Alina Stark

By _llondongirl

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#EM CORREÇÃO Quatorze anos, essa era a idade dela. Quatorze anos, esse foi o tempo que ele passou sem saber... More

Pilot
Estagiária
Agulhas
Flasbacks, Confusões e Festas de Aniversário
Um Segredo Revelado
Conselhos e Aviões
O Início de um Fim de Semana Agitado
Como Dar um Fora em Alguém
Noite de Festas, Danças e Diversão
Segredos e Histórias Passadas
O Mundo de Cabeça pra Baixo
Tempestade
Uma Nova Casa
Adaptação
Brinde
Repercussão
Coisas que Acreditamos
Preparativos
Sentimentos Reciprocos
O Baile
A Realeza Moderna
Festa a Fantasia
Conflitos e Magoas
Momentos Divertidos
Adrenalina
Programa de Talentos
Upgrade Social
Cartas Para Alguém Que Está Longe
Segredos Trocados, Poetas Amados
Um Dia de Reencontros
A Luz da Lua
Ciúme Paterno
Conhecidos Desaparecidos
No One, But You

Momentos

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By _llondongirl

No dia seguinte, Alina acordou com o despertador do celular tocando alto. Saltou da cama direto para o banheiro e tomou um banho antes de se vestir para ir a escola.

Pegou a mochila e desceu as escadas rapidamente, usando seu moletom preto com o zipper aberto, e a blusa vermelho-sangue por baixo.

- Natasha teria orgulho de mim. - falou para si mesma quando percebeu a combinação de cores que estava usando.

Tomou café rapidamente é não fez barulho para não acordar ninguém. Não que fizesse diferença. Pelo tamanho daquela casa, provavelmente poderia quebrar uma parede sem Tony e Pepper ouvirem.

Quando passou pela porta, viu a figura de Happy usando óculos escuros e comendo um grande biscoito, enquanto estava encostado na frente do carro preto que sempre dirigia.

- Ah, oi garota. Estava te esperando. Vamos. - ele disse dando a volta rapidamente e abrindo a porta para entrar no carro.

- Vamos a onde? - Perguntou sem entender.

- Como onde? Pra onde todos os adolescentes como você vão a esse horário, escola.

- Sabe, eu posso ir...

- Menina, se pudesse ir andando, não precisaria de motorista. - Happy a interrompeu.

- Eu pensei que você fosse segurança. - ela respondeu, indo em direção ao carro.

- E eu sou. - fechou a porta quando ela entrou. - Agora sou o seu.

- Espera, eu preciso de segurança?

Ela sentiu o carro arrancar, e se aproximou segurando o banco do motorista.

- Sim.

- Você não vai ficar parado na porta da escola, com cara de poucos amigos, enquanto estou lá dentro, vai? - perguntou, já com medo da resposta.

- Não. Eu te levo até a escola, e busco você lá. Não se preocupe, você ainda não precisa de alguém 24/7.

Alguns minutos depois estavam na escola de Alina. Happy a deixou lá e foi embora, como prometeu que iria. Logo em seguida a garota caminhou pelo portão a dentro, porém foi rapidamente interrompida.

- Tem motorista particular agora? - a garota perguntou a ela.

- Não é da sua conta. - ela sorriu cordial e falsamente apenas andando reto.

- O que é Alina? Flash contou que é verdade o boato de que trabalha pros Starks. E que viaja com eles também. Acho que foi "conferência" o nome que ele usou.

- Flash deveria aprender a ficar de boca fechada. Ou então, pelo menos deveria contar a história toda. - se lembrou do quão engraçada tinha sido a cena na oficina.

- Como assim?

- Não importa de qualquer jeito, porque você não tem nada a ver com isso Melissa.

Alina deixou a garota falando com quem quisesse e andou a passos rápidos para dentro do colégio. Desde que eram crianças, Melissa Montez era seu pesadelo. Ela não era só implicante como toda criança, era cruel, e piorou depois que cresceu. Detestava Alina por ter três anos a menos e ainda tirar o destaque dela em todas as matérias.

Alina passava a maior parte do tempo evitando olha-la. Ela e Flash poderiam formar o casal mais repulsivo da escola. Eram o perfeito combo "ensino médio idiota".

- Oi, e aí garota? Parece que viu um fantasma. - MJ comentou rindo.

- Ta mais pra aberração mesmo.

- Melissa ou Flash?

- Melissa. - abriu a porta de seu armário.

- O que ela fez dessa vez? Já posso bater nela?

- Me encheu o saco como sempre. E não, você não pode sair batendo nas pessoas MJ.

- Então faça isso você.

- Eu também não posso fazer isso. - riu fechando a porta de seu armário e andando pelo corredor ao lado da amiga.

- É... - sua amiga resmungou.

- O que foi? - Perguntou rindo fraco sem entender.

- É que, você é a filha do Homem de Ferro. Meio que... pode fazer o que quiser agora.

Alina a olhou como se ela tivesse dito algo absurdo e depois riu.

- As coisas não funcionam assim MJ. Pelo menos eu não penso assim.

- Eu sei que não. Mas sabe, você não precisa deixar as pessoas te encherem o saco. Você pode simplesmente pedir o seu pai pra vir a escola e resolver isso. Não por ele ser Tony Stark... mas por ser o seu pai. - explicou.

- Não quero incomodar Tony com isso. Além do mais, Melissa Montez não me incomoda a muito tempo. Ela é só uma presença que eu, assim como outras pessoas, sou castigada a suportar.

MJ riu alto enquanto a amiga passava o braço pelo seu e andavam juntas pelo resto do corredor.



Mais tarde naquele dia, quando chegou em casa, Alina estava ansiosa por ter uma conversa com o pai. Ela havia pensado em algumas coisas durante as aulas e queria um conselho de alguém que pudesse entendê-la.

Hatchi veio correndo cumprimenta-la na porta. Ela se abaixou para acariciar suas orelhas e o pequeno animal se deitou sobre seu colo.

- Você é uma bola de pelos muito folgada e fofa. - falou.

Depois se levantou e continuou andando até a sala.

- Jarvis, você viu Tony? - perguntou deixando sua mochila no sofá.

- Está no laboratório senhorita Russel.

- Pode avisar a ele que estou descendo?

- Claro senhorita.

- Obrigada.

Alina deu alguns passos até a porta e a abriu, passando pelo corredor e descendo as escadas até o laboratório do pai.

- Bom dia. Jarvis avisou que estava descendo. Como foi na escola? - o pai perguntou sem se levantar de perto do motor em que estava mexendo.

- Foi tudo bem, eu acho. - ela se sentou sobre um dos balcões.

- Acha? - arqueou uma sombracelha.

- Eu vi alguém que não queria ver e descobri que Flash espalhou para a escola inteira que é verdade o boato de que trabalho para "a família Stark". - ela fez as aspas com as mãos e deu uma risada - Vocês não se cansam de serem rotulados assim o tempo todo? Como se fossem intocáveis, realeza, ou algo do tipo? Parece exaustivo.

- Não sei, nunca vivi algo diferente disso. Você acaba se acostumando. - Tony explicou a ela, parecendo pensar sobre aquilo por um momento. - E só pra constar, nós somos intocáveis. - enfatizou o nós e piscou para ela no fim da frase.

- Ok... - deixou a frase no ar - Mudando um pouco de assunto, eu posso te perguntar algo?

- Claro.

- Se tivesse que ouvir alguém te dizer que todas as coisas que você faz bem não servem para nada, o que você faria?

- Isso depende, de quem estamos falando?

- O novo diretor do Midtown baniu todos os clubes de artes e ciências por quê não são "rentáveis" o suficiente.

- Então seus colegas artístas estão buscando por lugar?

- Sim. E não só eles... Eu gostaria de fazer algo, de mostrar que ele está errado, mas eu tentei conversar e não funcionou.

- Não vale a pena gastar palavras com alguém que não está disposto a ouvir.

- Então o que devo fazer?

- Se palavras não são suficientes, então demonstre. Uma boa luta chama atenção. Acredite em mim, tenho experiência nessa parte. - fez ela rir.

- Essa é uma boa ideia. - considerou.

Tony piscou para ela e voltou a colar uma última peça na maquina em que estava mexendo.

- Você ainda não respondeu, o que faria se isso acontecesse com você? - ela voltou a perguntar ao pai.

- O que?

- Se alguém te dissesse que não é bom o suficiente, o que faria?

Tony parou seu trabalho e olhou para ela com um sorriso divertido.

- Eu diria a ele o meu nome.

Algumas horas mais tarde, depois de almoçar, fazer sua lição de casa e assistir um filme da Disney com Morgan, Alina foi se encontrar com o pai que estava usando uma mangueira para aguar algumas flores no jardim, enquanto Pepper estava sentada no balanço de madeira, com um copo de suco na mão e uma pasta de documentos na outra.

- Você realmente precisa ler isso Tony. - a garota ouviu a chefe enfatizar.

Aparentemente eles estavam tendo outra conversa ao estilo "casal Stark".

- Eu te fiz CEO a anos atrás pra eu não ter mais que ver nada isso.

- O seu nome ainda está na frente da empresa. - debateu.

- É o seu nome agora também, seja o que for, você decide.

- Então o grande senhor Stark também é um jardineiro. - a garota disse, fazendo notar sua presença.

- É, fazer o que? Eu tenho muitos dons. - ele brincou.

- Aparentemente, ler não é um deles. - Pepper o alfinetou, falando baixo, enquanto ainda lia a pasta.

Tony olhou para ela se fingindo de ofendido.

- Me deixe ver isso... - a garota se abaixou ao lado das pequenas flores que cresciam. - São flores muito bonitas. Você deve ter talento para cuidar delas.

- Pepper diz isso. O que é uma grande surpresa, porque eu nunca tive talento para muita coisa que exigisse cuidado.

Ele soltou a mangueira no chão e se ajoelhou ao lado da filha. Alina riu fraco antes de olha-lo.

- Você não é assim. - falou.

- Assim como?

- Irresponsavel, infantil, como gosta de dizer que é.

- Eu mudei um pouco com o tempo, eu admito. Eu era um pouco difícil antigamente Alina.

- Um pouco? - a loira tirou os olhos dos documentos que estava lendo para interromper Tony.

- Okay, eu era complicado. Está feliz agora senhora Stark?

Ela apenas levantou seu copo de suco, em um brinde invisível.

- Mas você não se torna mal por ter problemas. - Alina disse. - Não duvido que você era uma pessoa complicada. Mas não acho que era ruim. Pessoas ruins não se tornam super-heróis e salvam o mundo. E além do mais... - ela se levantou, indo sentar ao lado de Pepper no balanço de madeira. - Se a Pepper continuou com você, é porque você valia a pena.

- Na verdade, o salário era bom. - a loira disse, com uma careta, sabendo que irritaria Tony.

- Okay, quer saber...

Tony pegou a mangueira que estava ao seu lado e espirrou água nas duas, fazendo elas gritarem e se levantarem rapidamente.

- Tony! - gritaram ao mesmo tempo.

- O irresponsável e engraçado está de volta!

- Oba! Chuva de mentira! - escutaram Morgan gritar enquanto corria para perto delas.

E então seus protestos foram substituídos por risadas, e um divertido momento em família.


No dia seguinte, Alina chegou a escola com uma grande ideia, e estava ansiosa por procurar MJ, Peter e Ned.

- Eu sei algo que podemos fazer.

- Qual a ideia mirabolante dessa vez? - Ned perguntou - Eu gosto quando você tem ideias mirabolantes.

- Ótimo, porque você vai ser de grande ajuda nessa ideia. Todos vocês.

- E o que vamos fazer?

- Um festival de artes. - anunciou.

- Espera, o que? Um festival? - Peter arqueou uma sombracelha.

- Isso mesmo. Vamos convencer os alunos a participarem.

- E o que exatamente vai acontecer? - Ned perguntou.

- Reconhecimento. - MJ respondeu entendendo e Alina sorriu para ela. - Tem muita gente talentosa nessa escola, e isso não se limita a jaquetas de couro e minissaia.

- Exatamente. Se convencermos a galera das artes a se apresentarem, as pessoas vão ver isso. Pode ser dança, teatro, talvez um musical... o que quiserem.

- Então, só precisamos divulgar isso e fazer os outros clubes entenderem que vale a pena lutar pelo seu espaço. - Peter disse. - É uma boa ideia.

- Um festival de artes organizado por adolescentes em um ato de luta contra a repressão, isso é uma grande ideia. - Ned se empolgou.

- Vai com calma aí o manifestante, estamos apenas tentando mostrar ao diretor que ele está errado. - MJ disse ao amigo e os outros dois riram.

- É irado de qualquer forma.

- Ok, é uma boa ideia. Você participa do TecArt pelos clubes científicos, organizamos um festival pelos artísticos, mas agora só precisamos convencer as pessoas a participarem. - MJ falou.

- Exatamente. E eu já sei como fazer isso. - Peter comentou. - Só precisamos de tempo.


O resto da semana foi baseada em Alina indo e voltando da escola, se adaptando a nova casa e pensando em como começaria seu projeto para a TecArt.

Foi para a casa da avó um dos dias, para passar um tempo com ela e assistirem Little House on The Prairie. Todas as quintas era dia de assistir séries antigas com a avó, desde que se lembrava.

A garota gostava de passar cada momento que podia ao lado do pai, quando ele estava em casa. Sabia que ele gostava de tê-la por perto, e ela gostava de estar com ele. Pepper também estava sempre se certificando de que estivesse tudo bem com ela. Convivendo mais próximas, Alina podia realmente ver as características maternas tão presentes na loira, até mesmo com ela, que nem era sua filha.

No último dia letivo da semana, Alina estava ansiosa pois fariam o vídeo que Peter sugeriu como fonte de influência para o festival de artes. O dia na escola havia sido produtivo, o vídeo estava pronto, e Alina e os amigos estavam na saída quando a garota recebeu uma visita inesperada.

- Morgan? - sorriu confusa com a garota que havia saído do carro e corria em direção à ela.

- Oi! - a menina a abraçou feliz. - Happy me deixou vir com ele.

- Estou vendo. - ela se abaixou para ficar da altura da irmã e mexer em seus cabelos - Queria ver onde eu estudo?

- Queria sim.

- E ai, gostou?

- É bem grande aqui. Tem escola pra gente do meu tamanho também?

- Infelizmente não Mor. - riu. - Mas a gente pode ir lá dentro se você quiser ver.

- Eu quero!

Alina deu a mão para Morgan e atravessou o campo, junto com Peter, MJ e Ned, que as acompanharam. Subiram as escadas, entrando nos corredores da escola que já estavam meio vazios.

- Olha, tem um piano! - a menina apontou para uma das salas.

- Sim, é a sala de música.

- Que legal. Você estuda música?

- Só piano. Mas muita gente aqui faz a classe completa.

- O que você estuda?

- Além das coisas normais? Piano, robótica, e ciências avançadas.

- E você Pete? - a menininha se virou para ele. - Papai diz que você é muito inteligente. O que você estuda?

- Faço as mesmas classes que a Alina. - respondeu. - Mas ela é melhor do que eu. - brincou, fazendo a menina mais velha rir.

- E vocês? - a pequena perguntou para os outros dois amigos.

- Eu sou do TI. - Ned disse.

- Eu gosto de artes. - MJ respondeu.

- Que legal. Você desenha também?

- Sim, bastante.

- A MJ é uma ótima desenhista. - Alina contou a irmã.

- Você pode ir lá em casa desenhar comigo algum dia? - Morgan pediu.

- Claro pequena, quando você quiser.

- Legal. - ela levantou a mão pedindo um hi-five, que MJ prontamente atendeu.

De repente, Alina percebeu alguns murmurinhos e olhou em volta. Viu que tinham algumas pessoas segurando os celulares na direção de Morgan. Os murmurinhos e comentários começaram a ficar mais altos. Todos os quatro perceberam o que estava rolando.

Morgan olhou para eles, depois olhou em volta. Se encostou na irmã, se escondendo atrás dela.

- Alina, o que está acontecendo?

- Vem comigo. - ela pegou a menina no colo e andou rapidamente com ela até o lado de fora. Peter foi ao lado dela, cobrindo a visão dos outros sobre Morgan o máximo que podia. - Como as pessoas são estupidas. - ela reclamou, cansada.

Happy, vendo o que estava acontecendo, abriu a porta do carro rapidamente.

- Entra aí. - a garotinha rapidamente pulou para dentro do carro. - Eu já estou indo, ok. - fechou porta.

- Obrigada gente. Desculpem, tenho que ir. - ela disse aos amigos. Depois os abraçou rapidamente.

Happy entrou no carro e Alina deu a volta para entrar também mas foi parada por Melissa que entrou em sua frente.

- Ei Ali. Então esse é o segredo? Virou babá agora? - A garota não respondeu, apenas continuou seu caminho, mas novamente foi provocada. - Que bonitinha, se fazendo de protetora. Já sei, estar perto dos Stark faz você se sentir menos como uma aberração? Ou talvez... menor órfã?

- Eu não sou órfã. - se virou para ela de repente, segurando uma das alsas da mochila com força.

- Tem certeza disso? Parece que a escola inteira te acha meio bizarra... vai ver é por isso que nem os seus pais aguentaram você.

- Cala a boca! - gritou com a garota, mas logo se recompôs. Não tinha perdido a calma com Melissa em todos esses anos, não ia fazer isso agora. - Só me deixa em paz Melissa, vai infernizar outra pessoa.

- Por que está escondendo a garota?

- Não é da sua conta. - Alina voltou ao carro, dessa vez sem parar de andar.

- Qual o problema de tirarem fotos dela? Ela é famosa mesmo, está acostumada...

- Não, não está! É só uma criança Melissa. Se você gosta de vender a sua imagem o problema é seu. Não vai fazer o mesmo com ela.

Alina entrou no carro batendo a porta e Happy acelerou sem dar um mínimo de atenção a garota que havia ficado do lado de fora, e se ela estava ou não falando algo.

O clima não era dos melhores. O segurança sabia que Alina provavelmente havia ficado magoada com as palavras, mas ele não iria perguntar. Morgan estava apenas em silêncio. Ela tinha um dom para saber quando as pessoas queriam ou não conversar.

Quando chegaram em casa, Happy as deixou no pátio e se retirou, como fazia todas as vezes. Morgan entrou e foi para a cozinha ver os pais, enquanto Alina subiu direto para o quarto.

- Oi meu bem. - Pepper pegou Morgan no colo e beijou a filha

- Oi mamãe. - disse um pouco desanimada.

- Onde está Alina? Pensei que tivesse ido buscar ela.

- E eu fui. Mas ela chegou e foi direto pro quarto. A Alina ta sentindo dor.

- Dor? Por que? Ela se machucou? - a loira perguntou, enquanto Tony olhava com atenção esperando uma resposta.

- Não mamãe, ela não machucou por fora. A Alina ta sentindo dor aqui ó... - Morgan colocou sua mão sobre o peito da mãe - No coração.

- E porque ela está sentindo dor no coração meu bem? - Tony perguntou.

- Ela queria me defender porque as pessoas da escola dela queriam tirar fotos minhas. Ai ela e o Peter me levaram pro carro. Mas uma menina chegou e falou algumas coisas ruins pra ela.

- Coisas ruins?

- Sim. Mas eu não entendi. Ela disse que Alina era órfã porque era uma aberração ou algo assim... mas ela não é. Ela tem papai e mamãe. O papai não abandonou ela.

Tony fechou os olhos, suspirando. Por que raios adolescentes tinham que ser tão cruéis uns com os outros as vezes?

- Eu sei meu amor, mas as pessoas não sabem. - Pepper respondeu para a filha.

- Por que não?

- Por que Alina ainda não contou a ninguém.

- Então ninguém sabe que ela é minha irmã?

- Ainda não querida.

- Papai, eu acho que foi minha culpa. - Morgan se virou para o homem, que a olhou sem entender. - Eu sei que não posso sair sozinha, mas eu achei que podia sair com Alina. Não sabia que isso ia acontecer.

- É claro que não é sua culpa Morgan. - os três ouviram Alina dizer. A garota estava encostada no batente da porta, com um sorriso despreocupado no rosto. - Aquela menina é sempre má daquele jeito, mas eu não me importo. Está tudo bem.

- Mas você ficou triste.

- Eu estou bem. - assegurou para a irmã, sorrindo, e deixando um beijinho no rosto dela.

Pepper e Tony trocaram um olhar preocupado, mas preferiram não dizer nada no momento. Depois eles resolveriam o assunto da melhor forma.

De noite, Alina estava no quarto estudando. Os fones de ouvido tocavam Dear Reader, porque era a música que ela sempre ouvia quando precisava fugir da realidade, e se sentir mais segura.

Ainda bem que a Taylor Swifit não esfarelou com a metade do mundo. Esse era um pensamento que Alina tinha frequentemente.

A música estava alta, mas não o suficiente para umpedi-la de escutar quando bateram na porta.

- Pode entrar Mor, eu já vou ler a história pra você. - falou, guardando as canetas na bolsa.

- Não é a Morgan. - Alina se virou quando ouviu a voz de Pepper. Ela tirou os fones de ouvido e colocou sobre a escrivaninha.

- Ei, eu estava terminando alguns trabalhos.

- Difíceis?

- Não. Mas não gosto de deixar nada pra última hora.

- Está ai algo que você não puxou do seu pai.

Alina riu.

- Não mesmo. Aprendi isso com a minha avó. Ela nunca se atrasa, pra nada.

- Sua avó é um ótimo exemplo de vida. - disse, se sentando na cama da jovem. - Alina, eu pedi o Tony pra por a Morgan pra dormir hoje, porque eu queria falar com você. Podemos conversar?

- Claro. - a menina se levantou, deixando os cadernos e indo se sentar ao lado de Pepper. Ainda sorria, mas ficou preocupada quando viu que a loira parecia séria. - Eu fiz alguma cois...

- Não, não, você não fez nada errado. - disse, sabendo que a menina se preocuparia com isso automaticamente. - Mas eu queria falar sobre o que aconteceu na escola de manhã.

- Ah... sinto muito ter levado Morgan pra dentro da escola. Eu já deveria saber que aquilo ia acontecer. Mas nós saímos assim que começou a complicar, então acho que...

- Alina...

- ...que ficou tudo bem. Não deu muito tempo de ninguém encher o saco dela ou...

- Alina. - Pepper segurou a mão dela, a interrompendo. - Morgan está bem. Eu estou falando do que aconteceu com você.

A loira esperou ver alguma reação nos olhos da menina, e viu. Ela os desviou para o lado, antes de voltar a encara-la e dizer:

- Eu estou bem também.

- Não é normal ouvir as coisas que você ouviu. Está tudo bem demonstrar que está magoada as vezes.

- Acredite, não é tão anormal assim. Eu me acostumei. - deu de ombros, como se não se importasse.

- Mas esse é o problema Ali, você não deveria se acostumar com esse tipo de coisa. Ninguém se acostuma. Você não precisa fingir que não sentiu.

Alina olhou para a mulher por alguns instantes, engolindo as lágrimas que não queria mostrar.

- Ela não estava errada.

- Como? - Pepper ficou confusa.

- Melissa, a menina que me disse aquelas coisas, ela não estava tão errada.

- Você não pode, nem por um segundo, achar que ela estava certa Alina...

- Pepper, você é um amor. - a menina a interrompeu. - É a pessoa mais paciente do mundo, e eu amo, amo, que Morgan tenha uma mãe como você. - a garota segurou a mão dela dessa vez, a apertando, como se fosse ela a tentar confortar Pepper de uma verdade dolorosa. - Mas nem todo mundo tem essa sorte. Beatrice não gostava de mim o suficiente. Para ela eu era uma aberração, um peso que ela tinha que carregar. Por isso ela não me suportava. Então a Melissa não estava errada, minha mãe foi mesmo embora porque não gostava de mim.

Dessa vez foi Pepper quem engoliu as próprias lágrimas.

- É tão injusto que você tenha tido que passar por isso. Eu queria tanto, tanto, que tivessemos descoberto tudo antes. Você poderia ter crescido aqui, com a gente... e teríamos uma gravação de você pequena andando pela primeira vez, e Tony provavelmente teria comprado um urso de pelucia de cinco metros... e... bom, todas essas coisas. - suspirou. - Não consigo imaginar como Tony se sente, se eu já me sinto tão mal por não ter cuidado de você.

Alina olhou para ela com uma surpresa feliz.

- Teria feito isso por mim?

- É claro que sim! - Pepper não aguentou mais e abraçou a menina. - Eu sinto tanto que tenha tido que passar pelas coisas que passou, mas por favor, entenda que nada, nada, do que você ouviu é verdade. Beatrice não foi embora por sua culpa, foi por culpa dela. Ela era o problema, e não você. Nunca foi você.

A loira viu que a menina finalmente derramou as lágrimas que estava segurando.

- Obrigada Pepper, por dizer isso.

- É a verdade, toda a verdade. E você não tem que duvidar disso nem por um segundo, okay?

Ela balançou a cabeça afirmativamente, mostrando que tinha entendido. Seu rosto estava molhado pelo choro. E então Pepper voltou a abraça-la, até que ela se sentisse melhor.

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