Hoffen: Unidos

By drikacsa

57.4K 5.1K 979

''São duas realidades totalmente diferentes. Eu vim de fora dos muros e a realidade de quem vive lá fora, vai... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 17

Capítulo 16

432 72 4
By drikacsa

Uma semana depois estávamos prontos para seguir viagem novamente. Acabei de ter minha última conversa com os líderes da comunidade. Chegamos a conclusão que esse seria sim um dos nossos objetivos, mas depois que descobrissemos o segredo que nossos pais nos deixaram. O mais difícil foi convencer Molly, ela não entende a importância disso da mesma forma que nós. Abraço Nadja e agradeço por seus cuidados com Axel.

- Algo me diz que o que descobriremos lá nos ajudará nessa luta - Digo a ela. Eu realmente acredito nisso, nossos pais foram mortos por isso.

- Esperaremos por vocês, se algo acontecer tentaremos ajudar.

- Obrigada. - Digo e Mia se aproximando para se despedir de Nadja.

- Tudo o que eu mais queria era ficar - Ouço ela dizer para Nadja. - Eu encontrei um propósito aqui.

Eu sei que está comunidade mexeu com ela, Nadja ensinou tudo que pode para Mia que se dedicou arduamente a ajudar as pessoas aqui. Ela dá um último abraço em Nadja que foi como uma mãe para todos nós. Passo meu braço pelo ombro de Mia e nós caminhamos juntas até onde os outros  já nos esperam.

- Você vai voltar - Digo a ela.

- Espero que sim, mas vamos descobrir esse segredo logo.

São dois dias de caminhada até que chegamos na próxima comunidade. Molly está extremamente feliz. Os caçadores estão abrigados aqui. Assim que ela avista um dele ela corre para o abraçar. É um garoto alto de cabelos loiros. Chegando mais perto percebo os como seus olhos são de um verde extremamente chamativo, ele tem algumas sardas e o sorriso é acompanhada de covinhas. Diferente dos outros caçadores que são músculos, os seus ainda são tímidos. Me pergunto porque eu nunca o vi, já que sempre que os caçadores estavam pela minha comunidade eu não saia de perto deles.

- Justine esse é o Túlio, nosso mais novo caçador - Estendo minha mão para ele que a aperta. - E Túlio essa é a minha amiga Justine que eu sempre falo.

- É um prazer finalmente conhecer você. Molly sempre comenta como você é habilidosa e sonha ser uma caçadora. - Fico envergonhada.

- Molly é exagerada.

- Podemos descobrir isso mais tarde, vamos sair para caçar se você quiser vim. - Ele diz e eu encaro Molly sem saber o que responder.

- Vamos, vai ser divertido - Ela diz.

- Ok - Digo e então Molly apresenta os outros. Encaro Axel que não parece feliz com a presença de Túlio. Ele se aproxima e segura minha mão. Fico constrangida e parece que todo mundo também.

- Vamos até o acampamento deixar nossas coisas e depois vamos conhecer a comunidade. - Molly diz quebrando o clima constrangedor.

Caminho ainda de mãos dadas com ele.

- O que foi aquilo? - Pergunto.

- Não gostei da forma que ele estava te olhando.

- Normal? Porque era assim que ele estava me olhando.

- Não foi o que me pareceu. - Reviro os olhos.

- Não sabia que você era do tipo ciumento - Mia diz se aproximando. A cara dele me faz rir.

- Não era ciúmes.

- De maneira alguma - Ela diz rindo e eu acompanho.

- Você é insuportável Mia - Ele diz e ela coloca a mão sobre seu ombro.

- Calma, eu entendo você. Eu também teria ciúmes de Justine. - Ela diz e ele parece ainda mais irritado. Eu o beijo.

- Não precisa ter ciumes. - Sussurro em seu ouvido.

- você vai caçar com ele?

- Sim. Com ele e todos os outros caçadores.

Ele finge não se importar, mas eu sei que aquilo o incomodou.

Nos alojamos no acampamento. Estamos todos deitados em baixo de uma tenta improvisada com folhas grandes. Estamos todos exaustos, praticamente não descansamos esses dois dias. A próxima comunidade é a que ronda a cidade do presidente. Minha ansiedade está a mil para chegar logo. Nem mesmo consigo dormir ao contrário dos outros, que exceto Molly que foi matar as saudades dos seus companheiros, estão dormindo. Decido me levantar e procurar por ela.

A liberdade que cada um desses caçadores levam é incrível. As caças que ficam presas sobre lanças esperando ao lado de alguns caçadores que as limpam, serão servidas no jantar. Cada um exerce sua função da melhor forma possível, as caças sempre são feitas em grupos. Alguns matam e outros demarcam o que pode ou não ser caçado. Sabemos que apenas usufruir da natureza sem responsabilidade é idiotice. Uma idiotice que já foi cometida e não queremos repetir.

- Está perdida? - Túlio se aproxima.

- Não consigo dormir - Digo.

- Fiquei em dúvida se poderia falar com você já que seu namorado parecia tão incomodado.

- Não é ele quem define quem pode falar comigo. - Digo e ele sorrir de lado.

- Então ainda vamos caçar?

- Sim. - Ele faz um sinal para que eu o siga e eu obedeço.

Vários caçadores de reúnem em torno de um homem que está ao lado de Molly. Túlio me guia até que passamos pela multidão. E então percebo que é Faísca ele é um dos líderes dos caçadores, ninguém sabe seu verdadeiro nome. Eu conheço desde que era pequena e a última vez que o vi foi quando fugirmos do muro, tudo foi tão intenso que mau nos falamos.

- Justine - Ele me chama assim que me ver. Eu o abraço. - Estamos comemorando a volta de Molly e vamos fazer uma competição de caça. - Ele volta a encarar a plateia. - se dividam em duplas. Quem trouxer mais caça é o vencedor. - Os caçadores gritam.

- Eu tenho o melhor parceiro - Molly diz repousando seu braço sobre os ombros de Faísca.

- Pode ir com o novato - Faísca diz. Molly rir.

- Só toma cuidado para o Axel não se irritar com você - Ela diz para Túlio. Reviro os olhos.

- Mostre a ela onde fica os equipamentos, Túlio. - Faísca diz. - Partiremos em 10 minutos.

Eu o acompanho. Escolho uma lança e uma faca de caça. Vamos até onde onde os outros caçadores se concentram. Dada a largada vamos correndo adentro da floresta. Caçar aqui é mais complicado já que a floresta está em parte morta. Paramos de correr quando adentramos o suficiente.

- Sabe que aqui antigamente havia onças pintadas? - Comento na expectativa de quebrar o silêncio.

- Ouvi falar sobre elas. Dizem que elas ainda existem, não na floresta, mas em lugares secretos do governo.

- Estariam melhor com nós.

- Com certeza.

- Quando começou como caçador? Não estava com eles dá última vez que os vi.

- Entrei assim que saíram da sua comunidade, faltava poucos dias para ter idade suficiente. Quando chegaram na minha comunidade, você era a história que todos queriam contar. É mais famosa do que imagina. - Sorrio e então faço sinal para que ele faça silêncio. Observamos atentamente em busca de algo.

Levo um susto quando ele me empurra para um buraco próximo a nós. Ele está sobre mim, eu o encaro assustada e ele faz sinal de silêncio. Leio em seus lábios a palavra M I L I T A R E S.

Então ouço as vozes de dois homens conversando. Não consigo entender o que eles dizem. Não sei quanto tempo ficamos ali, mas o suficiente para eu ficar desconfortável da sua proximidade. Aqueles olhos verdes me encaravam carregados de medo. O sentimento era recíproco. Quando as vozes se vão, ele confere e depois nos levantamos.

- Não foi uma boa ideia fazer uma competição hoje. - Ele diz enquanto tira a terra de sua roupa. - Precisamos seguir eles.

- O quê? - Ele me ignora e continua andando. - Não podemos fazer isso.

- A floresta está repleta de caçadores. Vão acabar descobrindo alguém. Se não impedimos eles, algum caçador vai ser morto - Eu queria voltar, mas por um lado Túlio tem razão. Eu apenas o sigo, vamos o mais rápido que conseguimos, até que avistamos os militares novamente. Um deles fala alguma coisa no rádio preso na sua roupa. Eu queria muito escutar o que estavam falando.

- Preciso daquele rádio. - Sussurro para Túlio. Ele apenas concorda com a cabeça. Mais um pouco de caminhada e então vemos eles sacarem suas armas.

- Caçadores - Túlio diz. Ele assobia, um sinal de perigo utilizado pelos caçadores. Quando estamos mais perto deles, ele faz um sinal para que eu pegue a faca de caça. Por trás nós colocamos as facas em seus pescoços.

- Soltem as armas - Digo e eles obedecem. Os outros caçadores se aproximam. Respiro aliviada quando percebo que é Faísca e Molly e eles estão bem.

- Matem eles - Faísca diz.

- Não - Digo. - Eles não deveriam estar aqui - Faísca assume meu lugar e vou para frente deles. Assim que eles me vê eu percebo o espanto em seus olhos. Eles me conhecem.

- O que estão fazendo aqui? - Pergunto, mas nenhum deles respondem. Pego o rádio de um deles.

Molly e Faísca os amarram em uma árvore. Faísca disse que ninguém melhor do que ele para fazer alguém falar. E quando ele começa eu concordo. Um dos militares levam dois socos seguidos dele. Ele cospe sangue.

- O que estão fazendo aqui? - Faísca pergunta. Eles continua calados.

- Você tem muita paciência - Molly diz e crava sua faca na perna de um deles que grita de dor. - Eu preciso perguntar novamente? Se não responderem eu vou ter que escolher quem vai morrer e quem vai assistir o amiguinho perdendo a cabeça. - Ela consegue assustar até eu.

- Eles vão cercar a comunidade. Não tinham certeza sobre você estar lá, mas vão fazer isso, porque aí não teria como fugir. Viemos observar a movimentação. - Ele fala entre gemidos de dor.

- Veículos abastecidos, estaremos prontos em uma hora. Derry e Colen já chegaram a comunidade? - A voz soa do rádio. Molly coloca a faca no pescoço de um deles.

- Responda educadamente. - Ela diz. Aproximo o rádio dele e aperto o botão de fala.

- Estamos perto senhor. - Ele responde.

- Precisamos ir - Digo. Sinto meu corpo estremecer. Temos que ser rápidos.

- Positivo - A voz do rádio responde.

- Quebra o rádio - Túlio diz. Jogo os dois rádios no chão e piso neles até serem despedaçados.

Nós corremos o mais rápido que conseguimos até a comunidade. No caminho eles vão fazendo o sinal de perigo para os outros caçadores. Quando saímos da floresta avisto de longe Axel e os outros. Eu corro até eles. Mesmo sem fôlego tento falar.

- Peguem suas coisas...precisamos ir.

- O que aconteceu? - Max pergunta.

- Não posso explica agora, só temos que ir embora. - Eles começam a recolher suas coisas. Vejo muitos caçadores chegando da floresta. Eles desmontam o acampamento tão apressados quanto nós.

- Os caçadores vão nos acompanhar. - Molly diz se aproximando, apenas concordo. Não demora e começamos o nosso caminho.

- Rápido pessoal, eles vão desconfiar do sumisso dos militares, logo estarão aqui. - Umas vintes pessoas nos acompanha. Leva cinco minutos adentro da floresta e ainda conseguimos escutar o barulho dos carros chegando a comunidade.

Gostaram? Quero estrelinha e comentários. Bjss

Continue Reading

You'll Also Like

3.5M 228K 120
Vanessa, uma garota de 18 anos viverá uma história maluca ao ter que se mudar temporariamente para a casa da irmã que não se dá nem um pouco bem. Ap...
88K 6.6K 29
📍Sicília - Itália Gina Pellegrine é uma menina doce e inocente criada sob educação religiosa, que conquista os olhares de todos aonde quer que pass...
136K 8.6K 29
Isís tem 17 anos, ela está no terceiro ano do ensino médio, Isis é a típica nerd da escola apesar de sua aparência não ser de uma, ela é a melhor ami...
101K 12.2K 25
Camila é uma jovem que depois de terminar seu relacionamento, resolve curtir a vida sem se importar com nada e após uma louca noite de curtição, sua...