Me Apaixonando Por Você

Galing kay TainaSuman

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Era uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida... Higit pa

Prólogo, Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Passado
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Passado
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
°•Capítulo: 51•°
°•Capítulo: 52•°
°•Capítulo: 53•°
°•Capítulo: 54•°
°•Capítulo: 55•°
°• Capítulo 56 •°
°•Capítulo 57•°
°•Capítulo 58•°
°Capítulo 59°
°Capítulo 60° Especial de natal
°Capítulo 61°Especial de natal 02
°Capítulo 62° Especial de natal 03
°Capítulo 63° Especial de natal 04
Epílogo
??!!É O Fim??!!

Capítulo 42

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Galing kay TainaSuman


Love come in
The Moon knows our weaknesses
The cause of our sickness is
Love come in, the water is fine






•°Mateus°

Lorena me encarava enquanto eu comia a pizza doce, e era meio desconcertante.

— O que você quer? — Perguntei.

— Por que eu tenho que querer alguma coisa?

— Porque você geralmente não fica me olhando.

— Sim. — Ela disse, e só.

— Então...?

— Você sabe o que aconteceu com a família do Guilherme.

Foi uma afirmativa, mas eu respondi mesmo assim.

— Eles morreram.

— Sim. — Ela concordou. — Mas você sabe como eles morreram, certo?

Agora eu estava irritado. Olhei para ela, Lorena me encarou de volta com os grandes olhos castanhos.

— Sei, óbvio que eu sei. Ele é meu melhor amigo, é óbvio que eu sei.

Ela continuou calada apenas me encarando. Engoli o resto da pizza e empurrei o prato pro lado. Lorena suspirou e apoiou o queixo na palma da mão.

— Espera. — Liguei os pontos na minha mente. — Como você sabe?

— Ele me falou. — Ela respondeu, as bochechas pálidas ficando vermelhas.

— Ele falou... — Torci meus lábios.

Lembrei da marca de batom no pescoço dele, em como ele saiu transtornado do hospital quando eu contei.

— Quando?

— Ontem. — Ela esperou uma resposta, eu fiquei em silêncio. — Não fizemos nada.

— Não. — Repeti tentando afastar aquela imaginação da minha cabeça. — E ele já te contou, sendo que te conhece a menos de dois meses.

Não vou mentir, eu estava chateado. Gui nunca conseguiu conversar direito comigo para me explicar o que aconteceu, mas mesmo assim ele contou para Lorena, e ele a conhece faz pouco tempo.

— Eu diria agora que você está com ciúmes.

— Ah, Cale a boca. — Revirei meus olhos e coloquei o prato dentro da pia.

Lorena revirou os olhos e bateu as unhas afiadas no balcão.

— Pelo amor, pare com estupidez. — Me virei para ela. — Ele está arrasado.

Aquilo me atingiu em cheio.

— Eu sei.

— Ele tem pavor de te perder.

Eu sei.

— Sabe.

— Quem te falou sobre mim, ele contou facilmente assim também?

— Não.

Encarei os olhos dela com curiosidade.

— Quem?

— Jonny

— Jonny? Ontem?

Ela pareceu pensar na resposta, os lábios vermelhos se torceram em uma carranca.

— Algumas... algumas semanas.

— Semanas?! Jonny sabia disso a semanas?!

— Mateus...

— Como?! Nem eu sabia!

— Lembra da viagem no Halloween?

— O que tem isso?

— Sua mãe tinha dúvidas se você teria herdado a doença pelo sangue do seu pai. Eles forram "investigar".

— Meu Deus. — Apoioei meu rosto nas mãos e segurei meus cabelos. — Ela tinha dúvidas e nem tentou me dizer...

— Mateus...

— Não venha defender ela! Eu deveria saber, eles deveriam ter me contado antes de tudo! É a minha vida!

Ela ficou calada, aquilo me irritou mais ainda. Corri para a sala, minha mãe estava sentada no sofá. Ela tinha escutado. A única coisa que eu podia sentir olhando pros olhos cansados dela, era raiva.

— Você sabia.

— Não sabia. Tinha dúvidas, sim.

— E nem passou pela sua cabeça pensar em me contar?!

— E fazer você ficar preocupado com uma coisa que talvez nem fosse real?

— É a porra da minha vida!

Ela ficou calada, Lorena tocou meu braço mas eu afastei o toque dela com repugnância. Olhei para minha mãe novamente e senti minha cabeça doer. Eu só queria deitar na minha cama e dormir.

— Eu não queria que você ficasse assim.

Então resolveu me esconder isso?

— Eu não sabia que poderia ser real! Eu tinha dúvidas.

— Você nunca sabe de nada, incrível, não é, Suzana?

Aquilo pareceu a atingir como um soco. Eu me virei e fui para meu quarto.

°•Dulce maria•°

— Eu sei sobre o bebê. — Meu pai me olhou no fundo dos olhos. — Quero que você me conte toda a verdade.

Senti meus pés formigarem, minhas mãos tremeram. Ele sorriu, amargo, e se sentou na minha cama, batendo as mãos no colchão.

— Tudo bem. Hora da história.

Me sentei na cadeira da penteadeira, sentia como se minhas pernas não aguentassem meu peso. Meu pai me olhou, por alguns minutos, depois suspirou, como se estivesse cansado sem nem começar.

— Eu amava sua mãe. — Disse simples, e depois torceu os lábios com desgosto. — Mas eu não sou perfeito, eu não era quando ela estava viva. E eu sei que fiz merda, muita.

Fiquei em silêncio, ele parecia desconfortável, cruzou os braços apenas para balançar a cabeça e apoiar as mãos nos joelhos.

— Quando descobrimos que sua mãe estava grávida, foi uma alegria imensa, eu iria ser pai, ela iria ser mãe, estávamos juntos, estávamos felizes. Então resolvemos contar para todos, bem, todos que confiavamos naquela época. Eu me lembro de ir feliz para a casa da minha mãe. — Parou, respirou fundo e torceu o nariz. — Sua avó. — Corrigiu. — Me lembro dela me encarar com uma tristeza estranha, então segurou minhas mãos e disse "você não é o homem certo para ser pai" minha mãe me disse isso, eu obviamente fiquei irritado, chamei sua mãe para irmos embora, e fomos. Cortei o contato com ela, apenas para descobrir um mês depois que ela tinha falecido de câncer.

Fez uma pausa, engolindo em seco, parecia que ia vomitar, eu me sentia fraca, tonta, enjoada. Mas continuei firme onde estava, Sem tirar os olhos dele. Meu pai continuou:

— Fui ao enterro dela, sua mãe não me acompanhou, ela disse que não se sentia bem. Quando olhei para a lápide pensei em como eu faria ela se orgulhar. Eu seria o melhor pai do mundo, iria fazer com que ela, mesmo morta, soubesse que tinha errado feio. Então você nasceu, e eu descobri que ela estava terrivelmente certa. Eu era o idiota enganado, eu não era realmente o homem certo para ser pai.

Seu celular tocou, ele o tirou do bolso apenas para desligar e jogar sobre a cama.

— Não ficou feliz com meu nascimento? — Perguntei, aquilo deixou um gosto amargo na minha boca.

— Pelo contrário, fiquei imensamente feliz. — Tirou um cigarro do bolso, acendendo com o isqueiro guardado dentro da caixa. — Acontece que essa felicidade só durou o hospital. Quando estávamos ali, quando sua mãe dormia a maior parte do tempo, e você vinha vezes ou outras. — Soltou a fumaça, e coçou a garganta. — Quando voltamos para casa, na primeira noite, eu fui beber. Minha cabeça doía, você não parava de chorar, não sabíamos o que fazer. Eu fui um idiota, eu saí para o bar, sua mãe ficou sozinha tendo que lidar com um bebê. Voltei pra casa tarde, e encontrei ela chorando, então disse para mim mesmo que iria ser um pai melhor. E eu consegui, por alguns anos, acho que você deve se lembrar, éramos felizes. Então você cresceu, eu resolvi sair com uma amiga de trabalho. Bebemos até tarde. Eu trai sua mãe, então guardei segredo e voltei mais tarde, falando que tinha pegado um caso difícil, e passei mais tempo no trabalho.

Vi os olhos ficando molhados, ele virou o rosto, a fumaça cobriu minha vista.

Empurrei minha cadeira mais para trás, me sentindo fraca, minha pressão parecia ter caído, minha cabeça parecia muito pesada, meu cérebro muito confuso para entender tudo.

Eu queria correr.

— Voltei a beber, sua mãe e eu discutíamos toda hora. Um dia foi demais, eu já estava meio bêbado. Então peguei o carro e saí de casa. Fui direto para um bar, e lá conheci a Samanta. Foi uma única vez, mas foi uma única vez mais errado do que tudo. Algumas semanas depois ela me ligou, estava desesperada, chorava demais para eu conseguir entender as palavras, então marcamos de nos ver novamente. Sai quando sua mãe dormia, dei um beijo na sua testa e balancei o berço para você não chorar. Encontrei Samanta em um quarto de hotel, ela me disse que estava grávida, eu fiquei maluco. Não poderia ter outra criança, não conseguia cuidar nem de uma. Eu disse que aquela criança não era minha, ela ficava com várias pessoas, mas então ela disse a quantas semanas estava grávida, disse que não tinha ficado com mais ninguém, disse que poderiamos fazer um teste de dna. Eu a ignorei, continuei dizendo que era mentira, que aquele filho poderia muito bem ser do marido que ela traia. Ela se ajoelhou aos meus pés. — Se levantou, caminhando até a janela.

Meu pai abriu a janela, bateu o cigarro no parapeito, as cinzas caíram no chão. Depois ele inalou aquela fumaça, como se fosse oxigênio. Ergueu o queixo e deu uma risada azeda. Parecia arrependido ao mesmo tempo que se sentia superior, eu não sabia se o odiava ou ficava triste.

— Ela chorava enquanto dizia "é nosso filho, é nossa criança, por favor, por favor. Meu marido não pode saber disso, ele vai nos matar." Então eu ri, empurrei ela para trás pelos ombros. "Se seu marido matar alguém, é a você por ter ficado grávida de outro." E fui embora.

Eu sentia nojo dele, era como se meu coração se envolvesse em uma raiz de veneno. Meu pai balançou a cabeça, descartou o cigarro terminado no parapeito da janela, e acendeu outro.

Eu nem sabia que ele fumava.

— Voltei pra casa aquela madrugada como se não tivesse feito nada demais, passei no mercado e levei algumas coisa para casa. Sua mãe estava acordada quando cheguei, sentada na sala. Ela encarou as sacolas na minha mão, e ficou com pena quando eu disse que estava com Insônia e queria fazer um bolo surpresa para ela. — Tossiu, depois voltou para se sentar na minha cama. — Alguns meses depois chegou uma carta da Samanta, eu abri, era ela dizendo para eu voltar, que ela precisava de mim, que nosso filho era um menino, que o marido a tinha expulsado de casa e ela não tinha mais para onde ir. Eu arruinei a vida dela, eu sei. Joguei a carta na gaveta. Algumas semanas depois, quando voltei para casa, sua mãe estava te colocando na cadeirinha, amarrando o seu cinto. Eu perguntei o que ela estava fazendo, para onde você iriam. Me lembro perfeitamente, quando ela segurou meu rosto entre as mãos trêmulas, não tinha tristeza ali, tinha ódio. Ela disse: " certas pessoas desestabilizadas mentalmente não servem para ser pais de uma criança, imagina duas." Ela sabia, foi o que eu pensei, tentando segurar ela e pedir para me escutar, ela riu, acertou meu rosto com tanta força que eu nem sabia que tinha: " Vou embora com minha menina, e você vai sumir das nossas vidas, vamos ser felizes sem um lixo como você." Quando o carro partiu, eu sabia que ela não voltaria, mas a ligação horas depois, foi como cair de um abismo.

— Se você a amava... Por que a traiu?

Meu pai pareceu repentinamente surpreso com a pergunta, os olhos claros se viraram na minha direção, tão rápidos quando uma serpente pronta para dar o bote.

— O quê?

— Se você a amava, — Repeti, como se estivesse tentando ensinar algo para uma criança. — Por que a traiu?

— Ora essa. — Riu amargo, depois fez uma careta, como se tivesse engolido a fumaça amarga do cigarro. — Eu estava bêbado...

— E? — Os olhos azuis escureceram, quase tempestuosos. — Você não a amava. Não de verdade.

Agora ele parecia frágil, quase como se eu  tivesse o encontrado fazendo algo proibido, e ele estivesse envergonhado.

— Você está falando bobagens.

— Pode falar que a ama, mas não irei mais acreditar nisso. Quando se ama, não se faz as coisas estúpidas que você, com ela, comigo. Você deixou a mulher que diz amar, sozinha a noite com um recém nascido, e para que? Para ir beber. Você mentiu para ela, dormiu com outra mulher, engravidou outra mulher, foi covarde o suficiente para não assumir nem isso. Suas atitudes mais me mostram que você foi apenas um irresponsável, não um homem apaixonado, não um pai de verdade. Nem se quer foi homem o suficiente para olhar nos meus olhos enquanto contava tudo. Se você se acha melhor que um garoto de quinze anos, está tão errado quanto ele.

O silêncio caiu pesado entre nós, meu quarto parecia sufocante, mesmo com a janela aberta e o vento balançando as cortinas, eu parecia sufocada. Meu pai me encarava, surpreso, decepcionado, e parecia até um pouco triste, por incrível que pareça.

Os olhos azuis se desviaram para meu teto, ele parecia a ponto de ter um ataque nervoso. Mas apenas ficou ali, sem coragem de me encarar, em silêncio, parecendo sonhar em ignorar minha presença tal qual um fantasma.

— Bem. — Respondeu de súbito. — Talvez você tenha razão afinal das contas.

Se sentou na cama, apenas para se levantar novamente, como se não conseguisse ficar parado por mais de três segundos.

— Qual o sobrenome da mulher? — Perguntei, já não parecia mais minha voz. Minhas lágrimas pareciam rasgar meu rosto.

Meu pai me encarou como se eu fosse um animal estranho. Engoli em seco.

— Samanta Bocardi Muller.

Meu mundo caiu sob meus pés. Eu desabei no choro. Tentava esconder meu rosto entre minha mãos, queria gritar, queria socar a cara de meus pai. Olhei para ele, meus dentes travados.

— Vá embora! Saia do meu quarto! Vá embora agora, porra!

— Dulce...

— Você foi um lixo com a minha mãe! Você a matou! A culpa é toda sua!

— Não foi meu brinquedo que travou o pé do freio.

Sneti meu coração parar, mas escutava as batidas em meus ouvidos, estava suando de nervoso, estava tremendo de ódio.

— O que você disse?

— Sua mãe não conseguiu freiar a tempo porque um brinquedo seu travou o freio. Ela virou para desviar de alguma coisa. O carro caiu do barranco porque seu chocalho entrou no pedal do freio.

— Saí daqui! — Gritei, com toda a força que meus pulmões ainda tinham.

Meu pai saiu, mas não antes de parar na porta e me encarar, com algo que parecia piedade.

— Eu tentei. Com você, com ela. Mas ela resolveu ir embora, ela que saiu das nossas vidas pra sempre. Você é tão malditamente parecida, que as vezes é difícil não te ver como um fantasma assombrando minha vida.

Quando a porta bateu, me joguei no chão, me dobrado em uma bola e chorando sem conseguir respirar. O cheiro de cigarro no meu nariz, meu coração quebrado, minha garganta áspera.

Eu gostaria de ser um fantasma.

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ㅤ ʚ ₊ ˚ 𝗘𝗱𝗱𝗶𝗲 𝗺𝘂𝗻𝘀𝗼𝗻 nuncɑ superou seu ɑntigo ɑmor, ɑgorɑ ɑmbos terα̃o que se reɑproximɑr novɑmente dɑ mɑneirɑ mɑis trάgicɑ ㅤ ʚ ㅤ ʚ ₊ ˚...