Princesa de Gelo: O Legado da...

By ThaizaCavalcante

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Prestes a completar seus treze anos de idade, Selena Carter tem que lidar com a dura realidade de ter perdido... More

AVISO
Epígrafe
Agradecimentos
I | Azul inflamável
II | A estrela sobre a relva
III | A passagem na floresta
IV | A Rogada
V | O Eu Sou
VI | A batalha na floresta
VII | Lorde Cavaerley
VIII | Um par
IX | Mel nos dedos
Capítulo X - Mãos geladas
Capítulo XI - Sombras
Capítulo XIII - O convite
Capítulo XIV - Um jantar no castelo
Capítulo XV - A hospedeira
Capítulo XVI - Fogo e gelo
Capítulo XVII - O Juramento
Capítulo XVIII - Diamante da Lua
Capítulo XIX - O grande dormitório
Capítulo XX - Alfar
Capítulo XXI - Um remanescente
Capítulo XXII - Novgard
Capítulo XXIII - Elo
Capítulo XXIV - Aula de xadrez
Capítulo XXV - Como um riacho
Capítulo XXVI - Luvas
Capítulo XXVII - Inscrito na parede
Capítulo XXVIII - A pequena Belle
Capítulo XXIX - Notícias da vila
Capítulo XXX - Impasse
Capítulo XXXI - O dia de Figgy
Capítulo XXXII - Nunca mais
Capítulo XXXIII - Dia de sorte
Capítulo XXXIV - A voz da Morte
Capítulo XXXV - Na Cidade
Capítulo XXXVI - As entranhas do alcácer
Capítulo XXXVII - As torres
Capítulo XXXVIII - Às estrelas
Capítulo XXXIX - Coninhos
Capítulo XL - A Gruta
Capítulo XLI - Rio Eplos
Elenco
DIA 20 DE NOVEMBRO CHEGOOOOU!!!
a história está em hiatus????

Capítulo XII - O livro sobre a mesa

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By ThaizaCavalcante

Com a luz do dia que invadia o lugar, permitia-se ver o interior do castelo melhor. Pendurado em cima de cada lareira, havia pinturas de cada antecessor da Casa Alliand. Isso, pois, todos possuíam características em comum - o longo cabelo ruivo, olhos pequenos cor-de-âmbar e a pele rosada, além do pontudo nariz.

O lugar parecia não possuir vida, o carvão em brasa era a única coisa que mantinha o calor por ali. Nada, além do vento soprando e das lareiras. Os ruídos que provinham da cidade não alcançavam as janelas do alcácer. Ao passar por uma, Selena pôde ter uma vista de Polus. Tal era tão enorme que não se podia ver até onde os muros se encontravam. Polus de fato era uma enorme cidade.

O mágister abriu uma porta, era uma biblioteca. Dom seguiu bem atrás do mágister enquanto o próprio se aprofundava entre as altas estantes do lugar. Haviam vários livros, tantos que se perderia ali. Muitos eram sobre a história de Alvura do Norte, contudo, haviam também aqueles que falavam sobre astronomia e matemática. Ao passar por uma prateleira, Selena jurou ter visto algo sobre o nome Kyrios.

- Podem deixar os pergaminhos aqui - indicou o Mágister Zharos à mesa.

Ao fazê-lo, Selena não pôde evitar de olhar o livro aberto que havia no outro lado desta. Ela aproximou-se para ver melhor, pois queria ter certeza que o que via era mesmo real. Desenhado perfeitamente na folha do livro estava um colar com o pingente de floco de neve como o que tinha. Antes que pudesse ver o que estava escrito embaixo do desenho, o livro foi fechado pelo Mágister Zharos.

- Agradeço pelo serviço.

Fez-se um silêncio quando os pequenos olhos do mágister repreenderam Selena pelo ato. A janela da biblioteca estava aberta, o vento sussurrava palavras que não soube identificar. Contudo, Selena percebeu que as vozes vinham de onde estava. Selena caminhou mais fundo até encontrar no fim do corredor um pequeno conselho, e reconheceu dois participantes.

- Sir Beorren? Lorde Alliand?

Eles olhavam um mapa no qual Sir Beorren apontava para um ponto deste. Olhavam-na sem compreender como ela havia parado ali.

- Deem-me licença, senhores.

Sir Beorren se afastou dos homens, segurando o ombro de Selena e conduzindo-a para a porta da biblioteca. Domnus foi logo atrás. Ao sair, só faltou aparecer uma tempestade para dar jus ao semblante incrédulo de raiva.

- O que faz aqui?!

- Vim entregar os pergaminhos que Lynn me pediu. A propósito, não teríamos treino hoje cedo?

- Tenho compromisso com o Senhor de Polus agora, caso não tenha notado.

- Mas você não devia ser o Senhor de Polus?

Ele recuou, olhando para além dos ombros de Selena, só então percebendo que estavam acompanhados de um minotauro.

- Quem é ele? - perguntou.

- Domnus. Meu amigo.

Ele olhou para o ser, analisando-o. Dom mostrou seu melhor sorriso. Riria daquela cena se a situação fosse outra.

- Pode fazer-me o favor de leva-la para fora daqui?

Assentiu.

- Vamos? - perguntou ele, gentil.

Sua enorme mão segurou o ombro de Selena, conduzindo-a para a saída enquanto ela olhava para trás e vendo Sir Beorren entrar na biblioteca. Ele estava com um semblante cansado, o assunto devia ser demasiado desgastante. Curioso, porém. Acima de tudo. Teria algo a ver com o seu colar? Mágister Zharos se mostrara muito sigiloso diante do assunto.

- Espere. - Estancou o passo.

- O que houve?

- Você viu o livro aberto na mesa?

Ele pensou por um tempo.

- Não. Por q...

- Eu preciso descobrir algo... - Começou a marchar de volta para o corredor da biblioteca.

- Mas Selena, seu avô pediu para que a levasse embora daqui...

- Sir Beorren não é meu avô - disse como se fosse evidente. - Venha.

- Mas...

Selena olhou fundo nos seus olhos.

- Eu preciso de respostas - disse salientando cada palavra com uma firmeza que não sabia de onde vinha. - Um deus em pessoa não me mandaria para esse mundo por acaso. Não. Ele prometeu que todas minhas dúvidas seriam respondidas.

Eles se dirigiram ao outro corredor, e ficaram ali até alguém da biblioteca sair. Ficar ali era arriscado demais. Não podia imaginar o que lhes fariam caso os visse. Mas quando Domnus encostou numa pedra solta na parede, tal se abriu, como mágica. Tinha uma escada que levava ao subsolo do castelo, mas não a desceram, se esconderam atrás da parede-porta, até que se ouviu a voz de Mágister Zharos e alguns homens.

- Eles estão saindo? - ciciou Dom para ela.

- Acho que sim. Deixe eu ir lá ver.

E realmente haviam saído. Selena fechou a porta da biblioteca assim que Dom entrou.

- O livro não está mais aqui! - disse ao alcançar a mesa.

- Eles talvez tenham levado.

Não!

Ia ter um acesso de raiva devido os seus planos serem frustrados quando viu aquela estranha luz azul-safira brilhar num canto escuro da biblioteca; os astérions voltaram, e não eram para leva-la ao seu destino, mas sim guia-la até o que procurava. Selena os seguiu, eles iam mais a fundo, onde a luz que entrava pela janela não alcançava. Havia um astérion bem em cima de um livro, a capa era velha e surrada.

- Achei - disse para Dom sem tirar os olhos do livro, como se ele fosse desaparecer caso desviasse o olhar.

Folheava as páginas do velho e enorme filho celeremente, ansiava por ter a resposta, o porquê do livro estar aberto justo na página em que tinha um desenho do colar que tinha. Era a única coisa que tinha de sua mãe. Questionava-se se ela era daquele mundo, tinha quase a certeza que sim, mas precisava da resposta com todas as letras. Sua mente estava cheia de espaços em brancos que precisavam com urgência serem preenchidos, precisava saber por que Mágister Zharos fechara a página do livro. Decerto o assunto sobre era sigiloso, tinha o envolvimento de um objeto que pertencia a ela, portanto possuía todo o direito de saber por que razão seu colar estava desenhado em livros.

O Colar da Vida era o nome dado a ele naquele mundo, era um objeto parte de um conto: O Legado do Guardião, segundo o próprio informava em uma folha.

- Minha mãe contava sobre esse conto para mim quando eu era pequeno - disse Dom sorrindo, lembrava-se das memórias que tinha da mãe. - É sobre um guardião que guardava o portão do Kosmos. Ele permitia que as vidas entrassem no palácio e protegia das almas perdidas que tentavam entrar a qualquer custo. Certa vez, Malthor, o primogênito de Nyxara, tentou entrar. Ele não havia morrido, portanto não podia entrar. Nunca havia visitado outro mundo senão Uffern. Ele apenas queria ter a sua amada de volta e revoltado por não ter sido permitida a sua entrada, enfiou a espada no Guardião.

"Orion, o senhor de Alphard, viu-o caído nos portões do Kosmos e para ter a vida eterna deu a ele um enorme colar. É nessa parte que as várias versões do conto divergem: qual era o pingente do colar? Em alguns lugares, dizem que é um coração; em outros, a fênix. Ninguém sabe porque ninguém nunca viu. Diz-se apenas que era um enorme e opalescente pingente, as almas de longe enxergavam o colar antes de ver o Guardião".

- É igual ao meu colar. Como ele veio parar comigo? - perguntou olhando seu reflexo no pingente. Sabia que Dom não tinha a resposta, mas tinha a necessidade de perguntar. - Minha mãe foi uma guardiã?

- É apenas um conto. Talvez nem seja verdade.

- Mas o que é que eles querem com o meu colar? Aliás, não sou a única a tê-lo....

Seu coração quase parou quando a porta da biblioteca foi aberta. Foi tomada por um súbito gelar em seu interior, fazendo-a ficar sem reação enquanto Dom tomava o livro de suas mãos e o colocava no lugar onde estava.

- O q-que faremos? - Estava demasiado assustada que não conseguia falar sem gaguejar.

- Esperaremos até que saiam.

Todavia, não ocorreu dessa forma. Mágister Zharos andava mais rápido do que uma criança correndo na biblioteca, e para piorar, ele estava acompanhado por Lady Liadan. Suas vozes saiam mais como cicios naquele lugar, e a cada passo, as vozes iam se aproximando ao passo em que o coração de Selena batia mais rápido ainda.

- Está querendo dizer que não tem conhecimento sobre poções? - disse ela num tom reptante.

- Não foi isso que quis dizer, Milady - respondeu, sereno. - Possuo um conhecimento na área de poções, mas não é tão amplo quanto os magisteres-verds. Posso enviar uma carta ao Grande Templo para enviar um a Polus.

- Quanto tempo demorará até que a carta chegue ao templo e informe o mágister-verd mais próximo daqui para vir? É uma urgência, mágister. Todos estão ameaçados!

Não foi possível vê-lo, ou ouvi-lo, se aproximar, seus pés machucados tocavam no chão feito de pedra, tão frio era que a cada passo ele se arrepiava. De algum modo, havia ouvido os cascos de Dom baterem no chão. Alcançou um ponto em que via todo lado esquerdo do minotauro. Cogitou seriamente em entregá-los, mas não o fez.

- Com licença... - ciciou para eles, que perderam a cor no mesmo momento. Sua voz estava rouca, era pouco utilizada; mais recebia ordens do que as dava. - O que fazem aqui?

Àquela altura todas as palavras haviam-lhe escapado, até mesmo a voz havia sumido. Dom tentou, gesticulando, mas mais gaguejava do que falava.

- Isso não importa no momento. Querem sair daqui, certo? Vou distrair a lady e o mágister. Levá-los-ei ao outro lado da biblioteca enquanto vocês saem. Há uma passagem no corredor ao lado, sigam até o nível mais profundo, em direção à luz, sairão nos estábulos do exército negro, perto do dormitório dos escudeiros e cavaleiros. Sigam à sul e estarão nas ruas da cidade.

Ambos assentiram, cada um orando a seu deus para que desse certo. Selena não sabia a razão pela qual ele estava ajudando, mas agradecia imensamente. Mal via o seu rosto, estava oculto atrás dos fios embaraçados, descuidados e malcheirosos.

Ele atravessou a biblioteca e, respirando fundo, começou a derrubar vários livros das prateleiras, o que atraiu a atenção da Lady Liadan e do Mágister Zharos.

- O que está fazendo, seu néscio?!

Foram tapas atrás de tapas, seguidos de urros de dor do homem que tentava distrai-los. Foi nesse momento que aproveitaram a situação angustiante para escapar. Mas antes, precisava fazer algo para ajudar.

- Vamos logo - chamou Dom em desespero enquanto olhava de revés para o corredor para ver se vinha alguém.

- Espere.

Selena tentou se concentrar e ignorar os gemidos do homem para ajudá-lo. Ergueu as mãos e as movimentou como suaves ondas do mar, fechou os olhos ao sentir uma corrente fria perpassar a sua pele. Está dando certo!, jubilou-se. A neve saía da ponta dos seus dedos, fluía como se a gerasse. E gerava! Era um sensação deleitante, parecia que joaninhas andavam e voavam de sua mão. Logo, sobre as cabeças deles, formava-se uma nuvem que fazia nevar. Não esperou para olhar suas reações. Logo estava nos túneis do Castelo das Sombras.

- Se lembra das informações? - perguntou Selena enquanto desciam as escadas sem olhar para trás.

Dom com certeza se lembrava. Ele corria na frente, sua audição e olfato trabalhavam em harmonia, guiando-os no meio da escuridão. Selena surpreendeu-se ao notar que tinha uma incrível facilidade em enxergar no meio daquele completo breu, via os ratos correndo pelos cantos, os mosquitos procurando algum lugar luminoso e as úmidas rochas na parede. Aquele estranho dom de enxergar na escuridão não se manifestara antes. Seria alguma magia que envolvia aquele mundo?

Aquele túnel era um completo corredor de um enorme labirinto que o alcácer abrigava. Além do mais, Selena descobrira a razão do nome do alcácer em meio àqueles corredores secretos. Uma vez ou outra via pela visão periférica uma sombra que insistia pregar-lhe peças. Tentava não se concentrar, mas a sensação de estar sendo seguida era constante.

Sua esperança começava a se esvair quando viu no fim daquele claustrofóbico corredor a luz espantar a caligem. Sem hesitar seguiram rumo à claridade que os cegou por um momento ao saírem.

Um relinchar ecoou no pátio vazio em que estavam.

- O estábulo da nobreza!

- O sul fica em que direção? - perguntou Dom.

Para o seu azar havia deixado a bússola na sua bolsa em casa. O desânimo fez seus ombros caírem com a mesma rapidez que a alegria havia lhe invadido minutos atrás.

- Se afaste da mulher! - Ouviu-se uma voz masculina gritando a alguns metros dali.

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VALEUS HUMANS
Turubon com vocês? Não vou prolongar isso aqui, mas quero que comentem aqui quais são seus antagonistas favoritos. Me digam o que vocês gostam neles, o porquê deles terem vindo em suas mentes. Vilões também podem ser incluídos.

PS: GENTEEE esqueci completamente que hoje era sexta 🤣🤣 se vc tb tá com seu fuso todo bagunçado, jantando 00h, tomando café 12h ou 14h e almoçando às 18h fala ai KKKKKKKK FUI DORMIR 4H DA MANHÃ ESCREVENDO PQ SÓ FUNCIONO DE MADRUGA, VOTA NESSE CAPÍTULO SE VC TB SÓ FUNCIONA DPS DA MEIA-NOITE

AGORA DEIXO AQUI UMA PERGUNTA:
QUANTOS LIVROS VOCÊS TÊM NA PRATELEIRA?

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Genteeeee
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