Amor Maluco

By alicejfsilva

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Apesar de crescer com a fama, Malu sempre procurou levar uma vida tranquila, morando em Hills City, uma peque... More

Aviso
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Parte 2 - Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Bônus Mike
Capítulo 91
Capítulo 92
Capitulo 93
Capítulo 94
Parte 3 - Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 101
Capítulo 102
Capítulo 103
Capítulo 104
Capítulo 105
Capítulo 106
Capítulo 107
Capítulo 108
Capítulo 109
Capítulo 110
Capítulo 111
Capítulo 113
Capítulo 114
Capítulo 115
Capítulo 116
Capítulo 117
Capítulo 118
Capítulo 119
Capítulo 120
Capítulo 121
Capítulo 122
Capítulo 123
Capítulo 124
Capítulo 125
Capítulo 126
Capítulo 127
Capítulo 128
Capítulo 129
Capítulo 130
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 112

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By alicejfsilva

- O pessoal ainda está dançando - aponto para nossos amigos.

- E bebendo muito, essa festa ainda vai render bastante - Mike diz.

- Assim que eu gosto.

- Ah, eu sei disso. Você foi a garota das festas por dois anos seguidos.

Me lembro das matérias ridículas que faziam sobre minhas noites cheias de diversão e loucuras.

- O importante é se divertir.

- Tem toda razão.

Deixo Mike me guiar até a pista de dança, onde estão nossos amigos que nos recebem de braços abertos com grandes sorrisos.

- Vai, gatinha - Alex praticamente enfia uma garrafa de cerveja na minha cara. - Temos uma surpresa pra você.

- Pra mim? - franzo a testa, encarando o Carlos que sorri facilmente.

- É, quando estiver pronta é só virar - Carlos gira seu indicador no ar.

Desconfiada, olho para o Mike, mas ele parece interessado em olhar no que está atrás de mim. Sua expressão de surpresa atraí minha curiosidade, parece ser algo bom. Por que fariam uma surpresa para mim na festa de aniversário do Carlos?

Me dando por vencida, giro sobre meus calcanhares e dou de cara com quase meia dúzia de caras. Familiares. Muito familiares.

- Ai, meu Deus! - Levo as mãos a boca, em choque. - Meus meninos?!

Não tenho nenhum segundo para raciocinar, logo sou esmagada por todos eles de uma só vez em um grande abraço coletivo.

- Não acredito nisso! - Estico meus braços para retribuir o carinho, sentindo meu coração se aquecer de saudade.

Eu nem acredito que minha primeira equipe está aqui diante dos meus olhos, os Hills Soccer. Meus meninos. Os que me receberam de braços abertos no time, me apoiaram e me respeitaram durante anos. A primeira vez que fui capitã de um time e ganhei algum prêmio foram com eles. Esses garotos - que não são mais garotos e sim homens, aparentemente maduros - que me ensinaram o que é ser uma equipe.

Novamente levo as mãos ao rosto assim que eles se afastam, analisando cada um deles em reconhecimento.

- James Lahey? Como você tá diferente, cara - de longe, ele é o mais irreconhecível. Não parece mais o mesmo moleque com pinta de galã.

- Ele casou - Bradd diz.

Preciso de um segundo para processar a notícia.

- Você casou?! James Lahey? Não, não é possível - dou risada e o abraço individualmente. - Parabéns, sabia que você ia tomar jeito algum dia, cara.

- Devo agradecer? E você por acaso tomou jeito? - ele brinca, me tirando do chão e me rodopiando.

- Vocês estão ótimos, sério. O que o futuro reservou pra vocês?

- A vida adulta não é como eu pensava - Jimmy resmunga, de brincadeira.

- Bom, tivemos um bom aproveitamento. Todos nós estudamos juntos na faculdade, alguns ainda não terminaram, mas estamos avançando ainda, crescendo e progredindo.

- Nada comparado com uma lenda do futebol - Derek diz do fundo, só consigo vê-lo por causa da sua altura em excesso. - O que dizer de você, Malu? Nem consigo acreditar que estamos na frente de um fenômeno.

- Parem com isso, - balanço minhas mãos. - vocês sempre vão ser meus meninos. Sempre vou ser a garota moleca que adorava jogar com vocês.

- Você não sabe o orgulho que sentimentos por já termos feito parte da sua trajetória - Danner completa.

- Enquanto nós ainda estamos criando nossas vidas profissionais, você já pode até se aposentar cheia da grana - George brinca.

- Pode crer. Aonde está aquela pirralha malandra e quem é essa mulher gata pra cacete? - Nathan me faz dar uma voltinha. - Sério, cê tá linda demais.

- Ela foi picada pelo rica vírus!

- Calem a boca. Eu ainda sou a mesma moleca de sempre, só com peitos maiores e algumas lesões a mais - faço desdém da situação, como se não fosse nada. - Me digam: vocês ainda jogam ou abandonaram de vez o esporte?

- Sabe como é, tempo corrido e muitos compromissos - James responde, imagino que pelo grupo. - Mas vez ou outra nos reunimos na quadra para relembrarmos os velhos tempos.

- Ah, que ótimo. Quero participar disso!

- Quando quiser.

- Mas imagino que não vá ser tão cedo por causa da sua lesão, né? Doeu em mim só de ver passando na televisão.

- Estou melhorando - olho de relance para o Mike, que estava me observando com um sorriso contido nos lábios. - Em breve posso voltar com a minha rotina, mas antes de ir fico devendo uma partida de futsal com vocês.

- Caramba, não consigo acreditar que vamos dividir uma quadra com Malu Bullworty!

- Você já era muito boa naquela época, imagino como esteja agora. Não vai ter muita graça, estamos enferrujados e você é uma profissional agora.

- Parem com isso, também estou há meses sem jogar.

- É isso mesmo? Vamos ter partida especial com a Malu? - Carlos entra na conversa, passando seu braço pelos meus ombros. - Nem acredito que depois de cinco anos estamos reunidos novamente, vocês continuam feios pra cacete, viu?

- E você contínua sendo o pior de todos - Bradd rebate, estendendo seu copo de bebida para brindarmos.

- Aqui - Liam coloca um na minha mão.

- Valeu por criar esse reencontro, Carlos. Sua festa ficará marcada - Nathan diz.

- Realizou meu sonho de reencontrar todos vocês. De verdade - digo, tentando transmitir toda minha alegria.

- Um brinde pelo reencontro dos Hills Soccer, com a nossa eterna capitã!

Batemos nossos copos cheios de uísque e viramos todos juntos de uma só vez.

Não me importo por estarmos ocupando um grande pedaço da pista de dança, esse momento é importante demais para que eu me preocupe com algo. Devemos estar chamando muita atenção, mas quem liga? De qualquer forma estão sempre de olho em mim, então que tenha um motivo agora.

Ainda me lembro da última vez que vi esses caras na nossa formatura. A cena é fresca na minha memória, quando partimos para cada um seguir seu caminho. Não tive muito tempo de acompanhar eles pelas redes sociais, mas sempre que passava por alguma publicação eu fazia questão de curtir e comentar. Nem sempre eu consegui ver se eles comentavam algo nas minhas fotos, acabei perdendo o controle da situação com o número recorrente de notificações que passei a receber.

- Querem saber? Falta o nosso grito de vitória, as Hillsleaders não estão aqui, infelizmente.

- Ei, nós estamos aqui, serve? - Alex e Melanie entram na roda também, trazendo Maya e Elsa junto.

- Vocês dois também já fizeram parte dessa equipe, vêm - chamo Johnny e Mike.

Olho para o rosto de cada um deles, minha equipe disfuncional e repleta de furos, mas sempre vai ser a minha equipe em diversos sentidos.

- Agora sim, vamos lá: - estendo minha mão para o alto, enchendo meus pulmões de ar para gritar. - Hills Soccer.

- Hills Soccer!

- Cara, que festa incrível - Mike se apoia na sua cômoda, alcoolizado.

- Vai ficar pra história e tenho certeza que será o... assunto da... semana... - perco o sentido da fala ao ver Mike desabotoar os botões da sua camisa social e a jogar no cesto de roupas sujas.

- Pode ter certeza - sua voz arrastada passa despercebida por mim, focada em admirar os gomos do seu abdômen.

Mike se joga na sua cama, no espaço vazio ao meu lado. Estou apenas sentada, mas completamente desfocada.

- Mas você está acostumada com festas incríveis assim, né?

- Nem se compara, porque hoje eu estava com pessoas especiais.

A festa do Carlos bombou até o último segundo e com a chegada dos meus meninos ficou ainda mais divertida. Rendeu até às quatro da manhã com muitas risadas, danças e bebidas. Faz tempo que não sentia a energia de todos os meus velhos amigos juntos, foi perfeito. Me senti a Malu de dezessete anos novamente, aquela que sabia se divertir com as pessoas.

Por essa noite eu não fui a Malu Bullworty, estrela do futebol. Consegui ser apenas eu mesma, sem toda aquela atenção ao meu redor. E devo parte disso ao cara que está esparramado ao meu lado, na cama do seu quarto.

Inclusive, o quarto de Mike não mudou muito. Ainda tem o mesmo aspecto acolhedor que me lembro, se bem que minha cabeça está um pouco confusa agora.

- Olha só pra isso - digo, pegando o quadro na mesa da cabeceira, evitando olhar em sua direção. Se trata de uma foto nossa, a mesma que sempre esteve aqui desde que a tiramos. - Você a manteve aqui todo esse tempo?

- Sim - Mike cobre seu rosto com o antebraço, imagino que ainda esteja levemente alcoolizado. - Todos os dias eu me deparo conosco.

- Fofinho - é a única coisa plausível que consigo dizer com tudo o que se passa na minha cabeça. - Tá com sono?

- Tô, deita também - ele me puxa em sua direção.

Meu cérebro trava assim que nossas peles se tocam em algumas partes, ele está tão quente que luto contra a vontade de escapar do frio e me aquecer em seus braços.

- Tudo bem, acho que não estou tão bêbada e lembrarei disso o amanhecer.

Me recordo da confusão que aconteceu no outro dia que dormimos juntos e bêbados. Essa noite eu não extrapolei como estou acostumada, preferi ficar mais sóbria e manter meus olhos em Mike, resistindo a umas boas doses de uísque com meus amigos.

- Humm... - Mike me abraça assim que relaxo por completo, me dando por vencida. - Você não vai pra sua casa?

- Tô com preguiça, tá bom aqui - me aconchego em seus braços, derrotada.

- Algo me diz que não é pela cama.

Dou risada, com o rosto deitado em seu peitoral enrijecido. Ele tem razão, mas ainda bem que está bêbado e cansado demais para se intensificar o momento.

- Espera, preciso tirar minhas botas - me lembro delas, minhas pernas ainda estão para fora da cama.

Mike me solta com desgosto, me fazendo sorrir. Me atrapalho um pouco com os cadarços, mas não demoro muito para me livrar do calçado e deixá-lo no cantinho da cama. Não estou com roupas exatamente confortáveis para dormir, só que não sou maluca de dormir sem elas. Mike sem camisa já está de bom tamanho para dificultar a situação.

Assim que me viro, vejo que Mike já está apagado. Um braço repousando em seu abdômen e o outro esticado ao seu lado, aonde eu estava. Ele estava tão cansado que deitou por cima das cobertas, está muito frio para dormirmos sem nada.

Sabendo aonde ele deixa suas roupas de cama, eu me levanto para pegar um edredom. Abro a parte de cima do seu guarda-roupa, precisando ficar na ponta do pé para alcançar, apoiando apenas minha perna saudável.

Puxo um, tomando o cuidado de não derrubar outros.

Mas, assim que o edredom caí em meus braços, outra coisa vem junto que acaba caindo no chão. Olho na direção do Mike para ver se não despertou, porém ainda permanece desmaiado de sono.

Reconheço o caderno de capa preta assim que me abaixo para pegá-lo. Já vi o Mike com ele algumas vezes. Por que está tão bem guardado?

Abro a capa, dando de cara com uma palavra em especial na: "composições". Ergo minhas sobrancelhas, surpresa. Não preciso abrir o caderno para saber que está completamente cheio, tudo isso são músicas escritas por ele? Caramba.

Pronta para virar a página, paro no meio do caminho e fecho o caderno, vencendo minha curiosidade. Se Mike o mantém escondido é porque é algo pessoal, que não deseja mostrar para ninguém. Então não tenho o direito de bisbilhotar suas coisas e invadir sua privacidade.

Coloco o caderno de volta no armário, fechando as portas depressa. Se algum dia eu tiver que ler algo escrito ali, que seja por ele me mostrar.

Volto para perto dele na cama, abrindo o edredom e o cobrindo por completo, deixando apenas sua cabeça para fora. Devagar, me deito também.

Sorrio para seu rosto sereno e tranquilo, afastando algumas mechas do seu cabelo da testa. Está ficando grande novamente, Mike diz que prefere o corte mais curto agora e sei que em breve vai cortar. Mas gosto dessa forma, gosto da sensação que me traz toda vez que toco sua testa para afastá-los.

Ele é tão bonito, concluo ao analisar cada traço dele. Como se eu já não soubesse disso. Como vou fazer para ficar sem esse cara quando for embora? Não sou dependente dele, mas sei que ficar com o Mike é muito melhor, me sinto mais feliz e menos sozinha. Ele me faz tão bem.

Me inclino para beijar sua bochecha, ainda mantendo uma mão em seu rosto. Mike merece o mundo e se eu pudesse lhe daria. Sei que sentimos isso quando amamos alguém.

Meus olhos ardem assim que os abro ao me deparar com a luz do sol da manhã atravessando as cortinas do quarto. Estranho o ambiente, vendo que não se trata do meu quarto.

Preciso de um segundo para reajustar minha idéias, até que sinto dedos fazendo cafuné na minha cabeça. É quando me lembro que vim trazer o Mike após a festa e acabei ficando por aqui, com ele.

- Bom dia - sua voz rouca, me faz fechar os olhos novamente.

- Bom dia - resmungo de volta, escondendo meu rosto em seu ombro. - Faz quanto tempo que você acordou?

- Uns dez ou quinze minutos.

- Ficou com preguiça de levantar?

- Não quis te acordar.

Reparo na forma que estamos embolados, nossas pernas entrelaçadas e os braços dele envolvem meu corpo e vice-versa. Seria impossível um levantar sem acordar o outro.

- Agora já pode - digo isso, apesar de não mover um músculo para mudar nossa situação.

- Daqui a pouco, daqui a pouco - ele volta a massagear meu couro cabeludo. - Preciso ir trabalhar.

Não digo para ele que estamos agindo como se fossemos um casal, ou será que existem melhores amigos que se tratam assim? Juro que penso nisso mais tarde. O momento está tão leve e gostoso. Não existe nenhuma conotação sexual, o que não deixa de ser algo bom e natural.

- Seus pais não devem estar preocupados?

- Eu avisei que viria pra cá. Acho que você tava bêbado demais para lembrar. Aliás, não tá com ressaca?

- Um pouco de dor de cabeça, mas tranquilo.

Estico meu braço para pegar meu celular na cabeceira da cama, ficando momentaneamente cega com a claridade alta.

- Hoje eu tenho consulta com o doutor Carter - digo ao olhar o evento marcado na minha agenda, eu peguei costume de anotar tudo porque sempre esqueço algo ou acabo me perdendo pelos compromissos. - Nossa, tinha esquecido completamente disso.

- Sério? Que horas? - Mike coloca sua outra mão no meu braço, me mantendo pressionada contra ele ainda.

- Às dez - mostro o horário marcado na minha agenda. - Você vai estar no seu consultório, né?

- Provavelmente, caso não ocorra nenhuma emergência.

- Se você não estiver atendendo ninguém, passo lá para te perturbar.

- Admita que você não quer perder a oportunidade de me ver trabalhando.

- Droga, fui descoberta - dou risada, apoiando minha mão no seu peitoral para olhar em seus olhos. - Vamos levantar.

- É, estou perto de me atrasar.

Me sento ao seu lado, desgostosa por abandonar o calor do seu corpo. Mike também se senta, passando a mão pelos seus cabelos.

- Quer usar o banheiro?

- Só vou jogar uma água no rosto rapidinho - faço um coque desleixado.

Assim que saímos da cama, ajudo ele dobrar o edredom e organizar os lençóis. Sem me importar em andar descalça, pego minhas botas com as pontas dos dedos e meu celular com a outra mão, mas acabo tendo que deixá-los de lado para usar o banheiro. Deixei minhas outras coisas no carro, mais tarde eu pego.

Meu reflexo parece terrível, dormir de maquiagem não é muito sábio. Demoro mais do que gostaria para limpar meus olhos apenas com papel higiênico e água. Encho minha boca d'água repetidas vezes e cuspo. Acho que agora não está tão ruim, concluo olhando para meu coque se desmanchando no topo da cabeça. Por fim, esvazio minha bexiga, dou descarga e lavo as mãos antes de sair do banheiro.

Mike está sentado de costas para mim, parece estar mexendo no celular. Se vira assim que repara que já terminei.

- Obrigado por hoje e por ontem - Mike diz, parando na porta do banheiro.

- Vou cobrar mais tarde - não perco a oportunidade de provocar ele.

- Bom, eu sei pagar de ótimas formas - devolve na mesma moeda. Arregalo meus olhos com sua audácia.

- Você não era assim, Wazowski.

- A convivência contigo está me afetando.

- Idiota - empurro ele para dentro do banheiro, Mike nem se mexe. - Nos vemos mais tarde.

- Mais uma coisa, Malu - paro no meio do caminho para lhe escutar com atenção. - Você tem razão.

- Eu sempre tenho - reviro os olhos caprichosamente. - Sobre o que agora?

- Sobre aquela história da minha vó. Acho que devo mesmo conhecê-la - deixo o lado brincalhão de lado ao ver que o assunto se tornou mais sério. - Ela não tem culpa.

- Isso quer dizer que...?

- É, vou conhecer ela. Não acredito que vou fazer isso, mas... preciso entrar em contato com o Mason. Não sabemos quanto tempo ela tem.

Não consigo esconder meu sorriso orgulhoso. Sabia que ele faria a coisa certa, mesmo que isso significasse interagir com a pessoa que mais odeia.

- Pode contar comigo.

Mike repuxa seus lábios um pouco, essa é minha deixa para sair do quarto e deixar que vá tomar seu banho.

Enquanto fechava a porta do seu quarto, ao me virar, dou de cara com dona Haydee abotoando os botões da sua camisa branca. Um silêncio constrangedor se instala assim que ela repara na minha figura saindo do quarto do seu filho às sete da manhã.

- É... não é o que você está pensando - essa é a pior frase possível, mas parece ser a única coisa que nosso cérebro projeta em momentos como esse.

- Eu não estou pensando absolutamente nada - ela ergue as mãos, seu sorrisinho diz tudo. - Bom dia, Malu.

- Ah, claro, bom dia - aponto com o polegar para a porta do Mike. - Nós apenas dormimos juntos, você pode perguntar pra ele, mas agora ele está tomando banho então... eu tô piorando a situação, né?

- Você é uma figura, Malu.

- O que eu quero dizer é que nós apenas dormimos, sabe? Literalmente, o ato de deitar, fechar os olhos e dormir. Somente.

Me sinto na obrigação de esclarecer às coisas, não consigo evitar. Minha boca está se movendo sozinha e dizendo tudo que meu cérebro processa.

- Malu, fica tranquila. Eu não estou pensando em nada, nadinha - faço uma careta para sua expressão sugestiva. - Sei que vocês são melhores amigos de novo.

- Argh! Sua expressão diz tudo - resmungo. - Desculpa pelo incoveniente.

- Pare com isso - ela aponta as escadas para descermos juntas. - O que acha de tomar café conosco?

- Agradeço, mas ainda pretendo dormir mais um pouco.

- Eu insisto. Você dormiu aqui com o meu filho, então não pode sair de barriga vazia.

Seu tom provocativo não passa despercebido por mim. Ela não vai esquecer isso nunca.

- Está bem cedo, eu não costumo comer nesse horário.

- Mas hoje vai. Mike vai adorar ainda te ver aqui.

Encaro a senhora irredutível, ela não vai desistir nunca. Sei que é batalha perdida.

- Tudo bem.

- Ah, que ótimo! Mike fez um bolo delicioso ontem. Vem, senta aqui enquanto eu coloco tudo na mesa.

- Eu te ajudo.

Antes que ela possa me impedir, eu mesma pego a forma com bolo das mãos dela e pego os pratinhos e copos, que eu facilmente sei onde ficam. Já passei tanto tempo aqui na casa Collins que sei até onde as louças ficam.

- Você não toma café ainda? - ela pergunta, colocando água na cafeteira.

- Dificilmente, mas posso tomar hoje. Boatos que o seu café é ótimo.

- Pelo menos nisso eu posso me gabar e dizer que faço melhor que Mike.

- Mike vai ser o marido dos sonhos.

- Se você não for boba, pode ser que seja o seu.

Me engasgo com minha própria saliva, tossindo compulsivamente enquanto Haydee gargalha. Ela é daquelas mães que faz de tudo para arranjar alguém que lhe agrade para seu filho.

- Estou brincando com você, querida. Não me leve a sério.

- Sim, a senhora é brincalhona assim mesmo - me recomponho.

- Vou parar de pegar no seu pé. Posso perguntar sobre sua lesão, né? Como está indo?

- Muito bem - relaxo com a mudança de assunto. - Já posso me virar sozinha e isso é ótimo. Praticamente posso ter uma vida normal, não a minha.

- Sua vida está longe de ser normal. Mas em breve volta ao eixos. Esses meses aqui vão te fazer bem.

- É, eu percebo isso agora. Gostaria de poder ficar mais tempo, mas não posso abandonar meus trabalhos.

- Imagino que não. Você sempre sonhou com isso, eu me lembro bem. Deve ser ruim ficar longe da família.

- É, com certeza essa é a pior parte. Mas nós sempre mantemos contato, ou pelo menos quando eu tenho tempo.

Haydee coloca uma xícara de café fulmegante na minha frente, junto com um pequeno pote de açúcar. Sei que eles fazem sem açucar porque o Mike prefere assim e sua mãe é pré-diabética.

Escuto passos na escada, Mike foi bem rápido lá em cima.

- Olha quem ainda está aqui - ele diz pelas minhas costas. - Bom dia, mãe - deixa um beijo no topo da cabeça dela, precisando se inclinar bastante para chegar lá.

- Bom dia. Está um pouco atrasado, normalmente você levanta primeiro que eu.

- A Malu me prendeu na cama - Mike parece alheio ao duplo sentido de suas palavras, servindo uma fatia de bolo para mim e outra para ele.

- Eu não prendi ninguém.

Os dois dão risada da minha pressa em dizer, mesmo eu estando séria. A aparência que Mike herdou dos Stewart é compensada pela personalidade que puxou de Haydee. Eles são tão parecidos que chega ser fofo. Eu não acho que pareço tanto assim com meus pais, tenho traços - tanto na personalidade quanto na aparência - deles, claro, mas nada tão óbvio. Pelo menos é o que eu acho.

- Como foi a festa? - Haydee pergunta assim que Mike se senta. Prefiro deixar que ele responda.

- Foi ótima. Carlos mandou bem. Né, Ma? - Mike me incentiva dizer algo.

- Sim, foi incrível. Nos divertimos bastante, a tensão dos últimos dias estava pesando e a festa levou tudo pra longe.

Haydee logo esconde seu sorriso atrás da xícara, balançando a cabeça.

Pego uma garfada da fatia de bolo em meu prato, fechando os olhos em prazer ao sentir o gosto delicioso levemente cítrico. É de laranja, consigo concluir ao engolir. Não sou muito fã de bolo, mas esse aqui está divino.

- Cara, isso tá ótimo - aponto para a fatia em minha frente.

- Achei que você não curtisse bolo - Mike abre um sorrisinho lateral, orgulhoso da sua receita.

- Não tanto, mas esse aqui, nossa... - coloco outra pedaço na boca.

- Você cozinha também, Malu? - Haydee pergunta, o que faz Mike rir. Lhe lanço um olhar ameaçador.

- Se quer saber, aprendi algumas coisinhas depois que comecei morar sozinha. Queimei muito arroz, mas acho que consigo fazer algo comestível agora.

- Só acredito vendo - ele desafia.

- Você sabe fazer aquele prato delicioso que sua mãe costuma fazer nos almoços de família? - franzo a testa, tentando decifrar sobre qual ela está falando especialmente. Minha mãe faz muitos pratos. - Como eu posso explicar...? É como um feijão preto, com diferentes tipos de carne e também um tipo de farinha com muitos ingredientes.

Não preciso de mais do que isso para saber do que está falando.

- Feijoada e farofa.

- Isso, é tão bom! - Revira os olhos.

- Sim, é bem comum lá no Brasil. Ainda não sei fazer. Como eu disse: estou aprendendo agora, é muito raro eu entrar na cozinha. Melhorei bastante, comparado ao passado, mas minha especialidade é a mesma: o bom e velho macarrão instantâneo. Miojo, para os mais íntimos.

- É claro - Mike apoia seu cotovelo na mesa, apoiando seu queixo no punho fechado enquanto me olha sorrindo. É engraçado parecer que seu olhar é de admiração quando estou confessando que meu talento culinário é fazer miojo. - Se você for se casar, por favor, que seja com alguém que saiba cozinhar algo mais saudável - brinca, apenas não mostro meu dedo do meio para ele em respeito a sua mãe.

- Ah, é assim? - aperto meus olhos, me sentindo provocada. - Não se preocupe, você sabe cozinhar coisas saudáveis, certo? Sem problemas.

Mike quase cospe o café em sua boca, precisando de um guardanapo para se recuperar. Haydee apenas dá boas gargalhadas do outro lado da mesa, como eu. Isso acaba me lembrando uma época muito boa, de quando Mike e eu ainda éramos apenas melhores amigos e vivíamos trocando flertes provocativos de brincadeira, nós ainda nem havíamos nos envolvido amorosamente.

- Porr... - olha de relance para sua mãe, lembrando que não estamos sozinhos. - Poxa, essa pegou no meu coração. Droga. Golpe baixo.

Isso apenas me faz rir mais ainda, até meu olhos começarem lacrimejar. Haydee já se recuperou, apesar de manter um sorriso adorável no rosto enquanto nos observa. Ah, eu conheço esse olhar.

- Fica tranquila, minha futura esposa, sou um excelente cozinheiro - devolve, finalmente. Agora é a minha vez de arregalar os olhos.

É evidente que estamos apenas brincando e nos provocando, mas o termo parece soar bem em seus lábios. Como seria ser a esposa do Mike? Certamente muito interessante. Eu nem deveria estar pensando em algo assim, mas a ideia se projeta naturalmente na minha mente. Me pergunto se ele também se deixou levar pelos pensamentos quando eu brinquei sugerindo que ele seria meu marido.

- Hmmm- Haydee se manifesta. - Sei não, essas brincadeiras aí sempre acabam em algum lugar.

- Ah, ok - Mike se levanta, por sorte ele já acabou seu café. - Precisamos ir, mãe, ou vamos nos atrasar.

Ela também se levanta.

- A senhora precisa de ajuda? Posso guardar tudo e... - ela me interrompe com um gesto.

- Nada disso, anda, podem ir agora.

- Certo - faço uma careta, vendo que ela já se decidiu. - Obrigada pelo café, tava ótimo, dona Haydee. - olho para o meu melhor amigo. - Menos o bolo do Mike - não perco a chance de o provocar.

- Sim, é por isso que você estava lambendo os dedos - rebate, me puxando para um abraço lateral enquanto me guia até a sala. - Obrigado por fazer meu dia começar da melhor forma possível.

- Digo o mesmo.

Me lembro da sensação que senti ao acordar em seus braços, eu não me cansaria daquilo nunca. Minha psicóloga tem razão quando diz que eu preciso me permitir em todos os sentidos, mas acho que estou levando isso muito para o lado de um certo alguém. Não vejo a hora de estar cem por cento bem.

- Bom trabalho, Mimi - fico de frente para ele assim que chegamos na porta.

- Vejo você mais tarde.

Passo minhas mãos pelos seus cabelos, tentando colocar alguns fios no lugar. Faço o possível para não o admirar, Mike fica uma tentação vestido com camisas sociais assim, que pegam bem em seus braços.

- Está bem, até lá.

- Não esquece suas coisas - Mike volta para dentro rapidamente, voltando com minhas botas e meu celular. Ainda bem que ele lembrou, caso contrário ficaria sem o meu aparelho pelo resto do dia.

- Sua melhora está sendo ótima, Malu. Meus parabéns! - Doutor Carter finaliza minha consulta com alegria. - Você não sente nenhuma dorzinha ou mínimo incômodo?

- Ontem eu senti uma leve fisgada enquanto estava na festa, mas não foi constante.

- Toma cuidado com isso. Lembra das recomendações, certo?

- Claro. Não se preocupe - aperto sua mão assim que me levanto. - Muito obrigada, doutor.

- Espero ter apenas boas notícias para te dar daqui pra frente, mocinha, então se cuida.

- Pode deixar - sorrio, já abrindo a porta do seu consultório. - Só coisas boas.

Meu sorriso permanece no rosto mesmo quando saio da sua sala, me sentindo estranhamente feliz. Hoje está sendo o dia perfeito. Acordei com o Mike, tomei café com ele e sua mãe, passei a manhã com meus pais e o Peter e acabo de receber ótimas notícias na consulta. Se as coisas continuarem indo tão bem, posso até voltar para o futebol antecipadamente. O que significa voltar para Manchester, pensando melhor, não sei como me sinto quanto a isso. Estar aqui está me fazendo tão bem.

Quero melhorar logo, mas não quero ficar longe das pessoas que eu amo novamente. É um impasse.

O elevador me deixa no primeiro andar, tenho quase certeza que é aqui que fica o consultório do Mike. Mas não lembro o número, sei que é no final do corredor. Ainda bem que o hospital está vazio, evita tumultos com a minha presença. Mike já me disse que existem dias em que isso aqui fica vazio, o que é compreensível já que Hills é uma cidade bem pequena.

Espero que ele esteja no consultório dele. Mike disse que estaria, caso não houvesse nenhuma emergência.

- Malu Bullworty? - viro minha cabeça ao escutar meu nome, apenas pessoas que me conhecem como figura pública me chamam dessa forma.

- Olá - dou de cara com uma garota vestindo um jaleco branco. Ela é negra e baixinha, parece muita simpática com o seu sorriso acolhedor.

- Me chamo Beatrice - estende sua mão, aperto. - Sou muito sua fã, já nos falamos no outro dia em que esteve aqui e teve todo aquele tumulto no estacionamento.

Tento pescar alguma lembrança, mas nada me ilumina. Eu estava muito ansiosa naquele dia, havia acabado de receber alta após a cirurgia e me deparei com centenas de pessoas pedindo fotos e autógrafos. Fiz tudo no automático e não registrei absolutamente nada. Me sinto mal por não recordar da garota.

- Desculpa, aquele dia foi uma loucura. Não lembro.

- Tudo bem, eu entendo. Essa vida de artista deve tão corrida. Você deve tirar fotos com tantas pessoas, é natural que não lembre da maioria. Ainda mais em um dia tão intenso e com a imprensa caindo em cima de você em busca de notícias. Mas fico muito feliz em te ver novamente, você é incrível e deve estar me achando uma maluca por falar tanto.

Preciso de alguns segundos parar digerir todas as informações que ela dá tão depressa. Ainda é cedo para mim e meu cérebro não funciona muito bem nesse horário.

- Imagina - dou risada, gostei dessa garota. Ela me lembra a Malu do passado, o que me entristece um pouco ao saber que não tenho mais esse brilho que essa menina emana com naturalidade. Eu era exatamente assim. - Não somos muito diferentes, eu também falo bastante e acabo perdendo a noção. Normalmente as pessoas nem conseguem falar direito comigo porque eu saio atropelando tudo. Enfim, é um prazer te conhecer, você parece ser divertida.

- É o que dizem. Podemos tirar uma foto? Mas depressa, eu sou estagiária aqui e minha fama em causar problemas me fez ficar constantemente sob vigilância dos meus superiores.

- Claro, por favor - pego seu celular e posiciono como estou acostumada. - Sorriso.

Tiro duas por precaução, como sempre, em uma velocidade incrível. Tive que aprender fazer isso muito rápido e sem derrubar o celular das pessoas, como eu sempre fazia no início. Uma vez eu até tive que dar um celular para uma fã porque o deixei cair e rolar escada abaixo.

- Pode me dizer qual desses é o consultório do Mike? O doutor Collins.

O sorriso indecifrável de Beatrice não passa despercebido por mim, mas prefiro não perguntar.

- Claro, é aquele - aponta para a segunda porta do corredor extenso e largo. - Pode entrar, acho que ele não está atendendo ninguém.

- Obrigada.

Sem perceber, começo a caminhar um pouco mais rápido. Parece até que estou ansiosa para vê-lo, como se não tivesse estado com ele há poucas horas atrás.

Coloco apenas minha cabeça para dentro, sorrindo ao encontrar ele falando no telefone. Mike repara imediatamente, mas não sorri. Parece sério, com quem quer que esteja falando, não parece bom. Mesmo assim, ele faz um gesto para que eu entre e segundos depois desliga.

- Tá tudo bem?

- Era o Mason.

Torço meu nariz involuntariamente. Mas logo acabo por lembrar dos motivos que o fez procurar Mike, sua mãe. Será que a senhorinha ainda está...?

- O que ele queria? - tenho receio de perguntar.

- Eu liguei e, coincidentemente, ele já estava a caminho do hospital. Vai internar a mãe aqui, parece que esse é o melhor pronto-socorro que ele encontrou na região. Mas tenho certeza que tem dedo da minha mãe nessa história.

- E você acha isso ruim?

Mike suspira, passa a mão pelos cabelos e olha para o teto.

- Não. Pelo menos evita que eu tenha que ir até Boltson e entrar na casa dos Stewart. Mas parece que o estado dela agravou, por isso estavam a procura de um hospital melhor. Não sei quem está vindo com ele, além da mãe dele, mas sei que não está sozinho. Acho que vou atendê-la como paciente normal, não sei se é uma boa dizer logo de cara quem eu sou. Ela não está bem do coração.

- Então você acha que terão outros parentes, além do Mason?

- Possivelmente. Até mesmo o tal do Forbes.

- E está pronto pra isso?

- Você vai comigo?

- Eu já disse que sim.

- Então eu estou.


E aí, meus amores? Como estão? Reencontro familiar vindo aí, hihi.

Notícia em primeira mão pra vocês: eu vou retirar ANEOP da plataforma TEMPORARIAMENTE. Por quê? Não é uma história que me agrada mais hoje em dia pela forma em que foi escrita. Nasceu lá em novembro de 2015, eu tinha treze anos e uma mentalidade completamente diferente. A escrita é o maior motivo. Ainda vou manter os mesmos personagens - apesar de apagar alguns que apenas pesavam no enredo -, o sentido será o mesmo nerd>popular>aposta>vilã, mas com algumas coisas bem diferentes, inclusive o nome da história. Pretendo retirar ao fim de AM, estou muito focada nesse livro e em Redenção, então se quiserem rever algo lá tem tempo. É provável que fique um bom tempo fora, vai ser tipo o hiatos da 1D (haha, brincadeira), mas vai demorar bastante. Estou escrevendo três livros ao mesmo tempo e incluir mais um me deixaria perdida.

Beijos

Alice.

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