11 | Cuidados especiais

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- Brooke? - uma voz chamou a minha atenção e eu levantei o meu olhar para cima. Era o Christopher. - Preciso do relatório semanal. Você já terminou?

- Só um minuto! - eu disse, procurando a papelada na minha mesa.

Com certeza estava em algum lugar no meio de toda aquela bagunça.

Eu soltei um pigarro e entreguei os papéis para ele.

- Caramba. - ele disse, boquiaberto, pegando o objeto da minha mão. - Você está bem?

- Estou ótima. - eu dei um meio sorriso. - É só uma gripe. - e tossi novamente.

Eu não estava nada bem.

Fazia dois dias que meu corpo pedia cama, meu nariz escorria sem parar e minha garganta estava tão inflamada que eu mal conseguia comer qualquer coisa. Mas, obviamente, não iria faltar ao trabalho, porque isso significava que eu teria que ir a um hospital pegar um atestado e eu simplesmente odiava hospitais!

Quando eu tinha sete anos, Veronica e eu estávamos brincando em um balanço de pneu pendurado em uma árvore no quintal, tudo improvisado pelo meu pai, e então, como num ímpeto infantil que quer correr perigo a todo custo, eu pedi à Ronnie que me empurrasse o mais forte possível, mas nada parecia o suficiente para a minha diversão.

Então, em um dia qualquer, o Bryan simplesmente me empurrou desprevenida e eu caí com tudo no chão, de cara, quebrando o meu braço em duas partes e me trazendo vários hematomas, o que me fez ter que ficar internada por uma semana.

Foi a pior semana da minha vida... a comida do hospital, o gesso que coçava em lugares indecifráveis e o quarto totalmente sem cor me fizeram tomar um certo trauma do lugar. Além de que, no final de tudo, acabei pegando catapora de uma criança no leito ao lado do meu, o que me fez ficar em casa por mais um tempo sem fazer absolutamente nada!

Desde então, nunca mais fui a um hospital por conta própria, apenas para visitar os outros. E eu evitava ao máximo estar naquele lugar.

- Meu Deus. - Christopher fez uma careta, me despertando dos meus pensamentos. - Você está horrível, B!

Eu torci o nariz e funguei um pouco.

- Obrigada, Christopher. - dei um sorriso amarelo para ele. - Gentil como sempre.

- Digo, você devia estar em casa, não aqui. - ele ajeitou a gravata preta no pescoço e jogou o cabelo de lado, antes de gargalhar. - Ou em um hospital.

- Já disse que estou bem. - falei, com a voz mais ríspida do que eu imaginava. - Não precisa se preocupar. Obrigada. - concluí, por fim.

- Certo. - foi o que Christopher disse, antes de dar meia volta e ir de volta para a sua sala.

Ufa, suspirei, aliviada por ele não insistir no assunto e ir embora.

Olhei no relógio e tomei uma respiração profunda, voltando a me concentrar no projeto à minha frente. Ótimo. Agora só faltavam cinco horas para eu ir para casa.

Algum tempo depois, eu estava massageando as têmporas, com a cabeça deitada na minha mesa, quando ele apareceu novamente. Apesar de não conseguir sentir seu perfume, eu sabia que era ele porque ficou tempo demais parado na minha frente.

- Já chega! - Christopher chamou a minha atenção. - Você precisa ir para um hospital.

Eu levantei em um susto.

- Nem pensar! - fiz um coque no cabelo e depois assoei o meu nariz no lenço de papel. - Já estou bem melhor, olha! - forcei um mega sorriso e foi a vez de Christopher White torcer o nariz.

Procura-se um Namorado - em revisãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora