Olá, querido leitor! Boa noite! Que Deus te abençoe com paz, saúde e muitas alegrias! Que haja confiança Nele em seu coração, que você vença as lutas em Nome de Jesus! Sabe, você é mais que vencedor, então, descanse em Jesus, tudo já deu certo!
A música do capítulo é "O que a Tua glória fez comigo" de Fernanda Brum, amo essa música. Ouça ela e seja abençoado!
Obrigada a todos os que me acompanharam até aqui! Se gostarem, comentem e cliquem na estrela, ok? Façam essa escritora feliz. :)
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— Senhor, está na hora, precisamos pegar o voo –disse Tony.
— Certo, Tony –respondeu se desvencilhando de Sulamita, mas mantendo a mão dela firme na sua.
Se despediram da família de Sulamita e foram para Juazeiro do Norte. De lá, foram para o aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza. De onde iriam viajar no dia seguinte. A viagem já estava programada há alguns dias.
Sulamita chegou em casa e viu que a tia lhe olhava com desconfiança. Por acaso a viu e perguntou:
— Sulamita, você se diz evangélica. Mas espero que não se venda a esses estrangeiros, como a Marisa, que se tornou prostituta ao viajar para outro país. Ouvi dizer que esses gringos que estão no apartamento vizinho são ricos e talvez tenham esse plano para você. A vizinha viu quando saiu e chegou com eles desde ontem.
— Tia, muito obrigada pela sua preocupação, mas não fui, não sou e nunca serei uma prostituta. Talvez a senhora quisesse isso, mas tenho um Deus e Ele nunca, eu disse nunca, vai permitir que uma desgraça dessas me aconteça. Por favor, me deixe em paz –disse de uma vez só e entrou no quarto.
Sulamita deitou em sua cama e chorou com o rosto enterrado no travesseiro. Com uma mistura de incertezas sobre Richard, as palavras de maldição da tia e lembranças de tantas vezes humilhada ali a levou a chorar mais um pouco. Orou ao Senhor:
— Vida, me ajude a estar sempre em Teus caminhos. Se Richard for mesmo o que o Senhor preparou para mim, por favor, faça com que fiquemos juntos. Se não, por favor, tira ele do meu coração. Porque olha só para tudo que já estou sentindo. Sabe, para falar a verdade para o Senhor, eu não acredito muito que o que sou seja suficiente para ele e tudo que lhe acompanha. Olha pra mim, Jesus. Sou tão simples, tão pequena, pobre, sofrida, machucada, nem chego aos pés das beldades que devem se jogar aos pés dele...
Ao tentar enumerar mais defeitos sobre si, teve uma surpresa: Richard escorado na porta que dava para a sacada meneando a cabeça. Ela levantou assustada e perguntou rouca:
— Meu Deus, como atravessou essa varanda de quase um metro de distância?! Que perigoso, Richard!
Levantou as mãos em sua direção como se pudesse assim verificar que ele estava inteiro e saudável.
— Sabia que apesar de um título e alguma fortuna, eu sou um ser humano que também já foi muito machucado. Sou imperfeito, Sulamita. Sou só um homem que quer amor ao invés de só um casamento arranjado com uma desconhecida.
— Suas palavras são lindas, mas não consigo entender o que viu em mim. –Fez um biquinho ainda chorosa, tentando superar logo para não passar mais vergonha.
— Linda por dentro e por fora, quero te proteger e sinceramente, você despertou no meu coração o que nenhuma dessas beldades que você disse, despertaram. Acho que despertar não é a palavra certa.
Ele se aproximou mais.
— É nascer, surgir, passar a existir o que nunca houve. Estou apaixonado e não quero que isso se acabe aqui.
— Richard, eu... eu nem sei o que falar.
— Vamos lutar juntos por isso que está acontecendo entre nós. Vamos orar, vamos buscar ao Senhor por isso. A palavra de Deus diz que a casa e os bens são herança dos pais; porém do Senhor vem a esposa prudente. Estou inclinado a acreditar que nossos encontros não foram coincidência, Sulamita. Minha princesa.
Ela sorriu com o novo apelido. E como resistir ao encantador rapaz com palavras tão doces? Ele enxugou algumas lágrimas que haviam molhado o rosto aveludado dela e gostou da sensação de tocar ali, em sua bochecha.
— Eu te ouvi chorar e fiquei tão preocupado que pensei que algo ruim estivesse acontecendo. Ah, meu Deus, como poderei ficar longe de você sem saber se está bem? –Meneou a cabeça.
Sulamita olhou nos olhos dele, naquele azul insondável, piscinas convidativas e as borboletas de novo alçavam voo em seu estômago. Queria poder ter certeza, certeza de que aquele literalmente príncipe era o seu príncipe, seu amor para a vida toda. Queria poder continuar de onde havia parado no sonho. Porém, sabia que as consequências na vida real eram outras. Seu primeiro beijo, será que seria ali e agora? Não poderia ainda, lembrou.
Richard se aproximou mais. Ela engoliu em seco. O rapaz deslizou a mão por entre os cabelos macios dela, parando em sua nuca. Sulamita estava paralisada, arrepiada. Onde estavam as forças para afastá-lo? Como se visse em câmera lenta todo o redemoinho de sensações provocadas a cada toque dele. Porém, quando a boca dele estava a poucos centímetros da sua, ouviram de sua varanda:
— Vossa alteza! Vossa alteza!
— Arg! –Exclamou gemendo o príncipe e saiu para a varanda de Sulamita de braços cruzados e com a expressão de poucos amigos.
— Ele está aqui, o encontrei, era alarme falso, cancelem as buscas. –Solicitou um dos guarda-costas de Richard.
— Vossa alteza, nos desculpe a intromissão.
Tony chegou à porta da varanda do outro apartamento e, ao deixar o outro se retirar, disse:
— Richard, quer deixar Acaia sem um herdeiro? São dez andares!? Como pôde passar até aí com um abismo tão grande diante de você? –Indagou indignado.
Ele agora notou a que tipo de perigo havia se exposto e soltou o ar dos pulmões.
— Certo, reconheço que fui imprudente. Mas não sumi por tanto tempo.
— Imprudência? Cuidado, por favor, Richard. Você é muito importante para todos nós. –Pediu num tom mais baixo, porém mais como um amigo, irmão.
Sulamita observava tudo e concordava com Tony.
— Me desculpe, mas ele tem razão.
— Agora, terá de sair pela porta. Da frente –comunicou Tony.
Pensando melhor na ideia, ele percebeu que poderia passar mais tempo com Sulamita antes de sair e concordou com o chefe de segurança.
— Que horas sua tia dorme?
— Depois das dez horas.
— Então, temos mais algum tempo. –Ele sorriu.
— Então, este é meu aposento real. –Ela brincou e voltaram para o quarto.
Ele passou os olhos pelos ursinhos de pelúcia sobre a cama, uma cadeira e uma escrivaninha, fotos na parede dela e sua família. O quarto era de um tom pastel, com uma cama de solteiro e um edredom fofo.
O guarda-roupas dela era branco. Ele se sentou na poltrona tirando dela um outro urso um pouco maior, um panda, e a afastou até perto da cama onde ela sentou.
— Me conte mais de você. Desde que era criança.
— Vamos inverter os papéis? Como era quando criança, Richard?
Ele sorriu quando a ouviu chamar seu nome com tanto carinho. Porém, ao lembrar da infância, sabia que havia algo muito doloroso que não queria destrancar e descobrir o que era. Enquanto ele se mantinha esquecido de seja lá o que fosse que lhe provocasse aquela dor e tristeza sem motivos, ela parecia muito inofensiva. Porém, tinha medo de tentar descobrir. Não era um covarde, era? Talvez fosse só coisa de sua cabeça.
— Não tem nada demais. Só cresci no castelo, muito mimado pelos pais, porém, ele me é meu exemplo como homem. Me ensinou a valorizar as pequenas coisas. E minha mãe é tão doce, você vai gostar de conhecer. E a minha irmã, também. Sem dúvidas, ela vai te amar!
Sulamita sorriu, querendo acreditar que aquilo era real. A quem queria enganar? Já estava acreditando!
— E como é o castelo?
— Grande e muito frio. Mas, sei de uma pessoa que irá aquecer ele com sua presença. Vamos conseguir, não é? –Ele queria se convencer também.
— Quanto tempo até a Seleção?
— Acho que em um mês ou mais. Ah, e quero saber se sabe inglês, ainda que seja o intermediário.
— Sim, eu sou fluente no inglês. Fiz um curso ano passado. Mas talvez precise praticar mais.
E passaram mais de uma hora, falando também dela e dos tempos de escola. Do baile antes de vir para o Brasil, de como eram as estações do ano lá. A família também possuía um castelo perto de uma praia que talvez também a fizesse lembrar de Fortaleza quando pisasse os pés lá.
— Como você é linda! A cada segundo que te ouço, que passo mais tempo ao seu lado, mais fico encantado. Sulamita, quero que visite meu país. Mesmo que ainda não possamos começar nada oficialmente, ainda que fosse como minha amiga, gostaria de te mostrar os lugares lindos de lá. Como você fez comigo.
— Vou pensar no seu caso –disse rindo, mas com o coração aos pulos.
— Um dia serei o soberano daquela nação. Espero que isso me faça ter voz com meu pai –disse esperançoso, querendo crer que o rei pudesse mudar um decreto já de conhecimento do mundo.
Quando pensou na possibilidade de não conseguirem ficarem juntos, ele levantou e a abraçou. De alguma maneira, ela também passou a ser não alguém por quem estava apaixonado, mas seu pequeno lar. Um lar que tinha promessas de um futuro maravilhoso juntos.
Sulamita também o abraçou forte e engoliu em seco. Richard estava sendo como um cometa, intenso, rápido, brilhante demais, que aquecia tudo à sua volta com sua presença, mas que ela sabia que por baixo daquilo tudo havia um bom rapaz, doce, encantador e necessitado de um carinho e de um amor que ela desconfiava querer dar e poder, na hora certa, no tempo de Deus.
Eles viram que estava se aproximando a hora de ele sair. Sulamita sabia que aquela poltrona não seria mais a mesma depois de ele sentar nela. Aquele seria o cantinho dos dois até ela ir embora. E o perfume dele estava já impregnado em si. Richard a fazia ter várias sensações novas e lindas, aquele abraço, por exemplo, era como se dissesse várias palavras.
Uma parte dela, porém, se perguntava se estava sonhando e aquilo era tudo verdade mesmo. O futuro iria responder.
— Sula, quero fazer uma oração. Vamos orar juntos.
— Sim, estou aqui para concordar.
Ele se levantou, deram as mãos e ele começou:
— Senhor Deus, estamos aqui diante de Ti, para pedir que o Senhor nos dê direção em nosso relacionamento. Se for de Tua vontade que fiquemos juntos, que Tua mão se mova em nosso favor. Nos dê sinais de que realmente somos os teus escolhidos um para o outro e que nosso amor seja abençoado cada dia mais pelo Teu Espírito Santo. Entregamos tudo a Ti em Nome de Jesus, amém!
— Amém. –Respondeu ela em lágrimas de novo.
Sim, Richard era mesmo um príncipe.
Uma música tocava no celular de Sulamita, baixinho, "O que a Tua glória fez comigo" de Fernanda Brum. Sim, se estivessem sempre na Presença de Deus, eles conseguiriam superar e vencer os obstáculos.
Eu me rasgo por inteiro
Faço tudo, mas vem novamente
Eu mergulho na mirra ardente
Mas peço que Tua presença aumente
Eu me rasgo por inteiro
Faço tudo, mas vem novamente
Eu mergulho na mirra ardente
Mas peço que Tua presença aumente
E se eu passar pelo fogo, não temerei
Na Tua fumaça de glória, eu entrarei
Longe do Santo dos Santos não sei mais viver
Quem já pisou no Santo dos Santos
Em outro lugar não sabe viver
E onde estiver, clamar pela glória
A glória de Deus
Quem já pisou no Santo dos Santos
Em outro lugar não sabe viver
E onde estiver, clamar pela glória
A glória de Deus
Glória, glória, glória, glória
Santo, Santo, Santo, Santo
Kadosh, Kadosh, Kadosh, Kadosh
Holy, Holy, Holy, Holy
Quem já pisou no Santo dos Santos
Em outro lugar não sabe viver
E onde estiver, clama pela glória
A glória de Deus
Quem já pisou no Santo dos Santos
Em outro lugar não sabe viver
E onde estiver, clama pela glória
A glória de Deus
Glória, glória, glória, glória
Quando Sulamita foi à cozinha e percebeu que a tia já havia ido dormir, fingiu que iria deixar o lixo, que era sempre ela que fazia isso. Richard fez questão de a acompanhar. Agir como alguém normal era divertido para ele. Desceram juntos, mesmo que ela insistisse em fazer a tarefa.
— Richard, agora não preciso mais mandar os empregados deixarem o lixo, vossa alteza pode fazer isso. –Riu Tony que estava de prontidão na porta do apartamento de Moisés conversando com ele.
Richard e Moisés riram também, sabendo que o príncipe estava gostando muito daquilo tudo.
— Lembra de quando o viu tão feliz? –Perguntou Moisés.
— Não exatamente. Mas eu tenho que fazer algo logo ou não iremos ter paz. –Respondeu Tony.
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"Quem já pisou no santo dos santos, em outro lugar não sabe viver"
Ps. 1- Dedico esse capítulo a @LiaIncioDeCastro, que tem acompanhado também esse livro. Princesa, Deus te abençoe poderosamente em todas as áreas de sua vida! Que o Espírito Santo te use e te faça sempre um vaso de honra! Obrigada por estar aqui!
Ps. 2- Até o próximo, queridos leitores, que será domingo! Fiquem com Jesus e boa semana!