- Ai, ai, ai, ai, ai, que porra é essa mãe? - Perguntei quase chorando de dor.
E aqui estamos nós, na manhã de uma segunda feira ensolarada em Atlanta e eu com o pulso torcido e minha mãe me torturando.
- Olha a boca Luiza! Não te ensinei a falar assim! - Me repreendeu ela.
Revirei os olhos e disse:
- Eu fiz alguma coisa pra você? Porque pelo amor de Cristo, isso doi demais.
- Eu estou te ajudando Luiza. - Disse ela.
Enfim, ela terminou, ela só tinha colocado uma luva ortopédica, porque eu aleguei que era bem menos vergonhoso do que gesso, minha mãe tinha dons hospitalares, minha avó ensinou tudo à ela.
- Prontinho, agora você pode ir pro estúdio. - Disse ela.
- Obrigada mãe, tchau e diga à Luana pra ela ficar longe das minhas tortas. - Digo.
Ela riu e se despediu de mim.
Fui no MEU carro até o estúdio, quem estava evidentemente muito feliz por ter seu próprio carro? EUZINHA AQUI!
Meu carro era um Mini Copper, branco e bem lindo, eu me apaixonei por esse carro assim que vi minha querida mãe me entregando as chaves, com esse carro eu me sentia Fancy, se é que vocês me entendem.
Cheguei no estúdio e fui até uma salinha cheia de instrumentos, Helouise (Minha agente) já estava lá.
- Luiza! Graças à Deus, você está atrasada. - Disse Helouise.
Apontei para o meu pulso e rapidamente ela entendeu o motivo.
- Esses são Johnny e Kevin, eles vão te explicar algumas coisas. - Disse Helouise.
- Olá, eu sou a Luiza, prazer em conhecê-los. - Digo sorrindo.
- O prazer é todo meu, podemos começar? - Perguntou Kevin.
Assenti sorrindo e me sentei.
Eles me explicaram como tudo funcionaria, como eu gravaria minhas músicas, e faria um CD, eles me explicaram tudo mesmo, o mais importante para uma cantora iniciante.
- Agora, você já tem alguma música pronta? - Perguntou Johnny.
- Tenho, só uma ainda Promises To Me, acho que consigo escrever mais e até fazer um CD. - Digo.
- Poderíamos gravar essa música hoje, se você não se importar. - Disse Kevin.
- Claro, sem problemas. - Digo.
Eles assentiram e eu fui até a cabine do estúdio, peguei o violão e toquei a melodia da música, eu tinha um pouco de dificuldade por causa do pulso, mas consegui tocar normalmente.
Depois de alguns ajustes oferecidos por eles, eu já tinha gravado a minha primeira música.
- A sua música está incrível! - Disse Kevin sorrindo.
- Obrigada, vou fazer mais algumas, essa coisa de fazer um CD me deixou animada. - Digo sorrindo.
Eles sorriram e depois eu e Helouise saímos da sala, porque na outra sala, eu iria gravar a música com os meninos do 5 Seconds Of Summer.
Entrei na sala e todos estavam reunidos, eu sorri e disse:
- Olá queridinhos!
Eles riram e Calum logo voltou a atenção dele para Helouise.
Helouise safada, sorriu significativamente pra ele. Eu revirei os olhos e disse ao Calum:
- Ok Cal, você já pode parar de babar.
Os meninos riram e Luke disse:
- Pronta pra gravar Early Today?
Eu ajudei na música, em algumas coisas, o nome dela é Early Today, é uma música bastante legal e que tinha exatamente a pegada de rock e pop que eu disse à eles.
Eu assenti sorrindo e sentei na frente de um microfone.
- This morning, when I woke up and saw you, I thought I was in so much fear. Oh, how I cried, I suffered in secret, all this earlier today. - Cantei suavemente.
Os meninos sorriam e Luke começou a cantar a parte dele e assim sucessivamente até a música acabar.
A música acabou e Luke, entusiasmado disse:
- Qualquer dia, devemos gravar o vídeo clipe.
- Gravaremos Luke, adorei fazer essa parceria com vocês meninos! - Digo sorrindo.
- Eu também Luh, muito mesmo. - Disse Michael.
- Oun, abraço em grupo! - Digo sorrindo.
Todos se reuniram, inclusive Helouise, e nos abraçamos, todos juntos.
No fim da tarde, eu e Helouise fomos encontrar Simon no estúdio de tatuagem, lá eu faria a tatuagem que ele me deu de aniversário.
Chegando lá, Helouise estava animada, por um motivo que eu ainda desconhecia.
- Amiga, por que você está tão animada? Parece que você viu unicórnios azuis por aí. - Digo.
- Calum é muito fofo. - Disse ela.
- Ele baba por você. - Digo abrindo a porta do estúdio.
- E nós vamos sair hoje a noite. - Disse Helouise sorrindo.
- VOCÊS O QUÊ? - Perguntei sorrindo.
- Isso que você ouviu, eu e Calum Hood vamos sair. - Disse Helouise sorrindo muito.
- Isso é incrível! - Digo sorrindo.
Ela sorriu e eu vi Simon sentado, ele me viu e sorriu.
- Olá amiguinho! - Digo sorrindo.
Ele se levantou e me abraçou.
- É só você escolher o que quer fazer.
Sorri e comecei a folhear o caderno de desenhos de tatuagem.
A tatuagem que me chamou mais atenção foi o desenho de uma fênix, ela era linda e era vermelha (Minha cor favorita), tinha detalhes azuis que só faziam a tatuagem ficar perfeita.
- Vou querer essa daqui! É perfeita! - Digo sorrindo.
- E enorme também. - Disse Helouise.
- Onde vai querer? - Perguntou o tatuador.
- Nas costas, e quero ela grande. - Digo.
Ok, eu sou masoquista, amo sentir dor e nesse caso, seria uma boa dor.
Jack, o tatuador me mandou tirar a blusa, estranhei de início, mas depois tirei, afinal, eu tava de sutiã mesmo.
Ele começou a desenhar nas minhas costas e advinhem só, doeu pra porra e eu quase enfio aquelas agulhas na goela do carinha lá.
- Simonzinho, isso doi demais! - Digo apertando a mão dele.
Simon riu e disse:
- Sabe, eu ainda quero continuar com a minha mão inteira.
Eu ri e perguntei:
- Como tá ficando?
- Linda, mas ainda vai demorar mais. - Disse Simon.
Assenti e apertei mais a mão dele.
Horas se passaram quando minha fênix estava finalmente pronta, ela ia do início da minha coluna até a lateral da minha costa, mais ou menos cruzando aquela parte, acabava abaixo do meu peito.
- Tá maravilhoso, obrigada Simon.
Ele sorriu e o tatuador me "empacotou", como a tatuagem é nova, ainda tinha uns processos para cicatrizar, então eu tinha que parecer um pão embrulhado com papel alumínio.
Fomos embora e Helouise foi direto pra casa dela, Simon pegou carona com ela, eu entrei no meu carro e liguei para o Ian.
- Oi. - Disse Ian.
- Oi, já tem um tempinho livre? - Perguntou.
- Tenho, eu tava indo agora pra casa. - Disse Ian.
- Acabei de sair do estúdio de tatuagem, posso passar na sua casa? - Perguntei.
- Claro, nos vemos daqui a pouco. - Disse Ian desligando.
Deu partida e liguei o rádio, nesse momento tava tocando Your Love Is My Drug, da Kesha, pirei e comecei a cantar também:
- CAUSE YOUR LOVE, YOUR LOVE, YOUR LOVE, YOUR LOVE IS MY DRUG.
Fazia dancinhas malucas e dirigia ao mesmo tempo, e tive uma idéia ótima! Escrever mais uma música, do meu jeito e que não fosse tão romantiquinha, ia ter tudo que eu amo em uma música, vou trabalhar nisso depois.
Vocês lembram do CD que eu vou fazer? Eu tô totalmente entusiasmada para iniciar meu trabalho nesse CD, quero muito dar um nome à ele, mas ainda não tenho idéia de como vai ser.
Depois de uns minutos, cheguei na casa do Ian. Minha pele na região da tatuagem ainda ardia, fazua diminuir a dor no pulso, mas doia do mesmo jeito.
Meu cálice de dores transborda!
Bati na porta do Ian que me atendeu sorridente.
- Oi querida. - Disse Ian.
Sorri e o abracei.
- Já tá melhor do pulso? - Perguntou Ian.
- Não, mas tô bem. - Digo.
Sentei no sofá e Ian me perguntou:
- E qual foi a tatuagem que você fez?
Ele procurava algo pelo meu corpo, mas não achava. Sorri e disse:
- Uma Fênix, nas costas.
- Posso ver? - Perguntou Ian.
Dei de ombros e tirei a blusa, Ian ficou meio que sem jeito, eu ri e disse:
- Não há nada que você já não tenha visto!
Ele riu e analisou o desenho em mim.
- Ficou maravilhoso. - Disse Ian.
- Eu adorei, se eu pudesse fazer mais, eu faria. - Digo.
Ian sorriu e ainda olhava pra mim, mas eu não sabia bem se era pra tatuagem.
Antes que eu começasse a corar, vesti a blusa e disse:
- Ainda tá ardendo, vai demorar um pouco pra cicatrizar.
Ian sorriu e eu me sentei de novo, Ian sentou do meu lado e eu comecei a contar como foi meu dia, queria dividir tudo com ele.
- E Helouise vai sair com o Calum, ele é praticamente louco por ela, espero que der certo. - Digo.
Ian sorriu e me perguntou:
- Você está feliz?
Que pergunta estranha, por quê Ian me perguntaria algo assim?
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IAN POV
Luiza me contou animadamente todo o dia dela, ela parecia bem, mas eu tinha minhas dúvidas.
- Você está feliz? - Perguntei.
- Por que essa pergunta? - Perguntou Luiza, estranhando.
- Porque eu sei que você se esconde atrás de uma armadura impenetrável, e eu quero saber o seu eu verdadeiro. - Digo.
Ela suspirou e disse:
- Estou, eu estou feliz Ian, tô iniciando uma carreira, tenho as melhores pessoas na minha vida, o que eu poderia pedir mais?
- Mesmo? - Perguntei.
- Sim. - Disse ela.
Eu sabia que não era totalmente verdade, peguei o telefone dela e disse:
- Você vai ligar pra ele e dizer como se sente.
- Ligar pra quem exatamente? - Perguntou ela.
- Pro seu pai, é isso que está te deixando assim, e eu não quero te ver mais nenhum segundo assim. - Digo.
- Sabe que isso só vai piorar? - Perguntou ela.
- Não vai, você verá, tente pelo menos. - Digo.
Ela suspirou e tomou o celular da minha mão.
- Pai? - Perguntou ela.
Não ouvi resposta, mas ela sim, porque vi que ela arregalou os olhos e disse:
- Não é hora pra me convidar pra jantarzinho idiotas, eu quero dizer como eu me sinto.
E ai estava a garota pela qual me apaixonei: Teimosa, irônica, estressada, doce, e mais trilhões de coisas que ela se permitia ser.
Ela revirou os olhos, irritada e disse:
- Olha só pai, eu não entendo como é que um pai faz tanto uma filha sofrer, não sei se a Luana sente a mesma coisa que eu, mas eu odeio ter passado esses 3 últimos anos abandonada por um pai que diz tanto me amar, mas quando uma vaca leiteira aparece, a primeira oportunidade de abandonar a família é bem vinda não é?
Me segurei para não rir do "Vaca leiteira" que ela usou.
- E não importa o que você diga para mudar o que eu sinto, porque nada muda essa sensação, nada! - Continuou Luiza. - Quer dizer, pela primeira vez em 3 anos, eu me sinto livre dessa angústia, desse sofrimento ridículo, e isso tudo tem a ver com uma pessoa que eu nunca imaginava que poderia estar comigo agora! E eu sou tão grata por isso, você não tem idéia, mas não estou aqui pra ofender você, e sim para dizer que eu ainda espero pelo o pai que me abandonou à três anos atrás, só não sei quanto tempo isso vai durar.
Aquela pessoa que ela citou era eu? Provavelmente.
Ela já estava praticamente lagrimando quando desligou.
Ela suspirou e sorriu.
- Você tá bem? - Perguntei.
- Estou, falei tudo o que eu queria. - Disse ela.
Eu sorri e ela disse:
- Obrigada Ian.
- Pelo o quê exatamente? - Perguntei sorrindo.
- Por existir! Você foi a única pessoa que me convenceu à ligar pra ele durante esses anos. - Disse ela sorrindo.
- É porque eu sei que dentro dessa armadura toda, tem uma garota frágil e que merece ser amada. - Digo pegando seu rosto.
- Eu te amo seu idiota! - Disse ela sorrindo.
Mesmo quando ela me xingava, eu não me sentia ofendido, porque era ela que me fazia sorrir.
- Eu também ruivinha! - Digo sorrindo.
Ela sorriu e me beijou.