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Jimin mordia seus próprios lábios enquanto segurava a alça de sua mochila, suspirando pesado em seguida por falta de paciência. Estava cansado de tudo aquilo, todos aqueles dias na mesma rotina de sempre, estava sendo tão estressante, o Park mal conseguia explicar em palavras.
Aquele dia estava sendo tão irritante, estava fora do sério um dos alfas idiotas de sua sala deu em cima do mesmo para se mostrar aos outros amigos, e o Park odiava aquele tipo de atitude, por isso, decidiu não assistir as últimas aulas do dia. Ainda bem que era uma faculdade e tinha o direito de escolher estar ou não ali, caso contrário, estaria tecnicamente matando aula.
Park estudava literatura. Livros sempre foram sua paixão e literatura a sua matéria favorita durante o ensino médio, era completamente apaixonado por obras literárias e tudo que envolvia isto, se sentia tão relaxado quando estava sozinho com uma pilha de livros, realmente não se importava se o livro era grande ou pequeno demais, ele realmente gostava de ler.
Aprendeu a gostar de livros após seus pais se separarem. Seu pai se casou com um ômega que já tinha filhotes e acabou ficando para trás, o mesmo aconteceu com sua mãe, o alfa que ela estava namorando já tinha filhos, então aconteceu o mesmo. Morava com o pai e seu padrasto, mas como não tinha atenção deles para nada, Jimin, aos 14 anos, passou a ficar até mais tarde na escola, apenas para ficar lendo na biblioteca. Ele achava mais produtivo ficar ali do que ficar o dia todo trancado no quarto, para que quando saísse fosse olhado feio por seu padrasto e os filhos deste.
Depois dos 18 anos quando completou sua maioridade, seu pai apesar de não lhe dar tanta atenção ainda era seu pai, por isso ajudou-o a pagar a sua passagem para sua faculdade em Seul após conseguir uma bolsa, então viajou para a capital e agora vivia no dormitório da faculdade, não era caro se hospedar ali e era bem aconchegante, sem contar que havia uma pequena biblioteca ao lado de sua faculdade, o que era ótimo para si pois passava tempos lá, isto fez com que virasse o lugar preferido de Park. Nas horas vagas ajudava limpando ou ficando no caixa de um café a duas quadras dali, afinal, mesmo que a bolsa cobrisse 90% das coisas da faculdade, ele não gostava da comida que davam, então preferia comprar ele mesmo na cantina do refeitório.
Jogou sua blusa no canto da biblioteca assim que chegou no lugar, era horário de aula, por isso não haviam muitas pessoas no local, e por isso aproveitou, se sentou e abriu a sua mochila, vendo alguns livros que lembrou que deveria devolver para a biblioteca. Se levantou e colocou-os em suas respectivas prateleiras grandes, antes de parar no meio de algumas estantes e pensar. Jimin gostava de ler romances, mas já havia lido quase todos os livros de romance daquela mesma prateleira e ficou pensando sobre ler algo diferente daquela vez, por isso, andou pelos corredores e encontrou a prateleira de terror, que chamou bastante sua atenção. Nunca havia lido um livro desse tema, mas parecia algo bem legal.
Se aproximou e varreu os olhos pelo lugar, procurando algo que lhe chamasse a atenção, até que avistou um livro de capa azul, ele tinha alguns símbolos escritos na cor dourada que não soube distinguir o que significavam, pegou o livro com suas duas mãos e o analisou mais de perto, não parecia um livro de terror. Será que erraram a prateleira? Ele se perguntou, fazendo um bico confuso. Olhou a frente e a capa de trás procurando algum vestígio do que aquele livro se tratava, mas não encontrou nada demais, coisa que o fez ficar ainda mais curioso sobre aquele livro misterioso.
Colocou o livro na bolsa e fechou-a antes que alguém percebesse. Não estava furtando, mas até fazer o cadastro desse livro levaria tempo e ele eatava verdadeiramente curioso sobre o que aquilo se tratava, e mais, o livro sequer tinha nome, como iria concluir o cadastro? Por isso, pensou consigo que quando voltasse ao local, devolveria aquele livro que o deixou com sensações estranhas e um pesar no coração. Não soube o porquê, mas aquele livro demonstrava uma melancolia inexplicável, e só de olhá-lo parecia sentir um peso gigante, algo como a correnteza de um rio te arrastando para longe.
Park caminhou apressadamente até o seu dormitório, subiu as escadas rapidamente até chegar ao seu andar, lhe cansava mais, mas o elevador se encontrava em manutenção, não sabia o que havia acontecido, mas ouviu falar que três estudantes ficaram por 40 minutos presos naquele lugar e um dos estudantes teve um ataque de pânico e ansiedade por ficar trancado ali. Ele tinha claustrofobia e descobriu no momento, e claro, Park não era bobo e não queria descobrir se também tinha isso, então dispensava o elevador e preferiria subir as infinitas escadas.
O Park chegou no seu mini apartamento de apenas quatro cômodos e jogou suas coisas no sofá, olhando para a mochila por um tempo. Estava mesmo curioso para ler aquilo, e então ansioso para saber o conteúdo do livro, então decidiu se banhar e se arrumar antes de tudo, portanto, correu para o banheiro tomar um banho rápido e vestir algo confortável para sentar-se na sala e ler aquele livro.
Enquanto estava no banho pensava em algumas coisas sobre seu futuro. Pensar nele, de certa forma, deixava-o apreensivo, um dia teria um Alfa? Ou até mesmo um Beta? Alguém se sentiria atraído por si e o amaria? E quanto a si mesmo, ele conseguiria finalizar sua faculdade?
O Park suspirava ao pensar nessas coisas, tinha sonhos em viver um romance dos sonhos, tal como os livros fantasiosos que lia sobre Ômegas e Alfas que se apaixonavam e viviam felizes para sempre, mas a ideia parecia distante de si quando todos os Alfas de sua faculdade mais pareciam crianças, mesmo com mais de dezoito anos nas costas.
Patéticos.
Revirava seus olhos todas as vezes que lembravam do quanto objetificavam ômegas, se sentindo triste por ter nascido assim, parecia que não servia para nada mais do que apenas um objeto sexual fértil pronto para filhotes. Sentia nojo cada vez que um alfa olhava para si, tinha medo dos alfas de sua faculdade. A forma como eles olhavam, a forma idiota de como se dirigiam para ele fazia Jimin odiar ser um ômega.
Park saiu do banheiro secando os cabelos loiros, vestia uma camiseta rosa clara, um pequeno shorts branco de dormir e meias brancas com desenhos de pequenos pêssegos até a canela. Jimin sentia-se confortável para ler agora, mas estava morto de fome, não comeu nada mais do que um salgado frio da cantina antes do almoço, e veja, já eram quera nove horas da noite, estava faminto.
Saiu do quarto pendurando a toalha na porta, arrastando seus pés preguiçosos até sua cozinha pequena, abriu o armário vendo as poucas opções que tinha ali e acabou optando por um macarrão instantâneo. Jimin estava comendo muito comidas que são preparadas rapidamente, não comia coisas saudáveis e sequer fazia exercícios, isso estava atrapalhando sua vida, sua autoestima estava consideravelmente baixa, seu sono não passava de mais de 4 ou 5 horas e andava mais sedentário que o normal, isso fazia-o mal, mas não podia fazer muito mais por si mesmo quando a faculdade cobrava muito de si. Pelo menos naquela semana estava mais livre, já que a semana da provas já havia se passado.
Fez seu macarrão instantâneo e sentou na sua bancada para comer enquanto olhava as suas redes sociais e bebia uma garrafa de água. O Park não era muito chegado a redes sociais, achava que nela estavam as pessoas mais ignorantes e pessimistas do mundo, ele achava isso um saco, mas gostava de estar em algumas só para assistir vídeos de tutoriais que, provavelmente, ele nunca iria fazer na vida, mas era divertido e dava vontade de ser criativo.
Park desceu da bancada e levou seu potinho na pia depois de comer, suspirou e se espreguissou, seguindo para seu banheiro e escovando seus dentes pela última vez no dia. E então, finalmente se sentou no sofá preguiçosamente e abriu sua mochila que ainda permanecia no mesmo lugar, tirando o livro azul dali e sentindo um arrepio passar por todo seu corpo, era como se algo chamasse Jimin para ler a obra, e aquilo deixava-o com calafrios.
Suspirou pesado e abriu o livro na primeira página, vendo uma pequena pedra rocha, a famosa Ágata, mas ainda menor do que uma comum, então ficou encarando a pedra ainda em cima da página em branco do início, até segurar entre seus dedos e aponta-la para a luz, olhando-a com atenção.
O que aquela pedra fazia ali, afinal? Jimin não sabia exatamente o porque aquilo estava naquele lugar, mas apenas colocou a pedra em cima na mesa de centro. Talvez fosse um amuleto de sorte de alguém que pegou o livro antes e esqueceu ali, era o que pensava, então preferiu deixa-lá quieta enquanto lia o livro e quando devolvesse, colocaria no mesmo lugar para caso fossem procurar pelo objeto.
Folheou mais uma página até encontrar, finalmente, o início do livro, ficando animado para ler o livro inteiro, ele aparentava ser grande, então, deixou tudo de lado para se dedicar a leitura do grande livro.
[...]
“Era uma vez, em um castelo distante de toda a população de Golden Forest, pode-se ouvir o alto choro de uma criança, logo à frente do grande palácio. A criança fôra deixada para trás e os pais teriam fugido, deixando aquele pequeno bebê sozinho em frente aos grandes portões daquele castelo. O rei Alfa não tinha nenhuma companhia ao seu lado, então adotou a criança como um filho e ele se tornou o pequeno Jeon Jungkook.
O seu povo adorava o Rei, e consequentemente seu, agora, filho e herdeiro. Ele amava quando o rei levava seu filho para que a sociedade visse o rosto inocente e doce daquela pequena criança. Não sabiam se era um ômega, um beta ou um alfa, mas o amavam de qualquer forma por ser filho do rei
Jeon Jungkook cresceu e até sua adolescência não sabia o que realmente era, e então, ao seu primeiro hut aos 17 anos de idade, finalmente teve a sua comprovação. Era um Lúpus, um Alfa Lúpus.
Lúpus eram uma espécie extinta, não se viam Lúpus desde a guerra de terras de Golden Forest, por esse motivo, o rei ficou chocado com a notícia de que seu filho, era nada mais, do que uma raridade perigosa para seu reino, já que a raça era totalmente superior, agressiva e havia sido a raça em que teria exterminado grande parte de seu povo durante o período de Guerra. Estava perdido, não sabia o que fazer, ele não podia abandonar o garoto pois o amava, e não queria expor seu filho à risca de ser morto, portanto, naquele dia mentiu para seu povo pela primeira vez, dizendo que durante o hut de Jeon, havia descoberto que ele era um Alfa saudável e forte.
Mas, a felicidade do reino e aquela euforia toda não durou por muito tempo, um traidor ficou sabendo de toda aquela farsa por documentos que cairam em suas mãos e contou para todo o reino, fazendo-os ficarem contra o próprio Rei. Passaram-se anos e o Alfa morreu, deixando seu trono e toda sua fortuna para seu Jeon, que cresceu rodeado de solidão e desconforto.
Os boatos no reino eram os piores, eram carregados de ódio, boatos que diziam que Jungkook havia matado seu próprio pai, que ele era uma pessoa fria, doente, e que acabaria matando seu próprio povo por ser um Lúpus. Mas, ninguém realmente sabe ao menos como seria a aparência do rei, pois ele se proibe de aparecer em qualquer lugar desde os seus 17 anos.”
[...]
Jimin estava em choque, a história era realmente interessante, e havia ficado curioso para o segundo capitulo daquele livro. Afinal, tudo estava meio confuso para si, qual era o problema de Jungkook ser um Lúpus? Ele cresceu ao redor de todos ali, todos viram o crescimento dele e ele não demonstrava ser uma ameaça a ninguém. Ele não entendia, mas tentava imaginar a tristeza daquele pobre Rei, que por ser diferente tem que viver isolado. Parecia algo tão triste, não conseguia pensar bem quanto a isso, sentia uma sensação de angústia. A ideia e ficar em um castelo trancado a sete chaves lhe dava arrepios.
Como aquele rei conseguia?
Mesmo que era óbvio que tudo aquilo era uma mera ficção baseado em uma lenda, já que, Alfas Lúpus realmente não eram comuns nos dias de hoje, pelo menos Jimin nunca viu um, então as pessoas que diziam sobre eles, contavam sobre uma lenda em que eles podiam se transformar totalmente em um lobo grande de pelos pretos e olhos vermelhos, completamente assustador, se existia de verdade Park realmente não queria saber. E mesmo que tudo não passasse de uma ficção de livros, Park podia tomar facilmente as dores de personagens fictícios, e a de Jeon Jungkook não foi diferente.
A sua própria alcateia foi tão fria com ele...
Isso o fazia pensar sobre o amor falso que existia na sociedade atual também, tudo era imposto de uma forma rígida, os ômegas sempre foram mais submissos e os alfas os líderes dominadores, e era quase anormal você ser um beta, e isso era patético para Jimin, qual o problema de ser diferente? Por que rotulavam absolutamente tudo? Isso era tão cansativo para si.
O Park foleou mais uma página, mas ela estava completamente vazia, esperava pelo segundo capítulo do livro, mas não viu nada ali, então ficou mais angustiado ainda e começou a folear outras e outras páginas em sequência, mas não entendia e não conseguia chegar ao motivo pelo qual estavam sem absolutamente nada.
Suspirou por longos minutos e fechou o livro, encarando a sua capa vazia por alguns minutos. Talvez estivesse sonolento demais para continuar lendo e sua mente estava criando coisas imaginárias só para avisá-lo que ele deveria dormir pois estava tarde. Então, aceitando aquele próprio pensamento, deixou o livro fechado ao lado da pedra roxa, se levantando e se espreguiçando, antes de calçar suas pantufas fofas.
Amanhã, assim que acordasse, já que era sábado, continuava investigando o livro, agora só queria deitar na sua cama e dormir.
Se abaixou, desistindo da ideia de deixar o livro ali e pegou sua mochila também, caminhando preguiçosamente pelo pequeno corredor até entrar no quarto e fechar a porta, colocando o livro e a pedra em cima da sua escrivaninha e jogar sua mochila ao lado da mesa.
Se jogou na cama e puxou as cobertas, se aninhando de baixo da mesma e pegando no sono em poucos minutos e acordou em algum sonho estranho, onde segurava aquela mesma pedra do livro. O que aquilo significava afinal? Mas sentia como se sua cabeça girasse muito enquanto ele corria em meio a escuridão com aquela pequena pedra em mãos, sentia como se estava sendo sugado e não verdadeiramente correndo, e então olhou para baixo e viu a pedra roxa brilhar com uma cor fraca, até ir ficando branca e cada vez mais forte, apagando toda a vista de Jimin logo depois.
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Oi oi oi, tudo bem? Gostaram do prólogo? Ele não teve muitas informações, mas, bem, essa pedra aí tem alguma coisa, não acham? hehe
Enfim, algumas pessoas sabem o que aconteceu já, mas se você for lerdo que nem eu, não esquenta, no próximo capítulo vai estar mais detalhadinho, certo? Quem gostou bate palma, quem não gostou paciência
A
té o próximo capítulo pessoas lindas do meu coração, se tiver algum erro por favor me avisem e deixem o voto ai pra me ajudar, belê, beijos na bunda.