Cyber Nature

By Masked_Hide

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Ano de 2130 Com o objetivo de aumentar o poder de fogo e com a evolução da tecnologia, surgiram os primeiros... More

Avisos Iniciais
Prólogo - Revolução Humana
Capítulo 1 - Um dia no inferno
Capítulo 2 - Cybernature
Capítulo 3 - Nanoquebra
Capítulo 4 - A Resistência
Capítulo 5 - Esquadrão de Ação de Vanguarda
Capítulo 6 - Berserk
Capítulo 7 - Faísca de esperança
Capítulo 8 - Primeiro passo
Capítulo 9 - Ajuda inesperada
Capítulo 10 - Nova Resistência
Capítulo 11 - Overdrive
Capítulo 12 - Humano e máquina interior
Capítulo 13 - Fantasma do passado
Capítulo 14 - AP-01h
Capítulo 15 - Garganta cheia de vidro
Capítulo 16 - Resistência Overdrive
Capítulo 17 - Tecnologia furiosa
Capítulo 18 - Juntos
Capítulo 19 - Cérebro derretendo
Capítulo 20 - Parabellum
Capítulo 21 - Na caçada
Capítulo 22 - Cassino Royale
Capítulo 23 - No limite
Capítulo 24 - Avante
Extras - O universo de Cyber Nature.
Extras 2 - O elenco de Cyber Nature
Capítulo 25 - Máculas do tempo
Capítulo 26 - Sombra é a luz
Capítulo 27 - Sol vermelho
Capítulo 28 - Eu sou meu próprio mestre
Capítulo 29 - Os heróis relutantes
Capítulo 31 - Ômega
Epílogo - A guerra ainda ressoa dentro
Autor e Planos Futuros
Artes e Fanarts

Capítulo 30 - Infinite

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By Masked_Hide

Ano de 2136

1 de abril

A Cidade-G, a única cidade restante no mundo, comandada pela organização de aprimorados. Cybernature, sendo o comandante geral, Armstrong: o aprimorado mais forte do mundo até então. Impôs a regra de: quem não fosse no mínimo um ciborgue, seja dentro ou fora da cidade, deveria morrer.

Armstrong, aquele responsável por aniquilar quase 90% da raça humana com a ajuda de seus seguidores. Quem transformou Hide em uma arma mortífera e aproveitou disso mais tarde para colocá-lo contra seus companheiros. Mesmo assim, seus reais pensamentos, sua ideologia ainda permanecia um mistério.

Passando por toda a cidade, enfrentando muitos obstáculos, aprimorados que os levaram ao limite de suas capacidades, muitos questionamentos se estavam realmente fazendo o certo, e, infelizmente, o sacrifício de muitos companheiros, desafiando suas próprias humanidades. Hide acabou por ser o último vivo na missão deles de derrotar Armstrong e acabar com sua tirania.

Por entre os corredores da sede da Cybernature, ouviam-se passos em piso metálico de alguém que não estava com pressa. No caminho, essa pessoa deixava um rastro de respingos de sangue, carregando uma katana de alta frequência avermelhada, emitindo sons elétricos. Possuía aprimoramentos e encaixes por todo seu corpo. Hide possuía uma expressão séria e até mesmo sem esperanças. Estava com cortes e hematomas por todo o corpo, quem sabe até alguns ossos quebrados. Suas chances de vitória eram praticamente nulas, ainda mais contra o aprimorado que já o derrotou duas vezes sem dificuldade.

Enquanto andava em direção ao escritório de Armstrong, a última sala dentre todas, onde, anteriormente, ele havia se rebelado contra o comandante, Hide pensava em tudo que aconteceu, desde o momento em que estava sozinho e confuso procurando abrigo, até agora, em que ele estava no final de sua missão.

Lembrou-se do momento em que Ashley o encontrou, como a salvou a primeira vez, como conheceu a Resistência, ganhando o respeito deles e de Edward ao mostrar que era confiável, a aproximação com os membros da Resistência, o momento que pensou ter perdido tudo quando foi derrotado pela primeira vez por Armstrong, e, ainda assim, seus companheiros, mesmo ressentidos, confiavam nele e colocavam suas esperanças no aprimorado, quando ele conheceu Rachel e passou a ver os dois lados dessa história, as dúvidas que surgiam em sua cabeça, com questionamentos vindo tanto pelo lado dos humanos, quanto dos ciborgues.

Até mesmo os momentos engraçados de sua jornada, os momentos de discussão, de reconciliação com seus companheiros, a esperança de após isso tudo acabar, eles irem se divertir, conversar e rir juntos, mas não acontecerá mais, pois eles tinham um objetivo muito grande, e, para alcançar, exigiam-se sacrifícios: Rachel, Ashley, Edward. Todos eles deram suas vidas para apenas um chegar ao final, deixando seus sonhos nas mãos de Hide.

Por fim, quando Hide percebeu também que até mesmo os aprimorados tinham suas razões, e, apesar de não ter sido a melhor escolha que puderam fazer, era totalmente plausível o porquê de se tornaram o que são hoje. E que, mesmo no começo não parecendo, grande parte das razões dos aprimorados eram simples: família, paz, terem um propósito. Os aprimorados, em sua maioria, eram seres humanos trágicos, que apenas agarraram a oportunidade que lhes restava, com a mínima esperança de serem lembrados e buscarem conforto após tanta dor, ou em certos casos, apenas queriam sentir alguma empatia, sentir que alguém se importava com eles: Annie, Ryan, Spyke, Evellyn.

Na mente dele, já não havia um lado certo ou errado. Ambos estavam apenas sobrevivendo em meio a ódio, terror e dor, e buscando uma forma de serem amados.

Agora apenas restava um para ele entender e enfim cumprir sua missão, era apenas ele e Armstrong. Ao chegar na porta do escritório do comandante, abre-a sem força. Lá estava ele, o aprimorado mais forte do mundo, olhando pela janela de seu escritório com as mãos em suas costas. Hide não diz nada, apenas fica parado observando.

- É uma bela vista. Te traz recordações? – Armstrong perguntava à Hide, sua voz apesar de ainda amedrontadora, estava calma.

- Faz menos de um mês. – Hide diz no mesmo tom. Armstrong continuava a observar a vista da cidade. O embate entre ciborgues e humanos na entrada da sede parecia não ter fim.

- O que custou para você chegar aqui? Acha que valeu a pena? – O comandante novamente questiona Hide.

- Custou muito mais do que deveria, não apenas do lado da Resistência. Eu só vou saber se valeu a pena quando um de nós estiver no chão. – Hide aponta sua katana avermelhada para Armstrong.

- Hm... É uma pena. – O comandante continuava com sua expressão de paisagem observando a janela.

- Mas, antes, eu ainda tenho que entender, qual foi seu objetivo a seis anos atrás? Até agora eu não consegui entender. Por que aniquilar quase toda a humanidade com uma onda de energia e uma guerra, você queria que todos fossem ciborgues, então por quê? – Hide abaixa a katana e o indaga.

- Eu sabia que a pesquisa da doutora iria deixar a tecnologia mais acessível a todos, por isso tive que impedir, não poderia concretizar meu plano se ela permitisse isso. Mas tudo fazia parte do plano: a bomba de energia, para criar armas biológicas e ter poder para conquistar; a guerra, para eliminar quase toda a população; e por fim, a aceitação dos que restaram, para se tornarem ciborgues e viverem sob meu comando. Com o pouco restante da humanidade, essa minoria poderia utilizar de todos os recursos oferecidos pelo planeta, não faltaria comida, água, matéria-prima. A humanidade evoluiria em níveis jamais registrados na história. – Armstrong não mudava seu tom de voz e nem se virava, apenas estendia sua mão e a fechava.

Hide fica surpreso com a resposta do comandante, fica até mesmo difícil de contra-argumentar.

- E você pensa que comandando como um tirano é a melhor estratégia? Isso apenas vai causar morte e sangue porque sempre vai ter alguém contra o seu pensamento. Nenhuma pessoa gosta de ter seu livre-arbítrio retirado a força.

Armstrong se vira para Hide, olha rapidamente para uma foto emoldurada em sua mesa, era a foto de uma mulher sorridente junto de uma menina pequena, e em seguida diz para o aprimorado com um olhar seco:

- E agora eu faço a pergunta, Hide. O que a liberdade trouxe para as pessoas?

Hide fica confuso com a pergunta, tentando entender aonde ele queria chegar com aquilo.

- Como assim?

- A liberdade de ser o que quiser, de pensar da maneira que quiser, o que isso trouxe para a humanidade? Eu lhe respondo: diferenças ideológicas, ódio, sangue, mortes. Tudo isso por apenas terem liberdade de pensar, de criarem suas ideias e pontos de vistas, e sabe por quê? Porque o próprio ser humano não aguenta estar sem algo para odiar, e, se algo deixar de ser, logo criarão outro conceito para detestar, seja por estar seguindo alguém que impôs, ou porque este novo tem ligação com o que você odiava antes. O ódio em comum une mais as pessoas do que a própria empatia.

Hide estava ficando cada vez mais surpreso com o posicionamento de Armstrong, não conseguia falar.

- ...

- Pensando nisso, eu decidi então comandar a Cybernature com mão de ferro, o livre-arbítrio não existe, e, apesar de nojentos, os seres humanos são inteligentes quando se trata da própria sobrevivência, então é claro que aceitaram abandonar sua liberdade em prol de continuarem vivendo. – Armstrong olha novamente para o retrato na mesa. – Afinal, quem quer perder entes queridos? Mas também é claro que não são todos os seres humanos que aceitam ser subjugados, e aqueles que se rebelam contra, morrem, isso gera o medo e por meio dele, o ódio é originado, um ódio em comum que une as pessoas, um ódio em comum contra mim. – Armstrong aponta o polegar para si próprio. – E como sou até então o aprimorado mais forte, ninguém até então conseguiu me derrotar. Mesmo que seja mais da metade da população contra mim, grande parte apenas fala, deixam que sejam apenas palavras, pois sabem que não têm chance, então, enquanto eu não for detido, o medo centrado em mim continuará, e eu carregarei esse ódio e escuridão comigo para sempre. As pessoas não gostam de mim, mas sabiam que precisavam de mim, precisavam de um comando nesta situação caótica, precisavam de um líder, seja ele qual for. Este é o meu império perfeito! – Armstrong diz mais empolgado, abrindo os braços.

Todo esse discurso surpreende Hide, que agora estava com a guarda totalmente aberta, em choque. Armstrong voltava com sua compostura e andava de um lado ao outro calmamente.

- ...

- Porém, é claro, isso gera sim uma diferença, mas eu lhe digo, é inconcebível uma igualdade econômica. Se houvesse uma, em ninguém existiria a vontade de melhorar, de tentar ser mais forte. – Dizia o comandante, mais calmo.

Hide tenta pensar em algum argumento para rebater o que o comandante dizia.

- E a diferença social? Os que te apoiam, acha que eles não oprimiriam quem é contra? Acha mesmo que isso não causaria uma diferença ideológica de ambos os lados?

- Ora meu caro Hide. – Armstrong para de lado para a janela. – As pessoas não são tão estúpidas assim, elas conseguem perceber a situação que estão. Os que são a favor de mim, precisam dos que são contra, para comprar suas mercadorias. Ambos os lados se odeiam, mas precisam um do outro, sabem que, se entrassem em guerra por diferenças ideológicas, apenas deixariam a humanidade cada vez mais perto da extinção, afinal não temos uma população tão imensa assim, prefere muito mais deixar o orgulho de lado para preservar suas vidas.

- ... Poderia ter realizado tudo isso sem a necessidade de implementação robótica, e, também, nada do que disser vai justificar você ter causado o maior genocídio da história. – Apesar do argumento de Armstrong ser bem convincente, e deixar o aprimorado bem em dúvida sobre o que fazer, ele estende a katana na direção do comandante.

- Não, era necessário a implementação robótica, ou vai me dizer que foi um ponto negativo as pessoas se tornarem mais resistentes, saudáveis. Já deu uma olhada nos índices de doenças? Quase nulos. Os índices de pessoas paraplégicas, cegas, mudas, surdas? Não existem mais. A única diferença social é em relação ao que pensam sobre mim. Agora deixe eu te perguntar, se eu estava errado em ter aniquilado grande parte da população humana, você acha que está certo ao vir me matar?

- Como é? – Hide fica confuso.

- Se está me julgando por ter matado pessoas, então você é um hipócrita. Quantos você já matou para chegar aqui? – Armstrong direciona seu indicador na direção de Hide. – Acha que está ajudando a humanidade piorando a situação dela? Muito bem então.

A partir desse momento, Hide realmente desaba, uma bomba de realidade havia sido jogada contra ele: estava mesmo ajudando a humanidade? Tudo que fez até chegar neste momento foi matar e causar banhos de sangue. Era mesmo necessário a morte de todos aqueles aprimorados que apenas queriam ter uma vida melhor? E mesmo que Armstrong fosse detestável, ele havia criado um reino perfeito para ele comandar, praticamente não havia erros em seu planejamento. Era mesmo o certo matar por causa da morte de outro? O aprimorado cai no chão ajoelhado, olhando para baixo com uma expressão desacreditada.

O comandante pega o retrato de sua esposa e filha falecidas, coloca em um compartimento metálico que sai do chão, colocando nele, que se fecha e entra no piso novamente. Armstrong olha novamente para a janela, imaginando que Hide já não sabia mais o que fazer, pensando que ele já teria desistido.

Porém, o aprimorado levanta-se e mesmo debilitado fisicamente, e principalmente mentalmente, ele se posiciona novamente, simplesmente ativando seu modo Overdrive, ativando sua máscara de caveira e as correntes elétricas vermelhas passando em seu corpo.

- Mesmo que você tenha todo esse planejamento e todo esse argumento, agora é tarde para eu voltar atrás. Você é minha missão que devo cumprir, e cada morte que causei, cada sacrifico feito para eu chegar até aqui, estou carregando comigo, tenho sonhos e esperanças demais depositados em mim para desistir agora. – Hide estende sua katana para Armstrong. - Sinto muito, você deve morrer.

- Hm... É realmente uma pena. – Armstrong rapidamente se vira e chuta sua mesa metálica na direção de Hide, que a corta ao meio e se posiciona.

Ao reparar em sua frente, lá estava Armstrong já em seu modo Overdrive ativado, com correntes elétricas azuis passando em seu corpo, seu rosto totalmente coberto. Ele estava segurando sua katana de alta frequência, que ele aprimorou mais ainda, agora ela possuía dois gumes em seu modo Overdrive. Em seguida, duas esferas metálicas de tamanho médio surgem no ar ao lado do comandante.

Estava para começar a batalha para decidir o futuro do mundo, a última entre os aprimorados mais fortes. O destino estava na mãos dos dois.

Armstrong, modo Overdrive: Infinite. 

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