Amor Maluco

By alicejfsilva

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Apesar de crescer com a fama, Malu sempre procurou levar uma vida tranquila, morando em Hills City, uma peque... More

Aviso
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Parte 2 - Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Bônus Mike
Capítulo 92
Capitulo 93
Capítulo 94
Parte 3 - Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 101
Capítulo 102
Capítulo 103
Capítulo 104
Capítulo 105
Capítulo 106
Capítulo 107
Capítulo 108
Capítulo 109
Capítulo 110
Capítulo 111
Capítulo 112
Capítulo 113
Capítulo 114
Capítulo 115
Capítulo 116
Capítulo 117
Capítulo 118
Capítulo 119
Capítulo 120
Capítulo 121
Capítulo 122
Capítulo 123
Capítulo 124
Capítulo 125
Capítulo 126
Capítulo 127
Capítulo 128
Capítulo 129
Capítulo 130
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 91

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By alicejfsilva

Odeio àquela familiar sensação que sempre surge quando estamos em uma situação de "alerta perigo". Nunca sei o que vai acontecer.

Mike e Mason olham fixamente um para outro, sem reagir. Mesmo o Tommy parece preocupado agora.

Tenho a impressão que congelei, não consigo reagir decentemente. Odeio saber que isso vai abalar o Mike de uma forma horrível, tenho medo que ele mude.

Certamente, Mike é o primeiro a reagir. Agindo como se nada tivesse acontecido ele apenas volta a caminhar, Mason permanece paralisado.

Isso deve doer tanto nele, por mais que não admita. Ver o pai que o rejeitou vindo assistir o jogo do outro filho e parabenizá-lo mesmo tendo perdido, saber que poderia ter tido tudo isso mas foi abandonado. Como se não fosse digno de receber esse afeto.

Lanço um olhar de asco para os dois, me preparando para ir atrás do Mike.

- Ei, capitã - alguém me joga por cima do ombro, me impedindo de continuar correndo. - Venha comemorar conosco.

- Eu preciso fazer uma coisa - minha fala é abafada pelos gritos de empolgação dos meus meninos e das Hillsleaders me jogando para cima.

O troféu vem parar nas minhas mãos, eu apenas tento procurar o Mike com os olhos. Sem sucesso.

Quando enfim sou colocada no chão, me preparo para sair mas sou bloqueada pela diretora entrando na minha frente.

- Gostaria de lhe dar os parabéns pelas suas performances impecáveis em campo, por ter liderado o time com tanta sabedoria e mostrado para todos que sim, nós podemos liderar.

- Obrigada, o mérito é de todos nós - digo mecanicamente, olhando por cima do ombro dela. - Eu preciso ir agora, com licença.

Olho em volta, agradecendo pelos Stewart ainda estarem aqui.

- Filha, vamos tirar uma foto! - Escuto a voz do meu pai, ele e toda minha família estão me esperando. Que porcaria.

Mike já deve estar dirigindo para fora daqui e sabe-se lá para onde.

Tudo bem, já entendi que não vou alcançá-lo agora. Isso é tão compatível com a realidade que me dói na alma.

Carlos e Liam passam os braços pelos meus ombros, se preparando para a foto. Todos estão presentes, meus tios, tias amigos, pais e irmãos. Mas não sinto que a foto está completa, ele deveria estar aqui. Mike é minha família também.

- Vamos ter uma festa de comemoração mais tarde, você vem? - Carlos pergunta.

- De noite?

- Sim.

- Pode ser, mas agora vamos para casa. Nosso habitual almoço em família nos espera.

Não consigo deixar de estar inquieta durante todo percurso para casa, todos estão tão felizes e me sinto péssima por não conseguir participar do momento.

- Você tá bem? Ficou estranha de repente - Lexy me parou assim que saímos do carro, ficamos mais atrás enquanto todos entram em casa.

- Depois eu te conto, agora eu preciso resolver uma coisa.

Não espero sua resposta, apenas pulo a cerca que separam nossos quintais e corro para bater na porta.

Haydee quem abre, sorrindo.

- O Mike está? - Pergunto afoita.

- Ei, estou bem e você? - Ela brinca. - Parabéns pela apresentação e o jogo, foi incrível. Você e o meu filho estavam tão conectados que eu chorei do começo ao final.

- Obrigada - dou risada, de nervoso. - Mike...?

- Ah sim, ele não chegou ainda. Achei que viriam juntos - ela franze a testa. - O que aconteceu?

Conto ou não conto? Ai que merda, agora eu tô preocupada com o Mike. Ele já deveria estar aqui faz tempo.

Tenho medo de não contar e lhe acontecer algo, mas também tenho medo de contar e ela se apavorar. Essa pobre mulher já tem tantos problemas, será que eu deveria apenas inventar uma desculpa. Se bem que aprendi que omitir as coisas não é uma boa saída, estraguei meu relacionamento por isso e de quebra magoei o Mike, eu realmente sou uma idiota.

Acho que a melhor opção sempre será enfrentar a verdade, acabei entendendo isso. Por mais que você pense estar fazendo o certo, não minta. Nunca.

- Mike e Mason se encontraram.

Me preocupo que seus olhos pulem para fora ou ela desmaie a qualquer momento, mas graças a Deus nada disso acontece.

- Co... como?

- É uma longa história, mas vou resumir. Tommy, meu ex-namorado, é o irmão caçula do Mike, filho do Mason. Descobri recentemente e o Mike também. E então o senhor Stewart foi prestigiar o filho no campeonato e os dois acabaram se encontrando.

- Como assim?! Me explica isso direito! Eles conversaram?

- Não, foi apenas aquele olhar de reconhecimento eternal e fim. O Mike saiu depressa meio inexpressivo.

- Ai meu Deus...

Haydee pega o celular, provavelmente discando o número do filho. Apenas chama e cai na caixa postal.

- Aonde esse menino se meteu? - Ela passa a mão pelos cabelos, transmitindo seu nervosismo para mim. 

Mike havia ficado tão inexpressivo, nunca tinha visto ele naquele estado; isso me preocupa. Ver Mason deve o ter abalado em um nível inatingível. Foram anos sem ver o cara que o pôs no mundo e o abandonou por poder. Sem contar que ele estava ali porque, certamente, havia ido prestigiar o Tommy Forbes, seu outro filho que ele resolveu assumir e tem todo o carinho que o Mike ansiou sua vida inteira e não teve. Ver isso com seus próprios olhos deve ter o machucado tanto que chega aperta meu coração. Não acho que seja bom ele ficar sozinho no momento, ainda mais que ele já deveria estar aqui a muito tempo. Preciso encontrá-lo, apesar de tudo, jamais o deixaria em uma situação como essas. 

- Eu vou atrás dele - digo, me apressando.

- Mas você sequer sabe onde ele está? - Haydee me perguntou.

- Vou encontrá-lo, não se preocupe, Além de que Mike sabe se cuidar, aprendeu desde pequeno.

Ela apenas assente, encostando o celular na orelha novamente, provavelmente está tentando falar com ele. Preciso me apressar, ela não parece minimamente tranquila.

Devo me colocar no lugar dele e pensar para onde ele iria para esfriar a cabeça.

Certo... 

Mike não tem muitos lugares para o qual gosta de ir. Antigamente era o balanço que ficava na árvore do nosso quintal, mas ele era criança e esse balanço nem existe mais.

Para qual lugar Mike costumava ir ou me levar? Anda, Malu, não é tão difícil se parar pra pensar. Não é como se fosse uma lista quilométrica. 

Na B.D.A. eu duvido que seja, até porque ela está fechada agora. Em casa também não está e não imagino que esteja no galpão. Eu não estou pensando como ele, estou pensando nos lugares que eu frequento. Eu conheço todos os lugares que Mike frequenta, mas acho que estou tão ansiosa que não tô conseguindo pensar direito. 

Mesmo sem ter noção para onde ir, eu entro no carro e começo a rodar por Hills City, talvez assim me venha a luz. Acho que é melhor do que ficar parada esperando às horas passarem sem o seu retorno. Passo pela escola, pelo parque, shopping, seu antigo trabalho, em frente a Bullworty Dance Academy e nada de o encontrar. Não é uma cidade grande, já rodei por praticamente tudo apenas nesses minutos.

Cadê você, Mimi? 

Já estou perto de atravessar para Boltson e nada dele, estou na parte alta e montanhosa da cidade, daqui posso ver tudo. Eu e Mike adorávamos ficar no nosso penhasco durante a noite, juntos, para ver o céu noturno e apenas apreciarmos a presença um do outro. Uma vez ele disse que seria capaz de morar ali se eu estivesse com ele. É realmente uma vista adorável. Se eu pudesse, voltaria no tempo. Me dói saber que isso acabou e que Mike agora não confia mais em mim, perdi aquilo que passei anos conquistando. Eu estraguei tudo, foi o que ele disse. Estava tão obcecada por Tommy Forbes que não notei que eu mesma estava acabando com nosso relacionamento. Estúpida.

Não notei que havia me deixado dirigir até o nosso penhasco, alguma forma inconsciente tomou meus sentidos e me trouxe nessa direção. Esperava aproveitar um tempo para pensar sozinha aqui e refletir sobre o paradeiro do Mike, mas me assustei quando vi que não seria mais necessário. Bem ali na frente, próximo a ponta do penhasco, Mike está sentado olhando o horizonte. Caramba, eu o encontrei. Simplesmente me deixei levar e meu inconsciente me trouxe até ele, é como se ainda estivéssemos conectados de alguma forma. 

Desligo o carro, mas permaneço sentada sem saber o que fazer, ainda segurando o volante. Após alguns segundos, enfim, eu decido sair. Mike deve escutar o som da porta batendo mas não faz questão de olhar para ver quem é, talvez tenha sentido que sou eu. Nossa conexão é bizarra, não sei se fico feliz com isso, acho que ela vai acabar sumindo com a nossa atual situação.

Em silêncio, me sento ao seu lado. Permanecemos assim por eternos minutos, apenas olhando a vista de toda Hills City debaixo de nossos narizes. Daqui tudo parece tão pequeno, como eu estou me sentido agora perto dele. Tenho medo que Mike escute o meu coração gritando por ele nesse silêncio constrangedor. Não faço ideia de como quebrar a situação embaraçosa, pelo menos para mim é. Ele apenas parece indiferente, como se eu não existisse.

- Bom... senti que você estaria aqui.

Silêncio.

- De alguma forma eu vim parar aqui. 

Mais silêncio.

- Devia ter pensado nisso antes.

Ok, isso tá começando a ficar além de vergonhoso.

- Sua mãe está preocupada. Me desculpe, mas eu acabei mencionando com ela aquele incidente.

Nem isso é capaz de atrair seu interesse. Se eu não fosse tão cara de pau, aposto que estaria vermelha feito um pimentão.

Será que ele está ao menos me ouvindo? Talvez esteja em outra dimensão... ou eu apenas devo aceitar que me tornei tão insignificante para ele ao ponto de nem merecer um pingo de sua atenção, muito menos de suas palavras. Achei que a coisa entre nós havia melhorado pelo menos um pouco após toda aquela nossa aproximação no espetáculo, entregamos um trabalho impecável graças a nossa conexão bizarra.

- Mike, pode falar comigo? - Mais grilos e corujas. - Por favor... estou preocupada.

Nada. 

- Tudo bem, acho que já entendi. Sinto muito por tomar o seu tempo.

Começo me levantar, mas paro no meio do caminho quando o vejo levar uma mão ao seu rosto, como se estivesse o secando. Ai que droga, não acredito que estou o vendo assim novamente por causa daquele homem desgraçado.

Foda-se. Mike pode me xingar, me ofender e me odiar, mas não posso deixá-lo assim. Sem pensar duas vezes, dou um jeito de esticar suas pernas para sentar em seu colo e poder abraçá-lo com sinceridade e apoio, o apertando o mais forte contra meu peito sem nos machucar. Ele não retribui pelo o que parece ser uma eternidade, mas em algum momento, Mike acabou cedendo e passou seus braços em volta de mim. Suas mãos se apertam em minhas costas de uma forma tão necessitada e apressada que nos aproximam ainda mais, seu rosto fica escondido próximo a minha clavícula, não preciso olhar em seus olhos para saber que está chorando. Sou capaz de sentir seu tormento daqui, isso dói na minha alma. Não sei exatamente quando tomei suas dores e comecei a chorar em silêncio, talvez também seja por tudo o que está acontecendo. As pessoas podem dizer que eu sou forte, mas não sou, não consigo resistir a isso. Não sou indestrutível  e estou bem longe de ser. Sempre evitei chorar, ainda mais na frente de alguém, para mim era um sinal de fraqueza e fragilidade e essas são ambas coisas que mais repúdio em mim, desde que me lembro tento esconder isso. Mas acho que chegou o momento que tudo acabou transbordando, parece que estou me afogando em um alagamento emocional e toda essa situação com o Mike foi a gota final.

Preferia que Mike não me visse desabar, ainda mais com ele nesse estado. Mas acho que ele percebeu na primeira e única vez que eu não consegui segurar um soluço. Ele não fez questão de se afastar para ver meu inédito momento de fraqueza, e o agradeci por isso, Mike me conhece tão bem. Em vez disso, apenas apertou ainda mais seus braços em torno de mim. É tudo o que eu quero e preciso no momento. 

Gostaria de saber quanto tempo ficamos abraçados e chorando, mas foi o suficiente para ambos colocarmos tudo para fora e conseguirmos nos controlar, cessando o momento lágrimas. Não foi pouca coisa. 

Insegura, com receio de revelar meu rosto marcado pelo choro, relutei um pouco quando ele começou abrir espaço. Evitei seus olhos em um primeiro instante, olhando para o lado. Mas Mike segurou meu queixo com o polegar e o indicador e me fez olhar em seus olhos verdes e levemente avermelhados pelo choro. Aposto que eu devo estar um bagaço.

- Sinto muito... - tento me levantar, mas ele me segura pela cintura. Fico surpresa com o gesto, pensei que fosse querer distância agora.

Lentamente, ergo minha mão para secar seu rosto, sorrimos quando ele faz a mesma coisa comigo ao mesmo tempo. Me perco, acariciando sua bochecha, aproveitando cada segundo desse momento que eu sei que vai acabar em breve. Não quero pensar isso, mas parece um sonho porque a ideia desse momento acontecer é tão distante. 

- Você tá bem? - ele pergunta.

- Eu que deveria te perguntar isso.

- Não, é a primeira vez na história que vejo você nesse estado. Eu não é novidade. Pra isso ter acontecido você deve estar aguentando faz tempo.

- Ou talvez eu apenas tenha me deixado levar pelo momento.

Ele fecha seus olhos, negando com a cabeça. 

Mike parece tão sereno agora, ele é perfeito. Cada traço, olhar e atitude, acho que nunca deixarei de amá-lo, aconteça o que acontecer; Mike sempre será tudo para mim. 

Não me dei conta do momento em que segurei seu rosto com as duas mãos, tudo seguiria bem até ai. Mas acontece que o infeliz decidiu abrir os olhos e me lançar aquele olhar de tremer as pernas, me deixando totalmente à mercê de meu lado inconsequente. Quando seus olhos desceram para meus lábios, eu imitei o gesto e não pude resistir à sua boca bem desenhada e úmida, foi inevitável não beijá-lo, quando dei por mim eu já havia o atacado com firmeza e paixão. Inicialmente, ele ficou em choque mas acredito que não tenha durado nem dois segundos já que Mike avançou, me agarrando com suas mãos firmes. Parecemos transmitir tanta coisa, mas, principalmente, saudade e desejo. Não faço questão de esconder o quanto estou sedenta por ele inteiro. 

Em um movimento veloz, Mike me deitou na grama e ficou por cima de mim. Suas mãos tocaram minha pele por baixo da minha camiseta, ao passo que eu enrolei minhas pernas em seu quadril. Marquei suas costas com as minhas unhas no momento que ele sugou a pele do meu pescoço, o trouxe de volta para meus lábios e dominei sua língua. Não faz nem vinte e quatro horas que nós terminamos, mas sinto que faz uma eternidade desde a última vez que o beijei. Parece que quando nós perdemos algo, aprendemos a dar valor.

Não me importo do momento estar sendo quase que violento demais, tenho certeza que ficarei com hematomas nos locais aonde suas mãos me seguraram e que suas costas vão estar bem feridas, mas é bom esse clima mais intenso. Ele também não parece achar ruim. 

A qualquer momento eu sinto que posso me entregar por completo pela primeira vez, seria dele de corpo e alma. Nesse instante não existe promessa e nem término, só existe meu amor por ele e minha completa vontade de entregar essa coisa que costuma ser tão importante e vem sendo guardada por mim desde sempre, não estou me importando de quebrar a promessa com a minha madrinha, ela sequer existe agora em meus pensamentos. É apenas eu e ele. 

Pelo menos é o que poderia acontecer se Mike não tivesse interrompido de repente, se levantando em uma velocidade assustadora.

- O que aconteceu? - me sento, alarmada e desorientada pelo o que acabou de acontecer. Ainda preciso de tempo para colocar meus sentidos de volta no lugar.

- O que aconteceu? Sério, Malu? Você por acaso esqueceu que não estamos mais juntos?

- Nossa, obrigada por me lembrar - me recomponho, fazendo questão de me levantar.

- Jamais faria isso aqui, dessa forma, com você.

- Não é uma escolha somente sua.

Ele dá uma risada que faz algo doer dentro de mim.

- Se antes eu não havia transado com você, agora que não estamos mais juntos muito menos. Sexo pra mim não é uma coisa casual, eu realmente valorizo isso. 

O que ele quer dizer com isso?

- Ah, e pra mim não é importante? Acho que você se esqueceu que eu nunca fiz isso antes e se fosse acontecer aqui e agora, seria porque eu quis fazer isso contigo. Porque te amo e estaria disposta a quebrar minha promessa.

Outra risada cruel.

- Ama mesmo? E, aliás, quebrar promessas não seria uma novidade pra você.

Um soco na minha cara teria sido como cócegas perto do que acabo de escutar. Como o clima mudou tão depressa? Parece que tudo começou ruir em cima de mim de uma só vez.

- Sem contar que eu não estaria com cabeça pra isso agora - prosseguiu.

- Mesmo? Não foi o que me pareceu.

- Esqueceu que eu acabei de reencontrar meu querido pai, inclusive, por sua causa e de suas intromissões? 

- Por minha causa? 

Eu só posso estar ficando maluca.

- Quem fuçou até descobrir quem era meu irmão? Se eu não soubesse quem Tommy Forbes é, eu não teria parado e prestado atenção na cena, porque, por sua causa, eu sabia quem ele era. 

- Eu não mandei ele estar lá!

- Não tire o seu da reta, Willians.

- Como chegamos a isso? - Digo com um gosto amargo.

- Não fui eu que joguei tudo no lixo.

O que aconteceu com ele? Cadê o Mike doce e amável que eu conheço? Quem é esse na minha frente. Mike jamais me diria coisas desse tipo. 

- Você está sendo um grande babaca. E pensar que eu estava prestes a... ter a minha primeira vez aqui, contigo.

Mike poderia ter me dado uma facada, me torturado e matado agora mesmo, mas nada disso doeria mais do que as seguintes palavras que ele proferiu:

- Primeira vez mesmo, Malu? Eu não ficaria surpreso se me dissesse que não é, ainda mais depois de todas as suas mentiras. Talvez tenha sido com Travis, quem sabe?

Não controlei a lágrima de raiva que escapou, assim como não controlei o forte tapa que dei em seu rosto.

Já passei por muitas coisas nos meus poucos anos de vida, fui sequestrada e quase fui morta, mas a última coisa que eu esperaria era ver o Mike agir de forma tão maldosa. Ele realmente pensa isso de mim? Que eu dormi com o Travis? Isso foi baixo e cruel. Se para Mike eu sou assim, significa que apenas estava perdendo o meu tempo. Talvez ele sempre tenha pensado coisas desse tipo e apenas colocou para fora agora. E pensar que eu estava pronta para me entregar a ele, mostrar que nosso amor era mais forte que tudo isso. Mas pelo jeito, estava apenas me enganando.

Eu achei que nada doeria mais do que perder a confiança da pessoa que você ama, mas ver essa mesma pessoa tentando te machucar - e conseguindo - é muito pior. 

- Sinceramente, Mike? Obrigada por ter interrompido, eu me arrependeria pelo resto da vida - pela primeira vez não me importo com as minhas lágrimas. - Se você queria me machucar, meus parabéns. Olha, pode dizer que eu estraguei tudo, mas pelo menos posso dizer que jamais planejei te machucar, eu nunca, nunca faria isso de propósito da forma cruel que você acabou de fazer comigo. Eu estava disposta a lutar por... 

Perco a fala, não vale a pena. Mas eu preciso finalizar, com a voz embargada, eu digo:

- Espero que seja feliz, Mike. De verdade... mas bem longe de mim, como você queria.

E ai, meus amores? Chorando estooou, agora podemos oficialmente dizer M&M chegou ao fim. Me doeu o coração ver esse lado cruel do Mimi, mas espero que vocês tenham prestado muita atenção no Bônus dele, afinal, ali tem uma GRANDE pista do porquê ele agiu assim. Mas, vocês e a Malu não vão descobrir por agora.

Fiquem em casa nessa quarentena, não são férias, hein. Se cuidem, sei que já devem ter cansado de ouvir isso, mas lavem sempre as mãos, distância de um metro e usem álcool em gel se realmente precisarem sair, mas evitem ao máximo.

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