Eu sou eu, aí você chega e sei lá
Angel Richards
12 de abril, 23:00 PM
Viro de uma só vez a bebida desconhecida que está em meu copo, sentindo ela descer rasgando por minha garganta e deixando um sabor leve de morango em meu paladar.
Vagueio meus olhos por toda a multidão de pessoas que havia naquela casa de uma das fraternidades da UCLA - Universidade da Califórnia em Los Angeles – reconhecendo todos os grupos típicos desses tipos de festa e procurando por uma pessoa em especifico.
Em um canto espalhados por um sofá extenso estavam os jogadores de futebol americano - donos dessa festa e casa - juntamente as líderes de torcida, todas as garotas usavam os uniformes curtos e apertados típicos de líderes de torcida enquanto os rapazes estavam com a jaqueta do time.
Em um canto totalmente oposto estavam alguns garotos e garotas totalmente deslocados da situação, se espremendo um canto e tentando não atrapalhar a pessoas que transitavam a sua frente. Essas pessoas provavelmente foram obrigadas por algum amigo e agora estão suportando estar totalmente deslocado.
Peixinhos fora d'água.
Em todos os cantos escuros da casa era possível ver um casal se agarrando, alguns grupos pequenos usando drogas ou fumando um baseado.
Espalhados por toda a pista de dança improvisada - vulgo sala de estar – está a alma da festa, pessoas de todos os lugares, completamente bêbadas que estão dançando como se suas vidas dependessem disso e pouco se importando para as consequências no dia seguinte e muito menos com o fato de amanhã ter aula.
Ao fim de minha análise por toda a festa não consigo achar quem eu tanto procurava, então decido ir até o lado de fora da casa para ligar para ela.
Me espremo entre as pessoas - recebendo alguns empurrões e xingamentos por isso - para enfim chegar ao lado de fora da casa de fraternidade onde está acontecendo a festa, há alguns universitários espalhados pelo jardim, casais jogados na grama quase se comendo e poucos apenas bebendo e fumando com uma vibe mais tranquila do que as pessoas dentro da casa.
Tiro meu celular da barra da saia que visto e logo digito o número de Addison. Não demora mais do que dois toques para ela atender.
– Onde você está? – Questiono levemente irritada
Addison quem havia tido a brilhante ideia de vir até essa festa de fraternidade e de acordo com ela eu fui a primeira opção de acompanhante que surgiu em sua cabeça. Havíamos combinado de nos encontrarmos à frente da festa à 1 hora atrás e até agora não tinha visto nem sua sombra
Caminho pelo jardim da casa sem me importar de que iria sujar meus tênis com a grama molhada pelo sereno da noite, me encosto sobre o capo de um dos carros mais próximos e já escutando a voz de Addison do outro lado da linha.
– Desculpa amiga, mas minha gata vai ter os filhotes agora e eu não posso sair do lado dela – se desculpou apressada – combinamos outro dia, aproveita a festa –
Addison emitiu um som de beijo antes de desligar a chamada, sem me dar chance de dizer qualquer coisa e lá se vai minha acompanhante e carona para ir embora.
Desde de quando ela tinha uma gata, ainda mais uma gata gravida?
Olho em direção a festa, voltando a guardar o meu celular na barra da saia e cruzar os braços sobre o peito. Eu tinha duas opções:
Aproveitar a festa, ficando louca e pegando vários caras gostosos da universidade ou chamar um uber e voltar para a esfera de testosterona que é a Sway.
Apesar de amar todos os garotos da Sway, as vezes eu me sinto sufocada sem uma presença feminina naquela casa, principalmente nessa semana, já que nenhuma das garotas apareceu por lá para me salvar.
Decido por fim voltar a festa.
Assim que entro na casa, sendo recebida calorosamente pela música absurdamente alta e o calor de todos aqueles corpos suados, caminho em direção a cozinha com a intenção de pegar um copo bem cheio de cerveja, mas antes que eu pudesse fazer isso sinto meu corpo esbarrar fortemente em alguém.
A pessoa me segura pela cintura firmemente, fazendo um arrepio percorrer por toda a minha coluna devido o contato dos dedos frios da pessoa diretamente em minha pele - devido ao top que uso -
Essa cena tem acontecido muito nos últimos dias.
Assim que meus olhos encontram com os azuis frios da pessoa que me segurou sinto um choque de dormência percorrer por todo o meu corpo e meus olhos se arregalarem com a surpresa.
Com certeza ele era a última pessoa que eu esperava encontrar nessa festa.
– Jaden – digo transparecendo minha surpresa.
Afasto os braços dele de minha cintura e arrumo minha postura coçando a garganta no processo.
– Na-Não imaginava t-te encontrar aqui – gaguejo
– Estou com uns amigos – respondeu simples
Jaden ajeitou a jaqueta em seu corpo e cruzou os braços sobre o peito, um meio sorriso provocante surgindo em seus lábios, o que me roubou totalmente a atenção por breves momentos.
As pessoas ao nosso redor se agitam com a nova música que começou a tocar nas caixas de som nos empurrando e fazendo com que eu e Jaden ficássemos perigosamente pertos. Sinto minhas mãos suarem com o nervosismo crescente em meu peito.
– Não sabia que universidades faziam o seu tipo – Digo nervosa
Jaden a minha frente franzi as sobrancelhas e abre um pequeno sorriso galanteador
– Não q-que você não tenha c-capacidade de entrar em uma é só... - tento me explicar – tipo... você parece.... sabe... – me enrolo em minhas próprias palavras – porra – praguejo baixinho
Uma risada gostosa escapa do fundo da garganta de Jaden e eu admiro seu sorriso perfeito e o jeito como seus olhos quase se fecham quando ele está sorrindo.
– Eu entendi Angel – As risadas cessam, mas o meio sorriso provocante continua nos lábios de Jaden e eu sinto minhas bochechas queimarem
– Bem eu... – aponto para nenhum lugar em especial – vou indo –
Meio desajeitada eu começo a me afastar de Jaden, recebendo alguns palavrões por causa dos meus empurrões.
Assim que chego na cozinha pego rapidamente um copo descartável e encho até a borda com cerveja o virando todo logo em seguida, repetindo isso ao menos 3 vezes até me sentir totalmente confortável e livre do nervosismo que acabara de sentir.
É só eu finalizar o meu momento alcoólatra para que minha bexiga aperte, vou atrás de um banheiro me aventurando pelos corredores daquela casa enorme, para achar o banheiro no fim de um corredor.
Não demoro para fazer meu xixi e logo já estou voltando para a festa pelo corredor, mas assim que passo por uma porta dupla sinto meu braço ser puxado para dentro daquela sala.
Me deparo com uma garota loira platinada com um decote exageradamente grande fazendo com que seus peitos quase pulem para fora, com um sorriso enorme em minha direção. Olho por cima de seu ombro, percebendo outros universitários sentados em um círculo.
– Que isso? Um culto – brinco
– O que?! – Pergunta a garota confusa
– Deixa para lá – digo revirando os olhos e passando por ela – Vão jogar o que? –
A garota vai até o círculo e senta ao lado de outra garota com um decote exagerado, só que essa tem os cabelos castanhos.
– Vamos jogar 7 minutos no céu, topa? – Pergunta a morena ao lado da loira
Passo meus olhos rapidamente por todos os integrantes do grupo antes de afirmar.
– Claro –
Vou até o círculo e me sento ao lado de um garoto com a camiseta do time de futebol, cabelos castanhos e quando ele sorri para mim aparecem duas covinhas em sua bochecha. Do meu outro lado há uma garota de cabelos negros preso em um rabo de cavalo alto, com os olhos levemente puxados e um batom vermelho que realça sua pele escura.
A garota loira abre os lábios para falar alguma coisa, mas é interrompida pela porta se abrindo atrás de mim, não me viro para ver quem está chegando.
– Fisguei mais um – anuncio uma voz fina e logo duas pessoas andaram até meu campo de visão.
Não presto muita atenção na garota já que meus olhos estão vidrados na pessoa ao seu lado, Jaden.
Quais são as chances de a garrafa cair justamente nele quando for a minha vez? Acho que não devem ser muitas.
🌸•••🌸
O que será que vai acontecer nesse jogo?