Peripécias da Vida de Abby

By MiaObrien

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✖ "Everybody talks about love, but it's not real is it?" - Oz, The Great and Powerful ✖ ➸ Síntese na página s... More

Peripécias da Vida de Abby
Prólogo
Capítulo 1 - Temperamento explosivo
Capítulo 2 - Nicholas Sparks? Não mesmo...
Capítulo 3 - Um novo amigo?
Capítulo 4 - Weirdos e Nerds
Capítulo 5 - Acção-Reação
Capítulo 6 - Aterrorizante bigode farfalhudo
Capítulo 7 - Pretexto ideal não encontrado
Capítulo 8 - História para adormecer
Capítulo 9 - Lábios vermelhos
Capítulo 11 - Voltar atrás
Capítulo 12 - Noite de jogo
Capítulo 13 - Ganhando ou perdendo?
Capítulo 14 - Moscas e outros problemas
Capítulo 15 - Orgulho e Preserverança
Capítulo 16 - Os efeitos de uma bola de espelhos
Capítulo 17 - A verdade por trás de portas fechadas
Capítulo 18 - Dia Chuvoso
Capítulo 19 - Faísca, Chama, Incêndio
Capítulo 20 - Choque Terapêutico
Capítulo 21 - Dia do Debate
Capítulo 22 - As Necessidades de um Ego Viril
Capítulo 23 - Miserável Matéria Cinzenta
Capítulo 24 - O monstro no interior
Capítulo 25 - Tempestades de Relâmpago
Capítulo 26 - Pequeno Isqueiro Verde
Capítulo 27 - Noite promissora
Capítulo 28 - Reis, Rainhas e Sorrisos Peculiares
Capítulo 29 - Vantagens de uma Iluminação Verde
Capítulo 30 - As Pegadas de um Beijo
Capítulo 31 - Estilhaços do Passado
Notificação

Capítulo 10 - Sono e outras drogas

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By MiaObrien

"Chrystal? Onde está o Michael?" perguntei à medida que a observava. Eram cerca de quatro da madrugada por esta altura. A música explodia ainda pelas colunas e o pessoal dançava como se não houvesse amanhã. Ela apenas se riu. "Chrystal?" chamei novamente, observando-a com ainda mais atenção. Parecia um pouco perdida.

"Hum... não... não sei. Acho que o perdi." Respondeu ela, séria por uns momentos. Oh oh... ela tinha tomado alguma coisa não tinha? Abanei a cabeça. "Wow..." murmurou ela fascinada pelo que eu supus que fossem as luzes na sala. Um leve sorriso surgiu devagarinho nos seus lábios. Caminhando de costas para o exterior da sala, acabou por se apoiar no corrimão das escadas. Porque é que elas tinham sempre que tomar estas coisas?!

Mas era óbvio: as pupilas estavam dilatadas, os olhos tinham uma vermelhidão particular e a atitude era inconfundível. De repente, reparei que ela estava tremer. Oh, porra!

"Chrystal? Oh deus, anda cá" pedi, enquanto a envolvia num abraço. Assustava-me vê-la assim tão vulnerável e... perdida. "Estás a tremer..." murmurei baixinho. No entanto, foi o suficiente para ela ouvir e arrependi-me imediatamente de o ter dito em voz alta.

"Estou?!" questionou ela, afastando-se abruptamente. Tinha repentinamente passado de um estado de calma absoluta, a um estado inesperado de medo, quase pânico. Vi como olhava para as suas mãos, arregalando os olhos assim que confirmou o que eu tinha dito. "Eu estou...! eu estou... eu..."

"Não, não! Chrystal? Chrystal!" chamei, procurando desesperadamente captar a sua atenção. Ela olhou para mim, tão depressa como o tiro de uma espingarda, o olhar de pânico ainda imprimido no seu olhar.

"Não estás a tremer! Não estás." Tentei acalmar, oferecendo-lhe um sorriso inconstante e um olhar provavelmente demasiado receoso para ser assegurador.

"Mas eu..."

"Não..." murmurei eu, abanando a cabeça. "não..." repeti. Ela ia ficar bem. Sempre ficava... Finalmente, ela sorriu de volta e a paranoia tinha desvanecido quase tão rápido como tinha surgido. Os seus olhos estranhamente fixados em mim. Primeiro, levantou uma sobrancelha depois franziu profundamente a testa.

"O que foi?" perguntei. "O que foi, Chrystal?" perguntei novamente aproximando-me dela.

"O teu sorriso..." murmurou ela. Franzi as sobrancelhas e esperei em silêncio. "Devias sorrir mais." Afirmou ela. E, no momento em que o fez, pareceu ver algo atrás de mim e sorriu ainda mais. Engolindo a seco, olhei sobre o meu ombro. Não vi mais nada do que a paisagem lá de fora. "Uau!" murmurou ela, rindo tolamente. E com isto, marchou para o exterior onde não se encontrava ninguém.

Estava perplexa. Maravilhada. Mordendo o lábio, segui-a. "Hey, Chrys?" chamei pela vigésima vez, pousando a mão no seu ombro. Infelizmente não sabia o que dizer. Raramente a chamava assim... mas isso não interessava agora. Só queria que não se afastasse... seria terrível se ela se perdesse por entre as árvores que rodeavam toda esta área numa malha interminável.

De repente, ela inspirou um grande golpe de ar, como se algo a tivesse surpreendido. "Chrys?" chamei novamente. Ugh... era ridícula a forma como eu lidava com drogas. Parecia até que esta era primeira vez que lidava com alguém na mesma situação que ela.

"Ouviste isto?" Perguntou-me. Os seus olhos iluminando-se como se houvesse ouvido algo fascinante e incomparável.

"O quê?" perguntei, sorrindo perante a expressão de felicidade que se lhe estampara no rosto.

"É tão lindo! É branco..." suspirou ela, fechando os olhos por breves segundos. Suspirei também. Esta ia ser uma longa noite... Com sorte, ela havia tomado isto há algum tempo e o efeito iria durar apenas mais algumas horas.

*****

Acordei quando alguém tropeçou no meu pé, destrambelhadamente. Ainda antes que pudesse ver rosto desta pessoa, uma voz feminina sussurrou já a alguns passos: "Desculpa, foi sem querer." Não a reconheci. No entanto, isto fora o suficiente para eu me apoiar sobre os cotovelos e olhar em volta. As pessoas pareciam ter ido todas embora. Bocejei.

A Gaby dormia pacificamente ao meu lado. No entanto, sobressaltei-me ao ver que Chrystal tinha deixado o lugar onde tinha estado previamente.

Será que os efeitos já tinham passado!? Onde estava ela?!

Engoli a seco. Procurando freneticamente o telemóvel no bolso, verifiquei horrorizada que eram já seis e meia. Porra! Porque raio é que o alarme não houvera tocado?! Talvez ele tenha tocado Abby, tu é que não ouvis-te. Uma voz sugeriu na minha cabeça.

Olhando para a Gaby que dormia ainda ao meu lado no chão de madeira da sala, ponderei se realmente teria de acordá-la ou não. Quando tinha certeza de que não havia outra hipótese senão fazê-lo - e lembrando-me do como era desconfortável dormir no chão - abanei-lhe o ombro cuidadosamente. "Gaby, acorda. São seis e meia." Anunciei baixinho. Ela murmurou qualquer coisa incompreensível e abriu ligeiramente os olhos.

Sorrindo-lhe, levantei-me sacudindo as calças e o casaco e caminhei pela confusão em que se encontrava a sala. Encontrei a Rachel no chão a dormir nos braços do Alex que tinha duas garrafas de cerveja mesmo ao seu lado. Baixei-me e tocando-lhe na perna, apoiei-me e chamei-os. "É bom que vocês acordem... são seis e meia da manhã!" afirmei. "Rachel!" insisti. Ela apenas abanou os ombros para me dispensar e, abanando a cabeça, levantei-me e virei costas.

E assim que o fiz, dei de caras com a imagem pacífica da Chrystal a dormir no sofá enquanto o Michael dormia a seu lado, no chão. Um leve sorriso apareceu nos meus lábios. Estava tudo bem. Tudo bem como sempre.

Pude ouvir um enorme bocejo a alguns metros de mim. "Bom dia." Murmurou Gaby por entre o bocejo. Ela era uma pessoa que gostava de manhãs. Eu também gostava. Quer dizer... nem sempre mas ainda assim...

"Bom dia." Respondi enquanto a via caminhar para mim ao mesmo tempo que procurava espreguiçar-se. Obviamente, acabou por se parecer com uma espécie de pinguim lesionado. "Temos de ir para casa antes que eles acordem." Disse, ligeiramente stressada. "Eles" já todos sabíamos quem eram.

"Eu sei. Mas eles não me parecem muito dispostos a acordar tão cedo." Afirmou de testa franzida, apontado para o pessoal que estava a dormir aqui e ali. Depois de esperar mais dois segundos por qualquer sinal que provasse o contrário por parte dos meus amigos, não hesitei nem mais minuto. À medida que batia palmas - que pareciam especialmente barulhentas - falei num tom autoritário e intimidante.

"Quero toda a gente em pé, agora!" Imediatamente houveram manifestações de descontentamento por parte de todos.

"Fodasse..."

"Abby!" queixava-se Chrystal.

"Isto é algum tipo de piada?" murmurou o Michael ao seu lado. Eu apenas ri maliciosamente.

"Não vais achar que isto é uma piada quando a tua mãe te estiver a encher os ouvidos sobre passares a noite fora de casa..." afirmei eu, apanhado o casaco de alguém do chão. De quem seria isto?

"Preciso de café..." murmurou a Rachel.

"Preciso de dormir..." continuou o Alex.

Ugh! Revirei os olhos. Será que não podiam parar de se queixar?! Quer dizer, eu também tinha sono e não era por isso que andava para aí a queixar-me. Talvez eu estivesse a exagerar, a minha paciência esgotava-se muito facilmente.

"Vá, andem lá!" encorajei. Depois, suspirando à medida que os vi movimentarem-se, falei novamente. "Eu vou indo." Afirmei, virando costas. Depois, antes que pudesse dar dois passos, parei no lugar. Voltei-me novamente para eles. "Alguém sabe onde se meteu o Aiden?" perguntei num estranho tom. Esta pergunta parecia ter saído da boca da pessoa errada. Instintivamente, olhei para a minha melhor amiga mas antes que ela pudesse reagir, a voz dele soou ao fundo da sala.

"Presente!" anunciou ele, acenando para nós num movimento rápido e com apenas três dedos. Depois, deixou a cabeça cair novamente sobre os braços. Parecia-me uma daquelas tartarugas dos desenhos animados. Abanando a cabeça, um pouco desconcertada pelas minhas terríveis comparações, dei meia volta e parei uma vez mais. Esta pergunta pareceu ainda mais difícil de sair: "E o Jason?" perguntei, o meu tom um pouco mais baixo. Foi o Michael que me respondeu.

"Hum... ele saiu por volta das cinco. Acho que tinha de ir para casa." Afirmou ele. Acenei ligeiramente com a cabeça.

"Certo." Murmurei. "Xau!" atirei sobre o ombro, caminhando rapidamente para o exterior. Atrás de mim ainda podia ouvir despedidas.

O Mike tinha ido embora ontem a meio da noite. Ele parecia realmente estar a sentir-se bem com o meu grupo mas a verdade é que depois de o seu telemóvel ter tocado, tinha-se instalado no seu rosto uma expressão distante e triste. O que quer que fosse tinha feito evaporar toda a sua boa disposição. Por isso, foi embora. Eu queria perguntar-lhe o que era mas ele parecia estar demasiado absorvido nos seus pensamentos para conversar com quem quer que fosse. Apesar disso, não foi embora sem antes me perguntar se ia precisar de boleia. Disse educadamente que não e acenando, dei-lhe um discreto apertão na mão. Tudo vai ficar bem queria eu dizer. Infelizmente, não tinha coragem para o fazer em voz alta.

Talvez hoje eu ainda pudesse procurar perceber o que havia de errado com ele mas se não chegasse a casa depressa e dormisse algumas horas, nem sequer ia conseguir pensar de forma coerente. Só precisava de dormir um pouco...

Assim que os meus pés me levaram à rua certa, levei as mãos aos céus dramaticamente. Muito provavelmente a esta hora da manhã não haveria ninguém para ver as minhas figuras. Em poucos segundos, estava à porta de casa e, abrindo-a silenciosamente, fui brindada com um silêncio que abracei sem qualquer hesitação. Verificando que tinha realmente sido bem-sucedida e que a minha saída à noite passara despercebida, subi as escadas com pezinhos de lã - embora elas rangessem ligeiramente aqui e ali - e apressei-me para o meu quarto.

Despi as roupas em quinze segundos, vesti uma t-shirt larga a que chamava de pijama e depois, atirando toda a roupa para um canto na casa de banho, fechei essa porta, abri a minha janela e à medida que me apressava para dentro dos lençóis apercebi-me de que não ia conseguir dormir sem fazer uma coisa primeiro.

Levantando-me, fui pé ante pé à última porta do corredor e abri-a lentamente. Assim que vi a minha irmãzinha no seu sono mais profundo, respirei fundo e voltei a fechar a porta. Só depois consegui relaxar, já no quentinho dos meus cobertores.


____________________________________________________________


Olá pessoal! Então? O que acharam deste capítulo?

✿ Primeiro, quero avisar que nunca experimentei drogas na minha vida e, assim, toda a atitude da Chrystal é uma mera suposição e resultado de pesquisas online. Por isso, nem vale a pena começarem a escrever comentários negativos até porque uma experiência nunca é igual à outra e isto é apenas ficção.

✿ Segundo, eu sei que este capítulo não foi muito interessante mas era mais para vos mostrar o quanto a Abby se preocupa com os amigos. Foi mais uma espécie de "filler chapter".

✿ Terceiro, o próximo capítulo vai mergulhar-vos um pouco mais nos problemas familiares que a Abby enfrenta.


❤ Um enormíssimo obrigada à fiel leitora deste livro PVA, LittleDeath11. A capa que fizes-te é perfeita e não podia esperar menos de uma pessoa tão empenhada. Um beijinho bem grande para ti! ❤


Obrigada por lerem e não de esqueçem! Votem, comentem e divulguem muito, muito, muito. ㋡


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