Uma esposa, e grávida? - Supe...

Par mckashyy

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/Concluída/ As fotografias de casamento haviam sido recortadas, e o lugar onde deveria estar o noiva era apen... Plus

Capítulo 01 - A queda... e uma esposa?
Capítulo 02 - O que eu faço, Sam?
Capítulo 03 - Não gosto de surpresas
Capítulo 04 - Você é como um sonho
Capítulo 05 - Um dia de cada vez, certo?
Capítulo 07 - Voltar a rotina
Capítulo 08 - Kara Luthor Danvers, o que está fazendo?
Capítulo 09 - Kara é uma espécime rara
Capítulo 10 - +18
Capítulo 11 - Gatinha mimada
Capítulo 12 - Nosso casamento.
Capítulo 13 - A verdade
Capítulo 14 - Entre outras coisas
Capítulo 15 - Imra
Capítulo 16 - Sorvetinho
Capítulo 17 - Casamento de conveniência
Capítulo 18 - Apostei em Lena
Capítulo 19 - Final - Presente

Capítulo 06 - Estávamos em momentos diferentes

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Par mckashyy

— Perdão, querida. Não deveria pressioná-la. Sei que esse estresse comigo pode afetar o bebê.

— O que está pensando?

— Não sei. Tenho receio de que não quisesse a intimidade por outras razões. Por exemplo, talvez estivéssemos tendo problemas conjugais.

Havia um tom interrogativo na afirmação de Kara.

— Não estávamos tendo problemas desse tipo.

Kara assentiu. Não estava convencida, mas não queria insistir. Afinal, Lena estava grávida. Podia ser afetada por vários fatores. Até mesmo o casal mais feliz precisa fazer ajustes quando vem o primeiro filho.

— Vamos voltar. Não quero que tenha outro enjoo. — Lena assentiu com um gesto de cabeça.

Quando chegaram em casa, Lena estava com dor de cabeça de tanto fingir que tudo estava bem. Kara fazia muitas perguntas. No fundo, tinha razão, porque nem tudo estava em seu devido lugar. Pelo menos não do jeito que ela esperava.

"Tudo vai ficar bem quando Kara se lembrar."

Nos últimos dias, Lena ficava repetindo essas palavras para si mesma como um mantra. Mas não conseguia deixar de sentir um medo cada vez mais forte de que nada voltaria a ser o mesmo entre elas.

Como poderiam esquecer os beijos arrebatados? As carícias íntimas, as palavras? Ou Kara seria capaz de encarar como uma piada e seguir em frente? Lena suportaria, se ela o fizesse?

Engoliu em seco. Não estava pensando com clareza. Era óbvio que desejava que as coisas voltassem ao normal. Queria a velha Kara de volta. O relacionamento costumeiro. Romance era algo que dava trabalho demais, e dali a poucos meses estaria ocupada com o bebê.

— Anjo? Você está muito quieta. Quer se deitar?

— Não, Kara. Dormi no barco. — Ajeitou a saia, nem um pouco à vontade. Não estava acostumada com Kara observando-a com tanta atenção.

— E o enjoo?

— Melhorou. — Fez menção de pegar a caixa de isopor que Kara carregava, mas ela sacudiu a cabeça e levou os lanches ainda intactos para a cozinha. Lena suspirou e a seguiu.

— Foi muito desagradável eu ter estragado seu primeiro dia em casa. Pode me perdoar?

— Não estragou nada, querida. Você está grávida. Devia ter percebido que o barco era uma péssima ideia. Eu é que devo lhe pedir desculpas.

— Mas...

Kara deu-lhe um rápido beijo na testa.

— Tudo bem, Lena. Vamos comer o lanche e depois trabalharei no quarto do neném.

Lena piscou, sem saber o que pensar. Como Kara sabia a respeito do quarto da criança que ela planejara? Estaria recuperando a memória?

— Você quer mesmo fazer isso, Kara?

— Sem dúvida. E ao lado do nosso, certo?

Ela assentiu.

— Vi as latas de tinta, as caixas do berço e outras coisas quando fui explorar a residência. Presumi que fosse para nosso pimpolho.

— Claro. Mas você deveria descansar por uns dois dias. Afinal, acaba de sair do hospital. Podemos cuidar disso mais tarde. A criança não virá tão cedo.

— A dra. Árias falou que eu podia retomar minhas atividades normais. E o que pretendo fazer. Estou ansiosa. O trabalho vai me ajudar.

Kara virou uma cadeira e sentou-se ao contrário, num gesto que deixou Lena arrepiada, pois ela costumava se sentar assim antes. Certa vez, lhe contara sobre o lar dos pais adotivos, sobre as brigas e palavrões durante as refeições. Quase três décadas o separavam das tristes imagens da infância, mas Kara continuava colocando a cadeira como barreira entre ela e a mesa. Mesmo com a amnésia.

Kara sorriu, e Lena afastou o pensamento melancólico.

— Tudo bem, Kara. Espero que goste das cores. Escolhi amarelo com frisos brancos. Quero que seja bem claro e ensolarado.

— Perfeito! — Disse sorrindo ainda mais.

Num curto espaço de tempo, Kara devorou os sanduíches e a salada.

Com esforço, Lena tomou outro copo de leite e mastigou algumas bolachas: não queria sobrecarregar o delicado estômago. Se tivesse sorte, aquelas náuseas tardias iriam desaparecer logo.

Pelo menos era o que desejava que acontecesse.

Depois de comerem, subiram ao segundo andar e iniciaram outra discussão, daquela vez por causa da disposição de Lena em ajudar na pintura.

— De jeito nenhum! — Kara foi categórica. Empurrou-a com suavidade de volta ao corredor. — Não vai fazer nenhum esforço, e ponto final.

— Você está sendo boba.

— Estou sendo sensata. O cheiro da tinta não vai fazer bem nem para você nem para nosso filho. Isso sem falar no esforço muscular. Além do mais, você sofreu um impacto muito forte com meu acidente. Não devemos correr riscos.

— Exercício é bom para mim, Kara. E essa tinta é especial, nova, atóxica. Quase dá para se beber!

— Pois não vai beber nada, mocinha, nem pintar nada. Ficará sentada aí fora me dando instruções. Não vou deixar que faça nada além disso. É pegar ou largar.

Lena abriu a boca por um instante e depois a fechou. Que coragem! Pegar ou largar... Kara não podia ficar lhe dando ordens. Aquele era o lar dela, por mais que precisasse fingir que pertencia a ambas.

— Escuta aqui...

— Não — disse ela, cruzando os braços, teimosa como uma montanha.

— Seja razoável, Kara. Eu podia ter terminado a redecoração enquanto você viajava.

— Ainda bem que não o fez. — Kara arregaçou as mangas e começou a arrumar as coisas. Vendo-a colocar um pé na soleira da porta, lançou-lhe um olhar fulminante. — Falei sério, anjo. Fique aí fora.

Lena olhou para o teto e respirou fundo.

— Isso é uma bobagem. Antes de sofrer de amnésia, você não teria se importado. Sempre planejei decorar sozinha o quarto do bebê, e nunca levantou nenhuma objeção. Disse que ajudaria, mas sabia que eu ia fazer a maior parte.

— Pois agora estou dizendo que não, não e não. E, francamente, não ligo para o que fiz ou disse antes. É minha responsabilidade cuidar de vocês dois, e é o que vou fazer.

— Kara! Além de sermos um casal lésbico, estamos em 2020! Posso muito bem cuidar de mim mesma.

— Por favor, anjo, não crie dificuldades, eu só quero ser útil, ajudar vocês. Vocês são tudo que eu tenho e quero cuidar. — Tomou-lhe o rosto entre as mãos.

De repente, Lena percebeu como Kara era forte, e como se sentia pequena em comparação. Não era de admirar que a considerasse indefesa. Afinal, olha os braços daquela mulher? Com uma só mão, conseguia fazer coisas que ela precisaria das duas pra ter forças suficiente para realizar.

Segurando-lhe os pulsos, ela tentou sorrir.

— Eu não desisto com facilidade.

— Jura? — Kara aproximou o rosto lentamente e a beijou. O calor e a energia fluíram sobre Lena como raios solares. E, quando se afastou, ela se sentiu carente.

"Controle-se!", ordenou a si mesma.

Kara, a esposa, logo voltaria a ser Kara, a amiga, e Lena ficaria sozinha. Quando se lembrasse de tudo, a única esperança seria convencê-la de que era uma grande atriz, com um incrível senso de humor, que cumprira seu papel sabendo que, ao final, dariam boas risadas.

A mão de Kara cobriu-lhe a barriga, acariciando-a com delicadeza.

— Cuide do bebê. Vou pegar uma cadeira confortável para você se sentar.

Lena pestanejou. Cinco minutos mais tarde, estava sentada com os pés para cima, vendo Kara espalhar a tinta e se perguntando como ela conseguira fazê-la ficar ali só observando. Era um desafio a sua imaginação.

Devia ter sido o beijo. A carícia lhe embaralhou o cérebro.

Tamborilou os dedos sobre o braço da cadeira e pensou. Então ela estava grávida. Isso não a tornava incapaz. Mulheres grávidas podiam fazer coisas normais, como pintar paredes e fixar objetos decorativos. Não precisavam ser tratadas como uma peça de frágil porcelana.

No entanto... era agradável. Como uma viagem à Disneylândia, quando a gente finge que ainda é pequenino, ou uma princesa, ou quando nos assustamos com uma mansão assombrada tão cheia de aparelhos de alta tecnologia quanto a NASA.

Lena suspirou e decidiu relaxar. A gestação já provocara algumas alterações em seu equilíbrio e postura. Entrar e sair do carro não era mais tão fácil, e pensava duas vezes antes de subir numa cadeira para trocar uma lâmpada. Talvez fosse melhor deixar Kara se divertir sendo dona da casa, visto que, de qualquer jeito, estava decidida a fazer de qualquer forma.

— Vai querer colocar algum papel de parede, Lee?

— Tenho algumas faixas decorativas com enfeites de animais. São uma gracinha.

Kara assentiu e continuou a trabalhar. Movia o rolo para cima e para baixo em gestos largos, e a camisa se esticava, revelando os músculos da. barriga.

— Conte-me como foi que nos apaixonamos — pediu Kara, rompendo o silêncio.

Que maravilha!

Lena afundou na poltrona. Justo quando começava a sentir-se à vontade, tudo ia por terra. Fez uma careta para ela, que estava de costas.

— Anjo?

O coração dela deu um salto. Quando a chamava de anjo, Lena se sentia a mulher mais especial do mundo. Sentiria falta disso quando a velha Kara voltasse.

— Não sei bem o que dizer, Kara. Nós nos conhecemos desde sempre.

— Mas deve ter tido um momento em que descobrimos que nos amávamos. Como foi?

— Bem... acho que fomos descobrindo. Éramos amigas e passávamos muito tempo juntas. Até viajávamos em férias.

Lua adentrou o corredor e deu um miado forte. Lena rezou para que Kara parasse de fazer perguntas às quais não podia responder. Decidiu que iria trabalhar no dia seguinte. Se não estivesse por perto, ela não poderia fazer perguntas.

— Por que demorou tanto, Lena? Se éramos assim tão próximas, devíamos ter nos apaixonado mais cedo.

Mais uma vez, Lena olhou para as costas da esposa e fez uma careta.

— Não sei, Kara. Estávamos em momentos diferentes de nossas vidas, acho. Mas estamos juntas agora.É o que importa, não é?

Kara virou a cabeça e sorriu. Um sorriso elétrico, penetrante, que a deixou arrepiada dos pés à cabeça.

— Sim, querida.

Lena começou a suar, e não era por causa do calor do verão.

Com certeza eram os hormônios!

Mas só porque Kara era a mulher mais bonita, forte, sensual e intensa que já a beijara, não precisava ceder a um impulso.

Sexo era temporário. Amizade era eterna.

Não fosse a amnésia, jamais pensaria nela daquela forma. Claro, os amigos mútuos sempre especulavam a respeito de seu relacionamento, muitas vezes sem nenhuma sutileza.

Mas ela e Lara riam muito e continuavam a se relacionar daquele seu jeito especial.

Lua pulou para o colo dela, ronronando de satisfação e encarando Kara com seus magníficos olhos cor de âmbar desconfiados. Lena acariciou-lhe o focinho. Não entendia por que Lua de repente decidira não gostar de Kara. Não fazia nenhum sentido.

— Ela está pesada demais, Lena. Lua devia fazer uma dieta. Não deve ser saudável esse sobrepeso.

— Consegue explicar isso a ela?

— Como para deixar claras suas opiniões, Lua ergueu a pata para Kara e mostrou as garras.

— OK, acho que não.

Kara terminou a última parede e foi ao banheiro lavar o rolo e o pincel.

Lena se inclinou para a frente, notando como o quarto parecia mais iluminado com o amarelo-claro no teto e nas paredes.

— Belo trabalho, Nick.

— Tudo para agradá-la! — Deu-lhe um beijo na cabeça e voltou ao dormitório, abrindo a caixa do berço.

— Não se preocupe. Vou cobrir tudo com plástico quando for fazer os retoques.

Lena assentiu, um tanto surpresa, a verdadeira Kara ajudava-a bastante. Até insistia em auxiliar e ficava magoada se ela não aceitasse. Mas adiava ao máximo a realização dos projetos, a não ser em caso de emergência. Lena costumava propor-lhe um novo projeto a fim de obrigá-la a terminar o primeiro com mais rapidez.

— Está tentando me impressionar, Kara?

— Daria certo?

— Não sei. Depende.

— Preciso mesmo impressioná-la? Afinal, já somos casadas.

— Espertinha...

Durante o resto da tarde e início da noite, continuaram a conversa em tom de brincadeira. Kara não fez mais nenhuma pergunta embaraçosa, e Lena relaxou de verdade pela primeira vez desde o acidente.
Só depois que tomou banho e se vestiu para ir dormir, surgiu o dilema seguinte. Sentindo-se culpada, pegou lençóis no armário. Iria arrumar a cama extra que Kara usava quando a visitava. Se tivesse sorte, terminaria antes que ela saísse do banho. A porta do banheiro se abriu.

— O que está fazendo? — Lena ficou paralisada.

— Pensei em dormir no quarto de hóspedes esta noite.

— Não — disse ela, com firmeza.

— Eu me mexo muito, por causa do bebê. Não vai conseguir dormir.

— Não me importo. — Kara apoiou o braço contra o batente, sem nada para cobri-la além de uma toalha ao redor do corpo, com a pele bronzeada se destacando sob a luz pálida.

Parecia tão absolutamente linda! Pena segurou as cobertas contra os seios. Não poderia alegar que o cheiro da tinta a estava perturbando, depois de ter afirmado que não era tóxica.

— Eu acho que você ficaria mais confortável se dormisse sozinha, Kara.

— Não.

A toalha se deslocou um pouco e, sem pressa, ela a amarrou com mais firmeza. Lena apertou os lençóis com mais força, indagando-se como, de repente, o ar ficara tão pesado. Era como se nunca tivesse visto Kara seminua antes. Costumavam nadar juntas, e o biquíni que ela usava não deixava muito para a imaginação.

Mas aquela toalha...

"Controle-se!"

Belo conselho. Era uma mulher madura. E grávida. Não devia agir como uma adolescente inexperiente.

Respirou fundo e explicou, com calma, as várias razões pelas quais deviam dormir em camas separadas.

Com uma tranquilidade igual, Kara rejeitou todos os motivos. Foi implacável Como Lena jamais vira. Enfim, tirou-lhe os lençóis dos braços e enfiou-os de volta na gaveta do armário. Empurrando-a com delicadeza até o quarto do casal, beijou-a.

— Volto logo, querida. Se eu ler um pouco, vou atrapalhar seu sono?

Lena sacudiu a cabeça, confusa pela estranha mistura de alívio e desapontamento que a percorreu. Se Kara queria ler, decerto não tinha planos de seduzi-la.

Deu de ombros, tirou o robe e entrou debaixo das cobertas. Estava cansada e, se tivesse sorte, estaria dormindo quando Kara voltasse. Ou então fingiria estar.

Custasse o que custasse.

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