Propuesta Indecente - Camren

Door JokerOfSex

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O amor... Ah o amor... Este que quando sentido nos deixa bobo, nos faz perder a noção do que é certo e do que... Meer

Capítulo 1 - Perfecto y casado
Capítulo 2 - Sorpresa
Capítulo 3 - ¿Usted cocinó?
Capítulo 4 - Pesadilla
Capítulo 5 - De su lado
Capítulo 6 - Noche de las chicas
Capítulo 7 - Tatuajes
Capítulo 8 - Planes de Navidad
Capítulo 9 - Sucio
Capítulo 10 - Porque la amo
Capítulo 11 - Suficiente
Capítulo 12 - Yo también
Capítulo 13 - Quiero el divorcio
Capítulo 14 - Hombre de mucha suerte
Capítulo 15 - Haciendo usted feliz
Capítulo 16 - Disculpame
Capítulo 17 - Noivo?!
Capítulo 18 - Conociendo los suegros
Capítulo 19 - Morgado
Capítulo 20 - Navidad
Capítulo 21 - Feliz
Capítulo 22 - ¿Vas a compartir tu vida conmigo?
Capítulo 23 - Mi
Capítulo 24 - Soy yo
Capítulo 25 - Conecer
Capítulo 26 - Recuerdos
Capítulo 27 - Es un hombre, no un chico
Capítulo 28 - Por el
Capítulo 29 - ¿Hasta qué punto?
Capítulo 30 - Regalos
Capítulo 32 - Dulce ilusión
Capítulo 33 - Yo se

Capítulo 31 - Me pertenece

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Door JokerOfSex


Hey babes! Eu sei, eu sei, sinto muito mesmo pela demora, só não é um bom momento, mais eu me esforço.

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Pov Lorenzo

Naperville, Illinois

03 de março, 2018.

Até que ponto o laço sanguíneo faz diferença? 

Já parou um segundo de sua vida, para imaginar que em algum lugar você pode ter laço de sangue perdido? Um irmão, um pai, uma mãe, um tio ou primo, que seja?

Eu não. Não até o momento em que a garota amedrontada, sentada no banco de trás do carro de minha noiva enquanto segura seu filho apareceu em minha vida. Para mim, todos estavam mortos e a única pessoa com meu sangue correndo por suas veias, era minha filha. 

Eu encarava os traços de seu rosto, alternando com meu olhar na estrada. Suas bochechas cheias, os lábios carnudos. Suas sobrancelhas grossas e franzidas enquanto encarava a criança em seus braços. Seus olhos, castanhos claros assim como os cabelos que desciam desgrenhados por seus ombros.

Estaria mentindo se dissesse que me lembrava com clareza da aparência de meu progenitor, eu não o via a tantos anos que sequer sabia se ainda estava vivo, esperava sinceramente que não, mais eu me lembrava de seu olhar, que por tantas vezes me aterrorizou, perseguindo-me em sonhos até meu atual presente. E aquele olhar nada tinha a ver com aqueles castanhos que procuraram por ajudar, cheios de medo.

Meus dedos se apertaram fortemente contra o volante ao virar a terceira esquina seguida, observando o retrovisor central do carro. Os olhos de minha noiva se voltaram para mim, estranhando o caminho que eu escolhia.

- A casa de meus pais não é por aqui, cariño. - Eu suspirei com sua voz baixa, voltando meu olhar para o retrovisor. - O que está acontecendo? - Perguntou confusa, aparentando um pouco de preocupação.

- Tem um carro nos seguindo. - Murmurei simplesmente observando arregalar os olhos, mais de nada adiantaria esconder esse fato.

Dirigi por mais alguns minutos, observando o ambiente a nossa volta até que estacionei o carro ao lado de um parque, observando quando o Camaro 67 vermelho parou a bons dez metros atrás.

As duas mulheres olharam para trás ao mesmo tempo, e eu ouvi o arquejar de Taylor.

- É o Chad! - Com a respiração rápida, ela se voltou para frente e apertou meu braço, olhando-me de olhos arregalados. - Por favor, eu não quero ir com ele, por favor! - Minhas mãos se apertaram em punho com a expressão aterrorizada em seu rosto. A mesma expressão que eu sustentava quando me machucavam. 

Para que ela ficasse assim somente com a ideia de voltar a estar em sua presença, ele provavelmente... eu sequer conseguia pensar nesta possibilidade sem me enfurecer.

- Você não precisa. - Garanti a ela com a maior certeza que possuía em mim, voltando a olhar para frente. Meus olhos pousaram no objeto cromado no compartimento na porta do motorista e minhas mãos deslizaram até ele.

- Onde pensa que vai com isso? - A voz apressada de minha noiva preencheu o ambiente e eu olhei em seu rosto quando sua mão segurou forte meu antebraço, impedindo que eu saísse do carro. Ela estava assustada, era claro.

- É só por precaução. - Garanti, colocando a arma prateada no cós de minha calça, nas costas.  Seus olhos acompanharam meu movimento, sua mão ainda me segurando firmemente.

Coloquei minha palma cobrindo sua mão pequena, acariciando enquanto a oferecia um sorriso de lado, calmo. Me inclinei em sua direção e selei nossos lábios rapidamente, desfazendo nosso contato delicadamente quando ela afrouxou o aperto e abrindo a porta do carro. Ela ainda me chamou uma última vez, mais eu pedi que me esperassem dentro do carro.

Ao me ver descendo, a porta do veículo vermelho se abriu e o homem loiro desceu, caminhando alguns passos a frente despretensioso. Eu me movi, ficando a dois passos de distância e observando sua expressão fria. 

Ele conseguiria facilmente enganar alguém com sua postura de garoto mal. O cabelo loiro despenteado e os olhos azuis, assim como sua barba cerrada, faria com que muitas mulheres se encantassem facilmente. Assim como Taylor. Poucos eram os que sabiam sua verdadeira identidade.

Segundo as informações que Shawn conseguiu reunir, seu nome completo era Chad Michael Murray e ele estava com vinte e sete anos. Chefe de uma gangue que distribuía drogas ilícitas por Chicago, por ser o último filho homem vivo de Brandon Murray, após a morte brutal de seu filho mais velho, Tyler.

Eu havia presenciado o assassinato de seu irmão, em um beco fétido e escuro de Chicago, a vinte anos atrás.

O FBI estava atrás dele a algum tempo, mais o homem era discreto, pouco se sabia sobre ele até a morte de seu pai a alguns meses atrás, em uma troca de tiros com a polícia, quando ele tomou posse do controle, se autoproclamando chefe.

- Você tem algo que me pertence. - Falou com tom duro, olhando em meus olhos como se tentasse me intimidar. Eu me mantive impassível, em silêncio, observando quando ele apertou a mandíbula e olhou para o carro sobre meus ombros. - E eu quero de volta.

- Nenhum objeto de posse dentro daquele carro foi comprado com seu dinheiro. - Suas mãos se apertaram em punho e ele soltou uma risada sarcástica, movendo-se um passo para mais perto de mim.

- Você está com a minha mulher e o meu filho, agente. - Sussurrou vagarosamente, entonando um timbre ameaçador ao se referir a minha designação. Eu deixei escapar um sorrisinho de canto, olhando em seus olhos com tranquilidade. 

Ele sabia quem eu era, mais não desconfiava que eu sabia sua verdadeira identidade, e eu preferia que continuasse assim por enquanto, então decidi por não revidar sua provocação.

- Eu estou. - Admiti, não havia porque esconder, afinal. - Mais Taylor não parece interessada em partilhar de sua presença. E se ela não quer, ela não vai. - Suas mãos se fecharam em punho e ele me ofereceu um sorriso duro, no canto dos lábios.

Eu me mantive parado, olhando com atenção enquanto ele coçava sua barba em clara impaciência. Seu olhar estava cheios de uma promessa fria, violenta. Típico de "pessoas como ele". Seus olhos se voltaram por sobre meus ombros e ele encheu o peito, apertando os lábios.

- Você tem certeza, Taylor? - Perguntou um tom acima, esperando que a garota dentro do carro o ouvisse. 

Eu conhecia bem essa tática, intimidavam por seu tom de voz, duro e repreensivo. E Taylor era somente uma garota amedrontada, seria facilmente manipulada por seu opressor em qualquer outra situação, mais  não agora, eu não permitiria.

Ele esperou, sua expressão cada vez mais dura ao não obter qualquer tipo de resposta por parte da mulher. Eu ergui o queixo, uma satisfação incontida se fazendo presente e o deixando ainda mais enfurecido.

- Tudo bem. - Abanou as mãos, como se isso fosse desprezível. - Não faço mesmo questão dessa vadia, só me entregue meu filho. 

- O garoto fica com a mãe. - Sussurrei por entre dentes, observando quando se olhar se apertou e ele deu um passo em minha direção, ficando perigosamente próximo enquanto levava sua mão esquerda as costas sem nenhuma sutileza. - Não vai querer fazer isso aqui. - Avisei em um sussurro, sabendo exatamente o que ele queria.

- Não sabe nada sobre meu querer. - Sua mandíbula estava cerrada enquanto ele falava com raiva, gotículas de saliva atingindo meu rosto. Minha mão deslizou por dentro de minha jaqueta de couro, aproveitando sua distração.

Quando meus dedos se fecharam sobre o cabo de minha arma, eu ouvi a som de uma porta sendo aberta e praguejei internamente, não desviando um segundo meu olhar de seus olhos. Ele sorriu, olhando por sobre meu ombro com satisfação.

- Isso mesmo, vamos embora querida. - Sussurrou, afastando-se minimamente sob meu olhar duro. Senti duas mãos pequenas segurando em minha jaqueta e soube imediatamente a quem elas pertenciam.

- Eu não vou... - Taylor sussurrou cautelosa, e eu consegui identificar o quanto ela se esforçava para não gaguejar. Seu corpo se aproximou do meu, buscando apoio e proteção. - Deixe-nos em paz, Chad, por favor. - Discretamente, empurrei o corpo de minha noiva para ficar atrás do meu, percebendo o quanto aquela recusa havia desestabilizado o homem a nossa frente.

Sua mandíbula se contraiu rigidamente, os olhos buscando a figura pequena de seu filho enquanto respirava fundo e afrouxava o aperto de sua mão nas costas lentamente, depois de quase um minuto inteiro respirando fundo enquanto erguia o queixo, percorrendo o ambiente a nossa volta e percebendo que algumas pessoas paravam não tão discretamente para observar o que acontecia.

Ele não queria se expor, era claro, tão pouco começar uma perseguição policial.

- Isso não acabou, eu volto para buscar o moleque. - Foi tudo o que falou antes de caminhar de costas até seu carro, arrancando enquanto cantava pneu para longe dali.

Taylor soltou uma respiração audível, intensificando seu aperto na criança em seu colo. Lágrimas se formava em seus olhos, correndo por suas bochechas cheias enquanto ela claramente tentava obter controle sobre suas emoções.

Eu suspirei, sentindo as mãos de Camila se apertando fortemente contra mim mais uma vez.

[...]

Estacionei em frente a casa de meus sogros e desliguei o motor do carro ao girar a chave, não fazendo nenhuma menção para abrir a porta e descer. Movi o pescoço em noventa graus para a direita, encontrando uma Camila absorta em seus próprios pensamentos, se mantendo em silêncio desde o encontro com Chad.

Ela havia se assustado com o possível desfecho e isso era claro, mais eu não me sentia confortável em conversar com ela tendo Taylor e seu filho no banco de trás do carro, encolhida e assustada, então suspirei, virando o tronco para trás minimamente para observar a adolescente constrangida esperando por nossas ações.

Desci do carro e dei a volta, abrindo a porta para Camila e a ajudando a descer, me praguejei internamente ao perceber o quanto ela estava trêmula. Entrelacei nossos dedos e olhei em seus olhos, mais nosso contato foi desviado quando ela se virou para abrir a porta de Taylor.

Suspirei seguindo na frente em silêncio e abrindo a porta da frente para que elas passassem.

- Até que enfim vocês chegaram! Saíram sem ninguém perceber e... oh, temos novos convidados? - A voz alta de minha sogra se amenizou ao perceber a presença de Taylor e Mikkel, sorrindo amorosa em direção a eles.

- Mama, vem comigo aqui rapidinho. - Camila pegou na mão de sua mãe e a conduziu para a cozinha, provavelmente onde explicaria o que havia acontecido sem precisar deixar a garota ao meu lado ainda mais desconfortável do que já estava. 

Eu segurei em seu braço, sorrindo em conforto e a puxando comigo para o quarto de minha noiva. Suas roupas estavam amassadas e por suas bochechas um rastro deixado por suas lágrimas era visível.

- Aqui, você pode se limpar. - Indiquei o banheiro e ela suspirou. 

Notei que ela estava em um impasse sobre deixar ou não seu filho, então me adiantei e estendi os braços. Taylor me olhou agradecida enquanto se dirigia ao banheiro e fechava a porta atrás de seu corpo. Meus olhos se perderam no pequeno garoto silencioso em meus braços, encarando-me com seus grandes olhos curiosos.

Eu sorri ao encarar seu rostinho inocente, as bochechas gordinhas se esticando em um sorriso quando eu deixei que ele envolvesse meu dedo indicador com sua pequena mãozinha macia.

Se todo ser humano possuísse a inocência de uma criança, todos nós conheceríamos o verdadeiro significado de felicidade. O olhar terno, o sorriso sincero, o aconchego de um abraço. Crianças amam ser pedir nada em troca, se não a reciproca. É fácil.

- Hey, o que aconteceu? - A voz de Veronica me despertou do torpor que sentia ao encarar o pequeno em meus braços. Meus olhos se ergueram em sua direção e notei seu olhar preocupado. - Camila está trêmula lá embaixo. 

Eu suspirei, a preocupação invadindo meu peito antes que eu jogasse uma olhada para a porta do banheiro e indicasse para minha melhor amiga que era melhor conversarmos em outro lugar. Ela assentiu, abrindo a porta enquanto eu me aproximava do banheiro e sussurrava para Taylor que estaria do lado de fora.

- Se lembra da garota que falei pra você algum tempo atrás? Que me fez lembrar meu passado? - Perguntei em um sussurro, caminhando com ela até o final do corredor. Seus olhos se voltaram em minha direção, estreitos, e ela assentiu em silêncio. - Elas nos parou na rua, estava muito assustada e pediu nossa ajuda porque queria fugir do namorado, marido, sei lá que merda aquele homem é dela. Eles nos seguiu, mais eu consegui que fosse embora sem mais problemas.

- Esse é o filho deles? - Ela suspirou, o olhar travado na criança em meus braços e revezando com o olhar na porta do quarto de minha noiva. Eu assenti. - Tem noção da merda que isso pode desencadear? Você está com a mulher e o filho de um chefe de gangue, e trouxe os dois pra dentro da casa da sua sogra.

Soltei o ar preso em meu pulmões com sua fala, sentindo a criança em meu colo agarrar minha camisa com suas mãozinhas pequenas. Engoli com força, voltando a olhar para minha melhor amiga.

- Eu tenho essa noção sim Vero. Tomei cuidado no caminho e fiquei atento para que ninguém nos seguisse, por hora está tudo bem. - Ela soltou uma risada sarcástica e balançou a cabeça.

- Por hora. - Pontuou e eu bufei.

- Eu não poderia simplesmente deixar uma garota desesperada no meio da rua, com um filho pequeno nos braços, e vir embora Veronica. - Sussurrei baixo, tentando não assustar o pequeno que brincava distraído com os botões de minha blusa. - Eu sou um policial, é minha obrigação ajudar quem precisa. Além disso você me disse para seguir meus instintos, é isso que estou fazendo. - Minha amiga suspirou, jogando os cabelos de lado.

- Tudo bem, mais precisamos informar a agência de qualquer modo, Chad é um procurado perigoso. - Assenti voltando meus olhos para Mikkel quando ele resmungou. 

- Eu sei. Vou falar com a Camila, odeio fazer isso porque é o aniversário dela, mais precisamos voltar a Chicago, teremos mais apoio por lá. - Soltei um suspiro insatisfeito e ouvi a porta ser aberta, revelando uma Taylor um pouco mais composta do que antes.

Percebi o olhar averiguador de minha amiga analisando a garota dos pés a cabeça, que se retraiu tímida, repuxando as mangas do moletom e abraçando o próprio corpo.

- Vero, essa é Taylor Morgado. - Apontei com a cabeça e minha amiga a ofereceu um pequeno sorriso de canto, tetando deixá-la mais confortável a sua presença. - E Taylor, essa é Veronica Iglesias. Ela é minha amiga e trabalha comigo na agência, você pode confiar nela tanto quanto em mim. - A menina de cabelos castanhos claros assentiu, ainda muito tímida. 

- Taylor, Lorenzo me contou o que aconteceu, eu sei que você ainda pode estar um pouco abalada com tudo, mais para conseguirmos te deixar segura, você também vai precisar nos ajudar... você sabe do que estou falando, certo? - A pergunta sugestiva de Veronica pegou a menina de surpresa, seus olhos arregalados e o engolir a seco nos demonstrou isso.

Troquei um olhar com Vero, voltando a olhar para a adolescente a nossa frente, e por fim ela assentiu lentamente com a cabeça, parecia realmente receosa.

- Vamos com calma, certo? - Intervi, olhando de relance para a mulher ao meu lado, que se mostrou um pouco descontente com minha intervenção. 

Eu sabia que ela queria informações sobre Chad e seu bando, mais um pouco de empatia é sempre bom, certo? A garota havia acabado de passar por um susto, o mínimo que poderíamos fazer era deixá-la por um tempo para descansar a mente.

- Taylor, você está com fome? Hoje é aniversário da minha noiva, então tem muita comida boa. - Murmurei divertido, tentando acabar com um pouco do desconforto. Pareceu funcionar, já que ela sorriu e se aproximou de mim, estendendo os braços para pegar o filho enquanto assentia em silêncio. - Vem, eu pegar algo pra você. 

Nota mental: Ela é muito introvertida.

Deixei uma de minhas mãos pousar sobre sua lombar, mostrando o caminho, porém antes que eu acompanhasse seus passos, senti meu pulso ser envolvido e olhei novamente para Veronica. A pergunta muda e implícita em seus olhos foi facilmente decifrada por mim.

Ela queira saber se eu havia procurado a resposta para as dúvidas que tinha quanto a Taylor, mais eu somente balancei a cabeça em negação e continuei meu caminho, alcançando a adolescente antes que ela estivesse no fim das escadas.

A conduzi para a cozinha e preparei um prato de comida para ela, que se apresentava timidamente para algumas das primas de minha noiva enquanto elas claramente estavam encantadas com Mikkel. Meus olhos correram pelo ambiente, buscando pelos castanhos tão familiares, mais eu não a encontrei em lugar nenhum.

- Ela está com a tia Sinu. - Kat, uma das gêmeas prima de Camila, sussurrou para mim quando percebeu minha pequena "caça" por minha noiva, eu sorri um pouco envergonhado e a agradeci.

- Taylor, você vai ficar bem aqui? Eu preciso falar com a Camila. - Me aproximei da adolescente, que não deveria passar dos dezenove anos, enquanto ela terminava sua refeição. Seus olhos se voltaram para mim e pareciam um pouco mais suaves do que a uma hora atrás.

- Claro, vou ficar bem. - Assenti para seu sussurro e ela voltou a se concentrar em sua comida, aproveitando que seu filho era adulado pelas gêmeas.

Me movi por entre os corredores da casa, olhando para o quintal onde alguns parentes da família Cabello ainda se divertiam pacificamente, alheios ao que acontecia. Minha noiva não estava do lado de fora, então eu voltei a procurar dentro de casa.

Depois de alguns minutos, ao me aproximar da porta da pequena "biblioteca/escritório" eu consegui ouvir a voz de minha sogra, então sem exitar eu me aproximei e, usando os nós dos dedos, anunciei minha presença ao colidi-los contra a madeira.

Alguns segundos de silêncio e a porta foi aberta, revelando a latina mais velha com as sobrancelhas franzidas. Seus olhos demonstravam uma preocupação genuína, então ela deu um passo a frente, me fazendo afastar instintivamente.

- Ela está assustada, me contou por alto o que aconteceu. - Apertei os lábios e suspirei com seu sussurro, olhando por sobre seu ombro e observando a latina sentada de costas para nós. - Consegui acalmá-la um pouco, mais acho que ela apreciaria muito sua presença agora. 

- Obrigada. - Agradeci com um pequeno sorriso e ela me olhou reconfortante, deixando um aperto leve sobre meu ombro antes de se preparar para voltar aos seus convidados, mais então ela parou e se votou em minha direção.

- Você fez o certo ao ajudar a garota. - Foi tudo o que ela sussurrou antes de sorrir e se virar de costas, caminhando em direção a cozinha.

Eu assenti, sorrindo e voltando meus olhos para a porta aberta a minha frente. Não exitando, eu me movi dois passos a frente e fechei a porta atrás de meu corpo.

Encarei por um segundo o cabelo castanho caindo em cascatas por suas costas, então caminhei a passos lentos, contornando a poltrona em que ela estava sentada e parando a sua frente. Sua cabeça estava baixa, encarando o pequeno Thunder adormecido em seu colo enquanto ela o acariciava. Não consegui deixar de sorrir para o quão fofa era a cena.

Eu suspirei, me colocando de joelhos a sua frente e apoiando uma mão em sua perna esquerda, acariciando com as pontas dos dedos. Com a outra mão, eu afastei uma mecha que cobria sua face e a coloquei atrás de sua orelha. 

Camila mordiscava seu lábio inferior e persistia em manter seus olhos baixos, então usei dois dedos para erguer seu queixo e fazê-la me encarar. Meus dedos correram por sua bochecha, acariciando com a maior calma do mundo, sentindo a textura de sua pele.

- Ei... você está bem? - Minha voz não passava de um murmurio baixo e delicado, minha mão descendo para acariciar sua nuca em uma massagem que eu sabia que a acalmava. Seu tronco se moveu e ela suspirou pesadamente, finalmente firmando seu olhar em mim.

- Eu fiquei apavorada Lorenzo. Nunca me senti tão assustada antes. - Sussurrou fracamente, sua voz quase inaudível me obrigando a apurar minha audição. - Nós sabíamos o quanto aquele homem era violento, e quando você saiu com aquela arma para confrontá-lo, eu senti muito medo que ele te machucasse de alguma forma. - Senti meu coração se comprimindo dentro do peito ao ouvir seu fungado e ver seus olhos lacrimejando.

- Oh, meu amor, eu sinto muito que você tenha se sentindo assim. - Sussurrei com uma careta, forçando meu corpo um pouco para cima, apoiando minha testa em seu ombro enquanto a abraçava como nossa posição permitia. Meus dedos acariciaram seu couro cabelo e senti sua mão se agarrando em minha camisa enquanto ouvi outro fungado seguido de um suspiro.

Deixei que ela me abraçasse por alguns minutos em completo silêncio, até sentir o aperto firme de seus dedos afrouxar em minha camisa e sua respiração se tornar um pouco mais regular, então me afastei somente o suficiente para olhar em seus olhos.

- Não queria deixá-la assustada, mais precisava de uma garantia caso ele tentasse algo, você entende? Eu não poderia deixar que ele levasse a garota. - Murmurei delicadamente, pressionando meus lábios em sua pálpebra esquerda. Ela suspirou.

- Eu sei, mais não me deixou menos assustada.

- Sinto muito. - Murmurei, pressionando nossos lábios antes de me levantar e estender a mão em sua direção. 

Ela aceitou meu gesto, se levantando com cuidado para não deixar Thunder cair, então eu a puxei até o pequeno sofá embaixo da grande janela, me sentando e a trazendo para meu colo, entre minhas pernas. Suas costas se aconchegaram em meu peito e meu queixo descansou em seu ombro, me deixando com a visão do pequeno cachorrinho dormindo tranquilamente em sua barriga.

- Quero te contar uma coisa. Não é uma certeza, mais tem algum tempo que eu venho pensando sobre. - Murmurei distraidamente, correndo a ponta dos dedos por seus braços e sorrindo minimamente ao ver seus pelinhos se arrepiando com meu contato.

Queria retirar um pouco de sua atenção sobre o ocorrido mais cedo, mesmo que o assunto o envolvesse, eu sabia que ela direcionaria seus pensamente para o lado positivo.

- O que é? - Perguntou interessada. Eu sentia seu corpo relaxado, indicando que ela estava mais calma. Suspirei, sorrindo ao sentir o cheiro doce de seu creme corporal invadir meu olfato. Não resisti em percorrer seu pescoço com a ponta do nariz, sorrindo satisfeito ao senti-la se encolher e arrepiar antes de soltar uma pequena risada. - Pare com isso cariño, está me desconcentrando. - Soltei uma pequena risada, pressionando meus lábios em sua bochecha antes de voltar a me apoiar em seu ombro.

Uma risada escapou por meus lábios e eu sorri, encarando suas mãos que faziam carinho no pelo de Thunder, então eu suspirei, adotando um pouco mais de seriedade. Permaneci em silêncio por alguns segundos, forçando minha mente a pensar tão rápido quanto o possível em uma boa maneira de começar esse assunto.

Nem eu mesmo tinha alguma certeza sobre isso, mais queria que ela soubesse sobre minhas suspeitas. Depois de tudo o que passamos, era importante para mim, e para o nosso relacionamento, que não houvesse mais segredos entre nós.

- Você se lembra de quando conhecemos a Taylor? Eu comentei que ela me fazia lembrar minha família, se lembra? - Perguntei baixinho, ouvindo um arranhar de garganta como confirmação. Suspirei, correndo as mãos até alcançar a pequena bola de pelos em seu colo e o acariciei. - Eu venho pensando desde então, e... eu acho que ela pode ser minha irmã. - Senti o corpo de minha noiva tencionar e ela virou o pescoço em minha direção rapidamente, me encarando com os olhos arregalados.

Sua boca se abriu repetidas vezes, como se ela quisesse dizer algo, mais nenhum som se projetou por suas cordas vocais nos minutos seguintes. Ela franziu as sobrancelhas e seu corpo se moveu, virando-se totalmente em minha direção.

- Não entendo... - Balançou a cabeça de um lado para o outro, seu cenho franzido me fazendo suspirar.

- Não é uma certeza, como eu te disse. É mais algo como o instinto e o sentimento, sabe? Eu não... - Hesitei, suspirando fortemente antes de voltar a olhar em seus olhos castanhos. - Acho que sinto medo de pesquisar sobre isso mais a fundo e ter uma confirmação, entende? Se ela realmente for minha irmã, então Michael é seu pai. - Engoli a seco, fechando minhas mãos em punho instintivamente.  - E isso pode significar que ele está mais perto do que eu pensava

Eu não sabia ao certo o que pensar sobre essa possibilidade. Com toda a sinceridade existente dentro de mim, eu não era capaz de prever minha reação se o visse novamente. Mesmo depois de vinte anos, eu não havia conseguido superar o sentimento de ódio profundo desencadeado por todas suas ações para comigo.

Senti a mão de minha noiva percorrendo meu braço, envolvendo meu pescoço enquanto ela me olhava mordiscando o lábio inferior. Seus dedos se enroscaram nos pequenos fios de meus cabelos e ela suspirou enquanto eu fechava os olhos para aproveitar seu carinho.

- Eu sei de tudo o que ele te fez, e odeio isso. - Abri as pálpebras a tempo de ver minha noiva molhar os lábios com a ponta da língua, seu olhar analisando meu rosto com atenção enquanto seus dedos percorriam minha bochecha. - Mais sinto um tremor por dentro todas as vezes em que te vejo falando sobre ele... seus olhos ficam vazios de emoção, e eu odeio vê-lo assim. - Suspirei ao sentir sua testa se apoiando sobre a minha, a ponta de nossos narizes se roçando enquanto ela me olhava de tão perto.

Meus dedos acariciaram sua cintura, subindo lentamente por suas costas e braço até finalmente envolver sua nuca. A respiração quente soprando sobre minha face enquanto eu encarava com atenção os olhos castanhos que tanto me fascinavam.

Eu nunca cansaria de lembrar a mim mesmo o quanto Camila conseguia retirar de meu interior qualquer tipo de sentimento ruim, somente olhando em meus olhos, me fazendo perder na imensidão castanha para qual seus olhos me levavam.

Não consegui sequer responder a sua última observação, perdido demais em nosso mundo particular. Seus lábios alcançaram os meus em um beijo casto, prendendo meu lábio inferior e o puxando lentamente. Meus olhos se fecharam e eu suspirei, me deixando levar por todas as sensações que ela conseguia me proporcionar.

[...]

- Vocês realmente precisam ir? Já está anoitecendo, porque não esperam até de manhã? - Meu sogro resmungou pela quarta vez enquanto eu terminava de colocar nossas coisas no porta malas do carro, seus braços envolvendo os ombros da filha em um abraço apertado.

- Papa, nem está tão tarde assim. Além do mais a viagem não é longa, Chicago é pertinho daqui. - Sorri ao ver o bico descontente de Alejandro e outro resmungo incompreensível.

- Não seja tão dramático hombre, eles já disseram que precisam ir. - Minha sogra o repreendeu, puxando os braços de Camila para abraça-la enquanto meu sogro a olhava emburrado. Taylor prendeu uma risada ao meu lado, olhando divertida para eles.

- Vocês estão sempre convidados para uma visita. Camila sempre reclama que vocês ainda não conhecem nossa casa. - Me pronunciei, dando um passo a frente e abraçando o homem latino em forma de despedida.

- Eu ainda arrasto Alejandro, mesmo que a contragosto. Ele precisa perder esse medo bobo da cidade grande. - Sinuhe murmurou com os olhos apertados, lançando um olhar ao marido antes de me envolver em um abraço apertado e beijar minhas bochechas.

Não conseguimos evitar uma gargalhada com os resmungos de meu sogro, que se calou rapidamente com o olhar que sua esposa direcionava em sua direção antes de se aproximar de Taylor, que segurava seu filho nos braços, para se despedir.

Vero e Lucy já nos esperavam dentro de seu próprio carro do outro lado da rua, haviam se despedido um pouco antes e colocado uma Nicole adormecida na cadeirinha. Minha amiga havia conversado comigo um pouco mais cedo, e concordamos em conversar com Taylor na manhã do outro dia, e se ela tivesse alguma informação realmente relevante, então nos a levaríamos na agência para recolher seu depoimento formalmente.

Como o esperado, a viagem até Chicago durou um pouco mais de uma hora, depois de ficarmos parados em um pequeno engarrafamento. Tentando não deixar um silêncio desconfortável no carro minha noiva iniciou uma conversa amena com Taylor, que se mostrava interessada em seus assuntos. 

Por ter saído as pressas para conseguir fugir de Chad, ela sequer conseguiu pegar o básico que uma pessoa precisa no dia a dia, então eu parei em uma farmácia a caminho de casa e, sobre protestos envergonhados, comprei o que o bebê precisava.

Como Taylor era maior do que minha noiva, ela não poderia pegar suas roupas emprestadas, então Camila se ofereceu para passar com ela no departamento de roupas do Walmart. Por fim, conseguimos chegar em casa pouco antes de oito da noite e, enquanto as duas mulheres e o pequeno entravam para dentro, com Camila falando ao telefone com seus pais para avisar que havíamos chego, eu descia todas nossas coisas de dentro do carro.

Thunder estava adormecido em sua casinha, e eu me certifiquei de achar um bom lugar para deixá-la, junto com o bebedouro onde coloquei água limpa. Não colocaria ração a vontade, como a latina havia instruído, somente algumas vezes por dia, ou então ele poderia "comer até arrebentar" com seu apatite monstruoso.

- Amor, porque você não mostra a Taylor o quarto enquanto eu preparo nosso jantar? - Sugeri, abraçando minha noiva e deixando um selinho rápido em seus lábios. 

- Claro, vou aproveitar e tomar um banho, o dia hoje foi cansativo. - Respondeu, enlaçando meu pescoço e pressionando nossos lábios repetidas vezes antes de se afastar e seguir com Taylor para as escadas. - Vem comigo, eu vou te mostrar o quarto de hospedes, você pode... - Sua voz se distanciou até se tornar inaudível. 

Ainda não havíamos falado sobre quanto tempo a adolescente ficaria conosco, ou se ela tinha a quem recorrer, o que eu duvidava muito, já que havia nos pedido por ajuda.

Eu suspirei levando as mãos a cabeça e bagunçando meus cabelos enquanto caminhava para a cozinha e separava tudo o que precisaria para fazer nosso jantar. Meus pensamentos estavam a mil por hora, pensando em tudo o que o dia de amanhã poderia nos trazer.

Seria um tempo cheio.


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Sério agora, eu quero que vocês me digam o que acharam do capítulo. Alguma coisa ficou confusa para o entendimento? Eu tô conseguindo passar bem o que eles estão sentindo? 

Não deixem de dizer, sério, eu ando um pouco insegura com minha escrita ultimamente e é importante que eu sabia onde eu devo melhorar e o que estou deixando passar.

No mais, vejo vocês em breve.

Beijinhos molhados e abraços apertados a todas as criaturinhas do mal aqui presentes s2

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