☠♥ Disaster ♥☠

By 3Carla

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autora: 3Carla More

Sinopse
Prólogo
capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Nota da autora
Capitulo 4
Bónus • Bernardo•
Capitulo 5
Capitulo 6
Bónus ○Bernardo○
Capitulo 7
Capitulo 8
Bonus○Bernardo○
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 19
Capitulo 20
Bónus ○Bernardo○
Recadinho, é chato, mas leiam please
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25
Capitulo 26
Comunicado
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 28 parte II
Capitulo 29

Capitulo 18

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By 3Carla

Faz cerca de uma hora que eu estou vegetando em cima da minha cama, encarando o teto. Ele sempre parece interessante quando você o olha sem parar.

Coloco o braço sobre o meu rosto e sinto ele molhado, respiro fundo e movo os meus pés pra ver se eles se mexem (é que eles estão um pouco dormentes), eles se movimentam normalmente (pro meu alivio). E eu fico lá jogada na cama, e esperando a morte. Talvez assim eu possa me sentir melhor. Não que eu ache que o céu (olha eu me iludindo) vá ser divertido. Mas pelo menos eu não estaria aqui.

Eu ia mesmo soltar um longo, sonoro, e bem dramático suspiro, mas então a minha mãe entra no quarto que nem um furacão, e eu quase morro sufocada por segurar o ar.

-- Pricilla minha filha você está bem? – Ela se senta do meu lado em cima da cama e me examina detalhadamente. – Achei o Bernardo lá fora com uma cara nada boa. Vocês brigaram?

Quem dera a gente tivesse brigado. Quem dera eu tivesse arrancado as bolas daquele imbecil. Como eu queria.

Eu sinto tudo o que eu achava que eu já tinha arrancado de dentro de mim se intensificarem, e as lagrimas que tinham parado, ameaçam voltar. Não sei como as mães têm o poder de fazer isso, fazer a gente chorar ridiculamente quando pensamos que já resolvemos os problemas.

--- Não aconteceu nada mãe. – Respondo seca e me levanto indo em direção ao banheiro.

-- Então porquê que o Bernardo está daquele jeito? E porquê essa cara de quem estava chorando?

-- Isso você vai ter que perguntar pra ele mãe. E eu não estou chorando. Portanto esquece. – Entro no banheiro e bato a porta.

Tiro o jeans e a regata que eu estou usando e entro na banheira com o sutiã e calcinha. Abro o chuveiro e olho pra baixo, só então percebo que estou com as meias ainda. Perfeito.

Nesse momento devem estar pensando que eu estou muito mal, sofrendo como num inferno. Mas pra ser sincera eu não estou nem perto disso.

 Eu estou com odio. Puro e transparente odio.

Estou com odio do Bernardo, do pai dele, do protótipo mal feito de barbie que ele trouxe de sei lá onde, do mundo que é uma desgraça onde ninguém mais consegue guardar o pau dentro da calça ou não abrir as pernas, e de mim, por ser tão estúpida e estar chorando.

Eu odeio chorar. E nesse momento eu odeio minha vida.

Pensando bem eu estou com mais odio do Bernardo por ele ter beijado aquela minhoca do que de outra coisa.

 Eu sei que sou insuportável e tals, mas essa sou eu. E isso não quer dizer que eu não sinto. E nesse momento eu me sinto uma fracassada, meu namorado não acha o meu beijo bom o suficiente e foi beijar uma fêmea de camelo pra se satisfazer, estou pensando seriamente em fazer um curso de beijo e descobrir se o problema é realmente eu.

Mas que merda. O filho de um camelo banguela tinha que ficar de melação com a feionique? Meu capeta, ninguém merece.

Pelo menos EU não mereço minha gente.

Depois de quase uma eternidade eu saio do banheiro. Estou toda enrugada e branca depois de passar tanto tempo debaixo do chuveiro. Estou com frio. E adivinhem? Eu ainda estou com raiva.

Entro no quarto e para a “nooosssaaa alegriaaaa”, minha mãe continua lá me esperando como uma mãe paciente (que ela nunca foi).

-- Merda. – Giro pelos calcanhares pra voltar pro banheiro mas sou impossibilitada.

-- Vem cá Pricilla Edwars. – Nossa, nome+apelido = fudeu pra mim. Viro pra ela e bufo. Vou em direção ao meu guarda-roupa e começo a vestir qualquer trapo que eu achei pela frente.

-- Mãe não foi nada demais, só uma ceninha realmente broxante e entediante que me fez querer vomitar, e isso envolve o Bernardo e uma minhoca oferecida que é mais alta do que eu. E como a senhora sempre diz que é sempre necessário ser educado, eu mandei o Bernardo ir pastar pra não vomitar na frente dele. Satisfeita? – Pergunto terminando de vestir uma camisa (enorme) dos Beatles, e indo em direção as minhas pantufas com a cara do Garfield. Tipo super “sensual”.

-- Não, não estou. Mas eu respeito o seu silêncio. – Ámen. – Mas eu não vou esquecer. Você não foge Pricilla, a não ser quando mexem com você de verdade, então nem vem com essa que esta tudo bem. Só quero que quando você estiver pronta pra falar seja comigo. – Ela me manda um beijo e vai embora. Me deixando sozinha com o Garfield e os meus pensamentos (todos idiotas por sinal).

Pulo na minha cama e fico encarando o teto de novo, parece que virou algum tipo de vício ou alguma coisa assim. A gente está baseando o nosso relacionamento com o silêncio (e na completa fidelidade, o que quer dizer que ele não sai por aí metendo a língua na garganta de toda vadia que encontra pelo caminho). Um escuta o outro, ninguém fala, e a gente se entende e se ajuda (ele me ajuda mais do que eu), hoje por exemplo nesse momento eu estou tentando convencer ele a se jogar em cima da minha cabeça pra me tirar dessa depressão, mas ele parece incrivelmente relutante em realizar esse meu pedido.

Sinto o meu celular tocar, mas quando vejo quem é, eu  o jogo de volta pra onde estava, eu seria capaz de matar um agora. E assassina não é algo que eu queira acrescentar no meu currículo de capeta de plantão.

Só pras curiosas irreparáveis, sim é o Bê quem está ligando a cada cinco segundos.

**~***~**

Bom dia mundo cruel, poluído e nojento. É hoje eu estou com um humor lindo, treta mesmo. Tipo Mr. Bean da pá virada, então me ignorem se puderem.

Querem saber se minha mãe já veio me acordar? Sim, veio, já abriu as cortinas, já falou tudo o que tinha pra falar e já me deixou com uma dor de cabeça que nem o Doutor House conseguiria curar.

Então, querem saber em poucas palavras como eu estou?

Eu estou uma bosta.

Faço tudo que uma pessoa normal (e limpa) faz quando acorda de manhã pra ir pra escola, banho, roupa, bolsa, livros, uma fruta e tchau.

Só que eu, a pessoa mais normal do mundo tem um problema. Eu estou sem namorado motorista e sem pai entregador pra me levar. Merdas e porras.

Saio de casa e dou de cara com o Bernardo, por isso eu não esperava (mentira tinha certeza que ele viria) mas não me deixo afetar. O único problema aqui é que ele está um pão como diria minha avó. Meu Deus, esse garoto com certeza faz parte dos meus padrões de beleza. Não que isso me afete nem nada.

-- Oi. – Ele diz me olhando seriamente, mas eu não respondo, simplesmente ignoro e passo por ele. – Não vai falar comigo Pricilla? Sério? Me deixa pelo menos explicar.

Eu não respondo.

-- Pricilla…

Continuo andando, e sendo o orgulho de toda a comunidade feminina.

--- Sabe o que isso é muito infantil da sua parte, não sabe? – Pausa. #alguemquermorrer.

Me viro pra ele e olho com raiva, nesse momento toda a calma que eu economizei durante o ano inteiro vai pro bléleréu.

-- Por favor vai a merda e me deixe em paz com a minha infantilidade, meu caro senhor maduro comedor de vadias. – Eu falo e o encaro com odio.

-- Eu não comi, a Monique. – Ele responde chegando perto de mim.

-- Isso não me interessa, mas já que falou nessa nojenta, que tal se você fosse ensinar ela a diferenciar garfo de colher e me deixa em paz?

-- Eu preciso falar com você Pricilla, e não vou sair daqui até conseguir isso.

-- Então vai ficar plantado. – Dou as costas e começo a caminhar, mas então uma mão me puxa pelo braço me virando.

– Eu não transei com ela. – Ele fala me encarando.

-- Eu não disse que transou porra, por mim vocês podem morrer. – Eu grito, estou com raiva e isso só piora quando meus olhos começam a arder.

-- Mas eu sei que é isso que você está pensando. Eu ia falar com você, mas então você saiu correndo e me mandou embora. E meu pai me ligou avisando sobre a Melina… -- Pausa. Jura? Mais uma cabra?

-- Olha Bernardo, eu estou com muito odio de você seu imbecil, principalmente pelo facto de você sempre ter defendido aquela lagartixa colorida, e por você sempre dizer que ela era só uma garota legal que queria ser nossa amiga (sim ele já me disse isso, pode?).Então me solta pelo amor dos infernos se você não quer que eu te odeie ainda mais. – Ele arregala os olhos e me solta.

-- Desculpa vermelhinha, eu devia ter ouvido você, me afastado. Mas eu… o meu pai e pai dela ficam sempre empurrando ela pra cima de mim, me dizendo que eu deveria cuidar dela, ser amigo dela. E eu não prestei atenção no que estava acontecendo. – Ele diz nervoso e me olha atormentado.

-- Você não deveria estar culpando o seu pai ou quem quer que fosse por mais que eles sejam imbecis, não foram eles que enfiaram a sua língua na garganta dela e nem abriram a sua calça. – Falo rudemente e me sentindo decepcionada, ele está sendo um covarde, isso eu não esperava.

-- Pricilla, eu já disse que a gente não transou. Foi só um beijo. – Ele fala me encarando exasperado.

-- Ok, tchau. – Respondo e continuo caminhando.

-- Espera você não vai comigo? – Ele me segura de novo, e está ficando cada vez mais difícil resistir.

-- Não. – Puxo meu braço e sigo caminho.

-- Qual é Pricilla? Você não pode ir a pé, e a primeira aula é Português e você está com problemas com a professora (aquela bruxa feia) e não pode chegar atrasada. – Paro no meio do passo. merda. Ele tem a merda da razão que nunca fica do meu lado. – Vem, eu te levo.

Olho pra ele, e honestamente sinto meu corpo estremecer. Tudo está tão confuso, meu Deus, eu amo esse garoto, mas parece que o universo conspira sempre contra nós (tenho certeza que tem pessoas que pensam o contrario), pelo amor do capeta.

Bufo e vou em direção da moto, tomo o capacete e sento atrás dele que já está na minha frente. Ele dá partida e eu seguro nele tentando manter o mínimo contacto, mas mesma assim não tem como evitar sentir o cheiro bom dele. Me chamem de cara de pau, mas nem a pau que eu vou pra escola a pé, pra chegar atrasada e ouvir tretas, logo hoje.

Percebam, eu estou me valorizando, só que eu estou valorizando a minha audição e a minha sanidade mental em primeiro lugar.

***

Chego na escola e saio logo de cima da moto, tiro o capacete rapidamente e começo a andar pra dentro, só que tem gente que não gosta de colaborar né?

-- Pricilla espera. – Escuto a voz dele atras de mim, mas eu não me viro, seria tentação demais. Já bastou ter que ficar grudada nele durante o caminho, sentir o cheiro, a pele dele, sentir ele. E depois lembrar dele com as mãos em cima da feionique. Eca. Repugnante.

-- Bernardo eu estou atrasada, você também. Então cala boca o, se não quer ir pra aula é só ficar aqui, mas me deixa ok?

-- E desde quando você se importa em chegar na hora? – Ele pergunta.

-- Desde quando eu quero. – Saio da frente dele e vou de uma vez pra aula (não que isso é interessante), eu não estou a fim de falar com ele agora, sei lá, acho que não vou conseguir lidar com isso direito, e vai dar bosta no final.

Eu ainda sou muito nova pra essas coisas.

E eu estou morrendo de dor de cabeça.

*~**~*

Diferente do que muitos estavam pensando, não fiz nenhum escândalo. Fiquei quietinha no meu canto ignorando tudo e todos. Voltei a minha segura e protegida vida de sentar com fones no máximo e olhar pra janela bem estilo “o resto que se foda”.

O Bê, até tentou falar mas eu não deixei.

Sinceramente eu não sei porquê que eu não deixo ele falar, acho que é excesso de raiva. E medo de me dar mal de novo e dos meus olhos resolverem acabar com a falta de água no mundo.

Então um resumo do drama:

Eu estou com a cara mais feliz do mundo (sentiu a ironia?), e quero muiitooo ir pra casa e morrer.

E quando finalmente o sinal toca, eu posso sair desse inferno. Só que não né Bernardo?

-- Pricilla, espera… -- Ele segura meu braço pela enésima vez hoje e eu o puxo de volta com força pela enésima primeira vez (uma vez tive que puxar duas vezes pra ele largar). – Agora você vai ouvir.

-- Tem que ser agora mesmo? Não pode ser daqui a uns vinte anos? É que eu quero estar menos infantil pra falar com você. – Contesto, me lembrando de mais cedo quando ele me chamou de infantil.

-- Ok, desculpa. Eu não deveria ter dito isso. Você provou o seu ponto. Agora dá pra parar e me ouvir? – Ele parece que está próximo de um colapso (que morra) coitadinho.

-- Fala de uma vez ok? – Respondo arrogante.

-- Você quer terminar comigo?

 E então sinto como se tivessem tirado o chão de baixo dos meus pés. Sabe a sensação de que tudo vai ficar mal a partir de um exacto momento? (Não sabe né?) então é isso que eu estou sentindo, lagrimas se formam nos meus  olhos, mas eu seguro essa porcaria, respiro fundo e falo.

Eu juro que não tinha pensado nesse ponto “se eu quero terminar”, é claro que não quero. Mas ele tinha que ser um filho da puta traidor né? E agora está fazendo a pergunta, ou afirmação que eu deveria fazer. EU SOU A CHIFRUDA.

-- Eu… é… eu. Porquê? Você quer terminar comigo? – Merda além de gaguejar, eu não respondi.

Ele solta um suspiro e passa as mãos pelos cabelos.

-- Vem cá. – Ele me puxa pela mão e me leva pro banco que fica próximo ao portão da escola.

Nos sentamos um do lado do outro, em silêncio. Eu estou pensando no que fazer, o que dizer, eu estou nesse momento completamente perdida. Como nunca estive, como eu jurei nunca ficar. E olhem, eu Pricilla, não sei o que dizer.

-- Vai me deixar explicar o que aconteceu ontem? – Ele pergunta me olhando sério.

-- Fique a vontade. – Digo olhando pra longe, na minha cabeça o meu unicórnio de estimação já foi dormir, e ficaram somente o eco do “ você quer terminar comigo?”

-- Eu não transei com a Monique Pricilla…

-- Bernardo, para de falar essa mesma porra. Você já repetiu isso umas trossentas vezes merda. – Resmungo com raiva.

-- Mas você parece que não acredita. Merda, eu só quero que você me escute.

-- E eu queria que ontem não tivesse acontecido. – Grito. Ele fica em silêncio e eu faço o mesmo.

-- Eu também não. – Ele diz derrotado.

-- Parece que nem eu consigo tudo o que quero. – Respondo.

-- É o que parece. – Ele me olha triste, e nesse momento eu não quero que ele morra. Eu quero que ele me abrace, só isso, mas eu não consigo confiar nele o suficiente pra pedir.

E assim passam alguns minutos em total silêncio. As pessoas loucas que frequentam a escola já foram embora, o sol já esta indo embora, e estamos só nós dois aqui.

-- Eu quero. – Interrompo o longo e torturante silencio.

-- O quê? – Ele questiona confuso.

-- Eu quero terminar com você. – Respondo olhando pro rosto dele, que faz cara de quem acabou de levar um tapa.

_______________________________________________________________________________

entao???? me deixem saber o que acharam.*..*

bjs 3Carla

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