Me Apaixonando Por Você

By TainaSuman

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Era uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida... More

Prólogo, Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Passado
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Passado
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
°•Capítulo: 49•°
°•Capítulo: 50•°
°•Capítulo: 51•°
°•Capítulo: 52•°
°•Capítulo: 53•°
°•Capítulo: 54•°
°•Capítulo: 55•°
°• Capítulo 56 •°
°•Capítulo 57•°
°•Capítulo 58•°
°Capítulo 59°
°Capítulo 60° Especial de natal
°Capítulo 61°Especial de natal 02
°Capítulo 62° Especial de natal 03
°Capítulo 63° Especial de natal 04
Epílogo
??!!É O Fim??!!

°•Capítulo: 48•°

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By TainaSuman



°•Mateus•°

Preciso falar com você.

Foi a mensagem que Guilherme me enviou, então agora ele estava sentado na minha cama, e eu estava perdendo a paciência.

— Você vai falar ou...?

— Tudo bem. — Ele bateu as mãos nas coxas e mordeu o lábio. — Não sei como falar.

— Cara. — Me sentei na cadeira em frente a mesinha. — Só fala logo.

— Acho que a sua mãe sem querer contou pra todo mundo que você tá... bem, que você está em um péssimo estado.

Parei de rodar a cadeira, encarei meu melhor amigo. Gui me olhou de volta, e ficamos em silêncio até ele tentar reformular a frase.

— Não sei se foi bem culpa dela. — Ele defendeu. — Aparentemente ela só foi contar para a diretora que você iria ficar afastado por um tempo por culpa ds doença, a diretora contou pro treinador, o treinador teve que eleger um novo capitão, e meio que virou uma bomba e todo mundo parece saber agora.

Bufei e encostei a testa no encosto da cadeira.

— Mateus, não é tão ruim...

— Não é tão ruim?! — Levantri meus olhos, ele engoliu em seco. — Perdi meu posto de capitão do time e agora todo mundo sabe dessa porcaria de doença. Não é tão ruim?!

— Ok, é bem ruim se for olhar por esse lado.

— Por que ela tinha que ir falar com eles em primeiro lugar?! — Girei a cadeira novamente. — Cara, parece que ela tenta sempre fazer as coisas erradas.

Gui fez uma careta e desviou o olhar.

— Não tente defender ela. — Apontei.

— Eu não disse nada.

— Estou cansado disso, eu quero viver minha vida normal, eu não preciso ser tratado de uma maneira diferente só porque tenho essa doença.

Gui parecia pronto para discordar, mas meu olhar o fez ficar calado.

— Vocês precisam conversar.

— É difícil conversar quando ela parece não me ouvir.

— Tente mais uma vez, diga como se sente.

Balancei a cabeça. Estava chateado, chateado demais até para falar. Mas por um lado ele tinha razão.

Nos precisamos conversar.

Me levantei e empurrei a cadeira para trás, ela bateu na mesa e parou. Gui levantou os olhos.

— Vou conversar.

A maçaneta da porta parecia muito fria na minha mão, meus pés pareciam muito pesados na escada.

Ela estava sentada no sofá, em silêncio enquanto assistia a televisão muda. Eu sei que ela sabia que eu estava ali, mesmo sem precisar levantar os olhos. Parei ao lado do sofá.

Encarei a mulher que deveria ter me criado com amor e carinho, mas no seu lugar só teve frio e decepção. Ela me olhou de volta, e por um momento o ar parecia tão pesado quanto um prédio desabando.

— Por quê?

Foi a única coisa que eu perguntei, e por um momento ela pareceu tremer. Soltou a respiração de uma vez, quase dramaticamente. 

— Por que você sempre tem que fazer as coisas pela minhas costas? Por que você sempre tem que errar? Por que você sempre acaba me machucando de uma maneira ou de outra? Você não deveria fazer isso, somos filho e mãe. Você deveria me apoiar e me proteger. A única coisa que você me traz é dor.

Os olhos dela se encheram de lágrimas, e as minhas já estavam escorrendo pelas minhas bochechas.

— Uma mãe deveria apoiar em um momento como esse. Você só sai contando para qualquer um, me afastando da minha vida, estragando tudo, me machucando mais do que deveria. Você não consegue ver que também tenho sentimentos? Também sou um ser humano.

Ela virou o rosto para o lado, a mandíbula tensa, os cabelos puxados fortes para trás. Os lábios se apertaram um contra o outro, as lágrimas deixaram marcas nas bochechas dela.

— Tudo que eu tentei ou que fiz, sempre foi para o seu bem. — Ela suspirou.

Só percebi que meus punhos estavam fechados quando senti minhas unhas romperem a pele, a sangue escorrendo devagar e quente entre meus dedos. Minhas mãos tremiam, meu corpo parevia quente demais, o ar parecia sujo.

— Para o meu bem? — Eu ri. — Você nunca fez nada para o meu bem. Lembra quando eu era uma criança? Sim, você lembra, mas você não parecia perceber isso na época. Eu era uma criança e tinha acabado de encontrar o pai morto, você se afastou, você me tratava como lixo, você não se importava comigo. Eu me machucava e invés de me ajudar você dizia que ninguém se importaria e que eu tinha que me cuidar sozinho. Você me deixava passar fome, frio, e a única coisa que eu queria era o amor da minha mãe, porque estávamos sozinhos e precisávamos um do outro.

— Eu também o perdi, tudo bem?!

Ela explodiu, a voz alta parecia me empurrar para trás. Gui apareceu no topo da escada.

— Eu também sou um ser humano, eu também o perdi igual você! Eu o amava e eu também o vi aquela noite, também foi um trauma pra mim, também doeu forte como chutes e socos. Me machucou mais do que eu posso explicar, eu queria, eu tentei, eu não conseguia. Eu não pedi por isso, eu não pedi para ser mãe, eu não queria!

Simples assim, meu mundo parecia ter se aberto abaixo dos meus pés. Gui estava do meu lado, puxando meu braço para trás enquanto as palavras da minha mãe se repetiam milhares de vezes na minha cabeça.

Eu não pedi pra ser mãe, eu não queria.

Me cortou mais fundo do que deveria. Me atingiu com mais força do que eu pensei.

— Mateus... — A voz do meu melhor amigo parecia longe.

Me lembrei da água, das mãos dele me puxando para fora do rio congelante. Da falta de ar e da dor no meu corpo.

— Eu estou tentando, eu juro que estou tentando. — Ela parecia implorar, chorava tanto que as palavras pareciam estranhas. — Eu quero que você me perdoe, eu quero que você fique bem, eu preciso disso. Eu juro, eu estou tentando.

Balancei a cabeça, estava desnorteado.

— Eu era uma criança.

— Eu sei, querido, eu sei. — Ela tentou se aproximar, eu me afastei.

Me afastei dela, de Guilherme, do som da voz dela. Tudo parecia nublado e pesado, confuso.

Ela não entende o que disse?

Eu não pedi pra ser mãe, eu não queria.

— Não perdi só o papai aquela noite. — Minha voz estava rouca. — Perdi a minha mãe também.

Ela abriu a boca, mas eu já estava saindo antes de ouvir as palavras. A última coisa que escutei foi o choro dela é Guilherme chamando meu nome.

Corri o mais rápido que eu pude.


Queria morrer.

Queria que tudo isso parasse de existir.

Todas essas brigas.

Essa doença.

A dor.

Me sentei em um banco, escutei meus amigos  gritando meu nome.

Um minuto depois Dulce estava sentada ao meu lado, as mãos puxando meu rosto para o dela.

— Fica calmo, estou aqui, está tudo bem.

Segurei a mão dela e encostei minha testa no ombro dela.

Chorei com toda a dor que eu sentia, Dulce me abraçou. Escutei a voz de Lorena e Guilherme e logo estávamos todos em um abraço estranho e apertado.


— Vai ficar tudo bem porque estamos todos juntos. — Dulce disse.

— Você não está sozinho. — Lorena continuou.

— Nem agora, nem nunca. Vamos sempre te ajudar quando você precisar. Somos uma família. — Guilherme completou.

Eu os abracei mais forte ainda.





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