Viola e Rigel - Opostos 1

By NKFloro

1.1M 133K 226K

Se Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a... More

O Sr. Olhos Incríveis
A Cara de Coruja *
A segunda impressão
O pesadelo *
O Pedido
O Presente
O Plano
O Livro
A Carta
O Beijo
A Drums
A Raquetada*
O Queixo Tremulante
Cheiros
Os Pássaros *
O Pequeno Da Vinci
O Mundo era feito de Balas de Cereja
O Dia do Fundador
BOOM! BOOM! BOOM!
A Catedral de Saint Vincent
Ela caminha em beleza
Anne de Green Gables
O Poema
Meu nome é Viola
Cadente
Noite de Reis
Depósitos de Estrelas
70x7
A loucura é relativa
Ó Capitão! Meu capitão!
E se não puder voar, corra.
Darcy
Cupcakes
Capelletti e Montecchi
Ensaio sobre o beijo
100k views
Metamorfose
Perdoar
Natal, sorvete e música
Anabelle
Clair de Lune
Eu prometo acordar os anjos
Red Storm
Purpurina da autora: O que eu te fiz Wattpad?
Palavras
Como dizer adeus
Macaco & Banana
Impulsiva e faladeira
Sobre surpresas e ameixas
Infinito
Como uma nuvem
Sobre Rigel Stantford (Mad Marshall Entrevista)
Sobre Viola Beene (Mad Marshall Entrevista)
Verdades
Rastejar
O Perturbador da Paz
Buraco Negro
O tempo
Show do Prescott
A Promessa
O tempo é relativo
Olá, gafanhoto
Olhos de Safira
O caderno
De volta ao lar
A pior noite de todas
Grandes expectativas e frustrações maiores ainda
Histórias de amor e outros desastres
Sobre escuridão e luz
Iguais
Sobre CC e RR
Salvando maçãs e rolando na lama
O infame
PRECISAMOS FALAR SOBRE PLÁGIO
Promessas

A Missão

10.7K 1.1K 1.1K
By NKFloro

O barulho dos pingos de chuva acalma meu coração. Foi um dia e tanto.

Ainda não consegui falar com mamãe, após terminarmos de lavar a louça o papai disse a ela que os dois precisavam conversar sobre o Liam e ela respondeu irritada que "esse assunto de novo não", aí largou a toalha de pratos sobre a mesa, subiu para o quarto e não saiu mais de lá; enquanto isso o papai segue vendo TV, esparramado no sofá da sala de estar.

Eu me ajeito na poltrona e encolho os joelhos, os olhos no laptop, revisando minha tese sobre os lêmures ratos pigmeus. Depois de um tempo mamãe desce e se senta com a gente, ela não diz nada, apenas se espreme ao lado do papai e deixa a cabeça pender no ombro dele.

Ele sorri para ela, e eu sorrio para os dois.

Porém basta recordar o que o Oli me disse e que em algum momento terei de confrontá-la para que a minha bolha de felicidade estoure. Por mais que eu tente não consigo visualizar mamãe com alguém tão sórdido quanto o sr. Stantford, ele simplesmente não é o tipo de pessoa com a qual ela se relacionaria, mamãe tem verdadeira aversão a pessoas arrogantes e esnobes feito ele.

Parece que alguém está jogando confetes celestiais sobre a terra. Consegue ver?

A mensagem pisca no canto direito da tela, me pegando de surpresa.

É o Oli.

Tento não chamar a atenção dos meus pais para o fato de que estou rindo feito uma boba quando levanto da poltrona, apressada para correr para o quarto e conversar com ele nem que seja apenas por alguns minutos.

― Eu estou indo estudar no quarto.

Mantenho a boca bem fechada para não rir, porque estou realmente feliz.

― Tudo bem, querida ― mamãe responde.

― Mas antes vem aqui e me dá um beijo ― papai pede, apontando a própria bochecha.

Afundo no colchão com o laptop sobre as pernas e começo a digitar: Que coincidência, aqui também está chovendo.

Oli: Sei disso Madison's Place é como um chamariz de chuva nesta época do ano.

Eu: Espera. Está aqui em Madison's Place? Está de volta!

Oli: De volta e louco pra te ver.

Meu coração faz uma pausa e em seguida dispara.

Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ele está de volta e quer me ver. Quais as chances disso tudo ser apenas um sonho? Nenhuma!

Eu: Nem acredito que está mesmo de volta. Também estou louca pra te ver, senti tanto a sua falta. Mas por que não me disse que estava retornando?

Oli: Queria fazer uma surpresa.

Eu: Você vai ao desfile do Dia do Fundador amanhã, não é? Podemos arrumar uma maneira de nos encontrarmos no parque.

Oli: É, com certeza eu vou. ― Oli para de digitar por um ínterim antes de perguntar: ― Falou com a sua mãe?

Eu: Ainda não tive oportunidade. Mas eu vou. E o seu pai falou mais alguma coisa?

Oli: Não. Nada.

Eu não sei por quanto tempo continuamos conversando antes de eu começar a ouvir uma série de gritos vindos lá de baixo. Num primeiro momento imagino que seja só mais uma das discussões de mamãe e papai, mas então os gritos se intensificam e junto com eles o barulho de vozes desconhecidas.

Salto da cama e disparo pelo corredor com o coração aos pulos, minhas pernas mal sustentam o peso do meu corpo conforme me precipito pela escada. Os gritos ficam mais intensos a cada passada ― gritos embebidos em lágrimas.

As luzes da sala de estar foram todas acesas e corro para o meio dela, onde meus pais estão. Mamãe chora e treme dos pés à cabeça e seus olhos se nublam ainda mais quando ela me vê. Papai passa o braço em volta de seus ombros numa tentativa de trazê-la para junto dele e fazê-la parar, porém, ela o repele.

― O que houve? ― pergunto, assim que recupero o ar.

Faço menção de me aproximar, mas sou repreendida por um gesto de mão de papai. Apesar de aparentemente mais controlado que mamãe, seu rosto perdeu toda a cor e, por mais que tente demonstrar firmeza, ele também está tremendo.

― Volte para o seu quarto, Viola ― me adverte.

Mamãe esconde o rosto entre as mãos e afunda no sofá, chorando copiosamente. É o retrato do desespero. Ela está se afogando em dor, e sinto que estou me afogando junto com ela.

― Para onde o levaram? ― sua voz ecoa pincelada por lágrimas.

― Ele foi encaminhado para o Memorial, senhora ― alguém responde com voz firme. Então eu me viro e vejo dois policiais parados na porta.

Ondas de gelo se elevam em meu interior, quebrando em minha alma e me fazendo arrepiar de cima abaixo.

Dessa vez nem os braços fortes de papai conseguem me impedir de chegar até mamãe e abraçá-la.

― Foi o Liam, não foi? O que houve com ele?

Com um suspiro pesado, mamãe responde:

― Seu irmão sofreu um acidente.

A dor se espalha por todo meu corpo, comprimindo meus órgãos e me impedindo de respirar normalmente. E enquanto a abraço tudo o que consigo fazer é movimentar os lábios e sacudir a cabeça em negação.

De jeito nenhum eu ia ficar em casa enquanto meu irmão luta pela vida. Nem sabemos ao certo o que aconteceu, os policiais não nos deram muitas informações, tudo o que nos foi dito foi que Liam sofreu um acidente e precisou ser encaminhado às pressas para o hospital. Imaginar Liam acamado em um hospital me deixa em pedaços e me faz pensar que assim como eu, todas as pessoas que eu amo são apenas um sopro, um fragmento no espaço tempo, uma partícula na história do universo; ainda essa tarde ele estava bem, dirigindo ao meu lado, falando coisas idiotas e me fazendo rir. Fico repetindo para mim mesma que ele é forte, que vai sair dessa, mas por mais que tente me manter positiva, o medo de perdê-lo às vezes me engole.

― Não pode ir mais rápido? ― mamãe soluça.

― Estou fazendo o possível ― a voz de papai oscila, acelerando o carro que mamãe emprestou da sra. Porter. ― Estamos quase chegando. Fica calma.

― Não me peça para ficar calma quando meu filho acaba de sofrer um acidente ― diz por entre os dentes.

― Ele também é meu filho, Eliza. Eu também estou preocupado, mas correr não vai facilitar as coisas para nós, muito pelo contrário.

― Ficar discutindo também não, então por que não param com isso? ― me intrometo.

Embora a distância até o Memorial seja de apenas alguns minutos, tenho a impressão de que uma vida inteira se passou antes de finalmente chegarmos. Mal papai para o carro, mamãe desabala pelo estacionamento; não parou de chorar um só momento no caminho até aqui, embora ficasse o tempo inteiro repetindo que precisava ser forte e que faria isso pelo Liam. Eu pego sua bolsa e saio correndo atrás dela, papai nos segue.

Quando chegamos à recepção mamãe já se encontra debruçada sobre a bancada em busca de informações, papai pede que eu fique onde estou e vai até ela. Sentindo as pernas fracas e o coração na boca, eu me sento em uma cadeira e começo a rezar baixinho.

Deus não vai tirar o Liam da gente, eu sei que não. O padre Cadence diz que todos temos uma missão neste mundo, e eu sei que a do Liam ainda não se concretizou.

A conversa com a atendente não dura mais que alguns minutos, ela sai de trás da bancada e nos guia por um extenso corredor branco até a sala de espera, onde pede que aguardemos até que o Dr. Karuma venha falar conosco.

Mamãe se desespera.

― Aguardar? Eu preciso saber como o meu filho está ― sua voz se eleva. ― Agora.

― Sinto muito, Eliza, mas terá que esperar. No momento ele se encontra na sala de cirurgia; assim que terminar o procedimento o doutor Karuma virá vê-los.

É a forma mais clichê de definir isso, mas o tempo parou. Sozinha com meus pais nesta sala, tenho a impressão de que fomos engaiolados em um pesadelo do qual não conseguimos escapar.

Mamãe soluça, os lábios crispados de preocupação. Ponho o braço no ombro dela e faço um carinho.

― Vai ficar tudo bem, mamãe ― começo a dizer. ― Liam nunca se renderia tão facilmente.

O jeito como olha para mim deixa claro que não está tão confiante disso, mesmo assim ela assente com a cabeça.

O papai saiu para pegar um café e ver se conseguia alguma informação sobre o real estado de Liam, e quase meia hora depois ainda não retornou, o que só serviu para deixar mamãe e eu ainda mais nervosas. Da minha parte, fico o tempo todo pensando que ele descobriu alguma coisa e não quer nos contar, e acredito que mamãe também tenha essa impressão.

Quando a porta da sala se abre e vejo o Dr. Karuma, meu coração fica pequeno e gelado, a sensação que tenho é que estou congelando de dentro para fora. Ele vem até nós e assim que o avista mamãe se apressa em encontrá-lo.

― Como ele está?

― Sinto dizer, mas as notícias não são as melhores, sra. Beene ― responde. ― O paciente sofreu múltiplas fraturas, teve o esterno e doze costelas quebradas, também sofreu uma séria perfuração no pulmão direito e teve o fígado praticamente destroçado.

De repente o rosto de mamãe perde toda a cor, ela cambaleia para trás antes de levar a mão à boca e desabar em lágrimas. Pra piorar não sei o que fazer para ajudá-la, pois me sinto tão impotente e devastada quanto. Levo o dorso da mão aos olhos a fim de enxuga-los, mas é em vão, as lágrimas não param de correr.

Doutor Karuma segura o cotovelo de mamãe, guiando-a em passos lentos até uma cadeira.

― Sente-se um pouco.

Mal mamãe se senta, papai entra correndo pela sala e se agacha à sua frente; as mãos dele fazem um carinho nos joelhos dela.

― Nosso menino, Fred ― ela soluça. ― Nosso pequeno.

Eu também me sento, as pernas fracas demais para sustentarem meu peso.

― Vai ficar tudo bem, Lizzie. Ele é um garoto forte, vai sair dessa.

― Tente se acalmar, sra. Beene, de nada adianta se desesperar.

― Como o Liam está? ― é a vez de papai questionar.

― Ele passou por uma intervenção cirúrgica para a retirada dos destroços que estavam alojados no pulmão e no fígado e colocamos um dreno no pulmão para evitar que o órgão seja ainda mais prejudicado. Devido à gravidade do quadro ele ainda não pode ser submetido à uma nova cirurgia, mas é quase certo que precisaremos recorrer a um transplante de fígado... e com urgência. A boa notícia é que conseguimos controlar a hemorragia e estabilizá-lo, mas Liam ainda necessita de sangue, ele passou por duas transfusões nas últimas horas e isso é apenas o começo.


Olá, gafanhotos!

Espero que tenham gostado do capítulo. Eu sei que foi curto, mas é o que estou conseguindo postar no momento.

Eu revisei, mas sempre deixo passar um erro ou outro.

Assim que melhorar volto com os gifs e notas.

Não esqueçam de apoiar o livro votando e comentando.

É isso. Cheiros e queijos!

Continue Reading

You'll Also Like

6.4K 385 15
Verônica Neville é uma mulher de 19 anos que desde seus 17 comanda a máfia russa, ela fez seu país ser mais poderoso, ela governa a Rússia toda, seus...
23.3K 921 32
- é vc quem eu escolhi pra ser a mulher da minha vida Helena acaba de voltar pro Brasil pra morar com o seu pai,ela morou metade da sua infância no...
10.7M 817K 89
Por um lado temos uma mulher que sofreu de todas as formas, e a cada dia perde a fé em tudo, do outro, temos algum cabeça dura, fechado, e totalmente...
35.5K 2.3K 86
Reações de Girls Groups de Kpop. Essa fanfic não tem intenção de ofender nenhum idol e nem manchar sua imagem, livro de fã para fã! 🥇CLC 🥇 SOMI 🥇...