Capítulo 3

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                                                                   Mia  

- Eu vou matar ele – Tento ir atrás de Axel, mas a selvagem me agarra pelo braço.

- Por que pensa que para tudo você depende dele? – Ela diz me encarando. Meus olhos queimam de ódio por ela está em minha frente.

- Porque ele é o único que pode entrar naquela merda de prédio – Grito com ela.

- Eu sou a neta do governador, lembra? – Ela diz e para por um momento como se estivesse analisando que o que acabou de falar é realmente verdade - Eu posso entrar onde eu quiser. – Talvez eu tenha subestimado a selvagem, relaxo e penso no que ela acabou de me falar.

- Vai mesmo querer fazer isso? – Pergunto.

- Também quero descobrir o que isso significa. Deixe Axel pensar que o mundo gira em torno dele e enquanto isso agimos sem ele saber.

- A garota tem razão – Max se levanta – Axel só nos atrapalharia, ele não vai nos ajudar até que tenhamos algo concreto a mostrar.

- Espere que me levem até lá, talvez não demore, então nós vamos ao laboratório.

- Talvez, eu goste um pouco de você selvagem – Digo e ela sorrir. Mesmo que agora tenhamos outra chance, não vou perdoar Axel me provocar daquela forma. Eu o vejo como um irmão, mas ele sempre tentar ser como o idiota do seu pai, o torna um idiota também. Quando fomos para a escola pela primeira vez, dois anos mais novos que Axel, todos nos olhavam com desdém por sermos filhos de um traidor. Axel nos protegeu desde sempre. 

Meu pai foi acusado de traição quando tínhamos dois anos, mas diferente dos outros ele não foi logo morto. O governo não tinha um cientista tão bom quanto ele e por isso o mantiveram vivo por mais alguns anos. Ele não podia morar na nossa casa, mas como parte do acordo com o governo, ele poderia nos ver duas vezes no mês, ele era esperto o suficiente para dizer que se não o deixasse nos ver, ele não faria nada para eles. Com mais ou menos seis anos, comecei a ir visita-lo escondida. Meu pai dizia que eu era uma ninja, ele dizia que jamais entenderia como eu podia tão novinha e enganar a segurança do governo. Sempre que eu o visitava analisava todo o lugar e planejava como eu iria entrar sem ser pega, ele até me ajudou fazendo uma rota menos arriscada para mim. Apesar de eu vê-lo apenas pela minúscula janela de seu quarto. O governo tem varias bases espalhadas pela cidade, uma das bases é o muro que a cada ano vai se expandindo mais. Temos o prédio militar e o aero militar, as principais bases.  O aero militar é usada por engenheiros, enquanto o prédio militar é pelos cientistas. Eles mantinham meu pai no aero apesar de ele ser um cientista, meu pai me disse que era com o objetivo de não chamar tanta atenção, ter um prisioneiro na cidade seria motivo de muitos comentários, mas eu não me importava, até gostava.

A melhor segurança se encontra no prédio e nos muros, que foram os sistemas projetados pela mãe de Justine, mas o do aero militar, ainda estavam em andamento quando eles a mataram, então foi mais fácil. Outra vantagem é que a maior parte dele é a céu aberto e com todos os CT aéreos enormes, era fácil de se esconder. 

Ele sempre foi minha inspiração para tudo, aprendi a lê muito cedo, porque nossa mãe sempre fez questão de nos ensinar, como meu pai teria feito se pudesse está mais próximo a nós. Eu pegava os livros de sua biblioteca e os devorava, desde ficção a livros científicos. Eu queria ser como ele. Meu pai era a melhor e mais corajosa pessoa que eu já conheci, eu mal posso acreditar que ele foi morto.

Hoffen: UnidosWhere stories live. Discover now