pela curiosidade e arregalando os olhos ao ver. - Wow, isso é o que estou pensando?

- Sim. Nesta pasta estão os papéis comprovando o esquema de fraude que poucos percebem. Aí tem os nomes de todos os investidores, o lucro obtido por Jungsu com os golpes e o prejuízo que ele causou nessas pessoas. Ele deveria estar preso mas há pessoas encobrindo então nada disso foi descoberto ainda. - suspirou passando os dedos finos pelos cabelos longos.

- Deixe-me ver. - Chanyeol pegou os papéis lendo com cuidado, franzindo o cenho a cada nova informação processada. - Isso dá quase sessenta e cinco bilhões de dólares em fraudes! Seria o maior escândalo da Coreia se fosse descoberto. Ou melhor, do mundo. - se exaltou.

- Exatamente. Por isso estão encobrindo. - Yuri se pronunciou. - A K&P é uma empresa de investimentos famosa, uma das maiores, então eles oferecem uma taxa aceitável e como tem um nome limpo, os investidores depositavam a confiança e sequer revisam os contratos. Mas mesmo se revisassem, seria difícil encontrar furos que denunciavam golpe.

- Por isso Taewoo sempre insiste na revisão de todos e quaisquer contratos.

- Provavelmente. Kim Taewoo foi uma das primeiras vítimas do papai. Ele saiu da empresa depois de descobrir alguns esquemas, quase teve o nome sujo e preferiu vender a própria parte da empresa que fundou e dar início em outra do que se afundar na corrupção. Por isso sempre digo que ele é uma ótima pessoa.

- Mas como Jungsu conseguiu fazer algo do tipo quando era apenas um funcionário? O Senhor Kim poderia ter demitido e denunciado. - Baekhyun questionou franzindo as sobrancelhas.

- Jungsu sempre foi muito minucioso. Ele desviava dinheiro pouco a pouco, e ele tinha a confiança de Taewoo. Quando a oferta de sociedade chegou, ele aceitou e então tudo piorou, as quantias desviadas eram um absurdo e quando o Senhor Kim percebeu, ele tentou denunciar, mas foi ameaçado e silenciado. Foi aí que ele decidiu sair. - Yoora contou.

- Como você sabe de tudo isso noona?

- Eu sempre desconfiei de algo errado, Yeol. Eu não era tão nova quando papai assumiu a empresa completamente. A mudança na nossa vida foi drástica, nunca fomos pobres, mas em pouquíssimo tempo já éramos uma das famílias mais ricas de Seoul. Não é estranho? Mesmo tendo um cargo alto como o dele.

- Faz sentido, mas como conseguiu essas informações?

- Depois que saí de casa, eu fui até uma delegacia para denunciar as agressões e pedi para investigarem mais sobre nosso pai, mas eles se negaram. Fiquei ainda mais desconfiada e então Yuri me ajudou, entramos em contato com Taewoo-ssi e ele nos contou algumas coisas, através disso expandimos nossas análises e descobrimos o esquema.

- Então há pessoas da polícia envolvidas? Se eles acobertaram e se recusaram a pesquisar a fundo, provavelmente estão no meio. - Baekhyun murmurou concluindo os pensamentos junto do amigo.

- Jungsu precisava de laranjas desse meio, não? Alguns milhões a menos para impedir de acabar sendo descoberto não o atrapalhariam. - Yuri riu com deboche.

- E como podemos ajudar? Ele não pode continuar fazendo isso, e ainda quer que eu dê continuidade a tudo, e eu não posso, não consigo. - Chanyeol reclamou.

- Nós precisamos entregar tudo, literalmente tudo à polícia.

- Mas se eles estão envolvidos, vão abafar ao invés de investigar e ir atrás, não? - Baekhyun se manifestou.

- Sim, mas eles não vão poder fazer isso se tudo for exposto antes. - Yoora sorriu maléfica e Chanyeol a acompanhou compartilhando o mesmo pensamento.

- Não entendi. - o Byun resmungou.

- A mídia, Baek. Se o escândalo vazar antes de passar pelas mãos da polícia, não vai ter outro jeito a não ser resolverem o caso de acordo com a lei. - Chanyeol explicou empolgado e o Byun arregalou os olhos.

- Ok. Mas como vamos conseguir a atenção da mídia?

- É aí que a ajuda de vocês entra. - Yuri sorriu virando o notebook para todos verem - Eu já tenho todos os arquivos organizados, relatos e tudo necessário, mas vocês precisam fazer isso chegar até a mídia coreana.

- Só isso? - Chanyeol questionou surpreso.

- Parece fácil maninho, mas acredite, é mais difícil do que pensa. Os repórteres vivem atrás de um furo, mas quando entregamos um prontinho, eles não anunciam até conseguir provar a veracidade de tudo e convenhamos que nós demoramos vinte anos pra juntar os arquivos que estão nessa pasta, eles não querem uma notícia que vai demorar mais vinte para conferir.

- Eu conheço alguém que pode ajudar. E ele vai adorar, principalmente por estar indiretamente envolvido na história. - o Park mais novo sorriu sapeca. - Baek, pode buscar meu celular no quarto pra mim?

- Alguém que está envolvido? - Yoora franziu o cenho em confusão.

- Sim. Obrigado Baek. - sorriu para o amigo e desbloqueou o aparelho logo encontrando e discando para o contato que procurava. - Alô? Jongin-ah! - cumprimentou e manteve os olhos nos demais antes de por a chamada no viva voz.

- Chanyeol? Que milagre você estar me ligando. Aconteceu algo? - a voz suave e descontraída soou do outro lado.

- Na verdade aconteceu sim, e eu preciso da sua ajuda. Ainda está a procura de um escândalo para soltar no fim de ano?

- Ah cara, estou. É difícil encontrar essas coisas por aqui, todo mundo é tão certinho!

- Pois eu tenho uma coisa pra você. Uma das grandes. - começou a contar a história e as reações do amigo só lhe davam esperanças de que ele iria ajudar e tudo daria certo.

- Não esperava algo assim. Meu pai já me contou sobre as falcatruas do Park, mas nunca pude publicar nada por falta de provas. Se você diz já ter tudo pronto, me envia e eu encaminho pro chefe. Infelizmente a notícia tem que passar por uma checagem mas pode ter certeza que eu vou dar um jeito.

- Muito obrigado. Vou encaminhar tudo agora mesmo. - Chanyeol agradeceu já sorrindo para os outros.

- Não é nada. Tudo vai dar certo. Boa noite, aproveite a viagem.

- Obrigado e boa noite. - respondeu por fim e desligou suspirando. - Agora é só esperar.

- Você é demais Chany. - Baekhyun o abraçou e a irmã apenas observou a cena sorrindo orgulhosa.

Quinze dias passaram num piscar de olhos. Chanyeol odiava a ideia de ter que voltar para Seoul, mas era necessário, principalmente levando em conta a última semana de provas que teria, depois podia dar adeus a vida universitária.

Yoora não estava em casa, já era quase onze da manhã, devia estar no aeroporto até às três da tarde e ainda não tinha visto a irmã. Baekhyun continuava entretido ouvindo música alta enquanto refazia as malas, e era inevitável não observá-lo de soslaio.

Suas roupas já estavam devidamente dobradas e guardadas, então tinha todo tempo do mundo para continuar deitado ocupando metade da cama enquanto admirava o amigo cantarolando a música de um grupo coreano feita especialmente para a promoção de seu filme favorito.

- Yeol, ainda tem espaço na sua mala? - perguntou sorrindo amarelo ao apontar para os bonecos que havia comprado para si e os presentes que levaria para família.

O jogador apenas acenou com um movimento de cabeça e permaneceu encarando os movimentos feitos pelo outro ao pegar a mala grande e abri-la, organizando as bugigangas da melhor forma que conseguia.

Baekhyun estava alheio aos olhares dirigidos a si, se tivesse percebido, talvez notaria o brilho nos olhos grandes, a expressão confusa e encantada. O Park estava confuso. Depois de sua conversa com a irmã, sua mente não parou um segundo sequer. Já havia assumido para si mesmo que estava apaixonado pelo Byun, não tinha coragem para dizê-lo, mas aquela frase continuava rondando sua cabeça.

Não saberia se nunca arriscasse.

E talvez a covardia estivesse finalmente dando espaço para a coragem, no entanto, ainda não era o momento.

- Meninos? - ouviu a voz feminina chamar alto o suficiente para sobrepor o som alto que vinha do celular do outro. - Que bom que ainda estão em casa! - sorriu se aproximando da porta do quarto, a felicidade era tanta que atingia seus olhos deixando-os brilhando, ou era apenas efeito das lágrimas que já se acumulavam.

- O que aconteceu Noona? - Chanyeol perguntou se levantando já sorrindo sendo contaminado pela alegria da irmã.

- Venham até a sala quando terminarem, eu e Yuri temos algo para falar com vocês dois.

- Tudo bem, Yoo. Já estou terminando. - respondeu o Byun guardando os últimos embrulhos na mala do Park e fechando a mesma, deixando a dele e a sua lado a lado no chão.

- Ótimo, venham logo. Estou ansiosa. - riu travessa e saiu sendo seguida até a sala.

- O que é isso? Presentes de despedida? - Chanyeol perguntou já pegando uma das caixinhas que estavam em cima da mesinha.

- Não exatamente. - Yuri sorriu trocando olhares suspeitos com a esposa. - Baek, pegue a outra caixinha. Abram juntos por favor. - pediu e os dois fizeram.

- Meu deus! - os olhos grandes encontraram os da mulher sentada, as lágrimas começaram a sair ao mesmo tempo em que o sorriso se abriu ainda mais. - Me diz que não entendi errado, Yoo. Eu vou mesmo ser tio?

- Sim, mas mais que isso. - Yoora se levantou compartilhando o choro com os mais novos, já que Baekhyun se mantinha calado mas estava no mesmo estado do Park. - Olhem bem, os dois.

- Noona! - chamou o Byun com a voz partida pelos soluços de felicidade. - Isso é sério? - estendeu o papel amarelo claro antes envolto por uma fita, a tinta preta desenhava letras bonitas ao fazer um convite. Chanyeol tinha o próprio em mãos, acompanhando o amigo na euforia.

- Sei que é cedo para essas coisas, ainda temos longos oito meses pela frente, mas eu não poderia deixar essa oportunidade passar. Yuri e eu conversamos muito sobre isso nos últimos dias, vocês dois são muito especiais para nós e também serão para nossa sementinha. - Alisou a barriga ainda lisa. - Então, vocês aceitam ser os padrinhos desse bebê lindo que ainda nem nasceu?

- É claro que sim. - Baekhyun foi o primeiro a se aproximar abraçando os mais velhos e arrancando ainda mais lágrimas de todos os presentes.

- Eu aceito. - Chanyeol se abaixou ficando na altura da barriga da irmã. - Eu prometo te mimar muito, e te visitar sempre, mesmo que você ainda esteja aí dentro! - murmurou arrancando risos dos demais.

- Espero que venham mesmo, não vou poder pisar em um avião por um longo tempo.

- Nós vamos, noona. - o Park sorriu ameno se levantando. - Estou com fome. - resmungou.

- Acho que todos estamos. O que acham de almoçar fora e comemorar? - Yuri sugeriu já pegando a chave do carro quando todos concordaram e saíram.

Voltaram algumas horas depois apenas para pegarem as malas dos dois visitantes. Seguiram até o aeroporto tentando inutilmente esconder a tristeza. O relógio marcava três e vinte e quatro quando se despediram.

- Obrigada por tudo, Baek. Volte sempre que quiser, estaremos esperando por você aqui. Espero que continue me ligando ao menos uma vez na semana, não quero perder contato com você. - murmurou a mulher abraçada ao homem que não se dava o trabalho de tentar esconder as lágrimas.

- Eu vou voltar sim, e continuarei em contato, principalmente agora. - acariciou a barriga alheia por cima da roupa de frio.

- E você.. Não desapareça de novo, por favor. Sinto que terei que passar mais uma vida ao seu lado para compensar esses anos que ficamos longe. - chorou agarrada ao irmão.

- Eu não vou sumir mais, noona. Ainda teremos muito tempo juntos, todos nós. - sorriu por entre as lágrimas.

- Espero que da próxima vez que eu te ver, você já tenha feito algo quanto sua relação com o Baek, ou com aquele garoto misterioso. Se encontrá-lo, quero que me apresente, ok? - sussurrou para apenas os dois ouvirem.

- Boa viagem, foi bom ter vocês conosco. Espero que voltem em breve. - Yuri abraçou os dois de uma só vez enquanto mantinha o sorriso estampado.

- Obrigado Hyung, veremos vocês em breve. - disseram em uníssono e se despediram novamente com um aceno de mãos enquanto adentravam o aeroporto e seguiam para a área de embarque depois dos procedimentos de envio de bagagens.

O vôo foi tranquilo, parecia mais rápido no caminho de volta do que foi na ida. Seguiam despreocupados em direção ao estacionamento, onde Heesu os esperava, mas foram impedidos por uma onda de repórteres que se aglomeraram fazendo milhões de perguntas ao mesmo tempo. E ao conseguir entender uma delas, Chanyeol sorriu.

Tudo havia dado certo. 

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