Me Apaixonando Por Você

By TainaSuman

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Era uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida... More

Prólogo, Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Passado
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Passado
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
°•Capítulo: 51•°
°•Capítulo: 52•°
°•Capítulo: 53•°
°•Capítulo: 54•°
°•Capítulo: 55•°
°• Capítulo 56 •°
°•Capítulo 57•°
°•Capítulo 58•°
°Capítulo 59°
°Capítulo 60° Especial de natal
°Capítulo 61°Especial de natal 02
°Capítulo 62° Especial de natal 03
°Capítulo 63° Especial de natal 04
Epílogo
??!!É O Fim??!!

Capítulo 19

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By TainaSuman

•°Dulce Maria•°

— Não sei. Estou achando um tiquinho exagerado. — Lorena me olhou pelo reflexo do espelho, ela sorriu, tombando a cabeça para o lado.

— Exagerado não é bom?

— Não quando eu não quero chamar atenção.

— Você vai estar comigo, não vai chamar atenção.

— Por que? Todos vão olhar para você?

— Dulce, pelo amor de Deus. Só aceite estar linda e ponto.

Torci meu nariz enquanto voltava a arrumar o cadarço do tênis branco, ouvi Lorena soltar um resmungo.

— O que foi?

— Tênis?

— Não vou usar um sapato desconfortável.

— Certo, tudo bem. Vou aceitar, dessa vez.

— Obrigada?

— De nada. — Olhei para a porta do banheiro quando ela fechou.

Me olhei no espelho. Não me sentia em uma fantasia de Halloween, era apenas esquisito. Sei que estava bonita, porque me sentia bonita, mas não me sentia em uma fantasia.

Meu vestido era branco, acima dos joelhos, tinha detalhes em rendado, e pontinhos brilhantes que pareciam furta-cor na luz, meu All Star branco. Lorena puxou algumas mexas do meu cabelo para trás, para ele ficar meio preso e meio solto, parecia uma coroa, as ondas loiras caindo em minhas costas. A maquiagem foi a única coisa não exagerada, porque fui eu que decidi. Apenas um brilho meio azulado nas pálpebras, rímel, e um batom rosa claro nos lábios.

— Parece que um pote de Glitter caiu em mim. — Falei em voz alta, Lorena riu do outro lado da porta.

— Quero ver para tirar depois. — Debochou. Bufei enquanto me segurava para não coçar o olho.

Puxei o par de asas que estava embaixo do travesseiro, era do mesmo tom de branco do vestido, os pontos de luz espalhados, e delicado. Prendi a minhas costas. Agora parecia mais uma fantasia.

Lorena sorriu enquanto saia do banheiro. Estava toda vestida de preto, usava um corset rendado que mais mostrava a pele do que cobria. Uma calça de alfaiataria, e um blazer por cima.

Ninguém poderia dizer que Lorena Price não estava fabulosa. Porque ela estava.

— Do que caralhos era pra ser sua fantasia? — Perguntei curiosa.

Lorena sorriu, soltando os cabelos feitos com babyLiss. Os cachos ruivos caíram pelos ombros, o laranja vibrante contrastando contra o preto da roupa e o branco da pele.

— Minha fantasia é de grande gostosa. — Ela riu enquanto se abaixava para arrumar a bota. O colar com pingente de serpente caiu para frente.

— Você nem fantasiada está! — Apontei, porque era óbvio que Lorena só tinha escolhido uma roupa bonita e colocado no corpo.

— Exato, esse é o ponto Dulce. Eu mesma sou a grande gostosa.

Sorri, enquanto tentava coçar meu olho de uma maneira que não borrasse  a maquiagem, escutei o barulho do salto da bota de Lorena batendo pelo chão.

— Relaxa, eu não sou tão sem graça assim. — Olhei para ela.

Lorena revirou uma sacola que estava jogada no chão, depois de alguns segundos ela se levantou, levantou a mão direita que segurava uma máscara de Ghostface e colocou na frente do rosto de forma dramática.

— Sou uma assassina gostosa. — Corrigiu.

— Certo. Bem autêntico. E o papo de não usar fantasia genérica?

— Desisti disso. Não preciso ser autêntica, preciso ser bonita. Marcas caras não se compram com autenticidade.

— Nem com beleza, se compra com dinheiro. — Apontei, Lorena sorriu debochada.

— Meu dinheiro vem da minha beleza.

Me levantei pegando minha blusa bem a tempo de escutar Mateus batendo na porta. Quando abri, ele sorriu.

Mateus estava praticamente como quando eu o vi da última vez, o sangue falso no rosto, o cabelo e olhos escuros. A diferença agora, é que ele estava usando um terno e calça social preto, a camisa branca por baixo, e uma gravata vermelha, uma capa de chuva transparente suja com mais sangue falso.

Estava injustamente lindo.

Minhas mãos se moveram automaticamente para ajeitar a gravata dele, Mateus inclinou o queixo para cima para facilitar e sorriu, os caninos afiados parecendo dentes de vampiros.

Lorena fingiu uma tosse, eu me afastei, sentindo a vergonha manchar minhas bochechas.

— Gostei da sua fantasia. — Susurrou, e eu só percebi que ele estava perto quando sua respiração soprou em minha orelha. Depois olhou para Lorena, e arqueou uma sombrancelha.— Pra que a faca? — Me virei para trás novamente.


Lorena segurava uma faca nas mãos, ela entortou a ponta para mostrar que era falsa, enquanto bufava.

— Gente?! Olá?! Fantasia de Ghostface merece uma faca falsa. Aliás me sinto mais bonita segurando uma faca.

— Você é esquisita. — Lorena mostrou o dedo do meio enquanto passava por nós para sair.

Guilherme nem tentou esconder a paixão obviamente gigante em Lorena. Quando ele olhou para a garota, foi como uma lâmpada se acendendo bem na frente de seu rosto.


— Para onde vocês vão? — Me virei para trás, meu pai descia as escadas com Suzana atrás. Ela segurava uma mala de rodinhas.

— Pra onde vocês vão? — Questionei.

Por alguns segundos ninguém falou nada, e a sala ficou em um silêncio desconfortável. Meu pai me encarou depois olhou para a mala que Suzana segurava.

— É noite de Halloween. — Lorena respondeu, quebrando o clima desconfortável. — Vamos obviamente em uma festa de Halloween.

Suzana deu um meio sorriso, os olhos em Mateus, o garoto pareceu não perceber, já que estava olhando para a janela do outro lado. Me senti mal.

— Bem. — Meu pai começou, vendo que eu não desistiria da pergunta. Ele suspirou. — Creio que vocês são responsáveis o suficiente para tomarem conta de si mesmos por uma semana. Estou certo?

Foi uma resposta indireta, como se ele não quisesse realmente contar para onde estavam indo. Eu também não insisti, não querendo discutir. Meu celular vibrou na minha mão.

Nick:
Tô quase chegando na festa. Você está indo?

Desliguei o aparelho, sabendo que eu provavelmente esqueceria de responder a mensagem.

Levantei meu rosto voltando a prestar atenção na conversa da sala. Percebi que meu pai tinha falado alguma coisa, e pelo jeito como Mateus fechou os punhos e arrumou a postura ao meu lado, percebi que não deveria ter sido algo legal.

— Não faça nada de estúpido garoto, confio em você para ser o responsável. — Mateus sorriu tentando ser fofo, mas pareceu assustador com o rosto dele sujo de sangue.

— Espero realmente não te decepcionar, senhor. — Sua voz parecia ácido. Meu pai saiu sem nem olhar em minha direção.

Suzana se aproximou de Mateus. O garoto poderia fingir o quanto quisesse, mas eu senti ele tremer ao meu lado, os ombros caindo para baixo discretamente.

— Vai me dar outra bronca?

— Confio em você. — Ninguém falou mais nada.

Suzana se aproximou do filho, parecia desconfortável quando ela levantou os braços, e o puxou para perto. Não parecia um abraço de mãe e filho, parecia mais dois desconhecidos. Mateus continuou com os braços abaixados, a mulher suspirou parecendo exausta, e em poucos segundos em consegui ver todo o peso e idade que ela carregava por baixo das plásticas e cirurgias.

— Eu prometo voltar em breve, vou sentir sua falta. — Não parecia verdade, mas parecia que ela estava tentando dizer algo bom.

Quando Suzana virou o rosto alguns centímetros para a direita, para sorrir um sorriso pequeno e discreto para mim, vi as lágrimas brilharem nos olhos verdes que tanto pareciam os de Mateus.

Então ela saiu, e o silêncio parecia mais pesado agora.

Mateus continuava parado estático, as mãos caída ao lados do corpo, o rosto virado para baixo enquanto ele respirava superficialmente.

Bati meu ombro no dele, seus olhos me olharam assustados.

— Tudo bem?

— Sim. — Parecia muito uma mentira, porque era.

Lorena novamente foi a salvadora do momento desconfortável. Prendeu a máscara na cabeça tampando o rosto, abriu a porta e riu.

— Eu adoro o Halloween.


A casa de Luana nada parecia uma casa. Parecia uma mansão, parecia um castelo.

Era grande, muito, muito grande. O teto era pontudo, não tinha árvores por perto, o quintal era todo cercado por grades de ferro escuro, e o portão grande estava aberto para qualquer um.

A decoração era espetacular. Lorena parou ao meu lado, apontando onde tinha cinco esqueletos sentados no chão, envolta de uma fogueira aparentemente falsa. Abóboras brilhantes com rostos tortos, teias de aranhas penduradas nas grades, caveira saindo do chão. Bruxas presas para parecer que estão voando.

As luzes de dentro eram coloridas, sendo refletidas através das janelas grandes dos três andares, as luzes de fora eram todas vermelhas, iluminavam o caminho de pedrinhas pretas até a entrada da casa, e as outras eram miradas para o céu.

— Não sabia que Luana tinha tanto dinheiro assim. — Guilherme murmurou.

— Isso tem grande potencial pra ser muito bom. — Mateus começou, ajeitando o cabelo para trás. — Ou muito ruim.

— Espero que seja bom. Preciso de álcool. — Lorena foi na frente.

Segui atrás dela. A medida que nos aproximávamos, a música aumentava. Quando passamos pela grande porta de madeira, parecia outro mundo, não consegui impedir minha boca de se abrir, surpreendida pela beleza de tudo.

Tinha velas falsas penduradas no teto, da entrada até o salão principal. Mais teia falsa cobrindo as escadas e paredes. Corvos de mentira pendurados, baldes de abóboras cheios de doce sobre a mesa na entrada, fumaça cobrindo o chão. 

— Parece Hogwarts. — Mateus resmungou, olhando para o teto de velas, eu concordei. Guilherme passou por nós, correndo para pegar alguns doces do balde de abóbora.

Mateus segurou minha mão, me puxando para onde eu sei lá. Deveria com toda certeza ter mais de cem pessoas aqui. Fantasias de vários estilos, lobisomens, vampiros, palhaços, entre outras coisas.

Achei um garoto fantasiado de picachu, e Apontei para ele, Mateus seguiu a direção e riu balançando a cabeça.

— Gostei da fantasia dele.

— Uma ótima fantasia, tenho que admitir. — Olhei para ele, Mateus me empurrou de leve para frente, e começamos a andar novamente.

Me virei para trás, quando escutei um barulho. Mateus estava parado, a mão apoiada na cabeça enquanto ele resmungava palavrões.

Um esqueleto estava caído aos seus pés.

— Quem diabos amarra um esqueleto no teto? Isso é uma armadilha?

Eu ri, apoiando minha mão na boca. Mateus me olhou irritado, segurou o esqueleto abaixo do braço e apoiou a outra mãos em minhas costas, me empurrando para frente. Algumas pessoas olhavam na nossa direção, tentando entender porque um garoto estava segurando um esqueleto abaixo do braço.

— Você estragou a decoração. — Murmurei, tentando conter minha diversão.

— Estraguei não. — Mateus parou, olhando em volta de um lado para outro. — Olha só. — E colocou o esqueleto no chão, apoiado na parede.

— Continua parecendo quebrado.

Mateus bufou uma risada, e se virou, agarrando um copo da mão de outro garoto.

— Ei!...

— Você não viu nada por aqui. Agora vaza antes que eu conte para sua mãe que você fuma, pirralho.

O garoto se calou, parecendo querer estrangular Mateus, então saiu em silêncio. Mateus terminou de beber o líquido do copo e fez uma careta.

— Não gosto de vinho.

— Você conhece a mãe dele? — Perguntei, ainda confusa.

— Ela é amiga da minha mãe, e ele é idiota.

Mateus se abaixou, colocando o copo preso na mão do esqueleto, depois tombou a cabeça para o lado e sorriu convencido.

— Sou um gênio. — Se levantou, parando ao meu lado. — O esqueleto bebeu demais, e caiu contra a parede, então apodreceu e só sobrou os ossos. Pronto, ainda ajudei Luana com a história.

— Pobre esqueleto.

— Vamos apelidar ele de vivi.

— Por que vivi?

— Vivi muito, então morri. Olha que poético. — Revirei meus olhos.

Olhei para trás de Mateus. Luana estava vindo em nossa direção. A fantasia dela também era de anjo, mas um anjo negro.

O vestido era colado e curto, totalmente rendado, as assas eram grandes e tinham espinhos na ponta. Os cabelos castanhos claros estavam tingidos em algumas mechas de laranja, e as botas grandes iam até a altura dos joelhos.

Ela tocou o ombro de Mateus quando se aproximou, o garoto deu um pulo, me empurrando para frente como se quisesse me proteger. Segurei minha risada. Luana torceu os lábios em desgosto.

— Caralho, que susto menina!

— Olá. — A voz de Luana tentava ser meiga. Ela cruzou as mãos atrás das costas.

Mateus se colocou ao meu lado, ainda tentando se acalmar do susto.

— Pelo amor de Deus, não faz mais isso. Quase tive um avc. — Luana olhou confusa para ele.

— O que achou da minha fantasia?

— Legal. — Mateus estava calmo agora, olhou para a fantasia de Luana e levantou o polegar fazendo um joinha.

— Legal? — Perguntou a garota, indignada.

— Sim. Bem legal. Apenas seu negócio no olho que está torto. — Ele estava falando do delineado.

— Ah.

— Mas quase não dá pra ver. Relaxa.

— Bem. — Luana olhou para mim, depois resolveu me ignorar. — Meu pai é amigo da diretora, convenci eles a fazerem a festa aqui. Gostou?

— Sim. Mas dá próxima vez não pendura esqueletos no teto, eles podem ser perigosos.

— Esqueletos no teto? Ah, sim, você deve estar falando dos enforcados. — Ela riu.

— Não parecia um enforcado, parecia um esqueleto.

— De qualquer forma, eles não ficaram muito legal mesmo. Foi difícil fazer a decoração de última hora, mas não tivemos o mesmo problemas com a comida...

— Tem comida? — Mateus questionou, a interrompendo.

— Claro que tem comida.

— Ótimo, tô morrendo de fome.

Ele segurou minha mão novamente por alguns segundos, depois soltou e saiu correndo para a mesa de comidas. Luana me encarou agora, os olhos claros brilhando em ódio. Dei de ombros e segui atrás de Mateus.

— Você deixou ela falando sozinha. — Apontei sobre meu ombro para onde Luana tinha ficado.

— Uhm, isso aqui tá uma delícia. Prova. — Ele me estendeu um Cupcake em formato de abóbora.

Bem, eu teria provado. Digo teria, porque Mateus não me deu a opção de provar, só enfiou o cupcake no meu rosto, o chantilly entrou pelo meu nariz.

Me afastei empurrando a mão dele para trás,  enquanto coçava o nariz. Meu quadril bateu na mesa.

— Mateus! — Gritei irritada, meus olhos queimaram quando eu tentava tirar o chantilly do nariz.

— Droga, desculpa. É que eu queria que você prova-se.

— Por que não me entregou, idiota?

— Isso não daria emoção, Dulce. — Ele parecia chateado, como se eu que estivesse errada.

— Imbecil, quase me afoga com chantilly laranja.

— Você não entende. — Ele se aproximou.

Foi quase como levar um choque quando sua mão segurou meu queixo. Seu polegar tirou chantilly da ponta do meu nariz e ele apoiou no meu lábio inferior.

Espero que a base tenha escondido a vermelhidão da vergonha quando ele raspou o dedo no meu dente, o chantilly escorrendo para minha língua.

Mateus sorriu, e eu poderia ter morrido ali naquele momento.

— Desculpa, foi estupidez. — Eu teria respondido algo se as palavras não tivessem desaparecido da minha mente.

Mateus aproximou a outra mão do meu rosto, e começou a limpar o chantilly do meu rosto com um lenço laranja.

Ele estava concentrado, os lábios apertados em uma linha reta. Suas sardas claras estavam cobertas pela maquiagem, e era uma decepção olhar procurando por elas e não ver. Seu corpo estava encostado contra o meu, seus quadris pressionando meu corpo contra a mesa. Meu coração estava tão acelerado, que a qualquer momento eu sentia como se ele fosse saltar pela minha garganta e começar a dançar a minha frente, caçoando da minha cara.

"— Olhe para ela, está toda nervosa e desconcertada porque o garoto bonito está limpando o chantilly do rosto dela!"

Bem, o garoto bonito em questão estava perto demais, mais do que precisava estar. E eu não reclamaria por isso. Eu nunca reclamaria sobre Mateus estar perto de mim. Era como um imã, algo que me puxava para perto e parecia não poder me libertar.

Deveria ser mais devagar, não deveríamos fazer isso. Mas o jeito como a mão de Mateus soltou meu queixo e se apoiou pesadamente contra minha cintura, me fez perder a cabeça. Sua pele era quente contra a minha, me arrepiei com seu toque. Meu peito doía de tanto segurar a respiração, eu esperava que ele não conseguisse sentir o quão rápido meu coração batia. Mateus abaixou o rosto para olhar em meus olhos, a pupila já tinha consumido quase todo o castanho que agora pintavam seus olhos. Eu sentia falta do verde, eu sentia falta do cabelo claro brilhando contra a luz. Levantei minha mão, meus dedos deslizaram pelos cabelos escuros, senti Mateus tremer contra mim, seus olhos se fecharam. Seu cabelo era tão macio quanto eu pensei. Eu queria enroscar meus dedos ali e o puxar para mais perto.

— Deveríamos ir mais devagar. — Sussurou, sua boca tão perto da minha.

Concordei, confusa e atordoada, mas ninguém se mexeu um centímetro a mais. A respiração com cheiro de menta de Mateus bateu contra meu rosto, eu queria enterrar meu rosto em seu pescoço e sentir o cheiro de chocolate de mais perto.

Eu queria tanto, e ao mesmo tempo nada.

Mateus soltou o ar pelo nariz, fechou a boca e encostou os lábios nos meus. Fechei meus olhos. Esperando o beijo que nunca veio.

O vento frio bateu em meu corpo quando ele se afastou.

— Desculpa. — Sussurou, antes de se afastar e correr entre a multidão para longe.

Apoiei minha mão contra a mesa, tentando me manter de pé e fazer com que minhas pernas voltassem a funcionar.

Mateus ainda vai ser minha perdição. Ainda irá destruir minha vida por completo. Sei disso, e é isso que mais me assusta.

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