Procura-se um Namorado - em revisão

18| Só é ruim até você saber que é bom

O meu sétimo encontro foi com o Dylan Springfield.

Ele era alto, moreno, com ombros largos e cabelos loiros repicados dando grande destaque para os olhos azuis. Seus lábios tinham perfeito formato de coração e as bochechas eram as mais rosadas que já vi.

De primeira, achei que éramos bastante parecidos. Não só pelas características físicas - essas que faziam com que ele me lembrasse dos meus irmãos -, mas principalmente pelas nossas histórias de vida.

- Nasci e cresci em Delaware. - Dylan falou enquanto dava uma mordida no croissant. - Vim para Nova Iorque com dezessete porque eu já não aguentava mais ficar preso por lá.

Nós estávamos em uma cafeteria no centro de Manhattan, perto da White Company, tomando café da manhã no meu intervalo do trabalho. Isso porque o Dylan dissera que teria que fazer uma viagem e só voltaria depois de duas semanas. Eu, obviamente, tinha um cronograma de um encontro com um cara por semana para seguir e não queria adiar mais as coisas, então sugeri que nos encontrássemos logo. O quanto antes eu encontrasse o Batman Gato Para Caramba, definitivamente seria melhor.

Eu tomei um gole do meu café e falei:

- Sou de Connecticut. Então entendo bem do que você está falando.

Era muito bom conhecer alguém do interior do país e que tinha tido o mesmo pensamento que eu para se mudar.

- E do que mais você entende? - Dylan perguntou, para minha surpresa, o que me fez quase cuspir boa parte do meu café pelo nariz.

Foi a pior sensação da minha vida.

Ele estava flertando comigo? Nós estávamos conversando há cerca de cinco minutos e ele já estava flertando comigo?

Ouch.

- Meu Deus! - ele estendeu o braço e tocou a minha mão. - Você está bem? - sua expressão era totalmente confusa e eu arregalei os olhos.

- Hum, sim. - esbocei um sorriso. - O que.. o que você disse? - e arquei uma das sobrancelhas. Aquela situação cada vez ficava mais estranha.

- Perguntei sobre o que mais você entende. - Dylan comprimiu os olhos para mim. - Como, o que você faz da vida. O Chris me disse que você trabalha com Publicidade, mas o que mais você gosta ou sabe fazer?

- Ah. - bati a mão contra a testa, esperando que ele não tivesse notado que eu achei que ele estava flertando comigo. Eu era um mulher com sérios prolemas. - Eu gosto de correr. - falei, rapidamente, porque foi a primeira coisa que veio à minha mente.

Não sei mesmo porque eu falei aquilo, afinal, eu odiava correr - e qualquer outro tipo de exercício físico.

- Sério? - Dylan juntou as sobrancelhas.

- Sim, sim. - assenti com a cabeça. - Eu corro... em maratonas e tudo mais.

Ótimo. Parecia que eu estava me tornando uma mentirosa compulsiva.

- Que legal. - ele passou a mão nos cabelos loiros. - Eu também gosto de correr. Sabe, não é fácil comer um monte de porcarias e ainda tentar ser saudável, como é o meu caso. - comentou. - Em qual maratona você já...?

Dylan começou a falar, mas eu o interrompi.

- Soube que você ganhou um concurso de cachorro-quente. - pigarrei, me lembrando do que o Chris tinha dito algumas noites atrás.

- Sim. Foi incrível e... - Dylan me olhou de repente, com uma expressão séria, e eu me questionei se tinha alguma sujeira no meu dente. - Brooke.