Alina Stark

By _llondongirl

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#EM CORREÇÃO Quatorze anos, essa era a idade dela. Quatorze anos, esse foi o tempo que ele passou sem saber... More

Pilot
Estagiária
Agulhas
Um Segredo Revelado
Conselhos e Aviões
O Início de um Fim de Semana Agitado
Como Dar um Fora em Alguém
Noite de Festas, Danças e Diversão
Segredos e Histórias Passadas
O Mundo de Cabeça pra Baixo
Tempestade
Uma Nova Casa
Adaptação
Momentos
Brinde
Repercussão
Coisas que Acreditamos
Preparativos
Sentimentos Reciprocos
O Baile
A Realeza Moderna
Festa a Fantasia
Conflitos e Magoas
Momentos Divertidos
Adrenalina
Programa de Talentos
Upgrade Social
Cartas Para Alguém Que Está Longe
Segredos Trocados, Poetas Amados
Um Dia de Reencontros
A Luz da Lua
Ciúme Paterno
Conhecidos Desaparecidos
No One, But You

Flasbacks, Confusões e Festas de Aniversário

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By _llondongirl

Já fazia um mês que Alina estava trabalhando como estagiária nas Indústrias Stark. E ela não fazia ideia de que em tão pouco tempo passaria por tanta coisa. Ela já havia aprendido todos os seus serviços de rotina, e até mesmo participado de algumas reuniões com Pepper, assistindo a mulher comandar aquele lugar com maestria.

As partes mais legais eram as coisas que aconteciam do nada, como ver a senhora Stark jogar uma caneta no senhor Stark porque ele estava irritando ela, o que acontecia com certa frequência. Ou ver o motorista/segurança, ela não sabia muito bem, denominado Happy reclamando que Tony não o levava a sério.

O casal Stark era diferenciado. Eles argumentavam o tempo todo, mas estavam sempre juntos. Era como ver um filme de romance onde os personagens nasceram como melhores amigos. Alina passava boa parte do tempo rindo das interações dos chefes.

Ela achou que trabalhar pra Tony Stark seria estranho, mas acabou descobrindo que na verdade, era bem engraçado. Ele estava sempre por perto, perguntando sobre o trabalho e dando atenção a ela.

Flashback

Tony se encontrava na recepção, lendo um jornal, quando Alina chegou. Por um momento ela pensou se havia se atrasado mas olhou no relógio e viu que estava na hora.

- Alina, bom dia. - falou o homem.

- Bom dia senhor Stark. - ela sorriu - Bom dia Jarvis. - disse antes de sentar na sua cadeira.

- Bom dia senhorita Russel. - a voz respondeu.

- Você cumprimenta o AI? - Tony perguntou.

- Claro, somos amigos. - ela respondeu com naturalidade. Depois levantou os olhos e viu que ele a olhava com interrogação - O que foi? Foi você que projetou ele, devia saber que ele é bem legal.

Tony começou a rir. O que a menina não sabia era que ele mesmo tinha a mania de conversar abertamente com Jarvis e Sexta-Feira. O milionário também achava interessante, na verdade, ele gostava da forma como a garota agia com ele. Ela era muito educada, o tempo todo, mas não agia como se Tony passasse vinte quatro horas com uma melancia no pescoço. E se tinha algo que o empresária sabia admirar, era uma pessoa que sabia agir formalmente sem ser puxa saco.

- Senhorita Russel, precisamos conversar. - ele disse chamando a atenção da garota.

- Sobre o que seria senhor Stark? Você me chamou de senhorita, então presumo que seja sério.

- Na verdade é serio sim. - ele largou o jornal e se levantou. - Posso saber o porquê você teve a brilhante ideia de não dizer pra mim ou pra Pepper que você tem crises de asma?

Alina levantou os olhos para a expressão interrogativa do Stark.

- Como o senhor...? - ela começou a perguntar, mas logo chegou a uma conclusão - Foi o Peter não foi? Aquele boca aberta. - ela disse acusadora.

- Sim, foi o Peter, mas não foi culpa dele. Afinal, ele achou que eu soubesse, já que como de costume - ele enfatizou - Eu deveria saber disso, como seu chefe.

- Em minha defesa, eu não menti pra ninguém senhor Stark. Eu escrevi que tinha asma na parte da folha que perguntava se eu tinha problemas de saúde.

- Você escreveu "inflamação crônica nas vias respiratórias".

- Essa é a explicação científica pra asma. - respondeu como se fosse óbvio.

- O que? Quem decora nomes científicos de doenças? - Tony perguntou como se aquilo fosse absurdo.

- As pessoas que têm essas doenças. - Alina respondeu.

- Tudo bem Alina, mas a questão é que nós deviamos saber.

- Me desculpe, é que eu realmente pensei que isso fizesse parte de um programa de rotina, não pensei que importasse de verdade. - ela segurou os próprios braços, como se estivesse com frio.

- É claro que importa Alina, não estamos falando de papéis aqui, estamos falando da sua saúde. - ele explicou - Pepper me contou o que aconteceu no dia do exame, que você estava tremendo quando ela foi atrás de você no banheiro. E se você tivesse ficado pior? Como ela conseguiria te ajudar sem saber o que você teve? - ela o olhou compreensivamente - Entende agora?

- Sim senhor Stark, me desculpe, não vai se repetir. - prometeu.

- Tudo bem. - ele voltou a sorrir com seu jeito descontraído - Agora, tem mais algum problema que eu deva saber?

- Não senhor Stark.

- Então ok. Bom, eu preciso ir agora. Se cuide garota, e continue seu bom trabalho.

- Tudo bem. - ela sorriu.

Tony se dirigiu ao elevador, mas se virou para ela para fazer o sinal do exército que ela havia usado como despedida quando se viram no shopping.

Alina riu antes de voltar a sua mesa. Era legal ter um chefe que se preocupava com sua saúde, e uma chefe que a acompanhava na enfermaria porque ela tinha medo de agulhas. O casal Stark não era só famoso, eles eram muito legais também.

Flashback off

O senhor Stark aparecia muito por lá. Ele sempre dizia que tinha coisas a resolver, mas Alina tinha quase certeza que era só uma desculpa pra ficar mais tempo com a esposa. Morgan também parecia gostar muito de passar o dia na empresa com os pais, e nos dias em que estava lá, ela sempre fazia companhia para a garota.

Flashback

O dia estava extremamente quente e Alina estava agradecendo por estar usando vestido aquele dia.

Ela escutou o elevador se abrir e a figura de Morgan rapidamente passou correndo no balcão até pular em seu colo.

- Oi! - ela disse empolgada.

- Olá. - a mais velha sorriu.

- Papai trouxe sorvete pra você. - a menina anunciou - Pra você e pra mamãe.

- Morgan, você está bem agitada. Quanto açúcar comeu hoje? - Alina estranhou.

- O suficiente pra passar uma semana sem doces. - ela ouviu a voz de seu chefe falar - Sua mãe vai matar o tio Happy por ter te dado doces antes do almoço.

- Mas você também comprou sorvetes papai. - a menina disse.

Tony pareceu pensativo por uns segundos.

- Ótimo, a mamãe vai matar o tio Happy e o papai. - ele suspirou - Alina, aqui o seu.

O milionário se dirigiu a ela e entregou uma caixinha com uma colherzinha amarela, amarrada em um lacinho.

- Obrigada senhor Stark.

Depois de certo tempo, Alina tinha aprendido a aceitar as coisas que aconteciam naquela empresa, a maioria delas era estranha, tipo receber sorvete do seu chefe no meio do expediente, mas eram particularidades de se trabalhar pra um super herói.

- É de baunilha, Morgan disse que você gostava. - ele explicou - Não tem amendoim, por que eu não sabia se você gostava ou não.

- Eu sou alérgica a amendoim, na verdade. - ela explicou - Muito obrigada pelo sorvete, e por não por amendoim nele. - ela riu.

- Papai e eu também não podemos comer amendoim. - Morgan falou.

- Sério?

- Sim. - Tony riu - podemos montar um grupo de apoio pra alérgicos a amendoim.

Alina riu e se sentou pra tomar seu sorvete. Pepper saiu da sala e Morgan foi correndo pro seu colo. A loira deu um monte de beijinhos na filha e se agarrou a ela.

- Você está com cheiro de sorvete. - ela falou.

- Não precisa ficar preocupada, não é de morango. - Morgan disse.

Alina sabia que Pepper tinha alergia a morango, a mulher contou a ela em um dos dias em que estavam conversando.

- Mamãe, sabia que Alina é alérgica a amendoim igual eu e o papai? - Morgan perguntou.

- Sério? - quis saber.

- Sim, estamos pensando em montar um grupo de apoio. - Tony respondeu.

A mulher riu. Depois disso Tony conversou um pouco com a esposa antes de ir embora. Morgan ficou com Alina, e estava desenhando enquanto a garota mais velha trabalhava. Quando terminou seus afazeres, ela se sentou no sofá ao lado da pequena Stark.

- Nossa, Morgan, isso ta lindo. - Alina disse impressionada - Desde quando você desenha assim?

- Semana passada.

A menina a olhou incrédula.

- Semana passada?

- Sim. Papai e mamãe disseram que eu tinha que fazer alguma coisa pra "calinizar" energia.

- Você quer dizer, canalizar? - Alina riu do jeito fofo que ela falou.

- Sim.

- Isso é incrível. Está lindo.

- Mamãe diz que eu sou muito elétrica, e que isso quer dizer que eu tenho energia de sobra. Eu acho que isso também funciona aqui. - Morgan disse apontando para a própria mente.

- Porque acha isso? - Alina perguntou.

- Por que a minha cabeça é muito agitada. Eu gosto de aprender coisas novas.

Alina imaginou que isso se devia ao fato de Morgan ser filha de Tony, afinal, se a genialidade era genética, a garotinha deveria ser muito inteligente também.

Na verdade Alina conseguia entender o que Morgan queria dizer com mente agitada. A dela também era assim, a garota se lembrava de se sentir assustada com isso na infância. Mas agora era algo que ajudava bastante, principalmente na escola.

- Alina, você sabe desenhar?

- Não querida.

Alina achava que poderia conseguir se tentasse, mas nunca tinha parado pra pensar nisso.

- Papai disse que você sabe tocar piano.

Alina riu por dentro, imaginando que Tony deveria ter descoberto aquilo quando hackeou a ficha dela.

- Sei sim meu bem.

- Você pode me ensinar algum dia?

- Claro. - Alina sorriu.

Ela não se surpreendeu muito quando Morgan se aproximou e deitou no sofá, com a cabeça em seu colo. Alina acariciou seus cabelos e conversou com ela, até perceber que a menina havia dormido.

Foi quando Pepper saiu da sala e viu as duas juntas.

- Senhora Stark. - Alina disse um pouco assustada - Desculpe, eu já acabei as coisas que a senhora me pediu pra fazer, mas estou voltando pra minha mesa. - ela se explicou - É que, eu vim conversar com Morgan um pouco e ela acabou dormindo... - Mesmo tentando se explicar, Alina falava baixo para não acordar a menina.

Pepper riu da situação.

- Alina ta tudo bem. - ela falou se aproximando - Eu que deveria pedir desculpas por ela se jogar em você assim, toda vez que te . Ela deve te dar trabalho, sempre que passar o dia todo aqui.

- Eu duvido que Morgan de trabalho a alguém. - Alina disse olhando a garotinha - Ela é muito especial.

Alina nem se deu conta do que estava dizendo. Mas Pepper sentiu o carinho com que a garota falava sobre sua filha.

- Sendo sincera, eu fiquei muito surpresa quando Morgan se apegou a você desse jeito. - a loira confessou se sentando no sofá, perto dos pés de Morgan. - A minha filha tem o poder de encantar as pessoas... - sorriu - Mas ela mesmo parece ter um pouco de dificuldade em se relacionar com qualquer um que não sejamos eu, Tony, ou os outros heróis com quem ela convive.

- Não deve ser tão fácil pra ela. Quero dizer, Morgan é incrível, mas deve ser difícil ser tão nova e tão sufocada pelo mundo.

Quando Alina percebeu a forma sem filtro como falou, ela logo tentou se explicar.

- Eu quis dizer...

- Alina, tudo bem. Eu sei o que quis dizer. - Pepper sorriu e segurou sua mão por cima do encosto do sofá - Você está certa, por isso nós tentamos poupa-la o máximo possível. Mas não é isso, acho que toda a história de perder o pai, e depois tê-lo de volta, ela se agarrou ainda mais a ele depois disso, acho que o trauma fez isso com ela, ela ainda tem um pouco de medo. Eu acho que é por isso que ela se agarrou a você, você cuidou dela no shopping e ela se sentiu protegida. Bom, eu fico feliz que ela tenha feito amizade com alguém além daquele mesmo círculo de pessoas que vemos todos os dias, e fico agradecida que essa pessoa seja você.

- Obrigada senhora Stark. - Alina sorriu.

- Sabe de algo? A próxima vez que formos passar uns dias na casa da floresta, vamos levar você com a gente. Morgan vai amar - Pepper piscou para ela.

Flashback off

A garota teve dias bem agitados nesse mês, com certeza. Mas tinha que admitir que um dos seus dias de trabalho favoritos foi quando conheceu a própria Viuva Negra em pessoa.

Flashback

Alina estava em sua cadeira quando ouviu o som do elevador ser aberto e esperou que fosse o senhor Stark. Mas no lugar dele ela viu uma figura de estatura mediana, de calças jeans, camiseta verde e jaqueta preta, além de cabelos lisos e muito ruivos.

- Bom dia. - falou a voz um tanto rouca. - Quem é você? - a mulher perguntou parecendo estranhar a presença da garota ali.

- Minha nossa. - Alina disse supresa. Mas pensando bem, surpresa era algo que Alina sempre estava desde que começou a trabalhar ali. - An, eu sou Alina, Alina Russel, a assistente da senhora Stark.

- A Pepper é babá agora? - perguntou claramente se referindo a idade da garota, viu que ela abaixou a cabeça um pouco sem graça - Desculpe, eu não...

- Não, tudo bem, a senhorita tem razão, eu sou bem nova mesmo. - falou - O Senhor Stark me contratou como estagiária.

- Então você deve ser mais um pequeno gênio. - concluiu - Eu vim falar com a Pepper. - ela se dirigiu a porta.

- Desculpe, senhorita Romanof, você não pode entrar agora.

- Por que? - levantou uma sombracelha - Não me diz que o Tony proibiu minha entrada pra me irritar de novo? Ele não gostou muito quando arrebentei a porta da ultima vez mas vou fazer de novo se precisar. - ela ameaçou se aproximando.

- Não! Não... - Alina estendeu uma mão como se quisesse proteger a porta - O Senhor Stark não proibiu a sua entrada, senhorita Romanof. Por favor não machuque a porta, eu não quero ser demitida porque deixei alguém arrebentar a porta da senhora Stark. - ela pediu.

Natasha se afastou atendendo ao pedido da menina que pareceu aliviada.

- Você me chamou de senhorita Romanof. - disse Natasha - Sabe quem eu sou?

- Todos sabem. - Alina falou - Mas, sim, eu sei a um tempão, quero dizer, você é minha inspiração desde que era pequenininha.

Natasha ficou supresa em ouvir aquilo. Normalmente essa parte de "inspiração" e holofotes ficavam pro resto da equipe. Ela não era muito do tipo que saia pra ouvir esse tipo de coisa. Tony ouvia, ou Steve. Steve também não gostava muito de holofotes, mas era educado demais. Mas Natasha nunca havia parado pra pensar que poderia ser a inspiração de alguém.

- Eu? - ela repetiu.

- Claro, você era tipo, a minha Barbie. - Alina disse.

Natasha riu da comparação que a menina havia feito. Com certeza não era algo que costumava ouvir.

- Não que você seja como uma Barbie, eu sei que não é. Apesar de ser mais bonita que uma. - a menina tentou se explicar - Quero dizer que, minha amigas queriam ser a Barbie, e eu queria ser você.

- Garota, respira. - Natasha pediu - Obrigada. - ela disse.

Se Steve estivesse no lugar dela ele saberia o que dizer, mas Natasha não estava acostumada a essa situação, então o máximo que ela poderoa falar era obrigada.

Ela pensou em Steve. Se ela era a Barbie, então seu namorado era o Ken. Ele era loiro, bonito, tinha olhos azuis, é, Steve seria um bom Ken. Ela riu de seus pensamentos.

- A senhora Stark está em reunião agora. Mas deve acabar daqui a pouco, e então ela te atendera, você pode esperar se quiser. - A menina disse tirando Natasha de seus pensamentos.

A ruiva concordou com a cabeça. Poucos minutos depois de se sentar ela dirigiu a palavra à garota novamente.

- Você é bailarina. - mas não era uma pergunta, e sim uma afirmação.

- Como?

- Você é bailarina.

- Sou sim. - respondeu - Como sabe disso?

- Sua postura é excelente. E você se equilibrou na ponta dos dedos para pegar esse livro que está na sua mão, sem tremer por nenhum instante, só uma bailarina poderia fazer isso.

- Você é mesmo fantástica. - antes que Alina pudesse se sentir idiota, a porta foi aberta e Pepper viu amiga.

Natasha entrou na sala, depois de uma mulher sair e ir para o elevador.

Longos minutos depois, a ruiva saiu de , justamente quando Tony estava chegando.

- Ruivinha querida. - ele falou.

Alina quis rir da expressão que a mulher fez. Sentiu que os olhos da ruiva poderiam ter dado uma volta completa.

- Imagino que tenho conhecido minha nova estagiária.

- Já sim. - falou - Agora me diz, como você consegue conhecer pessoas simpáticas assim? - ela provocou.

- Atraimos aquilo que somos.

- Não ofende a garota Tony. - ela riu.

A relação deles realmente parecia uma amizade divertida, Alina sentiu.

- Garota. - Natasha chamou - Você não é nova demais pra passar o dia todo fora de casa? O que seus pais acham disso?

- Não faço ideia. - ela mexeu com a cabeça - Mas imagino que não estejam nem .

- Eles não se importam por você trabalhar aqui, com o idiota do Tony? - Natasha fez a pergunta pra provocar, mas realmente queria uma resposta da garota.

- Talvez em algum universo paralelo eles se importem. - a ruiva detectou sarcasmo na voz da garota - Mas nesse universo, o meu pai nem deve saber que eu existo... e a minha mãe gosta de fingir que não sabe. - enfatizou essa parte - Então... - ela apenas deu de ombros.

Tony ficou um pouco, na verdade bem surpreso com aquilo. Ele não tinha pesquisado nada sobre os pais da garota, e ela nunca tinha falado sobre eles. Natasha ficou mais surpresa pela forma como ela falou.

- Você fala isso como se não se importasse. Não liga? - a ruiva perguntou.

Tony queria pedir para ela parar de fazer perguntas, mas ele mesmo estava curioso.

- As vezes eu ligo sim. Mas esse é o segredo agente Romanof, ninguém precisa saber. - ela piscou antes de pegar uns papéis em sua mesa - Com licença, eu preciso entregar isso pra senhora Stark.

Ela abriu a porta e entrou na sala.

- Gostei dessa garota. - Natasha falou.

Flashback off

Naquele dia em específico, estava fazendo um pouco de frio e Alina usava uma saia preta, que ia um pouco acima de seus joelhos, e um suéter cor de rosa. Seus cabelos estavam soltos.

Ela havia acabado de encerrar uma ligação quando percebeu alguém sair do elevador. Imaginou quem pudesse ser, sabia que não era Tony porque ele havia acabado de sair com compromissos.

Com certeza, de todas as pessoas em que podia ter pensando, não pensaria na mulher que viu a sua frente.

- O que faz aqui? - perguntou, um pouco nervosa.

- É assim que sou recebida pela minha filha? - A voz de Beatrice foi ouvida pela recepção.

- Sem tempo pra brincadeiras, eu estou trabalhando. Do que você quer?

- Não precisa ser tão hostil, só vim te ver.

- No meu trabalho? Você não me visita nem em casa.

- Não posso sentir saudade de você?

- Nunca sentiu em quatorze anos, porque sentiria agora? - Perguntou irônica enquanto arrumava alguns papeis e guardava alguns livros.

- Okay, quer saber, eu estava pensando em ser eduacada. Mas já deu, você vai embora comigo.

- O que!?

- Não quero você trabalhando aqui.

- Isso é inteiramente problema seu.

Com certeza absoluta não deixaria aquele emprego por Beatrice. Alina costumava ficar receosa, e calada, toda vez que a mulher aparecia, mas dessa vez... Se ela achava que faria Alina desistir de um dos melhores círculos de convivência em que já tinha estado, estava muito enganada.

- Já pensou que pode me ofender assim? - a mulher falou.

- Você tem a mesma sensibilidade emocional de uma parede. Então não.

- Pode olhar pra mim?

- Estou ocupada. E não, não vou embora com você. Aliás, como conseguiu entrar aqui?

- Aparentemente a família pode entrar.

- Como se você fosse minha família. - disse com um sarcasmo doloroso.

- Chega disso garota, não tenho paciência. - a mulher segurou o braço da menina com força e puxou, fazendo as pastas caírem todas no chão.

Dentro da sala de Pepper, ela percebeu quando uma voz diferente foi ouvida do lado de fora. Pensou que fosse alguém querendo vê-la, mas Alina não entrou para avisar nada e de repente as vozes se alteraram, foi quando ela ouviu um barulho alto de algo caindo no chão. Se levantou rapidamente e foi até lá. Quando abriu porta, viu Alina puxando seu braço e se afastando de uma mulher de cabelos castanhos que Pepper conseguiu reconhecer como a mãe da garota.

Pela expressão de Alina, e as pastas no chão, ela entendeu que a visita não era bem vinda.

- O que está acontecendo aqui? - Perguntou atraindo atenção.

- Me desculpe. - a menina pediu, assustada, olhando para as pastas no chão e se abaixando para pega-las.

Pepper poderia perceber de longe que Alina estava muito nervosa, mas tentava disfarçar. Ela se abaixou e ajudou a garota a pegar as pastas.

- Tudo bem querida. - a loira disse segurando a mão dela quando se levantaram. - Você está bem? - Perguntou, se referindo a saude física de Alina, tinha medo de que ela pudesse ter uma crise por conta da asma. Já podia ver que a respiração dela estava falhando.

O quão terrível a relação dela tinha que ser com Beatrice para que a presença da mulher fizesse ela passar mal?

- Estou sim. - Alina respondeu, tentando sorrir disfarçadamente.

- Claro, a doce e adorável senhorita Potts. - Beatrice falou, vendo a forma como Pepper agia com Alina.

- Na verdade, é senhora Stark agora. - Pepper respondeu. - Posso saber porque esta na minha empresa, agredindo minha funcionária?

- Agredindo?

- Eu vi Alina tentando se soltar de você. Não pode encostar nela nem força-la a fazer nada, ou pode ser considerado agressão.

- Eu só estava tentando conversar com a minha filha. E você não tem nada a ver com isso.

- Chega. - Alina disse para a mulher - Você não vai vir no meu trabalho e ofender a minha chefe desse jeito. Sai daqui, agora. - ela exigiu.

Até mesmo Beatrice ficou surpresa. Alina não era tão cordial com ela, mas nunca havia falado desse jeito.

- Alina, eu...

- Sai, agora!

- Eu ainda sou sua mãe menina.

- Senhorita, eu vou precisar pedir que se retire. - Pepper foi formal ao se dirigir a mulher - Você não está autorizada a ficar nesse andar. Por favor, saia.

- Eu sei como as coisas funcionam aqui. Não se preocupe, eu vou sair, mas gostaria que minha filha falasse comigo, acredito que ela pode tirar um tempo...

-Cala boca. - a garota falou extremamente irritada - Você não é minha mãe! - gritou atraindo a atenção das duas.

- Alina... - a mulher tentou.

- Não! O que deu em você pra aparecer aqui do nada fingindo que se importa com qualquer coisa que eu faça? - perguntou sem entender - Você não pode me mandar sair, perdeu esse direito a muito tempo, e sabe muito bem o porque. Você não é minha mãe. Você não tem minha guarda. Você é responsável por todas as desgraças que aconteceram na minha vida. Agora, por favor, saia daqui antes que você faça eu perder o meu emprego também.

Beatrice não teve outra opção a não ser sair. Nunca tinha visto a garota tão brava daquele jeito, e agora que ela parecia ter o apoio da chefe também era melhor sair por conta própria do que esperar ser expulsa por seguranças.

Na recepção, Pepper tentou se aproximar de Alina quando viu que ela estava tremendo.

- Querida...

- Me desculpe, senhora Stark. - a garota segurou as lágrimas e tentou se recompor, voltar ao normal.

Ela se afastou e correu até a sua mesa pegando as pastas que havia derrubado.

- Eu já terminei os relatórios que a senhora me pediu, estão todos aqui. - ela falava muito rápido - Eu conferi tudo, está tudo certo e...

Pepper se aproximou e tirou as pastas da mão da garota, depois às segurou. Elas estavam tremendo, assim como a menina.

- Alina... - Pepper falou novamente, seu tom era doce e suave - Tudo bem. Vem aqui.

A loira puxou a garota para mais perto e a acolheu sob seus braços. Sentiu ela tensa no começo, mas ela logo aceitou seu abraço. Percebeu quando a menina soluçou um pouco, mostrando que não tinha mais conseguido segurar suas lágrimas.

Pepper passou as mãos por seus cabelos e a segurou mais forte.

- Sinto muito. - tentou dizer.

- Não peça desculpas. - Pepper avisou - Vai ficar tudo bem.

Presenciar aquela cena foi algo doloroso. Ver Alina ser tratada assim pela mulher que devia ser sua mãe era cruel. A cena de Alina sendo deixada no hospital pela mãe pareceu ruim demais quando a avó da garota contou. E do jeito que a garota se expressava, parecia que aquela não tinha sido a única vez em que algo assim aconteceu.

Pepper se lembrou de quando abriu a porta e viu a menina puxando seu braço com força pra longe da mulher.

E ela ainda estava tentando se desculpar por algo que não era sua culpa, definitivamente.

- Querida, você precisa respirar ok. - Pepper falou sentindo a menina tensa - Respira fundo, tente se acalmar.

A loira levou a menina até o sofá e a deitou em seu colo, a ajudando a respirar com mais facilidade pra que ela não tivesse problema. Depois mexeu em seus cabelos e conversou com ela sobre outras coisas, para acalma-la. Alina estava quase boa de novo, quando o elevador se abriu e Tony saiu de lá com Morgan.

Ele parou e olhou a cena confuso, mas entendeu o sinal de sua esposa para não perguntar nada no momento. Ele confirmou com a cabeça e se abaixou ao lado da menina.

- Olá Alina. Como estão seus amigos pulmões? - perguntou arrancando um sorriso dela.

- Estão bem senhor Stark.

- Que bom, porque Morgan tem um convite pra você.

Alina se sentou no sofá, ainda ao lado de Pepper e então Morgan se sentou ao lado da garota.

- Alina, gostaria de ir ao meu aniversário? Vai ser hoje a noite.

Alina pareceu supresa e sorriu para a menina.

- Já é seu aniversário querida?

- É amanhã. Mas vamos jantar hoje, com meus tios e os meus amigos. É o primeiro aniversário.

- Primeiro? - perguntou confusa.

- Papai faz muitas festas. - Morgan explicou. - Você pode vir?

Pepper olhou para a garota a encorajando a aceitar.

- Eu acho uma ótima ideia. - a loira disse.

- Eu agradeço o convite Morgan, e eu adoraria ir mas, não tenho nem como passar em cas antes e...

- Você está ótima. A gente só vai jantar. - a garotinha insistiu. - Você é linda de qualquer jeito.

- Ela tem razão. - Pepper falou - E nós podemos avisar sua avó.

- Aceite o convite. - Tony falou.

- Por favor Ali. - Morgan pediu olhando com seus olhinhos brilhantes.

- Tudo bem meu amor. Não sou capaz de te falar não, de qualquer jeito. - ela riu.

- Yes! - Morgan comemorou.

- Então vamos, porque o pessoal deve estar nos esperando. - Falou a loira - Ligamos para a sua avó no carro Alina.

A garota apenas pegou sua bolsa enquanto Tony e Morgan iam na frente e Pepper a esperava. A loira abraçou de lado e caminhou com ela até o elevador.

- Obrigada. - ela disse baixinho para a loira.

- De nada meu bem. - Pepper sorriu e beijou seus cabelos.

Alina percebeu que nunca tinha sentido uma sensação tão familiar quanto aquela.

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