Código Binário | Vhope

By runbad

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Kim Taehyung é um androide norte-coreano construído para destruir inimigos capitalistas. Com uma inteligência... More

🤖Avisos + Cast🤖
Epígrafe
Prólogo
Prologo 2.0
Capítulo 1 - Hoseok
Capítulo 2 - Taehyung
Capítulo 3 - Hoseok
Capítulo 4 - Taehyung
Capítulo 6 - Taehyung
Capítulo 7 - Hoseok
Capítulo 8 - Hoseok & Taehyung
Capítulo 9 - Taehyung
Capítulo 10 - Hoseok
Capítulo 11 - Taehyung
Capítulo 12 - Hoseok
Capítulo 13 - Jimin
Capítulo 14 - Taehyung
Capítulo 15 - Hoseok
Capítulo 16 - NTJ
Capítulo 17 - Taehyung
• Aviso •
Capítulo 18 - Hoseok
Capítulo 19 - Taehyung
Capítulo 20 - Hoseok
Capítulo 21 - Taehyung
Capítulo 22 - Namjoon
Capítulo 23 - Taehyung
Capítulo 24 - Hoseok
Capítulo 25 - Taehyung
Capítulo 26 - Hoseok
Capítulo 27 - Jungkook
Capítulo 28 - Taehyung
Capítulo 29 - Hoseok
Capítulo 30 - Taehyung & Hoseok
Capítulo 31 - Taehyung
Capítulo 32 - Hoseok
Capítulo 33 - Minhyuk
Capítulo 34 - Hoseok
Uma explicação
Capítulo 35 - Taehyung
Capítulo 36 - Taehyung e Hoseok

Capítulo 5 - Hoseok

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By runbad

#CodigoBinarioVhope

Hoseok não mentiu quando disse que iria para a casa de Namjoon após a escola, e Namjoon também não mentiu quando disse que ele poderia ir para a casa dos Kim quando quisesse, porque era praticamente da família. A questão era que: Jung não avisou seus pais, e também não pretendia. Ele queria ter aquele momento longe da família, por pelo menos uma noite.

Hoseok caminhava silenciosamente pelas ruas de Seul quando se dirigia à casa dos Kim. Seu corpo inteiro se mantinha encolhido dentro das roupas quentes, seus olhos vagavam para os lados quando ouvia o som de veículos e o adolescente suspirou aliviado ao notar estar no bairro que tanto conhecia, ajeitando a postura enquanto ia até a porta, dando duas rápidas batidas, como era de seu feitio desde criança. Ele ainda usava o uniforme, embora o casaco de inverno estivesse posto sobre o seu blaser e o cachecol amarrado desleixadamente escorregasse por seu pescoço. O céu já não estava mais claro, e a noite começava a chegar, constrastando com a casa pintada de amarelo mostarda, dando-lhe um aspecto sombrio que não combinava com seus donos.

— Oi. Entre, está frio — Namjoon apareceu na porta, ainda usando o uniforme da Palan Haneul que se tratava de uma camisa polo azul pastel por baixo do sobretudo aberto.

— Oi, Nam. Obrigado — o adolescente sorriu, retirando os sapatos sujos na porta junto com o casaco, pendurando no armário de madeira. — Como foi seu dia?

— De boa — ele deu de ombros, indo até a cozinha. Hoseok o seguiu. — Está com fome? Estou fazendo lámen.

— Eu aceito. Acho que vai ajudar com o frio — Namjoon assentiu, abrindo dois pacotes do macarrão antes de jogar na água quente. Hoseok notou o ambiente silencioso demais. — Cadê a Nayeon?

— Na casa de uma amiga. Disse que não vai voltar hoje — o mais novo por alguns meses revirou os olhos, fazendo Hoseok rir. Era engraçada a maneira que Namjoon ficava quando a irmã caçula saía, embora fizesse o mesmo.

— É por isso que você tá tão calado? Tá com ciúme da sua saeng? — ele brincou, mas Namjoon não sorriu. Hoseok se preocupou, seu melhor amigo nunca ficava daquela forma. — Nam? Está tudo bem?

— Nós... — ele hesitou, e Hoseok notou aquilo. — Não temos mais dinheiro para pagar o tratamento da halmeoni — ele sussurrou, enquanto sua voz se tornava rouca. Hoseok suspirou, entendendo o que estava acontecendo. — É provável que ela tenha que vir para cá, mas não teria ninguém para cuidar dela... E você sabe como o Alzheimer deteriora o cérebro dela e... Ela não pode ficar sozinha, ela é como um bebê.

— Eu sinto muito, Nam. Eu sinto muito mesmo — e realmente entendia. Hoseok era acostumado com a morte, em seu estado mais cru.

— Minha mãe está tentando conseguir um segundo emprego para pagar as dívidas — ele riu, embora Hoseok conseguisse ver a lágrima escorrendo por sua bochecha cor caramelo. — Mas você sabe como funciona, Hobi. Ela mal tem tempo para nós, imagina se arrumar outro serviço? Na-Nayeon precisa dessa figura materna, ela só tem quinze anos! Eu sei que ela me ama, mas não é igual... — o roxeado fungou, esfregando a palma da mão nos olhos enquanto mexia o lámen com o hashi de madeira. — Você sabe que não é.

— Eu sei, eu sei — o moreno assentiu. — Mas seria provisório, hm? Seria até ela conseguir quitar as dívidas que seu harabeoji deixou... Não seria para sempre — Hoseok sorriu. — E Nay é uma menina tão, tão doce... Ela entende as coisas, Namjoon. Ela não é burra, então não a trate como tal. Não a trate como se ela não tivesse opinião própria, porque ela tem.

— Eu sei. É claro que eu sei disso.... — seus lábios se apertaram um no outro, e ao confirmar que o macarrão estava pronto, Namjoon desligou o fogo, se virando para o melhor amigo, aquele que o entendia como ninguém e que também lhe entendia. Era tão sortudo por ter Jung Hoseok em sua vida, e às vezes não dava o valor necessário. — Obrigado.

— Obrigado pelo que, seu idiota? — o moreno franziu o cenho, confuso.

— Por existir. Obrigado por existir, Hobi.

]~[

Após o fim da conversa, os dois melhores amigos serviram suas refeições nos bowl's e foram para a sala, enquanto Hoseok mastigava o macarrão industrial que segurava com a ajuda do jeotgarak. Eles se sentaram nas almofadas jogadas no chão, suas pernas se cruzaram e ele continuavam a comer enquanto encaravam a televisão desligada, embora nenhum desse sinal de que iria ligá-la. Namjoon continuava calado, como era de praxe, observando o melhor amigo que se mantinha silencioso, algo que também era costumeiro; os cabelos negros bagunçados provavelmente por causa do vento frio de Seul, o uniforme padrão do colégio que ele sabia que o melhor amigo odiava, e as meias: pretas com maçãs desenhadas.

— Se você não estudasse na Huimang — Hoseok o olhou, deixando o jeotgarak parado no ar —, que cor de cabelo pintaria?

— Eu não sei — sussurrou, abaixando o olhar para o bowl branco. — Acho que vermelho? É uma cor bonita.

— Concordo — Namjoon sorriu. — Combina contigo.

Mas Hoseok não ouviu, porquê sua mente viajou para o novato da sua turma, se lembrando da maneira que ele nunca sorria ou demonstrava emoções, como se tivesse qualquer controle delas. Taehyung era uma espécime rara naquela escola, onde todos pareciam viver em extremos sentimentais. Principalmente ele.

Então ele imaginou o Kim com cabelo colorido. Qual cor combinaria mais? Provavelmente verde, ele irradiava verde, mesmo que fosse um tom sombrio, quase morto. Hoseok sentiu que Taehyung provavelmente se via daquela forma, porquê era impossível um ser humano não demonstrar uma única vez o que sentia, era impossível guardar tudo para si... Todo mundo explodia em algum momento, era o que pensava.

— Você está bem? — Namjoon questionou, preocupado. Hoseok o olhou. — Ficou avoado de repente.

— Sim. Desculpe — murmurou, comendo ainda mais macarrão de uma única vez. — Só estava pensando, bem... em tudo. Eu estava pensando... nas coisas lá em casa... no Jin. Na escola, principalmente.

— Você não consegue perdoar ele, né? — Hoseok negou, sentindo-se envergonhado ao lembrar do irmão mais velho. — Tudo bem, vá no seu tempo.

— Me sinto traído; eu olho para SeokJin e... me vejo como a maior piada humana do mundo.

— E você tem total direito de se sentir assim, ele te machucou muito. Não se cobre coisas que você não tem controle sobre.

— Obrigado — Hoseok sorriu.

— Obrigado pelo o que, seu idiota?

— Eu não sei, só... obrigado.

]~[

Era quase meia noite quando Namjoon conseguiu dormir, e Hoseok ainda encarava o teto da sala, tendo seu chão coberto por vários edredões e travesseiros que serviam para aquecê-los. Bom, funcionava, porque o Kim parecia estar em seu décimo quinto sono, encolhido dentro de um cobertor com estampa militar enquanto parecia encolhido em um casulo, embora um sorriso descansasse em seus lábios cheios. Hoseok sorriu, porque o melhor amigo era fofo demais dormindo.

— Eu sinto falta dela, Nam — Hoseok murmurou, começando a observar o lustre do teto. — Eu não lembro seu rosto, mas eu sinto... Eu sinto tanto, mas tanto... — ele moveu a cabeça para o lado, encarando o cabelo púrpura que escapava do montinho. — Você tem muita sorte, Nam... Você tem tanta sorte por ter Nayeon, a tia, sua hal...

Batidas frenéticas na porta quebraram sua linha de raciocínio, fazendo Hoseok sobressaltar, engasgando um grito. Que merda era aquela? Demônios só apareciam três da manhã, e nem era uma hora ainda...

Mais batidas.

Hoseok cobriu a cabeça com a coberta que ia até sua cintura, se deitando em posição fetal enquanto tentava lembrar as orações que sua colega, Jennie, sempre fazia antes de uma prova importante.

— Hoseok, eu sei que você está aí! — o tom estressado de Kim SeokJin o fez revirar os olhos, retirando o cobertor de cima de si. Era só o idiota do seu irmão. — Abra essa porta!

Hoseok o ignorou.

— Hoseok! — ele sibilou, batendo com ainda mais força. —  Abra essa porta ou eu chamarei a polícia. Você sabe que tenho coragem para isso. Abra!

— Cu. Buceta. Inferno! — ele se ergueu, jogando a coberta para o lado enquanto ia até a entrada, batendo os pés com força. — Eu vou dar uns tapas tão fortes nesse garoto, parece que ele não hesita em me perseguir até o quinto dos infer... — a porta se abriu, e Hoseok fez a expressão mais raivosa que conseguia. — Quê que você está fazendo aqui?

— O que eu estou fazendo aqui? — Jin riu sem humor, empurrando o irmão para o lado antes de entrar na casa. — Eu vim te buscar, seu idiota! Nossos pais estão preocupados, o que mais você acha? Você acha que é só sumir assim que está tudo bem? Que nada vai acontecer? Você é de menor! Eomma está pensando em ligar para a polícia!

Hoseok olhou para o relógio de parede no fim do corredor

Meia noite e cinquenta e um.

— Quando? — Hoseok o cortou, voltando a olhar para o irmão.

— Quando o quê, seu maluco surtado? — SeokJin cruzou os braços, mudando o peso de seu corpo de uma perna para a outra.

— Quando vocês notaram que eu não estava em casa? Que eu não estava na mesa de jantar fingindo sermos uma família feliz? — seus olhos crisparam e Jung mordeu o interior da bochecha, fingindo não se afetar por aquilo. — Quando, Jin? Foi agora? Porque é quase uma da manhã e minha aula acabou as cinco. Então me diga... quando?

— Isso não importa agora — desconversou.

Importa, sim! — sua voz ficou decibéis mais alto, fazendo SeokJin pular, assustado. Hoseok nunca gritava. — Importa porque você está invadindo a minha privacidade, está invadindo a casa do meu melhor amigo e agindo como se tivesse moral para fazer isso, sendo que é um dos responsáveis por eu odiar estar aqui. Importa para mim, SeokJin, então me diga... quando vocês notaram?

SeokJin olhou ao redor, tentando encontrar uma rota de fuga. Seus olhos pararam em uma das maiores fotografias no centro do corredor, onde cinco pessoas posavam juntas; SeokJin reconheceu  o homem mais velho da imagem, porque tinha ido em seu enterro quatro anos antes, junto de sua "família". Era o pai de Namjoon, o melhor amigo de seu irmão, que ele não lembrava o nome, mas o rosto ferido por um acidente de moto ficaria marcado na sua mente para sempre.

O som dos soluços de seu irmão fez SeokJin despertar de suas lembranças, voltando a olhá-lo.

— Faz uma hora que notamos — ele sussurrou, passando a cabeça em movimento de negação —, porque não estava tendo nenhuma briga.

— Que ótimo — Hoseok riu nasal, sem humor. — Por que está aqui, então?

— Eu vim de buscar. Abeoji pediu.

— Ele não vai a lugar algum — Namjoon finalmente apareceu, dando todos os indícios de alguém que estava dormindo até pouco tempo: os olhos inchados, a marca da estampa do travesseiro visível na bochecha e os cabelos, despenteados e jogados para todos os lados possíveis. Mas ainda assim, ele parecia aterrorizante pela forma que encarava o irmão do melhor amigo – e também sua ex paixão. — É uma da manhã, Hoseok não vai sair daqui. Ele pode até ser seu irmão caçula e você ser oito anos mais velho, mas ele ainda tem opinião própria; e se ele quer ficar, ele vai ficar. Não vou permitir que o proíba disso.

SeokJin abriu a boca para retrucar, mas visualizar a maneira que o irmão chorava, enquanto escondia o rosto com as próprias mãos, o impedia de dizer qualquer coisa. Não tinha condições para discutir com o Kim mais novo, não tinha condições para nada naquele momento... Só queria sua cama, droga.

— Eu te vejo amanhã, Hobi — respondeu, antes de dar às costas para os dois adolescentes e sair da casa, fechando a porta atrás de si.

— Vem cá — Namjoon o chamou, recebendo o melhor amigo quando este o abraçou com força, escondendo o rosto no ombro do mais alto. O roxeado não hesitou em acariciar os cabelos escuros, tentando acalmar o mais velho. — Vai ficar tudo bem, eu prometo.



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