Ridin'

By iwantsomemilk_

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Na Jaemin é um adolescente rebelde que ama carros e a velocidade, sendo um dos condutores mais famosos de Bus... More

01. o perfeito em tudo e o emplastro
02. boa ação: bluf
03. A raiva
04. Dívida
05. saudades
06. horas prolongadas

07. haechan

328 35 61
By iwantsomemilk_

>antes de começar, queria avisar que este
capítulo contém ação de transfobia>

>disponibilizei a música referida logo na primeira linha, caso queiram ouvir xD<

⊰❂⊱

Adentrando o local, a música Stomp Me Out tocava em alto e bom som, fazendo um sorriso crescer no rosto do Jaemin. A aura negra do lugar era bem evidente. Doadores com os seus bens materiais encima da mesa prontos para serem apostadas com vinho como acompanhante da noite, gargalhavam alto, sendo sufocados pela melodia. Estava cheíssimo, e Jaemin tinha dificuldades em respirar pela sensação de falta de ar.

Não ficaria ali por muito tempo.

Seus amigos: Yangyang e Hendery estavam com os braços entrelaçados desde que saíram do carro, e estavam grudados desde então. Johnny e Jaehyun vieram no mesmo carro apesar do mais velho ainda estar com uma expressão carrancuda no rosto, e Jaehyun tentava demonstrar um sorriso alegre mais falso do mundo. Jaemin pegou boleia de Doyoung, já que o Na ainda não tinha o seu carro, e o Dodo sendo o mero cavalheiro que era, aprontou-se logo para acompanhá-lo. Mais valia ir acompanhado do que sozinho.

Pararam no meio do estabelecimento dando uma olhadela pelos cantos, vendo em que sítio se colocariam. Jaemin não teve tempo de olhar tudo ao mínimo detalhe quando sentiu uns braços fortes o rodeando em um aperto firme.

Sentiu como se tivessem sugado a sua alma.

— Que susto do caralho, Yukhei!

— Olá 'pra ti também, amigão! — Separaram-se e Lucas dirigiu-lhe o seu sorriso encantador de comedor de casadas(os).

— O que fazes aqui? Não devias estar na Coreia para terminares os estudos? — Perguntou afoito. Afinal, Yukhei era mais empenhando do que ele.

— Deveria, mas cansei. Decidi tirar umas férias.

— E essas tais "férias" são chumbares de ano. Não foi assim que te eduquei!

— Eu posso terminá-los aqui. Relaxa! — Elevou as mãos para o ar. — Não tiveste saudades minhas?

— Tive, otário. — Admitiu olhando para todo o canto que não fosse Yukhei.

— Woooow! Estás envergonhado, que fofo! — Riu histericamente.

— Como soubeste que estaria aqui, afinal? — Tratou de mudar rapidamente de assunto. Só gostava de ser os holofotes quando o principal assunto fosse sobre corridas.

— Não te esqueças que eu conheço-os a todos. — Falou referindo-se a Yangyang, Hendery, Doyoung e Jaehyun. Jaemin assentiu.

— E o meu carro e o dinheiro?

— Foram entregues em casa.

— Bem, eu amo-vos muito, mas vou cumprimentar o meu irmão. Já volto. — Avisou Doyoung, indo ao encontro de um grupo de seis pessoas que estavam sentadas ao redor duma mesa redonda.

Jaemin perseguiu-o atentamente, vendo-o abraçar cada um daquela roda. Antes que pudesse desviar o olhar e continuar a sua conversa produtiva com Lucas, um par de olhos negros e afiados acertaram os seus. Seus cabelos negros condiziam com o resto da vestimenta, tirando o seu casaco vermelho de botões. Sustentaram o olhar por longos segundos, antes de um deles quebrá-lo.

Então aquele era o famoso irmão de Doyoung...

— Para quem tanto olhas? — Perguntou Lucas.

— Ninguém. — Respondeu olhando para o seu melhor amigo, tocando seu ombro o dirigindo para qualquer canto do local tentando acalmar o seu coração acelerado.

Aproveitando aquela brecha de separação de dupla, Yangyang e Hendery afastaram-se de um Johnny quase fumegando e um Jaehyun com ar de deboche.

— Qual é o motivo desta vez? — Jaehyun questiona cansado.

— Tu sabes muito bem. — Respondeu curto e grosso, caminhando para uma mesa alta sem bancos, como se fosse o senhor da razão.

— O Jaemin? A sério? — Perguntou desacreditado. Jaemin tinha razão desde aquele dia e Jaehyun não quis acreditar, até porque ele e Johnny não tinham nada além de sexo.

Apenas recebeu um olhar mortal.

— Sabes, Johnny, eu começo a ficar cansado das tuas merdas. — Retrucou com certa chateação no tom de voz.

— Que merdas?

— Esses ciúmes desnecessários! — Elevou a voz, apercebendo-se disso, tratou de abaixá-la. — És sempre o primeiro a dizer que não temos nada além de sexo e fazemos o que nos apetecer. Quando estás com os teus amigos íntimos eu não digo nada porque sei o meu lugar, mas quando é comigo, ages contra as tuas próprias palavras! — Jaehyun não queria discutir logo ali, em frente de toda a gente, mas não conseguia negar a sua falta de paciência pelo comportamento infantil do Suh.

Recebendo apenas silêncio, já sabia o que se passava na mente dele. Estava assimilando todas aquelas palavras duras de Jaehyun, e ele estava certo. Estava se contradizendo, e isso não era nada bom. A verdade era que, Johnny já não sabia mais o que dizer ou fazer para emendar as merdas que fazia ou dizia.

— Foi o que me pareceu. — Suspirou. — Preciso de uma bebida. — Jaehyun estendeu o braço para o garçom, pedindo uma bebida qualquer.

— Desculpa, Jaehyun. — Descansou o braço sobre a mesa. — Desculpa por tudo. É que eu... Eu...

— Não consegues controlar aquilo que sentes. — Completou, recebendo a atenção do Suh. — Eu sei como te sentes, até porque me sinto igual em algumas circunstâncias, mas sei o meu lugar. E tu também devias fazer o mesmo. — Aquelas palavras não só magoaram Johnny, como também magoaram o próprio Jaehyun. Não queria ser tão grosso com ele, somente queria que ele provasse do seu próprio veneno.

Jaehyun vingativo? Nunca.

— O Jaemin é apenas meu amigo de infância, nada mais. Por isso não precisas de ter ciúmes. — Apesar das suas palavras, não queria perder uma chance com Suh (se era que iria ter).

— Não são ciúmes. Apenas um incômodo.

— Claro. — Johnny tentava não demonstrar o que realmente sentia, e Jaehyun apercebeu-se de que Suh era mais transparente do que pensara. Aproveitaria isso dali adiante.

No lado oposto do Johnny e Jaehyun, Yangyang e Hendery compartilhavam a mesma bebida com palhas diferentes. Ambos eram muito fofos juntos e carinhosos um com o outro, apesar de ser um relacionamento aberto. Na verdade, nada disso estragava ou implicava com algo mau, afinal, ambos se gostavam e era somente isso que os interessava.

Corpo de vinte anos com mentalidade de cinco, o que poderia dar errado?

— Yangyang, estás a ver aquele platinado lá no fundo escondido com um de cabelos vermelhos?

— Humhum. — Assentiu olhando para onde o seu companheiro apontava, quase babando com tamanha beleza.

— Ele não é ganda pão?

— Oh se não é... — Suspirou mordendo o lábio desviando o olhar, bebericando na sua palhinha. Hendery tratou de fazer o mesmo.

— Será que ele é solteiro?

— Hendery! — Yangyang bateu no braço do mais velho, fazendo-o rir. — Tenha modos.

Continuaram encarando o platinado na maior cara dura, não se importando se fossem apanhados.

Jaemin e Lucas caminhavam pelo local, tentando encontrar um sítio perfeito para puderem colocar a conversa em dia. Encontrando o que procuravam, trataram de se posicionar na mesa alta e pedir uns drinks para se animarem um pouco. As saudades de beber juntos batia forte e feio dentro dos seus peitos.

— E o Jungwoo? — Jaemin perguntou bebendo sua tequila.

— O que tem? — Curto e sem objetivo, mostrando desconforto. Jaemin já o topou.

— O que aconteceu, Lucas? — Usou uma voz mais calma e acolhedora. O chinês olhou-o e respirou fundo.

— Ele acabou comigo. Disse que não queria ter mais nada e que já não sentia o mesmo.

— E tu?

— Sinceramente? Eu acho que ele nunca gostou de mim de verdade, Jaemin. Eu aceitei a decisão dele, até porque nunca prenderia alguém a mim. Eu... Eu acho que naquela relação eu era o único que vivia os momentos de verdade. Ele parecia noutro mundo, tentando encontrar algum objetivo acabando por falhar... Ou talvez encontrou o que procurava, mas não da maneira que imaginava. — Jaemin apenas ouvia seu melhor amigo atentamente, e Lucas continuou. — Podia ser por interesse? Eu não sei, não quero imaginar o pior, mas é mais forte do que eu. Porque, acreditando ou não, ele só mencionava o teu nome em todo o tipo de conversa que tínhamos. — Jaemin arregalou os olhos.

— O quê?! — Tentou não se engasgar com a bebida. — Como assim? — Se Jaemin não entendia o porquê e nem encontrava um motivo aparente, Lucas estava pior do que ele. Ser enganado ou não, não se ilude a pessoa que gosta dela, isso é desumano, mas, queriam tentar não tirar conclusões precipitadas antes de saberem o real motivo.

— Eu não sei? Ele sempre queria saber coisas sobre ti quando tinha oportunidade, e eu respondia com respostas curtas e objetivas para aquilo que eu podia contar. Nada além das margens, como ele queria algumas vezes. — Inclinou-se na mesa, aproximando-se de Jaemin. — Achas que ele está a planear alguma coisa?

— Eu não quero acreditar nisso, é o melhor a se fazer, Lucas. — Tratou soar calmo com a situação. Porque Jungwoo quereria saber sobre si pelo Lucas, enquanto podia vir perguntar pessoalmente? — Porque não lhe perguntaste isso?

— Porque ele não me deu a oportunidade. Ele simplesmente soltou isso no ar e desapareceu. Não pude fazer nada, por mais que queira. Apenas aceitei, e tento esquecer isso o máximo possível.

— Quando tiveres a oportunidade, conversa com ele, ok? Mas somente no momento certo e num local apropriado.

— Tentarei. — Concordou com a cabeça.

Jaemin calou-se por um instante enquanto Lucas tocava pela primeira vez na bebida que havia pedido, olhando ao redor. Nada estava diferente, tirando a música que estava mais baixa. O coreano não queria ceder, mas a sua mente o forçou a voltar o olhar para o grupo onde Doyoung fora logo no início. O seu corpo arrepiou por inteiro quando seus olhos se conectaram com os dele outra vez. Então ele o encarava, forte e feio, sem desvencilhar aquela sensação penetrante. Porque ele o olhava tanto? Sabia quem Na Jaemin era? Jaemin não sabia o seu nome, apenas sabia que era irmão do Doyoung.

A conexão de ambos foi cortada de novo por um Yangyang e Hendery bastante animados, um Johnny com o humor mais clean e um Jaehyun mais calmo do que antes. A aura entre os mais velhos havia melhorado, então Jaemin concluiu que ambos haviam conversado e se acertado. Era melhor assim.

— Vamos ver como estão as apostas, vem! — Yangyang e Hendery agarraram Jaemin pelos ombros, guiando-lhe o caminho em direção ao pequeno palco. Johnny, Jaehyun e Lucas trataram de segui-los, mas com um humor mais calmo.

Jaemin jurou ter sentido a sua respiração falhar completamente quando seus olhos depararam com as duas pessoas que menos queria ver naquele momento ou em toda a sua vida: Taeil e Xiaojun. O que eles estavam ali a fazer? Haviam o perseguido? Jaemin desvencilhou-se do toque dos seus amigos, indo para o lado do Lucas.

— Taeil e Xiaojun... — Tentava soltar as palavras com calma, mas não conseguia.

— Ei, ei. Calma, respira, com calma... — Yukhei ajudou-o cuidadosamente. Não gostava de ver Jaemin naquele estado por causa daqueles dois imbecis.

— O Taeil e o Xiaojun... Estão aqui.

— O quê? — Procurou-os com o olhar, não conseguindo ter o que queria. — Tens a certeza?

— Tenho!

— E o que eles fazem aqui?

— Sei lá eu, Lucas! Eles pareciam preocupados com algo... Andavam à procura de alguma coisa...

— Ou de alguém. — Concluiu o chinês. Esfregou a sua mão direita no rosto, apertando os ombros do Jaemin com cautela. — Se os vires de novo, apenas ignora. Finge que eles não estão aqui, ok? — Pediu e recebeu um maneio de cabeça fraco. Afagou os cabelos de Jaemin, tentando acalmá-lo.

— Ei, está tudo bem? — Jaehyun aproxima-se com um ar preocupado.

— Sim, está. Não te preocupes. — Assegurou apertando as mãos do Jung com cuidado. Jung afagou a sua bochecha, voltando para o lado do Suh.

Aproximaram-se do pequeno palco onde algumas palavras iriam ser ditas pelos donos daquela festa das apostas, e as pessoas começavam-se amontoar, deixando Jaemin um pouco aflito por falta de ar. Tentou-se acalmar, falhando miseravelmente. Estando de olhos fechados, pôde sentir os pequenos afagos de Yukhei em seus ombros. Conseguiu relaxar, apercebendo-se de que estava bastante tenso. Abriu os olhos e sorriu para o seu melhor amigo, sorrindo-lhe mais calmo.

— Estou aqui para o que for preciso — Sussurrou, e Jaemin não podia estar mais grato: era muito grato por ter uma pessoa que nem Lucas na sua vida que sempre ajudava-o, que estava sempre ali para o que precisasse, e Jaemin nunca conseguiria agradecê-lo de verdade pelo esforço e apoio.

Amava-o demais.

A música deixou de se fazer presente, e dois microfones com tripé foram postos sobre o palco. Jaemin aproveitou esses dois minutos para espiar para trás de si, vendo Doyoung com um braço sobre os ombros do seu irmão que olhava para o placar sorridente que nunca parava de subir os valores.

— Ora, muito boa noite para todas as pessoas presentes aqui hoje, mais uma vez, para a próxima corrida que irá decorrer daqui dois dias! — Um homem alto e de vestes sexy aproximou a sua boca do microfone, enquanto ajeitava seus cabelos vermelhos, arqueando a sobrancelha cortada.

— Como antes declarado, esta corrida será um pouco mais diferente... Digamos, mais clean. — Sorriu satisfeito com os murmúrios. — Aqui vão alguns avisos: nesta corrida, é proibido jogar sujo, ou seja, tentem não matar ninguém, tentem não bater em ninguém, somente... Despistar da maneira mais simples e eficaz que souberem. — Assobios de satisfação preencheram o lugar, fazendo-o sorrir ainda mais. — Usem o que têm na cabeça, a qual vocês chamam de cérebro, seus inteligentes. — Debochou, e a plateia nem se importou com tal insulto.

Ainda bem que Jaemin não iria participar. Sorte daquele cabeça meia tigela.

— Quem são eles? — Perguntou Jaemin curioso.

— Os "chefes" disto tudo. O Taeyong é aquele de cabelo vermelho, o Ten é o de cabelo meia tigela preta. — Respondeu Jung, divertindo-se zombando com o tal de Ten. Não importava mais, Jaemin ganhou ranço dele.

— Vamos fazer os números aumentarem, como num leilão. — Taeyong comentou e a plateia gritou até não puder mais.

Jaemin sentiu seus ouvidos doerem forte e feio.

Jaemin mudou a sua expressão quando o viu: Qian Kun. Qian Kun, chinês desgraçado que Jaemin e Lucas tanto odeiam com todas as suas forças, estava ali, subindo no palco com um sorriso falso no rosto.

— Que merda ele faz aqui? — Jaemin perguntou para Jung, obtendo a atenção dos seus companheiros, até do irmão de Doyoung.

— Além de ter negócios na Coreia, também tem aqui, infelizmente. Todos têm ódio dele, vocês não são os únicos. — Respondeu mencionando Jaemin e Lucas. — Kun sempre ajuda Taeyong e Ten nestas horas. Têm negócios a cada minuto, nunca desgrudam. — Assentiu olhando para o palco fuzilando Kun com o olhar.

Olhou para Lucas, pronto para abrir a boca e dizer mil palavrões, acabando por olhá-lo com preocupação.

— Lucas, o que foi?

— O-o J-Jungwoo... E-Ele...

— O que foi, Yukhei? Diz-me! — Colocou a sua mão no seu ombro.

— O Jungwoo está ali... Olha! — Apontou para o lado de fora do palco, vendo a pessoa que machucara o coração de seu melhor amigo.

Tinha algo de mal acontecendo. Jaemin tinha esse pressentimento.

Não teve tempo de se virar para olhar o seu melhor amigo. Lucas não estava ali.

Procurou-o entre a multidão e conseguiu ver a sua cabeleira platinada. Apressou-se a sair do lugar e ir atrás dele. Não queria que Lucas arrumasse confusão, principalmente naquele dia (pelas duas pessoas, cujo os nomes eram Taeil e Xiaojun, e pelo local). Alcançou o braço do chinês e virou-o para si.

— Eu disse para falares com ele na altura certa, e não numa festa de apostas com toda a gente na tua mira, Yukhei!

— E se ele desaparecer? — Desvencilhou-se do aperto. — Posso não voltar a vê-lo! É a altura perfeita para conversarmos. — Continuou o seu caminho, ignorando Jaemin.

O coreano não sabia o que fazer. Sabia que Lucas era um teimoso de primeira. Quando tinha algo na cabeça, não a tiraria até chegar o momento certo para isso.

— Maldita cabeça-quente.

Voltou a olhar para o palco, pregando o olhar em Qian Kun que havia visto-os ali, no meio daquela multidão toda.

— Antes de começarmos as apostas em voz alta, queria avisar com todo o prazer do mundo que, nesta noite, o melhor condutor de Busan na Coreia do Sul, Na Jaemin, está presente aqui, esta noite! — Sorriu diabolicamente pela cara de nojo que Jaemin lhe dirigiu. O que ele ganhava com aquilo? Título de hipocrita? Cínico? Filho da puta?

Após a fala de Qian Kun, Lucas acordou do seu transe de raiva. Estava a poucos metros de Jungwoo, e virou-se de costas para o mesmo quando começou a sentir o nervosismo subir até à sua espinha. O que ele estava prestes a fazer de cabeça-quente? Nada, só pioraria tudo! Jaemin tinha razão.

Lucas não sabia porque Kun estava acompanhado de Jungwoo, até porque o Kim nunca tocara no nome do mais velho, mas se eles estivessem juntos, então Jungwoo permaneceria no Japão por longas semanas.

Tratou de voltar para o lugar, onde encontrou um Na Jaemin furioso pelas alfinetadas do Kun.

A plateia, inflamada de animação pela informação, começaram aos berros outra vez, fazendo Jaemin olhá-los com ódio, principalmente para Kun. O mais novo ia-se pronunciar, mas fora impedido por Lucas.

— Não dês importância, não vale a pena. Poupa a raiva para o lado de fora. — Piscou o olho e sorriu.

— É uma honra ter-te aqui esta noite, Na Jaemin! — Saudou Taeyong. — Continuando, vamos dar continuação às apostas! — Assim dito e feito, as vozes foram escutadas de cada vez, a cada minuto, aumentando o enorme número que já era representado na placa, onde os nomes: Haechan, Jeno, Mark, Chenle, Renjun e Jisung, estavam no início, arrebentando com a escala.

— E o condutor Haechan está, neste momento, reinando com o maior número de apostas! — Vários murmúrios rondaram pela parte detrás de Jaemin, fazendo-o olhar naquela direção, vendo o irmão de Doyoung sorrindo para um garoto de cabelos alaranjados, conhecido como Haechan.

— Vais ganhar as apostas desta vez, princesinha!

— Um homem, que era uma mulher, vai ganhar as apostas desta vez? Como, se nas corridas acaba por ficar entre os cinco primeiros, e por vezes, acaba por não participar?

Comentários desrespeitosos e preconceituosos começaram a surgir entre a multidão e Jaemin sentia-se extremamente confuso com a situação. E qual era o problema? Porque um homem trans não podia participar sem receber respeito antes disso acontecer?

— O que querem caralho?! — Um dos amigos de Haechan gritou furioso.

— Mark, não ligues! — Haechan tentou acalmá-lo.

Todos da roda do Jaemin olhavam para todos completamente desconfortáveis e furiosos com tamanho preconceito. Jaemin olhou para trás, vendo uma pequena roda de indivíduos em torno de Haechan. Tentavam não demonstrar tal desconforto, tal nojo por aquela situação ter voltado a se repetir novamente.

— Acalmem-se! Nada desses comentários aqui, caralho! — Taeyong falou alto e em bom som no microfone, fazendo todos se calarem. — Se este tipo de situação voltar-se a repetir, serão expulsos imediatamente! Isto é inadmissível. Como têm tomates para falar dos outros? Apenas aceitem! Se estiverem incomodados com a presença dele, podem muito bem ir embora, até porque aqui preconceito e desrespeito não é aceito! Tenham respeito.

Jaemin sentiu um alívio percorrer pelo seu corpo. Acabou por ganhar uma boa impressão de Taeyong, somente por defender Haechan com toda a raiva à vista. O corredor saiu dali em passos rápidos, sendo acompanhado por um do seu tamanho de cabelos castanhos.

Continuava sentindo-se mal por tal acontecimento. Nunca se orgulharia da Ásia por tal tamanho de preconceito, era inadmissível! Tal ação deveria ser evitada, mas apenas era alimentada para mais e mais.

As apostas continuaram, apesar de ter pessoas abaladas pelo acontecido, e essas pessoas eram os amigos do Jaemin e o próprio Jaemin. O irmão de Doyoung demonstrava insatisfação, tal como os seus amigos que o Na não conhecia.

As apostas terminaram, e o famoso Lee Jeno acabou por ficar em primeiro lugar, como o nome indicava: o melhor condutor de Tóquio. Apesar do empecilho de à pouco, Haechan acabou por ficar em segundo. Desaparecera, e ninguém nunca mais o viu por ali.

A festa continuou, várias pessoas foram embora, umas permaneceram, e umas chegaram somente pela bebida e pelo DJ.

Jaemin precisava de ar, e como um necessitado de espaço que ele era, avisou Lucas e o resto do pessoal que iria apanhar um pouco de ar fresco. Desde que chegou ali nunca havia ido para o lado de fora, estava quase enlouquecendo.

Encostou-se na parede do lado de fora, aproveitando o ar fresquinho da madrugada. Fechou os olhos, sentindo o seu corpo arrepiar por inteiro. Sentiu um cheiro totalmente diferente ao seu lado. Percebera que não estava sozinho, mas apenas abriria os olhos quando essa pessoa se pronunciasse.

— Na Jaemin, o melhor condutor de Busan, Coreia do Sul.

— Lee Jeno, o melhor condutor de Tóquio, Japão. — Abriu os olhos e sorriu de canto. Porque ele o procuraria? — O que lhe devo a esta visita? — Debochou.

Jeno riu.

— Apenas curiosidade... Serás assim tão bom na estrada como dizem?

— Claro. Tens dúvidas? — Desencostou-se da parede, aproximando-se do Lee.

Analisou-o antes de responder. — Tenho. — Sussurrou, aproximando-se um pouco mais, mas a uma curta distância.

— E porque não as tiras?

— Porque ainda não tive oportunidade. — Sorriu e Na acompanhou.

— Justo. — Cruzou os braços.

— Vi que me observaste a noite toda. Isso é tudo curiosidade ou... Interesse na minha pessoa? — Circulava Jaemin em passos lentos.

Jaemin riu.

— Auto-estima on point. — Sorriu. Jeno era assim tão audacioso e direto?

Jaemin gostou.

— Vais dizer que estou errado. — Parou em frente do mais novo.

— E vou dizer mesmo, porque estás.

— Hm... Ok. Vou aceitar essa mentira, mas só desta vez.

Jaemin não entendia onde ele queria chegar, mas estava gostando daquele momento. Jeno conseguia ser engraçado com a sua auto-estima e por achar que todos gostam dele e o idolatram.

Ele estava muito enganado.

— Vais à corrida no final de semana?

— Talvez, ainda não tenho a certeza. — Jaemin iria, com toda a certeza. Queria ver como Jeno era na pista, e estava super animado para isso.

— Vou esperar pela tua presença. — Sorriu, aproximando-se de um Jaemin com um olhar afiado, e sussurrou na sua orelha: — Posso parecer sonso, mas não sou. — E afastou-se.

Jaemin estendeu a cabeça para o lado, o olhando com a maior incógnita na mente. Sabia perfeitamente o que aquilo significava, mas queria fazer o seu papel de sonso também.

— Pareço o melhor da Coreia, porque eu sou. — Sorriu de lado antes de dar as costas e deixar um Jeno animado e satisfeito para trás.

⊰❂⊱

e vamos de lee donghyuck trans😔🥺

desculpem pela parte do preconceito, mas quero demonstrar a realidade que acontece ao redor do mundo, e como quero falar mais sobre a comunidade lgbt, achei interessante colocar alguém trans 👉🏻👈🏻.

n sei se vcs sabem mas eu edito às vezes, e dei a louca de tentar fazer crackship (postei no meu portfólio à algum tempo atrás), e por isso vou colocar aqui também xD.

obrigada por ler e até à próxima! <3

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