Cyber Nature

By Masked_Hide

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Ano de 2130 Com o objetivo de aumentar o poder de fogo e com a evolução da tecnologia, surgiram os primeiros... More

Avisos Iniciais
Prólogo - Revolução Humana
Capítulo 1 - Um dia no inferno
Capítulo 2 - Cybernature
Capítulo 3 - Nanoquebra
Capítulo 4 - A Resistência
Capítulo 5 - Esquadrão de Ação de Vanguarda
Capítulo 6 - Berserk
Capítulo 7 - Faísca de esperança
Capítulo 8 - Primeiro passo
Capítulo 9 - Ajuda inesperada
Capítulo 10 - Nova Resistência
Capítulo 11 - Overdrive
Capítulo 12 - Humano e máquina interior
Capítulo 13 - Fantasma do passado
Capítulo 14 - AP-01h
Capítulo 15 - Garganta cheia de vidro
Capítulo 16 - Resistência Overdrive
Capítulo 17 - Tecnologia furiosa
Capítulo 18 - Juntos
Capítulo 19 - Cérebro derretendo
Capítulo 20 - Parabellum
Capítulo 21 - Na caçada
Capítulo 22 - Cassino Royale
Capítulo 23 - No limite
Capítulo 24 - Avante
Extras - O universo de Cyber Nature.
Extras 2 - O elenco de Cyber Nature
Capítulo 25 - Máculas do tempo
Capítulo 26 - Sombra é a luz
Capítulo 27 - Sol vermelho
Capítulo 28 - Eu sou meu próprio mestre
Capítulo 29 - Os heróis relutantes
Capítulo 30 - Infinite
Epílogo - A guerra ainda ressoa dentro
Autor e Planos Futuros
Artes e Fanarts

Capítulo 31 - Ômega

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By Masked_Hide


Hide não fica tão surpreso com o modo Overdrive de Armstrong, afinal já havia visto algumas semanas atrás. Mas estava pensando o que aquelas esferas flutuantes fariam, e se teria capacidade dessa vez de enfrentar o comandante, pois levou uma surra das últimas duas vezes. Ele se posiciona e pergunta:

- Não vai me apresentar um modo de batalha com algum benefício escandaloso? Alguma novidade? - Hide pergunta, tirando sarro com a cara de seu adversário.

- E por que eu precisaria de algo extremamente forte? - Armstrong pega impulso e se desloca tão rapidamente que Hide nem o percebe já em suas costas. - Se tudo que eu preciso fazer é acabar com você?

Hide fica chocado de primeiro instante, em seguida virando-se rapidamente para realizar um corte, que é bloqueado pela arma de Armstrong. Logo após isso o aprimorado recebe um chute, jogando-o na direção das esferas flutuantes. Hide percebe que elas estavam ali por algo, conseguindo pegar impulso no chão e girar no ar, tempo suficiente para desviar das lâminas que saíram das esferas. As lâminas lembravam tentáculos mecânicos por serem maleáveis e agiram tão rapidamente que, se Hide não tivesse girado no ar, certamente teria sido perfurado, mas também foi de raspão que os tentáculos passaram por ele bem na lateral de seu abdômen e por entre as pernas dele.

Ao aterrissar, ele tenta cortar as duas esferas metálicas, porém elas desaparecem antes que ele possa fazer qualquer coisa, reaparecendo ao lado do comandante.

- E você dizia que não precisava de tanto para me derrotar. - Hide se posiciona novamente.

- Um líder sempre está preparado para lidar com obstáculos. E ao meu ver, isto não é tanto, eu as uso para aquecimento. - Armstrong se referia às esferas metálicas que quase perfuraram Hide por serem tão rápidas. As lâminas que se assemelhavam a tentáculos saem das esferas e vão na direção do aprimorado, ele consegue bloquear um dos avanços com a katana e quase é perfurado pelo outro, raspando pela lateral de seu braço.

Sem muito tempo de intervalo, Armstrong, quando a segunda lâmina atingir Hide, já havia se projetado na direção do aprimorado, realizando um corte vertical que é bloqueado. Hide tenta aproveitar esse intervalo de tempo em que bloqueou o ataque e o projetou para cima para emendar um soco no rosto do comandante. Porém, o aprimorado recebe na mesma moeda: além de mal encostar na face de Armstrong, ainda levou um soco potente no estômago, que quase o deixa tonto e acaba lançando-o para trás, quebrando as janelas e, mais uma vez, como a algumas semanas atrás, sendo jogado do mesmo lugar e pela mesma pessoa.

Porém, dessa vez, o aprimorado não havia desmaiado, portanto, ele finca a katana na parede do prédio e é arrastado um pouco antes de parar finalmente. Olhando para baixo e vendo a batalha entre ciborgues e humanos, parecendo que enfim algum dos lados estava prevalecendo: a Resistência. Muitos corpos no chão, alguns ciborgues estavam se rendendo já. Estava o caminho certo para a vitória.

Hide olhou para cima e viu Armstrong saltando da janela quebrada e indo na direção do aprimorado já realizando um corte. Hide concentrou energia em seus pés para que pudesse ficar em pé na parede, podendo assim desviar do golpe do comandante inclinando-se para trás. Logo em seguida desse golpe, vieram as esferas novamente, ativando as lâminas na direção de Hide. Uma ele consegue bloquear com a katana, já a outra, ao passar pela lateral de seu corpo, é agarrada pelo aprimorado.

Armstrong também concentra energia em seus pés para andar nas paredes, correndo para cima na direção do aprimorado. Hide impede que aquela esfera possa recolher a lâmina para dispará-la novamente, puxando para si a esfera que estava segurando. Bem na hora que a outra esfera ativou-se contra o aprimorado, a lâmina atravessou a esfera que Hide puxou para si, já aproveitando disso para desviar e acertar quem estava atrás dele, Armstrong. O comandante bloqueia a lâmina com sua katana de dois gumes, enquanto Hide aproveita esse atraso que causou em Armstrong para correr prédio acima.

O aprimorado pensava em alguma maneira para enfrentar o comandante. Mesmo que tivesse guardado dados das duas batalhas anteriores que teve contra Armstrong, ainda não era o suficiente para enfrentá-lo de igual para igual ou elaborar alguma estratégia infalível. A única solução que viu foi utilizar o que tivesse de dados e improvisar na hora do combate.

Enquanto desviava dos ataques da esfera, que tentava acertá-lo com a lâmina-tentáculo, Hide estava quase chegando na janela novamente, até que Armstrong acelerou seu passo e chegou ao lado do aprimorado mais rápido do que ele pensava, realizando mais um corte, que é bloqueado pela arma de Hide, porém o golpe era tão potente que faz ele ser arremessado para trás. Antes de cair prédio abaixo, ele gira e finca sua katana novamente na superfície da construção.

Ao se levantar, os dois se encaram um pouco. Hide já demonstrava estar mais ofegante, e por causa da adrenalina e constantes impactos, seus ferimentos não cicatrizavam. O aprimorado e o comandante se olham enquanto ficavam de pé em uma superfície vertical e plana, os cabelos de Hide jogados na direção do chão chão, o sangue vazava por entre os aprimoramentos e os cortes no rosto do aprimorado, não era tanto, mas também não era pouco sangue que caía em direção ao chão.

O aprimorado pensa um pouco como estava sua situação: ele estava muito mais cansado, estava sangrando, provavelmente com ossos quebrados, e definitivamente era mais fraco que Armstrong. Mesmo que ele fosse capaz de destruir a segunda esfera metálica, ainda seria apenas o começo, então o que ele poderia fazer?

Não iria conseguir resultado algum ficar pensando, já que, ainda sim, Armstrong era extremamente imprevisível para Hide. Havia assimilado poucos padrões de luta do comandante, então, sem muito o que fazer, ele parte para cima de Armstrong, que faz o mesmo.

Os dois chocam suas armas uma na outra. Logo depois desse impacto, em que estava ficando claro quem iria ganhar, e não era Hide, que estava sendo suprimido, quase encostando as costas na parede, mesmo com o aprimorado se esforçando. Armstrong ativa a esfera, deixando-a ao lado do aprimorado e disparando a lâmina-tentáculo na direção de Hide, que consegue reagir a tempo e trazer a disputa entre as espadas de ambos, na frente do golpe da esfera.

Aproveitando disso, ele chuta Armstrong no peito, arrastando-o para trás. Logo em seguida, Hide se levanta e segura outro golpe da esfera, segurando a lâmina-tentáculo, dando um prejuízo na palma de sua mão novamente, enfim puxando-a e cortando o objeto ao meio. Não era tanto, mas aquilo certamente ajudaria. Uma coisa a menos para se preocupar.

Porém não teve nem tempo de reação direito, Armstrong jogou sua katana de dois gumes, que vinha girando e causa um corte em um dos braços de Hide. Teria sido pior se ele não tivesse bloqueado com a própria katana. A arma do comandante volta da mesma forma que foi para a mão dele, enquanto Armstrong partia para cima do aprimorado.

Então inicia-se um embate furioso e veloz de cortes vindos dos dois lados.
Claramente a prevalência vinha por parte de Armstrong, que em um desses embates das armas de alta frequência, encontrou uma brecha e realizou um golpe vertical, que Hide desviou, mas mesmo assim acabou tendo um corte no lado esquerdo do rosto, passando por seu olho.

O aprimorado recua para trás enquanto tentava ignorar a dor, verificando bem de leve se o ferimento foi muito profundo. Conseguia abrir o olho, mas estava com tanto sangue em cima que a visão daquele lado ficava embaçada. Ele pensa um pouco e começa a correr prédio acima novamente, e Armstrong indo atrás. Dessa vez, focando apenas na velocidade, Hide consegue não ser alcançado pelo comandante. A janela estava muito fora de alcance naquele ponto, então decide ir para o terraço daquele prédio. Enquanto corria ele novamente pensava o que devia fazer, o improviso poderia muito bem dar errado dependendo da resposta que isso causar.

Conseguindo chegar no terraço do prédio, era possível ver que se tratava de um heliporto bem grande. Próximo da entrada do terraço havia uma torre de comunicação. Hide aterrissa no heliporto, ao menos ali não teria problemas com falta de espaço ou a gravidade por ficar de pé em uma parede. Armstrong chega e logo de cara, dá um chute no rosto de Hide antes que ele perceba. Logo ao aterrissar e ir para cima dele, o comandante faz uma série de cortes rápidos que nem todos o aprimorado consegue bloquear totalmente. Em uma brecha, dá um chute com tudo no peitoral de Hide, fazendo-o acertar a torre de comunicação e rachando mais a sua máscara de caveira.

Ao colidir com a torre, o impacto foi tão forte que deformou a base. A estrutura não aguenta o peso e acaba caindo mais perto da lateral do prédio. Hide teve que correr para não cair estilhaços enormes em cima de si. Ele acaba caindo ajoelhado no chão, ofegando. A torre, quando acaba de cair, deixa alguns estilhaços grandes caírem em direção ao chão.

- Então, meu caro Hide, irá se render? Percebeu que realmente não tem chances contra mim? Vamos, sabe que será mais fácil para você e que no fundo você concorda com minha ideologia. - Armstrong dizia. Diferente de Hide, estava bem menos cansado, e nem sequer tinha um único corte em seu corpo.

Hide não queria admitir, mas ele concordava sim com algumas coisas que o comandante havia dito. Ele que ainda ajoelhado com uma mão em seu olho cortado, via o sangue escorrer e pingar no chão, além do sangue saindo de sua boca, provavelmente por que seus pulmões já deviam estar danificados. Pensava bastante sobre seus próprios ideais e levantando meio devagar, Hide diz enquanto aponta o indicador para Armstrong.

- Eu não posso mais voltar atrás, já é tarde para isso. E, além disso, eu também tenho um sonho a alcançar, assim como você realizou o seu. Se eu sou um hipócrita por ter matado tantos para chegar até aqui, o que você é então? Você conquistou seu sonho, e agora ninguém mais pode ter seus próprios. Você é tão hipócrita quanto eu, Armstrong.

O comandante não fica surpreendido, mas pensa um pouco na hora de responder.

- Sabe o único problema nessa ambição? - Armstrong aponta sua arma na direção de Hide. - Eu alcancei este sonho porque eu tinha o poder necessário para alcançá-lo, eu não fui presunçoso, Hide. Você não sabia se teria capacidade necessária para me derrotar e mesmo assim veio e passou por tudo para chegar até mim. Se você tem um sonho, mas um objetivo sem a vontade para alcançar e, ainda mais, sem o poder necessário para se chegar até ele, é apenas um sonho impossível. - Armstrong aponta o indicador na direção de Hide. - Ser presunçoso com seus objetivos não lhe traz nada, só te faz alguém sem rumo, com ambições impossíveis de se alcançar.

- Eu sei... Por isso mesmo o meu não é impossível, eu finalmente entendi. Você apenas seguiu sua raiva diante do mundo, e usou isso para te conceder poder. Eu vou utilizar o caminho que eu decidi trilhar para me conceder poder e alcançar o meu objetivo, porque essa é a minha ideologia. - Hide diz com um olhar mais confiante, apontando o polegar para si.

- Como é? - Armstrong diz, de certa forma mais confuso.

- Eu estou fazendo isso não apenas para corrigir meu erro. Eu acredito que pode haver um equilíbrio na existência entre os ciborgues e os humanos.

- Hum. Que objetivo mais raso, e você quer trazer esse equilíbrio espalhando violência? - Armstrong diz. Hide fecha os olhos por alguns momentos enquanto pensava, abrindo-os novamente e encarando o comandante.

- Sabe, estando aqui na sua frente, eu entendo, sua ideologia tem cabimento, tem sentido. Eu percebo que somos parecidos, mesmo que seja de forma negativa, queremos ser lembrados. - Ele dizia enquanto os ventos sopravam seus cabelos.

- Onde está querendo chegar com isso? - Armstrong pergunta.

- Quando estamos de guarda baixa, acho que concordamos. Eu sei que violência só vai gerar violência, gostaria eu de achar outra forma, mas no fim, tem que ser assim. A única maneira que se tem desde muito tempo para resolver temporariamente conflitos é através desse método. Você não utilizou a violência para parar conflitos? - Hide aponta sua katana de alta frequência para Armstrong. - Por isso eu sou capaz de te derrotar. Porque eu tenho minhas próprias diretrizes, porque eu acredito que através dessa terra manchada de sangue, uma nova vida surgirá.

Armstrong fica em silêncio por alguns momentos, pensando no que Hide havia dito. Porém, sem muito tempo após terminar o discurso, o aprimorado recebe uma cotovelada em seu peito vindo de Armstrong e é jogado até uma parede, onde ficava a escada do terraço.

- Belo discurso, mas ainda tem que concretizar esse objetivo. Muito bem, se crê nisso, então venha buscar seu sonho. - Armstrong parecia até abrir um sorriso ao ver a forte convicção que Hide demonstrou.

Hide sai dos destroços já em um impulso na direção do comandante, chocando suas espadas. Era possível ver sua máscara quebrada, com apenas metade restando, sua camiseta e calças totalmente rasgadas.

- Por isso mesmo eu consigo te derrotar, porque você e eu somos parecidos, agora que eu percebi isso, vamos resolver da única maneira que tem. - Hide parecia estar mais equivalente ao comandante, talvez fosse apenas adrenalina muito elevada no momento, mas ele estava conseguindo não ser empurrado.

O aprimorado e o comandante começam uma feroz disputa entre suas armas. Que sobressaísse o mais rápido. Hide encontra uma brecha no meio de tanta faísca e choque entre armas para enfim socar a barriga de Armstrong, finalmente dessa vez sendo capaz de jogar o comandante para trás, fazendo-o acertar os destroços da torre de comunicação.

Logo após isso, Hide concentra uma grande quantidade de energia em sua katana, levantando-a e realizando um corte vertical de cima para baixo. Esse carregamento faz a arma liberar uma onda de energia em linha reta, cortando o chão de concreto, o destroço da torre e quase partindo Armstrong ao meio, somente conseguindo sair vivo por ter desviado.

O comandante fica mais irritado, carrega energia em sua katana de dois gumes e lança-a girando na horizontal na direção de Hide, enquanto salta na direção dele. O aprimorado se inclina para trás novamente. A arma passa girando, raspando e tirando algumas lascas de seu peitoral, mas, antes dela ir embora, Hide agarra-a no cabo e a utiliza junto de sua própria katana para bloquear o soco de Armstrong.

Assim então, Hide começa uma sessão de cortes rápidos e até giros no ar com as armas. Armstrong desvia de quase tudo. Porém, o aprimorado acaba realizando um corte longo demais, dando brecha para seu adversário chegar mais perto e agarrar a espada. O comandante pega-a logo em seguida e chuta Hide para trás, acabando por cair no chão.

- Se não sabe utilizar uma arma, não a empunhe. - Armstrong separa o cabo de sua arma, ficando agora com duas katanas em suas mãos.

Ele se posiciona mais ajoelhado no chão e começa a concentrar uma alta quantidade de energia em todo seu corpo. Quando Hide levantou-se, conseguiu apenas sentir algo vindo muito rapidamente por trás, mal teve tempo de desviar: Armstrong deixou dois cortes quase profundos em seu braço esquerdo, e então isso se repetia. Armstrong estava realizando cortes vindos de todas as direções. Hide mal conseguia acompanhar.

Ao final, o comandante realiza um último corte duplo, parando em posição na frente do aprimorado. Justamente ao parar, todos os cortes feitos por ele se concretizam de uma vez: vários nos braços, costelas, rosto e pernas de Hide. O aprimorado grita de dor enquanto se jorra sangue e partes mecânicas. Nenhum chegava a ser tão profundo, graças às tentativas de desvio e bloqueio, mas certamente era um problema. Logo após isso, Hide recebe um forte chute em seu peitoral, cuspindo mais sangue e sendo lançado para trás até a borda do terraço e acabar caindo dele.

Felizmente ele se agarra na própria parede do prédio. Agonizando de dor e tentando ignorá-la, a adrenalina de Hide só aumentava. Enquanto ficava agarrado lá, ele cospe um pouco de sangue de sua boca e concentra uma grande quantidade de energia em seu corpo também, segurando a katana com a lâmina virada para trás. Mesmo que toda aquela agitação em seu corpo fosse apenas piorar seus ferimentos, ele se preocuparia com isso mais tarde.

Armstrong vai andando até a borda para verificar se havia tido êxito, mas quando menos esperou, Hide se lançou para cima e, enquanto no ar, saca sua katana quebrada de sua bainha e joga-a na direção do comandante, que percebe e logo rebate o projétil. Logo ao aterrissar, Hide se posiciona como se fosse um animal pronto para o ataque, e muito rapidamente chega do outro lado de Armstrong, em posição de alguém que realizou um golpe. Logo que ele para, um enorme corte em diagonal aparece no tronco do comandante, do inicio de seu ombro esquerdo até o final da cintura no lado direito. Jorra-se sangue e partes mecânicas, além de parecer que ele estava cuspindo o mesmo pela boca.

Os dois agonizavam de dor, não sabendo se conseguiriam continuar a partir dali pois aqueles golpes consumiram bastante de suas energias. Mas naquele ponto os dois já não ligavam mais, apenas queriam que um dos dois caísse. Eles viram um para o outro rapidamente e realizam cortes, mas, por já estarem um pouco debilitados, eles acabam apenas fazendo de mal jeito e ocasiona em eles largarem suas armas. Sem muito tempo para pegá-las, os dois começam a trocar socos energizados, cada punho que se chocava causava um tremor e a velocidade do embate aumentava ao ponto de nem sequer mais saberem de onde estava vindo o golpe do adversário de tão rápidos, apenas continuavam. No chão apenas via-se sangue pingando e estilhaços caindo.

Armstrong decide acabar com essa disputa de socos e torcendo para não ser acertado, ele agarra os pulsos de Hide e começa a apertá-los, rachando seu encaixe e braço robótico. O aprimorado grita de dor e, sem hesitar, dá um chute de baixo para cima no queixo do comandante, fazendo-o soltar seus pulsos. Hide então realiza uma sequência de chutes, mas Armstrong agarra sua perna esquerda. Felizmente aquela perna era a robótica, então o aprimorado pôde girar à vontade e dar um chute com a direita no rosto do comandante.

Mas aquilo não havia sido o suficiente. Armstrong, enfurecido, ainda segurando a perna de Hide, começa a puxá-lo e batê-lo no chão de um lado para o outro. Só se via sangue no local em que o aprimorado caía de cara, até um ponto em que Armstrong gira e o joga na direção de alguns destroços da torre. Hide rebate algumas vezes no chão e ao colidir no final, sente uma dor ainda pior: um pedaço quebrado de cano de aço perfurou sua perna esquerda, danificando seus circuitos, e outro perfurou seu braço direito, o braço humano de Hide, bem entre seu bíceps e tríceps, por muito pouco não perfurando seu osso, felizmente não era muito espesso o cano. O aprimorado se contorcia de dor enquanto gritava, e ao tentar se contorcer, apenas piora sua situação.

Armstrong estava ofegante, ele passa os dedos pelo corte em seu tronco e olha para o sangue, tossindo um pouco mais e olhando para Hide, imaginando como ele ainda estava aguentando tanto mesmo depois de receber golpes do aprimorado mais forte do mundo, levar cortes quase fatais e aguentar bater tanto a cabeça e não ficar inconsciente, perder tanto sangue e não ficar fraco poucos minutos depois. Como um ser era capaz de aguentar tanto?

O comandante fica mais surpreso ainda quando Hide, envolvido por pura adrenalina, simplesmente agarra o pedaço de cano que havia perfurado seu braço e, sem ligar para a dor que isso iria causar, arranca o objeto enquanto gritava e, sem hesitar, salta na direção de Armstrong, carregando uma quantidade de energia no mesmo braço que foi perfurado. O comandante, surpreso, também vai para cima do aprimorado. Os dois iriam dar um soco um no outro, porém Hide foi mais ágil e desvia seu rosto da mão do comandante, que passa raspando enquanto o aprimorado enterrava sua mão direita na face de Armstrong, quebrando a máscara dele, talvez alguns dedos da própria mão, e lançando-o para trás com tudo, até colidir com mais destroços da torre, fazendo inclusive alguns pedaços caírem em cima dele.

Hide começa a sentir os efeitos de perder tanto sangue, estar tão ferido e ter gastado tanta energia. Ele começa a ficar ofegante e não conseguia mais se manter em uma posição de luta por muito tempo. O mesmo valia para Armstrong, que ao se levantar dos destroços e ficar de pé, estava também muito ofegante, sua máscara agora quebrada, deixava visível seus olhos e cabelos, e na parte da boca estava quebrada no meio, finalmente podia-se ver o que havia embaixo daquela máscara: o comandante não possuía pele na região do nariz para baixo, nem lábios tinha mais, enfim, estava na carne viva. Talvez tivesse sido um acidente envolvendo sua família, que resultou na morte dela e no impedimento da regeneração de sua pele.

Armstrong retira um pedaço de cano que cravou na região de seu ombro direito e logo depois outro que cravou em sua coxa esquerda. Os dois estavam exaustos, sangrando, com ferimentos graves em todo o corpo e praticamente com 2% de energia cada um. O curioso era o comandante desprezar tanto os humanos e agora estar sangrando como um. Incrivelmente ou não, ele era o que menos possuía partes totalmente robotizadas.

Os dois se encaram por alguns momentos, pensando se teriam força suficiente para atacar ou revidar. Talvez não tivessem nem muito tempo de vida. Armstrong e Hide decidem partir para o tudo ou nada. Dois aprimorados, dois ciborgues com almas de humanos, lutando pelo que acreditavam, nem que fossem desejos egoístas como consertar seu erro, ou manter a sociedade como acha que ela deve ser. Não iriam se conter, iriam até suas energias se esgotarem.

Eles correm e tentam acertar um a cara do outro, os dois acabam acertando no final das contas, resulta em os dois cambalearem para trás. Armstrong se recompõe mais rápido e corre, acertando um soco na barriga de Hide, mas era visível que não era mais tão forte quanto antes. Mesmo assim, faz o aprimorado cair no chão. O comandante aproveita para ficar por cima e emendar um soco no rosto de Hide, que acaba conseguindo desviar e dá uma cabeçada com tudo em Armstrong, fazendo-o recuar e cair.

Os dois novamente se levantam com dificuldade. Não estavam mais aguentando nem correr, estavam mancando na direção um do outro, enquanto sangue pingava no chão, se aproximando o suficiente, eles tentam se socar novamente, mas quem recebe é Hide: um gancho bem embaixo de seu queixo, fazendo-o cair. Armstrong nem consegue mais acompanhar o golpe.

Hide se levanta enquanto o comandante ia em sua direção, dessa vez ele consegue dar um soco no rosto de Armstrong, fazendo os dois caírem pelo esforço. Novamente se levantando, o aprimorado tenta dar outro soco, mas é recebido com um chute bem na face. Hide se recompõe um pouco, cospe um pouco de sangue e dá um soco bem no estômago de Armstrong, deixando os dois debilitados.

O aprimorado novamente aproveita isso, vai cambaleando até o comandante e o soca bem no rosto. Enfurecido, ele devolve com outro soco na face. Hide, enfurecido também, chuta o estômago dele, Armstrong soca suas costelas, e por fim, os dois se socam novamente no rosto um do outro, fazendo-os girar e cair para trás. Os dois tossem mais um pouco de sangue, os níveis de energia de ambos estavam em níveis críticos, estavam quase apagando, e parecia que essa disputa ideológica não teria fim.

Hide e Armstrong levantam-se com dificuldade e, ainda de costas um para o outro, carregam um mínimo de energia em suas mãos, viram-se um para o outro e socam a lateral do rosto de cada um, enterrando seus punhos na face de ambos. Essa mínima energia utilizada foi o suficiente para eles serem rebatidos para trás, cambaleando e caindo no chão.

Ambos estavam no seu limite máximo, os níveis de energia em apenas 1%, ou até menos, mal conseguiriam realizar um único corte. Os dois tossiam sangue enquanto, com extrema dificuldade, ficam no mínimo ajoelhados, olhando para o chão, onde viam sangue caindo. Ao olharem um para o outro, vendo ambos totalmente acabados, eles percebem que nenhum dos dois estava realmente bravo, ou feliz, diriam até uma expressão de decepção. Hide olha para o lado e encontra sua katana avermelhada, pegando-a e com extrema dificuldade, levantando-se.

O aprimorado carrega em seu corpo o restante de energia que possuía e enquanto Armstrong levantava, parte para cima dele, a fim de realizar seu corte final. Mas ele é surpreendido, pois Armstrong no momento em que Hide estava próximo, estendeu uma de suas katanas e ela acaba cravada no peito do aprimorado, em seu lado esquerdo, na região do coração. Hide fica chocado enquanto tosse sangue, Armstrong levanta-se totalmente, segurando sua katana fincada no aprimorado, ficando de frente para ele e dizendo:

- Acabou... Hide.

Hide pressionava seus dentes um no outro, sendo possível vê-los manchados de vermelho, ele demonstrava uma clara raiva e determinação, e, enquanto Armstrong se preparava para puxar sua katana de volta, o aprimorado agarra o braço do comandante, puxando-o para si, fincando ainda mais a arma em seu peito, espirrando sangue. Ignorando a dor e aproveitando a oportunidade, Hide utiliza seu restante de energia e crava sua katana no coração de Armstrong, que vomita sangue e fica extremamente chocado com o que aconteceu. Enquanto agonizava de dor, o aprimorado chega perto de seu ouvido e diz:

- Agora... Acabou. - Dito isso, Hide puxa a katana para o seu lado direito e praticamente abrindo um rombo no peito de Armstrong.

O comandante fica confuso enquanto gritava de dor. Sangue, entranhas e partes metálicas caíam no chão.

- Como é possível...?

- Eu já passei por uma situação parecida... Se eu não morri lá, mesmo com meu coração perfurado por mais de vinte minutos... Não vai ser agora. - Ele tosse um pouco mais de sangue e acaba largando a katana no chão, também fazendo Armstrong retirar a espada de seu peito.

O modo Overdrive dos dois ia se desativando. As energias de Armstrong chegaram a zero, e mesmo tentando se manter de pé, ele cai para frente, mas Hide o segura antes. Com suas últimas forças, ele diz:

- Então... o que será agora...? - Armstrong diz. - O que você fará agora...? Pretende devolver o livre-arbítrio às pessoas...? Acha mesmo que todos irão aceitar essa ideia...?

- ... - Hide não diz nada, apenas olha para o chão, pensativo.

- Você só estará fazendo a humanidade voltar ao que era antes... Mesmo que leve tempo... Eles irão voltar a odiar alguma coisa banal, com justificativas piores ainda... Os conflitos entre diferentes opiniões voltarão... A humanidade vai regredir em vez de evoluir... Essa é a realidade... Logo vocês verão que meu ideal estava correto... E você desejará nunca ter trilhado esse caminho. - Armstrong dizia enquanto suas forças se esvaiam.

Hide que estava até agora olhando para o chão, finalmente ergue a cabeça e diz:

- Não...

- O quê...?

- Não tem como saber... Desde muito tempo a humanidade vem mudando, e é sempre imprevisível... O destino do mundo não está escrito... A realidade não é uma só para todos...

- ... - Armstrong ouvia as palavras de Hide.

- O que cada um vê... O que cada um pensa, é isso que molda a realidade, é isso que molda o futuro... E é isso que traz um potencial bom para a humanidade... O que você não vê, Armstrong, é que... Enquanto as pessoas mantiverem suas esperanças, o mundo delas jamais vai acabar... Nem você seria capaz de mudar isso... O que vai acontecer a seguir é incerto... Mas mesmo que continue em um inegável ciclo de vida e morte... O que acontece na vida delas é o que vai determinar o futuro... Por isso elas precisam ser livres... Pois não foi contra um ser em especifico que as pessoas evoluíram, foi quando aprenderam a se ajudar... E isso é o que sempre fará a humanidade evoluir... Mesmo que conflitos sejam eminentes, e que não dá pra evitar uma briga por discussão ideológica, tudo vai depender das escolhas desse alguém...

Armstrong acaba ficando pensativo por tais palavras. Mesmo não acreditando totalmente no que Hide havia dito, ele não tinha muita escolha naquele momento, e além disso já estava em seus momentos finais. O comandante olha para frente e como se sua vida passasse diante de seus olhos, ele vê um último flash de memórias de sua falecida esposa e filha. Armstrong pensa se encontraria elas depois, acabando por lacrimejar um pouco, porém sua própria família diz em seu flash de memória que ficará junto dele, nem que seja para acompanha-lo até o inferno. O comandante fecha os olhos e apoia um dos braços no ombro de Hide, dizendo suas últimas palavras.

- Se vai continuar trilhando seu próprio caminho... Então eu lhe desejo boa sorte em seu futuro... Hide. Heh... Você não estava tão errado, afinal, nós somos parecidos... - E, após isso, Armstrong, o comandante da Cybernature, o aprimorado mais forte do mundo, cai dos braços de Hide, morto no chão.

O aprimorado estava quase apagando, ele se perguntava se consertou seu erro ou o piorou, ele não sabia responder. Mas aquele foi o caminho que ele decidiu trilhar. Hide anda com suas últimas forças até a beirada do terraço, enquanto nessa cambaleada, sangue pingava e algumas de suas partes robóticas caíam no chão, vendo que o conflito entre os ciborgues e humanos na entrada da sede havia acabado, os humanos prevaleceram, e, incrivelmente, não havia uma quantidade tão grande de corpos. Alice olha para cima e vê, ao dar zoom com seu olho, que era o aprimorado. Ela sorri.

- Você conseguiu... Hide.

Hide sorri ao ver o resultado. Ele olha para frente e vê toda aquela cidade, com um belo brilho do sol envolvendo-a ao nascer.

- Heh... - Hide dá um sorriso, estende a mão direita para o sol, que já nem estava mais com os encaixes metálicos, vendo tudo que alcançou, mesmo que aquela não fosse a vida que ele tanto sonhou ter, mesmo que a partir dali as coisas fossem incertas.

Então, Hide uma última vez olha para sua mão ensanguentada, cai para trás, praticamente ao lado de Armstrong, fechando seus olhos enquanto dava leves suspiros. Seu contador de energia, que estava em meros 0,1%, então, enfim, chega a zero. Hide havia completado sua missão.

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