Código Binário | Vhope

By runbad

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Kim Taehyung é um androide norte-coreano construído para destruir inimigos capitalistas. Com uma inteligência... More

🤖Avisos + Cast🤖
Epígrafe
Prólogo
Prologo 2.0
Capítulo 1 - Hoseok
Capítulo 2 - Taehyung
Capítulo 4 - Taehyung
Capítulo 5 - Hoseok
Capítulo 6 - Taehyung
Capítulo 7 - Hoseok
Capítulo 8 - Hoseok & Taehyung
Capítulo 9 - Taehyung
Capítulo 10 - Hoseok
Capítulo 11 - Taehyung
Capítulo 12 - Hoseok
Capítulo 13 - Jimin
Capítulo 14 - Taehyung
Capítulo 15 - Hoseok
Capítulo 16 - NTJ
Capítulo 17 - Taehyung
• Aviso •
Capítulo 18 - Hoseok
Capítulo 19 - Taehyung
Capítulo 20 - Hoseok
Capítulo 21 - Taehyung
Capítulo 22 - Namjoon
Capítulo 23 - Taehyung
Capítulo 24 - Hoseok
Capítulo 25 - Taehyung
Capítulo 26 - Hoseok
Capítulo 27 - Jungkook
Capítulo 28 - Taehyung
Capítulo 29 - Hoseok
Capítulo 30 - Taehyung & Hoseok
Capítulo 31 - Taehyung
Capítulo 32 - Hoseok
Capítulo 33 - Minhyuk
Capítulo 34 - Hoseok
Uma explicação
Capítulo 35 - Taehyung
Capítulo 36 - Taehyung e Hoseok

Capítulo 3 - Hoseok

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By runbad

#CodigoBinarioVhope

A música salva é a tema do Hobi. Espero que ouçam.

***

Quando a última aula chegou ao fim e Hoseok estava oficialmente livre do inferno chamado escola, a primeira coisa que ele fez foi descer as escadarias com pressa, sem se importar com quem estivesse em seu caminho, e ir até sua bicicleta, estacionada na área mais distante do estacionamento, onde não correria o risco de ser violentada. Ao chegar, seu primeiro passo foi notar se estava tudo em ordem, antes de montar e pedalá-la para fora do campus.

Quando mais rápido saísse dos limites da Huimang, menor seria o peso em seus ombros, e com mais facilidade ele conseguiria respirar, sem aquela sensação de sufocamento que os professores e alunos causavam em si.

O céu estava mais escuro do que de manhã, foi algo que Jung também reparou; as nuvens estavam mais grossas e o som de raios eram audíveis de longe, fazendo seu corpo inteiro arrepiar. Desde criança Hoseok era um hater fiel de chuva. Tinha dificuldade para aceitá-la desde que descobrira que sua tia falecera em um acidente de avião, durante uma tempestade que ninguém queria cancelar o voo. Aquilo ficou enraizado no adolescente, que simplesmente não entendia o que de bom uma tempestade podia causar.

Nada bom vinha com chuva, era algo que acreditava fielmente, então por isso suas pedaladas se tornaram mais apressadas a medida que as gotas caíam sobre seu corpo, sem se importar com o alvo. Doía, muito. Doía como facas entrando em sua pele, e o rasgando por completo.

— Hobi? O que faz aqui? — Namjoon questionou quando o adolescente jogou a bicicleta na grama da entrada do asilo e foi até o melhor amigo, que o observava da área coberta. O Kim parecia relativamente confuso, principalmente porquê Hoseok só ia ali nos fins de semana. — Você está todo molhado.

— Obrigado por dizer o óbvio, Nam — ele sorriu irônico ao cruzar os braços na altura do peito. A camisa branca se tornava transparente e grudava em sua pele, deixando-a gosmenta. — Preciso da sua ajuda.

— Diga — o adolescente de cabelos roxo ficou mais confuso ainda. Hoseok não era do tipo que pedia ajuda, mas sim resolvia tudo por conta própria; talvez fosse sua criação, que tinha sido péssima, ou era algo próprio da sua personalidade tão... resmungona e rancorosa. — Vou te ajudar com o que eu puder, Hobi.

— Posso ir para sua casa amanhã após a aula? — ele jogou o cabelo preto para longe da testa, que o incomodava. — Sei que o asilo não receberá visitas e... Não sei, se você tiver ocupado eu posso arrumar outro lugar, mas... Eu não quero incomodar, ok? Você sabe que eu nunca te peço isso, então...

— Pare de falar um pouco — o cortou. Hoseok abaixou-se cabeça, encarando a calça creme grudada no seu corpo junto dos sapatos úmidos. Ele conseguia sentir a água nas suas meias. — O que aconteceu?

— Nada — murmurou, juntando seus lábios num bico mal humorado. Namjoon olhou ao redor, vendo se tinha alguém por perto antes de se aproximar e segurar o queixo de Hoseok com força, obrigando-o a olhá-lo. Os olhos escuros estavam marejados, e o Kim odiou quem quer que tivesse causado aquilo. — Namjoon...

— O que aconteceu? Quem fez isso contigo? — o menino franziu o cenho, olhando cada traço do Jung à procura de algum ferimento.

— Todo mundo — ele sorriu, com escárnio, não evitando que a lágrima escorresse por sua bochecha direita misturada com a água da chuva. — Acho que eu não nasci para ser amado, Nam. E a única pessoa que me amou, bom... ela morreu.

— Isso não é verdade — o de cabelos roxos negou. — Você sabe que não é, Hobi. Você é tão, mas tão amado... só não consegue enxergar isso, porquê está preso no oposto. Você acha que todos te odeiam porquê é o que quer enxergar.

— Eu me sinto uma barata, Namjoon. Uma barata pequena, insignificante, entre seres gigantes, com pés gigantes, que a qualquer momento podem me esmagar — Namjoon assentiu, sabendo o porquê do melhor amigo sentir aquilo. — As vezes me perguntava o porquê daquela mulher sugerir que eu fosse para uma escola particular, mas agora... agora eu entendo, Nam — o moreno esfregou as costas da mão na bochecha, limpando as lágrimas que escorriam até seu lábio e lhe davam um gosto salgado na boca. — Eles são ricos, vivem no luxo... Eles não precisam pedalar de bicicleta para ir para a escola, porquê eles tem um motorista particular que os levarão para onde quiserem.

— Hobi, eu não sei...

— Eu sou invisível, até que eu faça alguma merda que vire entretenimento para eles — o garoto riu, se lembrando da pseudo briga com Park Jimin. — Eu estou tão cansado de viver nas sombras, mas... Eu não quero ficar nos holofotes, tampouco. Eu só quero ser alguém, para alguém. Eu preciso sentir que estou vivo, porquê parece que vivo em uma rotina que me sufoca vinte e três horas por dia, Namjoon.

— Vai ficar tudo bem, ok? — ele segurou os ombros do garoto alguns meses mais velho, que o encarou desolado. — Sei que todo mundo odeia ouvir isso, mas... Realmente vai, Hobi. O ensino médio não é eterno, ano que vem é seu último ano e então você estará livre, para ficar com quem quiser e "fazer o que der na telha". Não importa, hm? Você só... precisa aguentar mais um pouco. Só mais um pouquinho, tá bom?

— Só mais um pouco... — sussurrou, pensando no que o amigo disse. Ele podia aguentar, né? Ele... ele suportaria.

— Só mais um pouco — ele concordou — Vá para casa agora e tome um banho quente, antes que fique gripado. E sim, você pode ir lá em casa amanhã; você já é da família, não precisa pedir.

— Obrigado, Nam — ele o abraçou apertado sem se importar com a água que molhava o amigo. — Eu sei que nunca digo isso, mas eu te amo. Muito.

— Eu também te amo, seu idiota — riu. — Agora vá. Anda. E me avisa quando chegar em casa.

— Sim, senhor — bateu continência antes de descer as escadas rapidamente e ir até a bicicleta.

Namjoon acenou antes que ele sumisse, soltando um longo suspiro ao confirmar que ele já tinha partido. Namjoon tinha muito medo do que Hoseok poderia fazer; não era uma pessoa dentro das suas faculdades mentais, portanto, impreciso.

]~[

Quando Hoseok entrou na residência, sem se importar em molhar o chão com as pegadas lamacentas, a primeira coisa que fez foi correr para o banheiro, onde tomou o melhor banho da sua vida embaixo da água que criava uma grande quantidade de vapor no cômodo pequeno.

As vozes de seus pais discutindo já não era mais do que parte do cotidiano. Desde que ele tinha doze anos, as brigas eram frequentes; às vezes seu pai saía de casa até que os ânimos se acalmassem, às vezes sua mãe (porquê a casa fora comprada em conjunto), e às vezes – isso quando mais novo – Jin vinha até seu quarto, onde o abraçava até que adormecesse sem que os gritos ficassem fixos em sua mente.

Na maioria das vezes, as brigas aconteciam por sua causa. As brigas aconteciam porquê ele existia, ele respirava e ele vivia sob o mesmo teto que todos. Tanto faz, pensou. Eu não me importo, era o que tentava fixar na sua mente adolescente, para que conseguisse se sentir pelo menos dez por cento melhor.

— Grande merda — o chuveiro foi desligado, Hoseok esfregou a toalha por todo seu corpo e saiu do box, indo até a roupa apoiada na pia de cerâmica. — Foda-se — resmungou já vestido, saindo do cômodo enquanto esfregava a toalha nos cabelos que era obrigado a manter naquela cor. Ele entrou em seu próprio quarto, jogando a toalha na cadeira que colocara ali justamente para aquilo. Seu quarto era um tanto bagunçado, reparou.

O chão de madeira era coberto por um longo tapete preto, que ele não sabia para o que servia, só estava ali; sua cama, apoiada na lateral do cômodo, estava recheada de peças limpas que ele costumava testar para ver o que servia o que ia para doação, além da coberta jogada sobre o piso, porquê ele tinha o costume de se mexer enquanto dormia. Sua estante também estava desorganizada; Hoseok tinha o costume de procurar leituras em noites de insônia e acabava guardando jeito, o que fazia seus funkos* desabassem, criando uma pilha de bonecos caídos no chão.

Tanto faz.

O adolescente se jogou na cama, abraçando o próprio corpo enquanto encarava a janela ao lado dela, notando a chuva que ainda estava ali e provavelmente continuaria por muito mais tempo. Hoseok fechou os olhos com força, ignorando os raios e a tempestade que aumentavam o som, fazendo seu corpo se arrepiar. Ele, definitivamente, odiava chuva. Não fazia ideia de como havia conseguido aquele surto de coragem para ir até o asilo da avó do Namjoon falar com o melhor amigo, ele só... tinha ido. Como um instinto.

— Abeoji está fazendo o jantar — o tom angelical de Jin invadiu o quarto minutos depois, mas Hoseok não o olhou. — Eomma está brava, porquê você não limpou o piso que molhou.

— Eu esqueci — sua voz saiu abafada pelo travesseiro onde apertava seu rosto. — Cheguei, e só queria tomar banho logo.

— Foi o que eu pensei — o mais velho assentiu, ocupando um espaço na camada desarrumada. Ele tentava não olhar para a bagunça no piso, seu TOC o faria querer limpar tudo e ele sabia que Hoseok ficaria bravo por acabar invadindo sua privacidade. — E foi o que eu falei para ela. Acho que ela não brigará contigo.

— Que bom, né — ele murmurou, se encolhendo ainda mais na cama para não tocar no irmão. Não queria aproximação; nem sabia porquê Jin estava ali.

— Hobi, eu sei que você me odeia, mas... — ele parou, não sabendo o que dizer. — Eu vou me mudar em breve — Hoseok se virou abruptamente, encarando o primogênito. — Os nossos pais estão difíceis de lidar e já tenho planejado a um tempo me mudar para a casa do JinYoung, e...

— Vá com Deus — sibilou, friamente. SeokJin lhe encarou por um segundo antes de assentir, sabendo que não conseguiria fazer as pazes com o irmão. Hoseok sabia ser bem, mas bem, rancoroso quando queria.

— Eu te amo, sim? — ele se ergueu, ajeitando a calça de moletom cinza que usava. — Você pode não acreditar em mim, Hobi-ssi... mas eu te amo, muito. No fim das contas, você ainda é meu irmão. E nada mudará isso.

Ele não esperou uma resposta. SeokJin simplesmente caminhou até a porta e a abriu antes de sair do cômodo, que voltara a se afundar em escuridão após um mínimo de luz que era refletido do Kim.

O desconforto que sentia antes aumentou ainda mais, e enquanto apertava as unhas com força na pele da sua coxa, Hoseok chorou, tentando encontrar formas que drenar o que sentia, tentando tirar aquela dor que insistia em se alastrar em seu coração.

]~[

Mas é claro que Hoseok acordou gripado no dia seguinte, e é claro que ele precisou ouvir um sermão da senhora Kim, dizendo que ele não deveria ter deixado o chão molhado, da maneira que deixou. Com a cabeça doendo e o nariz congestionado porquê dormira com o cabelo molhado, Hoseok não respondeu, aceitando seu castigo enquanto comia o arroz quentinho e a sopa de brotos, que seu insistira em fazer para que ajudasse ao menos na sua dor de cabeça. Ela tinha, para Hoseok, um efeito anestesiante, então não rejeitou o peixe grelhado e o kimchi, que pareciam preencher um vazio dentro de si causado pelo choro.

Falando em choro; seus olhos estavam ardendo e avermelhados, além de pesados. Seus lábios estavam ressecados pelo frio e ele precisou passar camadas firmes de lip balm antes de vestir um casaco pesado por cima do uniforme escolar e a mochila, que parecia mais pesada que o normal.

— Aqui — seu pai se aproximou, estendendo o cartão do metrô. — Você sabe como funciona, não? — Hoseok assentiu, guardando-o no bolso do casaco com zíper. Ele parecia abatido, mais do que o normal. — Eu vi no site e seu metrô sai às sete e quinze, é cinco minutos até a estação próxima à Huimang. Se cuida, sim?

— Sim, appa — murmurou, encarando seus sapatos sociais reserva. — Te vejo no jantar.

— Hobi — ele segurou o rosto do filho, obrigando-o a olhá-lo da mesma forma que Namjoon fazia. — Eu te amo, ok? Nunca pense o oposto.

— Sim, appa — sua voz saiu como um sussurro. Kim Jaesang não lutou contra quando o adolescente se afastou, vestindo as luvas de couro antes de abrir a porta de entrada e sair, em direção à estação.

— Querido? — Sana saiu da cozinha secando as mãos em uma longa toalha, prendendo seus olhos no marido. Ele respirou fundo, tentando tirar um peso de seus ombros. — Está tudo bem?

— Eu não sei — admitiu, sem saber o que pensar da maneira que o filho caçula agia. — Eu não sei...

]~[

A estação de metrô de Seul era relativamente simples: você entrava, marcava seu cartão na catraca e guardava o bilhete, porquê assim você conseguiria voltar para seu ponto anterior sem precisar pagar por uma nova passagem. Após isso, você simplesmente esperaria o seu metrô pelo tempo marcado ou na internet ou no grande banner ao lado dos bancos de espera, o que Hoseok fez por dois minutos até que sua linha se aproximasse.

Sentado em um canto mais afastado e em completo silêncio – por questões de respeito e regras de conduta –, a viagem inteira até o seu "ponto" foi repleta de músicas curtas tocadas em instrumentos acústicos e mensagens de texto trocadas com Namjoon, que estava enfurecido após Hoseok se esquecer de avisar quando chegou em casa, fazendo-o criar paranóias à respeito de seu destino provavelmente insalubre. Foi preciso quatro minutos de explicação para que seu melhor amigo entendesse o que aconteceu, e então se iniciou a parte que Jung mais odiava: os conselhos quando não eram pedidos.

Acho que você precisa ter uma conversa séria com seu irmão — foi a primeira coisa que ele dissera quando Hoseok atendeu sua ligação ao chegar na sua estação, e portanto já não era mais necessário se manter em silêncio.

— Você só diz isso porquê é apaixonadinho por ele desde a infância — ele resmungou com a voz rouca, tossindo por baixo da máscara que o impedia de espalhar a sua gripe por aí. — Sua palavra não conta.

Não sou do tipo que deixo me levar por meus sentimentos. E eu não gosto mais do SeokJin, pare de espalhar isso como uma verdade.

— Eu não preciso espalhar, Namjoon... — ele subiu as escadarias que levavam ao centro daquela região. Hoseok olhou para os dois lados até se lembrar qual era o trajeto. — Você simplesmente não esconde.

Seu irmão tem vinte e quatro anos, Hobi... eu recém fiz dezessete. É errado em níveis absurdos, então... por favor, pare de repetir isso — o tom desanimado do melhor amigo fez Hobi se xingar automaticamente.

— Me perdoa, Nam... — murmurou, fazendo uma careta ao avistar o campus do Huimang. — Não queria chateá-lo.

Tudo bem.

— E se te consola, eu acho que você merece mais do que meu irmão poderia oferecer... Ele é um babaca — sorriu.

Namjoon riu.

— Nam? — ele murmurou um "hm?" — Preciso desligar. Eu cheguei na escola, e... Você sabe as regras.

Sei. Se cuida, Hobi... e não surta, por favor — Hoseok riu, sem humor. — Você é melhor que todos eles, não se esqueça disso.

— Não irei — sussurrou. — Tchau, Nam.

E ele desligou, guardando o celular no fundo da mochila antes de caminhar até seu prédio. O Jaguar de Park Jimin estava estacionado na vaga de sempre, porém não tinha sinal do bullie. Hoseok deu graças a Buda quando, ao chegar no andar da aula de química, o sinal bateu, porquê significava que não demoraria muito tempo para que o professor chegasse e iniciasse logo a aula.

Quando Jung entrou na sala, ele notou não ter sido um últimos. A mesa da professora estava vazia e o triozinho estava na roda de sempre, onde Jungkook provavelmente contara uma piada que fez Park gargalhar, jogando seu corpo para o lado sabendo que Yoongi o seguraria, e riria ao pela intensidade do riso do amigo. Hoseok revirou os olhos, indo até uma mesa dos fundos onde retirou o seu casaco pesado de inverno e pendurava na cadeira, porquê o aquecedor faria o papel de manter um clima ameno na classe.

— Ele chegou — o sussurro de Jeon fez o corpo inteiro de Hoseok se arrepiar ao se sentar, além de que a falha em murmurar tinha sido inútil, porquê ele conseguia ouvir tudo que diziam. De propósito, era claro.

Jung sabia o que Park queria, e ele não ia conseguir.

— Você vai falar com ele? — Yoongi perguntou, temendo pela integridade física do melhor amigo; Hoseok era muito mais alto que Jimin e vinha de uma escola pública, o que significava que ele era um vândalo, e com certeza não teria medo de bater no Park.

— Agora não — Jimin sorriu, deixando à mostra todos os dentes perfeitamente alinhados e brancos, enquanto observava de soslaio o garoto pobre. Era tão engraçada a ideia de que Hoseok realmente conseguiria o enfrentar... — O que é dele está guardado, Yoon — o mais baixo suspirou. — Fixem isso na mente de vocês: eu não tenho medo de um pobrinho que só conseguiu entrar na nossa escola porquê recebeu uma bolsa... É só eu estralar os dedos que ele some da nossa frente.

— Ele é mais alto que você, e mais velho — Jungkook sussurrou exatamente o que Yoongi pensava, recebendo um sorriso doce do namorado.

— Mas eu estou em maior número — o sorriso do Park aumentou enquanto ele se apoiava nas costas da cadeira, cruzando os braços na altura do peito enquanto encarava o céu pela enorme janela a sua frente. — Todo mundo sabe que uma alcateia consegue matar facilmente uma girafa, mesmo que ela seja maior que todos eles.

— Isso é injusto.

— Não, Jk — ele negou, não conseguindo evitar o sorriso agressivo e o brilho feroz em seus próprios olhos pequenos e de aparência inocente. — É a lei da selva: ou eu, ou ele.

— Bom dia, turma — a senhora Lee finalmente entrou na sala, carregando a enorme bolsa em seu ombro que rapidamente foi posta na mesa. O trio se ajeitou nas suas cadeiras, observando a mulher enquanto Hoseok parecia mais concentrado em observar suas unhas; pequenas, roídas e com as laterais machucadas pela dentição, do que no quadro, do que planejavam para aquele dia que tinha tudo para ser horrível. — Hoje nós va...

Três batidas ritmadas foram o suficiente para quebrar sua linha de raciocínio. A mulher observou a turma, respirando fundo antes de ir até a porta e abri-la.

— Desculpe o atraso. Meu ônibus quebrou — se tratava de um garoto: alto, bonito, e com o uniforme padrão enquanto em um ombro tinha a mochila e, na outra mão, o papel de autorização de entrada na sala junto com a confirmação de matrícula.

— Entre, menino... Entre — ela deu espaço, observando quando o adolescente entrou na sala em passos lentos e simétricos, embora em nenhum momento tivesse olhado para a senhora confusa. — Qual seu nome? Para colocar na agenda, e...

— Taehyung — a cortou, ignorando também os olhares que a turma lhe lançava enquanto caminhava até o centro da sala, onde se sentia relativamente seguro. Jung Hoseok se ajeitou na cadeira, arrumando a própria postura enquanto lutava contra a curiosidade que o preenchia gradativamente. Alguma coisa dentro de si dizia que aquele desconhecido era exatamente o que quebraria a monotonia e rotina daquela escola, e gostou daquilo. — Me chamo Kim Taehyung.

* Funkos são aqueles bonequinhos cabeçudos que são extremamente caros no Brasil, mas é uma mixaria no exterior. Funkos podem ser de séries, filmes, livros... assim como também podem ser de pessoas públicas. Se me engano, existem Funkos do BTS 🤭

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