Agente Morgan 5

ThaQuake द्वारा

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Depois de todas as lutas dos livros anteriores, as confusões ainda não acabaram. Natasha ainda vai precisar l... अधिक

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Recadinho
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Elenco
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulos 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62 -"Luta ou fuga"
Capítulo 63
Capítulo 64 -"Pegar ou Largar"
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Curiosidades
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Elenco 2
Livro 6
Livro 6 postado

Capítulo 58

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ThaQuake द्वारा

-Natasha! -grita Alfie, descendo as escadas com as malas.

Estamos atrasados.

-Quase lá! -respondo, analisando meus filho pra ver que está tudo certo.

Aidan.

Natalia

Alisson.

Três.

Droga, eu tenho quatro.

Quatro!

Arregalo os olhos.

-Onde está a Jessica?!

Como se soubesse que estava sendo procurada, a pequena desceu a escadas no mesmo instante, carregando uma mochila pesada nas costas.

-Jess, tudo certinho aí? -indaga Alfie, recebendo um aceno de cabeça como resposta.

-Ok pessoal! Todo mundo para o carro! -grito, me dirigindo à saida da casa, onde o carro já estava estacionado com as malas.

Cada um tomou o seu lugar, e como Alfie era o dono do veículo, obviamente foi ele quem dirigiu. Temos esse acordo imutável desde o início do nosso casamento: o dono do carro sempre dirige.

-Nós vamos de carro, mãe? -indaga Alisson, depois que o pai deu partida.

-Não. De avião. -responde Natalia.

-Queria ir de carro! Gosto de ver a paisagem!-diz Aidan, olhando pela janela.

-Uma viajem daqui até o Kansas com quatro crianças dentro do carro? -enrrugo o nariz. -Não daria muito certo...

-Avião é melhor. -admite o Kansas.

-Já aviso que não vou sentar com as pirralhas dessa vez! -arguementa Natalia.

-Ah, você vai sim. -olho pelo retrovisor, confirmando minhas palavras.

-Nem pensar! Da última vez, a Alisson me fez pagar a maior vergonha! Ela gritou que era um terrorista! Todo mundo ficou com medo, e até o piloto veio conferir!

Alisson ri.

-Foi divertido...-sussurra ela.

-Não foi legal, Lis. -repreendo. -E se fizer isso de novo, nós duas vamos ter aquela conversinha.

-Foi sem querer mãe, vi tudo num filme...não pensei que eles fossem acreditar! -se defende Alisson.

-Dessa vez você vai com o Aidan, e a Jessica com o a Natalia. -sentencia Alfie.

-Bom...pelo menos a minha não fala. -comemora Natalia, recebendo um olhar enrrugado da Jessica.

-Já a minha, fala mais do que deveria. -murmura Aidan, insatisfeito. -E por que vocês dois não vão com elas?

-Esqueceu quem manda aqui? -debocha Alfie.

-Engraçado. É fácil ter filhos, e mandar os outros cuidar. -diz Aidan.

-Vocês são os irmãos mais velhos. -justifico.

-E por isso somos babás? -devolve Natalia, indignada.

-E por isso são grandes o suficiente pra saber o risco de desobedecer uma ordem nossa! - diz Alfie.

-Isso é abuso de autoridade.

Reviro os olhos.

-Para de reclamar. São só algumas horas...

(...)

Cruzo os braços na frente do corpo, procurando relaxar os meus musculos faciais, na intenção de esconder o quanto estava tensa. Observei a estrada de barro que o carro alugado percorria, lembrando exatamente de alguns detalhes ainda presentes da vegetação à alguns anos. Estavamos indo pra fazenda dos pais do Alfie, desde então cuidada por outro primo do caipira, que ficou responsável por manter o lugar funcionando.
A presença de uma mão na minha perna me fez desviar os olhos da paisagem até o meu marido, que sorriu minimamente, numa espécie de conforto.

-Estamos chegando! Olha lá o rio! -diz Aidan, bem habituado ao local.

Eles costumam acompanhar Alfie nessas reuniões familiares.

-Podemos ir no rio, pai? -indaga Alisson, animada.

-Só mais tarde. Vamos passar a manhã em familia, depois do almoço nós vamos lá. -diz Alfie.

A fazenda finalmente se fez presente no meio do campo. Naquela distância, podia-se ver três carros estacionados próximos à casa.
Alfie retirou a mão da minha perna, e se concentrou em estacionar o carro debaixo da sombra de uma árvore. As crianças desceram imediatame, animadas, e pude ver pelo canto dos olhos algumas pessoas saíndo da casa para recepciona-las.

-Está tudo bem? -Indaga Alfie, nós ainda continuavamos dentro do carro.

-Sim. -sorrio, beijando os seus lábios. -Vamos descer?

Ele concordou com a cabeça, e tomou a iniciativa de sair primeiro. Dei a volta no carro, agarrei sua mão e caminhamos em direção à familia do caipira.

-Tia Maria! -cumprimenta Alisson. -Tem bolo de chocolate?

-Tem sim Lis, pode ir lá dentro! -sorri.-Carlos está lá, pede pra ele.

-Vem Jess, você vai provar do melhor bolo do mundo!-murmura Alisson, puxando Jessica pela mão.

-Loira, Kara. O cara grande, Mark. Baixinha, Lisa. E o careca, Richard. -resume Alfie, antes que chegassemos ao grupo.

Ri da forma que ele conseguiu descrever cada um ali.

-Natasha! -exclama Maria, surpresa.

   Alfie contou que vinha, né?

-Maria! -sorri em forma de cumprimento. -A quanto tempo!

-Você virou uma mulher linda! -elogia, sorrindo doce.

-Obrigada.

-Esse é o meu primo, Mark.-apresenta Alfie.

É normal me sentir estupida por precisar ser apresentada à familia dele depois de quase vinte anos de casados? Porque é exatamente assim que me sinto!
Ao contrário de mim, a familia do caipira não parecia se importar muito por estar me conhecendo naquele exato momento.

-Esqueceu de mim! -branda Kara.

-Eu estava apresentando só o primo preferido! -sorri Alfie, claramente provocando a garota.

-Nós já nos conhecemos. -diz Kara, sorrindo pra mim. -Parabéns por passar dezesseis anos casada com esse idiota!

-Bom, tecnicamente você aguenta ele à mais tempo do que eu. -digo, tentando ser simpatica.

-O que é isso? Uma conspiração?- branda Alfie.

-Vamos lá pra dentro! -intervém Maria. -Vocês podem conversar lá na sala! Preparei seu doce preferido, sobrinho!

-Claro, tudo para o Alfie. -murmura Kara, revirando os olhos.

Alfie riu, empurrando a prima levemente pelos ombros e me arrastando porta à dentro. À decoração do local não tinha mudado muita coida desde que estive ali, mas a casa parecia muito bem conservada e limpa. Sentei ao lado do Caipira no sofá, aceitando um pratinho de salgados que Maria me estendeu.

-Então...-inicia Lisa. -Acredito que isso é um pouco estranho pra você... quero dizer: entendo o seu lado, e amei de conhecer!

-Obrigada. -sorrio, com um leve incômodo. -Ainda não conheço vocês direito, mas se são à familia do Alfie, não há dúvidas de que vamos nos dar bem.

-É o que espero. Bom...esclarecendo as coisas: esse é o meu marido, Mark. E a Kara é casada com o Richard. Não temos filhos, mas...

-Uma criança à caminho. -completa Kara, colocando a mão na própria barriga.

-É sério?-indaga Alfie, impactado. -Vou ser tio?!

-Em alguns meses, sim. -responde Richard, abraçando a esposa.

-E por que eu não sabia disso?! Meus parabéns! Prima! -ele riu feliz, e abraçou a garota. -Richard, espero que o temperamento seja seu. Duas Karas irritadas deve ser um horror!

Kara revirou os olhos.

-De quantos meses você está? -indago.

-Dois meses. -responde, sem segurar o sorriso.

Alfie voltou a sentar do meu lado, com um sorriso estampado no rosto e a testa enrrugada para ouvir o que a prima tinha à dizer.

-Como foi a sua gravidez? -indaga Lisa, pra mim.

-Qual delas? -ri. -Bom...em geral...não tive boas experiências na hora do parto...

-Complicações? -questiona Mark.

-Sim, principalmente na Alisson. Aidan nasceu em casa, mas tive que passar por uma cirugira por conta da hemorragia. Já a Natalia...

-Nasceu no meio de uma troca de tiros. -intervém Alfie.

-Nossa...-Kara suspirou. -Me sinto em pânico.

-Não significa que com o seu vai ser igual, Kara. Tive problemas porque na maioria da vezes fui teimosa demais...-admito. -Mas no final as coisas deram certo.

-E antes disso? Você tinha muitos desejos? -Indaga Kara, curiosa.

-Não sei...acho que não eram bem desejos...-franzo a testa, analisando.

-Claro que era! Na gravidez do Aidan você bebeu muita água! Tipo, em excesso mesmo! -diz Alfie.

-Isso é considerado desejo? Quem tem desejo por água? -ri.

-Na Natalia, você era viciada em adrenalina. -continua.

-E na Alisson? -indaga Mark, bebendo café.

Alfie se calou, vermelho.

-Sexo. -respondo.

Mark engasgou com o líquido, e as garotas riram.

-Natasha...-sussurra Alfie, em forma de repressão.

-Todo mundo faz, primo. -diz Kara. -Como acha que fiquei grávida?

-Ai que horror!-ele tampou os ouvidos. -Não preciso ouvir isso!

-Faz parte da biologia humana. -diz Lisa.
  
    Mark balançou a cabeça, e descidiu interferir na conversa antes que Alfie morresse de vergonha:

-Ei primo, o que acha da gente ir ao estabulo? Você poderia me ensinar mais alguns golpes! Treinei muito os últimos que você me ensinou! -diz Mark.

-Estabulo? -indago.

   É onde fica os cavalos, né?

-Fiz uma pequena academia lá. -explica Alfie. -Não temos mais cavalos por aqui.

-Otimo! Adorei a idéia! -comemora Kara. -Assim posso aprender alguns...

-Amor, você está grávida. -intervém Richard.

-E? Qual o problema? -franziu a testa.

-É perigoso...

-Não vou lutar com ninguém! Só quero praticar!

-Posso ensinar uma sequência leve. -intervém Alfie, provavelmente prevendo a briga entre os dois.

-Não quero nada leve! -branda Kara.

Ri.

-E você? Do que está rindo? -indaga ela, irritada.

-Não estou rindo de você. Estou rindo deles.

Ela pareceu não entender, mas não fez questão de discutir.

-Vamos ao estabulo, ou não? -indaga Richard.

Não passamos muito tempo resolvendo a questão entre Kara e seu Marido, ambos descidiram que nenhum dos dois iriam treinar naquele dia. Pra ela, parecia injusto o marido poder fazer atividades físicas e ela não.
Adentrei o estabulo com olhar avaliativo, admirada o local ao constatar que não era nada do que tinha imagiano. Feito de tijolos, o lugar estava muito bem instalado com equipamentos de academia e um tatame.

-O que acha de uma luta? -indaga Kara, animada. -Já vi você na televisão! Quero ver ao vivo!

-Quem? Eu? -indago, um pouco surpresa.

Um sentimento de timidez me invadiu.

-Claro! Queremos ver uma luta digna de filmes! -murmura Mark.

-Não acho uma boa idéia...-digo.

Estranhamente estava me sentindo acanhada de luta na frente daquelas pessoas, ainda mais sabendo que estaria sendo analisada por cada um deles. A familia do meu marido, que conheci a menos de uma hora.
Alfie percebeu o meu receio, então descidiu tomar inicativa:

-Está com medo? -sorri de lado, me provocando.

-Estou de férias. -justifico.

-É só um treino. -contesta. -Vamos! Faz tempo que não lutamos um contra o outro!

-Ok...-concordo, rápido demais.

Ele tem razão, por mais que ter plateia não me agradace muito, já fazia um bom tempo que não treinava e talvez isso me deixasse mais tranquila quanto aobestresse de estar aqui. Derrepente, uma saudade tomou conta de mim.

-Estou de calças jeans. - lembro, retirando o tênis.

-Eu também. -murmura, fazendo o mesmo.

Caminhei até o centro do tatame, sentindo a adrenalina começar à dar sinais no meu corpo e me ajudar a esquecendo momentaneamente a presença de outros ali.

-Quem ganhou da última vez? -indaga, tirando a camisa e colocando as luvas de boxe.

Alfie odiava lutar sem luvas.

Me perdi em encontrar uma resposta descente para a pergunta assim que meus olhos captaram a imagem do homem sem camisa à minha frente, seus musculos atrairam a minha atenção como um imã. Era quase impossível não olhar.

-Isso é golpe baixo...-sussurro, desviando meus olhos dele.

-Estou com calor. -justifica, dando pulinhos.

-Vão lutar ou namorar?! -grita Mark.

Coloquei as mãos na frente do rosto, em posição de defesa.

-Quando quiser...-sussurro, sorrindo de lado.

Prevendo que eu não atacaria primeiro, Alfie ameaçou desferir um gancho de direita no meu rosto, mas interrompeu o ato no meio, erguendo a perna direita para acertar as minhas costelas. Bloquei o ataque com o braço, e devolvi o golpe com um soco certeiro no seu queixo. Começamos uma onda de ataques e defesas com os braços, rindo um do outro. Lutamos à tanto tempo juntos, que conseguiamos prever o próximo passo e golpe que estava por vir, sem muita dificuldade.
Cansada daquele ritmo, saltei no ar e chutei sua barriga com as duas pernas, usando a queda no chão do tatame para tomar impulso e levantar. Alfie, que caiu à alguns metros de mim, conseguiu se levantar na mesma rapidez que eu. Claramente não tão surpreso por ter recebido aquele golpe.
Ele sorriu, chutou minha barriga com rapidez e usou da inclinação do meu corpo para acertar o joelho na minha testa. Em disputas normais, provavelmente o alvo seria o meu nariz, mas como não estavamos numa luta séria, o modo mais fácil de me atingir naquele estilo era na cabeça. Um pouco atordoada, desviei dos seus socos de modo desengonçado para recuperar os sentidos e voltei à atacar.

-Isso não vai terminar nunca. -diz Alfie, desviando de mais um chute no estômago.

-Então desiste. -Digo, segurando seu pulso.

Tomei impulso nas suas pernas flexionadas, subi no seu pescoço com agilidade e pendi meu corpo para atrás, usando do seu próprio peso para nos jogar contra o tatame. Caídos no chão, continuei apertando as pernas no seu percoço, cruzando os braços atrás da cabeça de forma vitoriosa.

-Desiste? -indago.

Alfie jogou o corpo pra cima, tentando se soltar. Sem uma saída, ele descidiu tentar algo novo: beliscou a minha perna, e totalmente surpresa pelo ato, diminui um pouco a pressão. O suficiente pra que finalmente ele conseguisse sair do meu agarre.

-Ei! Isso foi sujo! -brando, indiganda por ter caído num truque de criança.

Ele não constuma fazer essas coisas.

-Você sempre joga sujo. -diz, se jogando sobre mim.

Revirei os olhos e ergui meu joelho até o meio das suas pernas. Ele contraiu o corpo.

-Não ouse...

-Você esqueceu de imobilizar as pernas...-sorrio de lado. -Se me soltar, eu venço, se continuar prendendo, não vai mijar por três dias.

-Isso sim é sujo. -semicerra os olhos.

-Estou te dando opção. Considere isso como um ato de misericórdia.

-Me rendo! -grita, desmontando o corpo ao meu lado. -Isso vai ter volta...

(...)

    Perto da hora do almoço, os casais ocuparam a cozinha no intuito de preparar juntos alguma coisa pra comer. Existem aqueles que sabem cozinha, e os que simplesmente estão lá para dar apoio moral e roubar petiscos. Essa sou eu.
     Roubei uma azeitona do pote em conserva, e ri da expressão do caipira. Ele odeia que coloquem a mão nas coisas enquanto está cozinhando.

-É bom encontrar alguém que também não sabe cozinhar nessa familia. -comemora Kara, parada ao meu lado. -Aqui parece que todo mundo nasceu cozinhando!

-Natasha não sabe cozinhar.-reforça Alfie, me estendendo uma faca. -Mas é excelente com facas.

   Revirei os olhos, pegando o objeto para cortar os legumes da salada.

-Bom...nem isso sei fazer. -diz Kara. -Prefiro não me arriscar à cortar um dedo.

-Você fica responsável por lavar a louça. -diz Lisa, arrumando a mesa.

-Estou grávida. -murmura, tentando se livrar do serviço.

-Uma grávida com duas mãos, querida. -fala Maria.

    Terminei de fazer a minha parte, e depositei a lâmina sobre a mesa.

-Pronto! -diz Alfie. -Já fiz o molho! agora a Lisa e o Mark montam a Lasanha, e a Kara e o Richard assam! Se me permitem, vou roubar minha mulher por alguns minutos!

-Nada de agarração na frente das crianças! -avisa Mark, rindo.

     Alfie revirou os olhos na direção do primo e nem se importou com o resto dos comentários quando me arrastou até a varanda da casa.

-Aconteceu alguma coisa? -questiono, estranhando aquela ação sem sentido.

-Só queria passar um tempo com você...-murmura, abraçando minha cintura. -Desde que chegamos não tivemos um tempo sozinhos...

-Faz umas três horas que estamos aqui. -franzo a testa.

-A saudade depende do horário?

-Fala logo o que você quer. -falo, sem acreditar naquele papo.

-Gostou deles? -indaga, sem rodeios.

-Sim. Impossível não gostar. Eles são iguaizinhos à você.

-Alguém te tratou mal? -pergunta, como se quisesse ter certeza de que estava tudo bem.

-Não. Está tudo bem, ok? Só me sinto muito burra por não ter feito isso antes...eles são ótimos.

-Tudo ao seu tempo...talvez se tivesse acontecido antes, não seria tão bom quanto está sendo. -murmura compreensivo.

   Concordo com a cabeça, voltando à falar:

-Imagino que não me arrastou aqui só pra isso, né?

    Suspirou.

-Queria saber se...bom...acho uma boa idéia a gente voltar depois de amanhã...

-Tão cedo? O combinado não era ficar até o fim das férias?

-Sim. Mas acho que uma semana é muito, né? Não quero forçar as coisas pra você...

    Reviro os olhos.

-As vezes você é tão bom, que parece de mentira. Devo admitir que tenho sorte...-suspiro.

-Pra mim, você é a jóia rara dessa relação. -sorri.

-Continue pensando assim, e não teremos problemas. -gracejo.

-Então vamos voltar mais cedo? -indaga, como se quisesse ter certeza da resposta.

-Sim.

     Ele movimentou a cabeça, para finalizar o assunto, e continuou:

-E quanto a nova rotina? Está gostando? Dessa calmaria?

-É diferente...-enrrugo o nariz. -Confesso que as vezes entro em desespero por não ter mais nada pra fazer. A adrenalina faz falta. Mas também amo não precisar mais sentir ela. Resumindo, acho que muito bem. Posso ter uma vida tranquila, e ao mesmo tempo agitada quando descido treinar.

-Você deixou de ser uma agente, mas ainda pode lutar. Podemos marcar algumas lutar por semana. O que acha?

-Ótimo. Você sabe que amo lutar.

-É, vi isso algumas horas atrás.

-Não consegue mesmo aceitar uma derrota? -provoco.

-Você roubou.

-Você também. 

     Ele riu, descendo a mão discretamente até o meu traseiro. Me assunto com uma palmada na região, pulei levemente, surpresa.

-Kansas?! O que...? Ta doido?!

-Você sempre disse que minha timidez é um problema, estou tratando ela. -explica.

-Assim? Em público? Qualquer um pode ver!

    Ele riu.

-Agora você é a timida?

-Só estou assustada. Quem é você e o que fez com o meu caipida?

-Seu caipira está...um pouco mais solto...eu diria...-ele deu mais uma palmada.

-Ok. Mais uma palmadinha, e corto a sua mão. -semicerro os olhos.

-Somos casados.

-A bunda continua sendo minha. Só toca nela quem eu deixar.

-Então não posso?

    Sorrio de lado.

-Não agora.

-Nunca vou entender você.

-Nem tente.

   Pisquei pra ele, retomando o assunto:

-Estou pensando e...sabe que a nossa rotina era tão corrida, que esse novo ritmo me faz ter a sensação de que estou esquecendo de alguma coisa? Como se precisasse fazer algo...entede?

-O que acha de um trabalho?

-Sério isso? -ri. -Acabei de me aposentar, e você já me diz pra voltar?

-Não esse tipo de trabalho. Quero dizer algo mais tranquilo...que ocupe a sua cabeça. Não precisa ser realmente um trabalho, só alguma coisa que te ajude à ficar menos entediada.

-Não tenho faculdade pra conseguir emprego.

-Você não precisa disso. Já foi produtora uma vez, lembra?

-Com um diploma falsificado. -digo.

-Mas pelo menos você tem muita experiência na área.

-Não sei...acho que vou continuar nessa vida...mais pra frente, se ainda estiver morrendo de tédio. Procuro algum robbie.

-É...talvez você se acostume.

-Eu deveria ter ouvido a minha mãe, quando ela disse que precisava fazer uma faculdade.

-Bom...hoje você tem uma agência, é rica, quatro filho, e um marido gostoso. Quer vida melhor?

    Reviro so olhos.

-"Marido gostoso"? -ri, ficando séria em seguida. -Perai, quatro filhos?

-A Jessica.

-Ela não é nossa filha.

-Mas poderia ser. Estamos procurando uma familia pra ela...e agora que temos mais tempo disponível...

-Não acho uma boa idéia.

-Por que não?

-Já temos três!

-Ela é uma boa garota.

-Eu sei...-bufo. -Mas isso não estava nos meus planos!

-Nenhum dos nossos filhos foi planejado. Bom...exceto a Alisson. -sorriu. -As duas se adoram. Poderiam ser amigas e irmãs.

   Errugo o nariz, demonstrando que não estava gostando.

-Ok...-ele suspirou. -Podemos pelo menos pensar?

-Sim.

-E vamos continuar procurando familia pra ela?

-Não.

-Por que simplesmente não aceita que gosta dela?

-Eu gosto dela. -afirmo. -Mas adotar é uma resposabilidade muito grande. Ter filho é um assunto sério.

-Eu sei disso. -murmura, um pouco ofendido.

-É, sempre levou jeito com crianças. E por mais que não diga isso diretamente, quer ter mais filhos.-falo, derramando as minhas analises.

-Isso é um problema?

-Vamos pensar, lembra? Não quero tomar nenhuma iniciativa precipitada. -digo, sem responder a sua pergunta

-Ok...desculpe.

-Podemos mudar de assunto?

-Claro! -sorri. -Que tal o motivo da sua visita ao presidente?

-Não vou contar algo tão óbvio. Você já deve imaginar como foi.

-Justamente por imaginar, é que estou nervoso. Você ameaçou ele, não é? É bem a sua cara fazer isso...

-Nós conversamos e chegamos à um acordo. Cada um no seu canto, e ninguém se machuca.

-Bom...confio em você. Por isso acho melhor não saber mais detalhes...

-Esse é o seu modo de confiar em mim?

-Só não quero encher a minha cabeça de teorias.

-Ta. Podemos mudar de assunto, então? Dessa vez pra algo mais interessante?!

    Seus olhos brilharam, como quem lembrava de alguna coisa maravilhosa.

-Quer conhecer a minha vaca? Você nunca viu ela, né? A Nat!

-Deu o meu nome pra sua vaca? -enrrugo a testa.

-Já te contei isso.

-Pensei que era brincadeira! Por que deu o meu nome pra sua vaca? Algum motivo específico? -indago, irritada.

    Ele revirou os olhos.

-Para com isso! O nome foi dado antes de te conhecer!

-"Natasha"! Meio incomum pra uma vaca, né? -semicerro os olhos, sem acreditar.

-Vem! Você vai conhecer ela! -ele me guiou pelo pasto. -Vocês tem que parar com esse preconceito com as vacas!

-Ótimo. Agora ele é o defensor das vacas. -sussurro sarcástica. -Ainda não entendi a origem do nome.-falo, caminhando ao seu lado.

-Agus... -murmura. - Eu já conhecia você antes de realmente te conhecer...ele me ligava, dizendo o quanto a namorada era maluca e irritada...

   Soquei seu braço.

-Então, o dia que a Nat nasceu, todo mundo percebeu que ela não conseguia ficar junto com os outros bezerros sem bater neles. Daí veio o apelido.

-Me sinto mais ofendida. -cruzo os braços.

-Olha ela alí! -murmura, apontando uma vaca perto da cerca, afastada das demais.

-Ela é antisocial? -indago.

-Ela se irrita fácil. -diz. -Já está velhinha tadinha...quase não briga mais...mas continua preferindo se manter afastada.

-E eu pensando que já vi de tudo nessa vida: Uma vaca antisocial com o meu nome é novidade. -suspiro, analisando ela. -A partir de hoje, ela vai chamar Katye!

-A vaca é minha, você não pode mudar o nome.

-Posso sim.

-Não pode.

-Estamos mesmo discutindo por isso? -ri, me sentido imbecil.

    Ele voltou a agarrar a minha cintura.

-Eu te amo, sabia? -sussurra.

    Como conseguirmos ser tão aleatórios assim?

-Quem? Eu ou a vaca?

-A Natasha...-sorri.

-Não banque o engraçadinho comigo, Kansas. -semicerro os olhos.

-Estou feliz que você está aqui...-murmura, sincero. -Te amo!

     Roubei um selinho.

-Eu sei.

-O certo seria: " Te amo muito meu marido maravilhoso! Lindo da minha vida! Meu coração! Não vivo sem você!". -debocha, tentando imitar a minha voz.

-"Te amo muito meu marido maravilhoso! Lindo da minha vida! Meu coração! Não vivo sem você!" -digo, fazendo uma voz fina e irritante, claramente devolvendo o deboche.

-Tem que ser sincero.

-Três filhos não é sincero pra você? -ri.

-Você sabe que sempre sonhei em ter seis!

-Seis? -ri. -Se passar do terceiro,  nunca mais faço xixi!

-Estamos indo bem. O importante é não perder o foco! -fala tentando me convencer. -Só precisamos tentar mais.

-Isso é algum convite? -sorrio maliciosa.

-Não. Não temos privacidade e nem lugar. -fala, sabendo exatamente ao que me referia.

-Te apresento o pasto! -aponto o verde ao nosso redor. -Lindo, verde e espaçoso!

-À céu aberto? Nunca! Alguém pode ver!

   Reviro os olhos.

-Onde está o cara tentando perder a timidez?

-Perder a timidez não inclui ficar nú ao ar livre! Não como você pode ficar tranquila com algo assim!

-Era brincadeira, Kansas. Acha mesmo que faria isso?!

******
Oi genteee! Eu sei que a coisa anda bem calminha! Mas aproveitem esse cap porque no próximo à coisa vai começar! Momentos tensos estão por vir!

Bjsss!
ThaQuake.

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