Procura-se um Namorado - em r...

Door toriast

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Brooke Lancaster nunca namorou! É isso mesmo. A garota - agora nem tão garota assim - está prestes a complet... Meer

Prólogo
1 | Só pode ser brincadeira
2 | A melhor pior ideia de todas
3 | Quando tudo começou
4 | Acordo com um cafajeste
5 | Sonho ou pesadelo?
6 | Pretzel e Central Park
7| Garota em ação
8 | Como (não) ter um bom encontro
9 | Primeiras vezes
10 | E a saga continua
11 | Cuidados especiais
12| Rosas, parques e garotos
13| Entre presentes e desejos
14| Jantar (quase) perfeito
15| Um sábado diferente
16| Finais felizes
17| Aranhas e abóboras
18| Só é ruim até você saber que é bom
19| Melhores amigas e pessoas inesperadas
20 | Promessas difíceis de serem cumpridas
21 | Exatamente como você é
22 | É pegar ou largar
23 | Jantares de noivado com fugas improvisadas
24| Não tão ruim assim
25| Piqueniques de Cherry Coke
26| Namorado de mentirinha
27| Dia de Ação de Graças
28| Chuvas de ketchup e pensamentos
29| Sempre foi você
30| Nada mais que a verdade
31| Não sei se era bem isso
32 | Do que você tem medo?
34 | Encontrando meu namorado - FINAL

33| Sem olhar para trás

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Door toriast






- Você vai mesmo usar esse batom? - minha mãe perguntou, com desdém, enquanto eu me maquiava para o casamento. - Tem certeza de que o Thomas vai gostar?

Me contive para não revirar os olhos e dizer a ela que o Thomas não tinha que gostar de nada e, mais do que isso, que não estávamos namorando de fato. Entretanto, tudo o que eu fiz foi forçar um sorriso e pegar outra cor de batom.

A minha mãe conseguia ser - muito -insuportável quando queria.

Calcei os sapatos de salto, ajeitei o vestido no corpo pela milésima vez naquele dia e entrei em um dos táxis com o Thomas Nicholson. Ele estava bem bonito, tinha feito a barba e parecia estar usando um perfume diferente.

Engoli em seco quando Thomas colocou o braço ao redor dos meus ombros, na igreja, embora eu soubesse que ele estava fazendo aquilo apenas porque a minha mãe começou a olhar e acenar para nós. Eu não me sentia bem em sustentar essa mentira. No entanto, eu só precisava esperar que o dia acabasse e tudo ficaria bem.

E, quando finalmente a cerimônia religiosa acabou e nós fomos para o salão de festas, eu respirei aliviada. Mais algumas horas e só.

O local estava muito arrumado, com mesas redondas gigantes distribuídas por todo o salão, vasos de flores brancas e lustres de cristal acrílico em todo o teto. No centro do ambiente, a Lindsay e o Bryce tiravam fotos com um fotógrafo profissional e ambos pareciam muito felizes.

Fiquei olhando para os dois por um longo momento, o modo como o Bryce sempre encarava a Lindsay e parecia se preocupar com cada detalhe daquela noite me deixou muito intrigada. Em uma família com quatro irmãos, nunca imaginei que algum daqueles insensíveis pudesse se apaixonar de verdade algum dia.

Mais do que isso, eu esperava que eu seria a primeira a me casar e olhar para alguém daquela maneira.

- Quem diria que o Bryce se casaria antes de nós, hum? - Brandon se sentou ao meu lado, chamando minha atenção repentinamente. Ele estava diferente, a barba estava maior e os cabelos também e eu o abracei fortemente.

Mal tínhamos nos visto durante todo o fim de semana e, de todos os meus irmãos, Brandon Lancaster era o meu preferido. Era como se ele lesse meus pensamentos e eu amava a nossa conexão.

Sim, eu tinha um irmão favorito e isso se devia basicamente ao fato de ele não ser um completo troglodita como os outros.

- Dá pra acreditar? - perguntei para ele, brindando as nossas taças de champanhe.

- O que não dá mesmo para acreditar é que você está namorando. - Brandon rebateu, com um sorriso brincalhão nos lábios.

- Haha, muito engraçado. - revirei os olhos e ele sorriu de lado. Sentia saudades das nossas conversas, até mesmo das suas piadas sem graça.

- Fala sério, aquele cara é perfeito. - Brandon maneou a cabeça em direção ao Thomas, que conversava com um dos nossos tios. - Não sei que tipo de bruxaria você fez, mas deu certo até demais. Todo mundo ama ele, até eu estou me segurando para não amá-lo. - brincou, tentando afinar a voz por pura gracinha.

- É, claro.. - dei um sorriso torto e virei a bebida de vez. - Tive muita sorte, mesmo.

- Ele sabe do seu péssimo humor matinal? - Brandon insistiu e eu ri um pouquinho. - Ou do fato de você ser muito ruim com esportes?

- Sim, sim... - respondi, embora isso não fosse nenhum pouco verdade.

Thomas Nicholson não me conhecia a esse ponto e na minha cabeça tudo o que via era outra pessoa.

Christopher White.

Ele, sim, me conhecia tão bem e mesmo assim parecia gostar de mim - apesar de tudo.

- Você está bem, irmãzinha? - Brandon perguntou depois de algum tempo, semicerrando os olhos para mim.

- O que? Sim, claro que sim. - falei, enfiando uma porção de salgadinhos na boca. - E não me chame de irmãzinha! - o repreendi.

- Sabe, irmãzinha... - Brandon puxou a cadeira para mais perto de mim e passou o braço ao redor dos meus ombros, enquanto eu revirava os olhos. - Te conheço desde que você usava fraldas e tinha o choro mais estridente do universo, então sei quando você está mentindo.

- Brandon, eu...

- Você não está feliz com o Thomas, não é?

- O que? - juntei as sobrancelhas. - Do que você está falando?

- Quando você tinha doze e gostava do Mike Johnson, olhava para ele como se fosse o cara mais bonito do universo. - Brandon comentou, me encarando. - E olha que ele tinha uma verruga enorme no nariz. - sorriu e eu balancei a cabeça. - Desde que chegou aqui, não te vi olhar uma vez sequer para o Thomas daquele jeito.

- Bom, eu não tenho mais doze anos, então acho que não preciso olhar para alguém o tempo todo só porque estou apaixonada. - dei de ombros e voltei a me concentrar na minha comida.

Eu odiava o fato do Brandon ser tão observador e o pior de tudo: sempre estar certo. Eu simplesmente não olhava para o Thomas muitas vezes, porque, bem, ele não me interessava de fato.

Ele era ótimo, divertido e muito gentil, mas era sempre outra pessoa que ocupava os meus pensamentos e eu já não conseguia mais negar isso, embora tivesse tentado fazê-lo o fim de semana inteiro.

- Você fala dele como se fosse um cara qualquer e não o seu namorado... - Brandon cruzou os braços e eu engoli em seco, tentando não ficar intimidada.

- Bom, você sabe que nunca estive com alguém de modo sério, então talvez eu não seja a melhor nesse lance de relacionamentos. - justifiquei, o que era uma grande mentira.

- Você não tem que estar com alguém só por estar, B. - Brandon me interrompeu. - Sei o quanto a mamãe é uma chata e os meninos também, mas eu me importo com você de verdade e está estampado na sua cara o modo como você não está bem. Eu gosto do Thomas. Juro. De verdade. - ele levantou as mãos. - Mas acho que ele não é o cara certo para você.

- Não existe isso de cara certo, Brandon. - rebati, estupefata. - E, na verdade, nem sei porque estamos falando disso. Já disse que estou muito bem no meu relacionamento.

- Certo. - ele comprimiu os lábios. - Não quero discutir com você...Só quero que saiba que estou aqui para o que precisar, inclusive para te ajudar a fugir do país quando você terminar com o Thomas e a mamãe querer te matar.

Ri alto e dei um tapa no braço do meu irmão. Ele deu um sorriso aberto, mas o conteve rapidamente quando Thomas se aproximou de nós.

- Desculpa interromper, mas o Bruce está te chamando lá em cima, Brandon. Algo sobre gravatas ou coisa do tipo. - Thomas fez uma reverência engraçada e estendeu a mão para mim. Eu abri um sorriso com a brincadeira e me levantei repentinamente. - Quanto a você, será que me daria a honra dessa dança, senhorita?

- Hum, claro. - respondi, acenando com a cabeça para o Brandon, que deu uma piscadela para mim quando se afastou.

- Você dança bem. - Thomas comentou quando juntou nossos corpos e colocou uma das mãos em minha cintura. Estava tocando uma música meio animada e eu me lembrei de quando dançamos juntos na festa à fantasia.

- É ironia, não é? - semicerrei os olhos para ele, que tinha um sorriso divertido nos lábios.

- Claro que não. - respondeu. - Até agora, você só pisou no meu pé umas dezessete vezes. - ele arqueou as sobrancelhas e eu ri pelo nariz.

Thomas Nicholson e eu dançamos por um bom tempo e foi divertido conversar com ele sobre amenidades. Era interessante saber sobre seu mochilão para a Europa e sobre todas as aventuras que ele tivera na adolescência. No entanto, não havia um assunto que falássemos e eu não me lembrasse do Christopher.

Meu coração ainda estava apertado pela noite anterior - e por todas as outras - e, apesar de o Thomas ser um ótimo companheiro de festas de casamentos, eu só queria que o Chris estivesse aqui comigo.

Pensei em como tudo seria tão fácil se eu simplesmente me apaixonasse por Thomas Nicholson... ele era uma cara legal e toda a minha família gostava dele, tenho certeza que isso facilitaria muito as coisas. Mas a verdade é que eu não conseguia sequer olhar para ele de forma amorosa.

Quanto mais o tempo passava e eu encarava o Bryce e a Lindsay cortando o bolo tão apaixonados e sorrindo para as fotos, eu me perguntava o que eu estava fazendo com a minha vida.

Pensava sobre o porquê de eu estar fingindo ter um namorado apenas para agradar a minha família e o quanto eu estava enganando a mim mesma dizendo que estava bem.

Eu nunca ficaria bem com tamanha mentira.

E acho que demorei tempo demais para perceber isso. Porque, bem, agora era tarde demais.

E quando um dos vocalistas da banda do casamento olhou diretamente para mim em uma das músicas, tudo o que consegui ver foi o Christopher White. E eu senti uma onda de arrependimento enorme invadir meu peito, porque eu sabia que Christopher provavelmente não iria querer olhar mais na minha cara depois de toda a minha fuga e de ter o ignorado por dias.

Pelo menos eu acho que não iria querer saber mais de mim se estivesse no lugar dele.

Que tipo de garota tem uma atitude assim? Eu sabia que ele havia mentido para mim e que as coisas tinham saído do controle mas, agora, pensando de modo racional, acho que eu tinha exagerado um pouquinho...

E eu não pensava em nada que eu pudesse fazer para consertar as coisas, porque ele havia deixado bem claro que me deixaria seguir em frente e, bem, eu queria que ele fosse feliz também.

-Já comprei sua passagem. - Ronnie comentou ao meu lado, no banheiro, chamando minha atenção quando fui retocar a maquiagem.

Eu estava com as mãos apoiadas sobre a pia e não parava de me encarar no espelho.

- O quê? - juntei as sobrancelhas, confusa.

- Ah, vai dizer que você não está aí há meia hora parada na frente do espelho pensando no Chris? - a minha amiga se apoiou no batente da porta e cruzou os braços, me lançando um olhar desafiador.

- Não, eu... - mordi o lábio inferior, me segurando para não chorar.

Eu só sentia um aperto enorme no meu peito ao pensar que tinha estragado a minha chance de ter um relacionamento de verdade com o Chris.

- Chega disso, Brooke! Já deixei que você levasse essa história adiante demais e agora não quero mais saber.

- Ronnie, você viu o bilhete. - respondi, engolindo em seco. - O Chris não...

- Ele é um tolo. - ela me cortou. - Na verdade, vocês dois são tolos a ponto de terem brigado por uma besteira assim. Tá, tá, tudo bem. - a minha amiga levantou as palmas das mãos. - Sei que você não achou uma besteira, mas, amiga, você gosta dele de verdade. - Veronica se aproximou de mim e me segurou pelos ombros. - Agora, vai logo atrás do seu homem!

E eu não sei se foram as taças de champanhe ou a minha mente que finalmente estava funcionando de modo racional, porque tudo o que eu fiz foi assentir com a cabeça, pegar a bendita passagem e sair correndo para fora do banheiro feminino.

Meu coração estava mais acelerado que nunca e eu estava me achando uma maluca, mas não havia outro lugar em que eu quisesse estar agora do que ao lado de Christopher White.

Então, segurei a barra do vestido e fiz um coque no cabelo, tentando conter o desespero, porque antes eu tinha que resolver uma coisa.

- Thomas! - puxei o rapaz pelo braço, que me encarou com uma expressão confusa. - Preciso falar com você. Eu...quero te agradecer por ter vindo comigo. De verdade. Você me ajudou muito e eu entendo se for ficar com raiva de mim, mas eu preciso ir embora daqui agora. - falei tudo muito rápido, soltando o ar dos pulmões ferozmente.

- Vai atrás dele, não é? - ele tinha um sorriso divertido nos lábios e eu respirei aliviada quando vi que ele não parecia tão abalado assim com a situação.

- Thomas, eu... sinto muito. - falei, porque eu sentia mesmo. - Você é um cara legal, incrível na verdade e, talvez - comprimi os lábios -, talvez a gente tivesse dado certo a alguns meses atrás. Mas, agora, sou uma pessoa diferente e estou mesmo apaixonada por alguém. - continuei. - E acho que você também merece alguém que goste de você de verdade e queira mais do um namorado de mentirinha.

- Ei, calma. - ele segurou os meus dedos delicadamente e eu estremeci. - Está tudo bem, Brooke. Eu sabia que você estava apaixonada por outra pessoa quando eu entrei nessa história e, olha, eu comi uns três pedaços de bolo, então acho que estamos quites. - e sorriu.

- Você está falando sério? - abri um sorriso genuíno.

- Bom, é claro que eu queria ser esse bendito sortudo, mas... - ele deu de ombros em tom brincalhão.

- Obrigada, Thomas! - o abracei com força e ele apertou a minha cintura. - Você é o cara mais legal que já conheci.

- Legal o bastante para você me dar uma chance? - ele brincou e eu ri.

- Bom, também não precisa exagerar. - falei, abraçando-o mais uma vez.

Respirei aliviada por tudo ter terminado tão bem entre nós e por termos concordado em sermos amigos e não perder o contato apesar de tudo. Ele disse que continuaria na festa até acabar porque ele adorava casamentos e eu não fui contra a ideia.

Minha mente estava focada em outra coisa nesse exato momento.

Depois de algum tempo, eu estava prestes a sair pelo portão do salão de festas quando ouvi a voz esganiçada da minha mãe gritar. Respirei fundo antes de parar de correr e virei o corpo lentamente para encará-la.

Era só o que faltava, pensei.

- Mãe, eu não tenho tempo agora. - tentei explicar, levantando um dedo, mas ela já começou a gritar antes que eu pudesse dizer qualquer outra palavra.

- Aonde você pensa que vai, mocinha? - ela parecia furiosa e eu mordi o lábio inferior esperando que se aproximasse.

- Mãe, eu tive um imprevisto e preciso sair agora. - disse, simples, passando uma mecha de cabelo que tinha caído do coque para atrás da orelha.

- Eu não acredito que você vai deixar o seu namorado sozinho por aqui, Brooke Lancaster, eu não te ensinei modos?

- Mãe... - murmurei.

- Você parece que ainda não sabe mesmo lidar com relacionamentos. Onde já se viu tamanha maluquice?

- Mãe...

- Volta já pra dentro agora! - ela sibilou, furiosa.

- Mãe, o Thomas não é meu namorado! - berrei, vendo ela dar um passo para trás e colocar a mão no peito. Eu já tinha começado a falar e não ia mais voltar atrás. - É isso mesmo, ele não é meu namorado e sim, eu estou completamente solteira! - gritei bem alto dessa vez. - E eu simplesmente estou cansada das suas críticas sem fundamento em relação à minha vida amorosa. Já sou adulta e é claro que te respeito - comprimi os lábios, abaixando o tom de voz. - , mas já estou farta de você enchendo a minha paciência.

- Brooke, do que você está falando? - ela parecia chocada e eu franzi o cenho. A minha mãe não aguentava que ninguém fosse contra ela.

- A verdade, mãe, é que eu não aguento mais você falando do meu cabelo, da minha maquiagem e até mesmo dos meus relacionamentos. Não me interessa se você se casou com o papai aos vinte! Sinto muito te desapontar, mas eu não sou quem você queria que eu fosse e nunca vou ser.

Por um momento, eu vi sua expressão se suavizar e ela abriu a boca várias vezes, mas não disse nada. Pelo contrário, a minha mãe ajeitou o vestido no corpo e continuou com o semblante sério, como se nada a abalasse. Achei que ela fosse gritar comigo, dizer o quanto eu era uma filha horrível ou o quanto as minhas rugas na cara estavam marcantes, mas tudo o que ela disse foi:

- Tudo bem, eu não gostava tanto assim do Thomas de qualquer maneira. - ela deu de ombros e nós duas sabíamos que a frase era uma completa mentira, mas também sabíamos que aquela foi a maneira dela de dizer que estava tudo bem entre nós.

E, depois disso, eu não virei mais para trás.





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