O Homem da Boate.

By sabriinawalker

14.5M 899K 481K

Jason Williams leva todas as mulheres a loucura. O cabelo bagunçado, o olhar predador, o corpo tatuado fazem... More

Apresentação
Cp. 1
Cp. 2
Cp. 3
Cp. 4
Cp 5
Cp 6
Cp 7
Cp 8
Cp 9
Cp. 10
Cp. 11
Cp. 12
Cp. 13
Cp. 14
Cp. 15
Cp. 16
Cp. 17
Cp. 18
Cp. 19
Cp. 20
Cp. 21
Cp. 22
Cp. 23
Cp. 24
Cp. 25
Cp. 26
Cp. 27
Cp. 28
Cp. 29
Cp. 30
Cp. 31
Cp. 32
Cp. 33
Cp. 34
Cp. 35
Cp. 36
Cp. 37
Cp. 38
Cp. 39
Cp. 40
Cp. 41
Cp. 42
Cp. 43
Cp. 44
Cp. 45
Cp. 46
Cp. 47
Cp. 48
Cp. 49
Cp. 50
Cp. 51
Cp. 52
Cp. 54
Cp. 55
Cp. 56
Cp. 57
Cp. 58
EPÍLOGO
Book Trailer
❤️

Cp. 53

134K 8.7K 3.5K
By sabriinawalker

Jason.

Essa semana foi torturante, tenho fugido da Megan o máximo que eu posso. Estou exausto, a maior parte do tempo estou ensaiando para a turnê e vou para casa dormir bem na hora que a Megan sai para a escola. Ando compondo muitas músicas, letras que chegam doer o coração. De vez em quando a gente se cruza de manhã na cozinha, mas não passa de "bom dia".

Neste momento, estou sentado no tribunal. E, apesar de ter aguardado tanto por esse momento, me sinto como o pavio de um bastão de dinamite. Meu advogado fica pedindo para eu parar de me mexer. Mas estou muito nervoso, porque meu tio está sentado do outro lado da sala, machucado e com a maior cara de louco. Minha tia está sentada atrás dele, com um olhar nervoso que vai de um para o outro. Cobriu cuidadosamente o olho roxo com maquiagem, e dá para ver que ela está se segurando para não chorar.

Meu irmão James veio para minha surpresa, e está sentado atrás de mim. Ele acena para mim quando o olho me fazendo retribuir o cumprimento. Também estou me sentindo pouco à vontade de usar uma calça slim e uma camisa social branca. Me sinto uma grande farsa do meu irmão. 

Esse modelito de tribunal é um saco, mas dá para ver, pelo jeito que o juiz fica medindo meu cabelo e os piercings nas minhas orelhas, que me arrumar foi uma boa. O advogado do meu tio abre a sessão e fica falando de como agressão é um crime sério e como eu fiz o meu tio ir parar no hospital. Diz que traumatizei e criei um caos na minha família. Fala que já tive problemas com a lei e tenta me fazer parecer um arruaceiro descontrolado.

Meu advogado argumenta que foi meu tio quem instigou a briga e que eu só tentei proteger a mulher que eu considero minha mãe. Os dois ficam argumentando por um tempo, e meu tio não para de bufar. Me esforço para ficar quieto, para não mandar olhares mortíferos para o outro lado do tribunal. O juiz diz que já viu muitos casos como esse. E, apesar de o meu tio querer me mandar para cadeia, só recebo a pena que já tinha previsto.

 Um milhão de horas de serviço comunitário, condicional por seis meses, e um monte de multas. Também me fazem pagar pelas despesas médicas dele e soltam uma ordem de restrição que me proíbe chegar a menos de oitenta metros dele ou da casa por noventa dias. 

Concordo prontamente com tudo, de quebra, assisto de camarote a meu tio ficar roxo de raiva quando peço para adiar o serviço comunitário e acertar os termos da minha condicional para poder sair do país e fazer a turnê. Minha tia dá um suspiro de espanto quando o juiz encerra o caso e o policial que me levou para cadeia contorna a mesa e joga uma pasta bem pesada na frente do meu tio. Me dá vontade de levantar e fazer uma dancinha da vitória. Meu advogado teve que mexer muitos pauzinhos no mundo das leis para as coisas terminarem desse jeito. 

- O senhor sabe o que aparece nessas fotos, sr. Connor? 

O advogado do meu tio está surtando, falando um monte de merda, mas ninguém presta atenção. Quando as fotos claras e incontestáveis do meu tio batendo na minha tia se espalham pela mesa, minha tia põe as duas mãos na frente da boca, numa expressão óbvia de culpa. Meu tio fica de uma cor que nunca vi na minha vida. Levanta da cadeira com tanta violência que ela cai para trás. Os policiais que estavam no tribunal ficam tensos. 

- Não sou eu! - aí aponta para mim - Seu merdinha! Você armou para mim! - ele grita. Me recosto na cadeira e me seguro para não rir. 

- Não é minha culpa que você foi pego, e pode apostar que vou prestar todas as queixas possíveis e imagináveis. - faço sinal com a cabeça para o policial que está colocando as algemas nele - É a última vez que você apronta com minha família. Acabou. Espero que você apodreça na cadeia. 

- Sou praticamente seu pai, Jason! - só sacudo a cabeça, levanto da cadeira quase perdendo a paciência.

- Não mesmo. Isso você nunca foi. - James diz atrás de mim, olho para trás e vejo a raiva nos olhos iguais aos meus.

Não consigo olhar para minha tia nem para o juiz, que fica observando toda aquela confusão com uma expressão triste, de quem entende tudo. Visto minha jaqueta de couro por cima daquela camisa ridícula e, quando vou sair do tribunal, vejo meu irmão e me seguro para não soltar uma risada por estar tão parecido com ele em quesito roupas. Só faltou um coletinho por cima.

- Que bom que deu tudo certo. - ele diz e enfia as mãos na calça social preta.

- Finalmente ele vai estar no lugar onde já devia ter ido desde quando morávamos com ele. - falo. James concorda balançando a cabeça - Obrigada por estar aqui. - digo meio relutante, apesar de tudo eu ainda o protegeria de qualquer enrascada.

- Você é minha única família. - James fala com a voz calma e tensa - Claro que eu viria. 

Antes de eu responder ouço alguém dizer meu nome, alguém que eu conheço bem. Não estou afim de falar com ela, porque ainda estou sangrando por dentro por ela ter ficado do lado do dele e não do meu. Mas alguma coisa no meu DNA me faz virar e esperar. Ali, em plena luz do dia, dá para ver cada marca, cada linha do seu rosto, que denunciam que ela levou uma vida de puro sofrimento. Não sobrou nem uma sombra da mulher que eu quero chamar de "mãe". James também parece incomodado com sua chegada repentina.

- Meus meninos. - ela diz com a voz cansada - Quanto tempo não os vejo assim juntos. - quando eu ia embora ela me para com aquela voz mansa - Espera, Jason. - solto um palavrão baixinho. 

- Acho que a gente não tem mais nada a dizer um para o outro. - ela fica mexendo na alça da bolsa e não me olha nos olhos. 

 - Ele é seu tio, Jason. Você não pode mandar ele para cadeia. - James solta um suspiro. Já estava esperando por essa, mas mesmo assim, foi um soco no estômago. 

- Ele pode sim. - James começa - Ele acabou com a nossa infância, acabou com a sua vida só porque não concordamos com as exigências dele. Jason não só pode mandar ele para cadeia como é lá mesmo que ele tem de ficar. - ela olhou James surpresa, eu também o olhei. Meu irmão nunca foi de alterar o tom de voz. Passei as mãos no cabelo e olhei nos olhos dela.

- Vou passar dois meses na Europa, tia. - comecei - Não vou poder ir correndo para sua casa a próxima vez que você me ligar porque ele quis te fazer de saco de pancada. Não vou nem estar neste continente a próxima vez que ele gastar toda a sua grana em bebida e prostituta. Quem sabe, com ele preso, você finalmente vai conseguir enxergar que passa melhor sem ele. - sem querer, ela põe a mão no olho machucado, que ainda está meio amarelo. 

- Ele só fez isso uma vez e não teria ficado tão bravo se você tivesse ajudado o seu tio como sempre me ajudou. - caio na risada. 

- Você está mesmo tentando pôr a culpa de ele ter te enchido de porrada em mim? Valeu a tentativa, mas dessa vez não vai colar. Para mim chega. Não vou mais ficar tentando te forçar a ter uma vida melhor, tentar fazer você abrir a cabeça. Se você quer viver nas trevas, a escolha é sua. E a culpa não é de mais ninguém, só sua. 

Ela segura James pelo cotovelo. Está com a boca tremendo. Bem que eu gostaria de dizer que isso me parte o coração, mas tenho certeza que ela não está preocupada comigo ou consigo mesma. Está é preocupada com aquele filho da puta egoísta que está preso em uma cela por tentar arruinar nossos sonhos. 

- James, diz pra ele que se ele for viajar e seu tio estiver na cadeia, vou ficar sozinha. Não consigo viver sozinha.

 - Quer saber de uma coisa, tia? Ficar sozinha é melhor do que passar um segundo com aquele cretino. Passei a vida inteira tentando te mostrar que posso cuidar de você, que jamais vou te deixar sozinha. - James fala com a voz cheia de amargura - Tentei de levar para Nova Iorque comigo. Mas tudo isso mudou quando você enfiou meu irmão numa viatura só porque ele tentou te proteger. Está mais do que na hora de você começar a se proteger sozinha. - James se solta dela.

- Aguentamos isso por anos. - falo com dificuldade - porque estávamos preocupados com você e com o que ele poderia fazer. Mas, agora, só estou preocupado comigo. Tchau.

Vou embora e James faz a mesma coisa, ela vai ter tempo de sobra para refletir. Tiro o celular do bolso e ligo para o Julian, que trabalha no estúdio de tatuagem onde o Nash também trabalha. Como lá tem identificador de chamadas, o Nash atendeu com um tom menos profissional. 

- Oi. 

- Oi. O Julian está por aí? 

- Por acaso você acabou de sair do tribunal? - respondi que sim - E como foi?

- Tudo certo. Peguei uma tonelada de serviço comunitário, um milhão de multas e uma ordem de restrição. O coroa ganhou algemas e uma passagem para cadeia. Com certeza a minha tia vai tentar tirá-lo de lá pagando a fiança, mas o policial me garantiu que o roubo é tão grave que meu tio pode ficar lá apodrecendo por um bom tempo, e que a fiança não vai ser pequena. Queria poder dizer que meu tio vai ficar preso enquanto eu estiver na turnê, mas não sei se vai rolar. Pode passar para o Julian, preciso falar com ele. - Nash grita para chama-lo. 

 - E aí? - Julian fala.

 - Aí que o Jason venceu a parada. 

- Pode crer. O que está pegando? 

- Como que está sua agenda hoje? 

- Espera um segundinho que eu vou olhar. Só preciso que o demônio da Luviana tire a bunda da minha frente. - ouço ele falando com uma mulher - Meu último horário é às quatro, e acho que vai ser rápido. Uma menina quer fazer um beija-flor pequeninha no pé. 

- Quer começar uma tattoo nova para mim? - pergunto.

- O que você está pensando? Uma coisa pequena ou grande?

- Grande. Bem grande mesmo. Que cubra toda as costas.

- A gente não vai terminar antes de você ir viajar.

- Eu sei. Mas já quero começar com o desenho e fazer o contorno.

- Solta a língua. - ele diz.

- Quero que faça um leão, bravo, muito bravo mesmo, saindo fogo e tudo. E um microfone antigo se espatifando em volta. Não quero nada fofo e nem tradicional, é para ficar tosco mesmo. O fogo precisa ser descontrolado. - bem como uma certa ruiva me faz ficar, quis acrescentar - É isso. - Dava para ouvir ele rabiscando enquanto eu falava.

- Demorô mano. Assim que eu fizer eu te mostro por foto. Se estiver afim cola aqui as cinco. 

- Nem esquenta com a foto. Só desenha essa porra e tamo junto. Você me conhece. Essa tattoo me representa e representa a minha música. Sei que você vai mandar bem. 

- Você tem noção de que é bem louco, não tem? - foi engraçado porque, pela primeira vez em muito tempo, eu sentia como se estivesse compreendendo coisas e a loucura não tinha nenhum papel nisso. 

- E não dizem que a arte boa sempre sai do sofrimento ou da loucura? - Julian deu risada.

 - Acho que você tem essas duas coisas de sobra. Até mais.  

Capítulo bem intenso, eu sou suspeita pra falar mas eu amei. Espero que vocês também estejam amando.

até mais!

Continue Reading

You'll Also Like

21K 1.4K 56
Gia não esperava que seu pai se casasse de novo. Ela não esperava ganhar um irmão postiço. Ela não esperava ter que dividir a sua casa com um garoto...
219K 17.2K 45
"𝖠𝗆𝗈𝗋, 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗇𝖺̃𝗈 𝖾́ 𝖻𝗈𝗆 𝗉𝗋𝖺 𝗆𝗂𝗆, 𝗆𝖺𝗌 𝖾𝗎 𝗊𝗎𝖾𝗋𝗈 𝗏𝗈𝖼𝖾̂." Stella Asthen sente uma raiva inexplicável por Heydan Willi...
11.5K 631 31
"Quando Luara Souza decidiu morar em outro país para estudar, não imaginaria que tal coisa aconteceria contigo. Um acaso poderá mudar sua vida e te t...
138K 7.7K 46
Victória Marcondes é uma típica nerd adolescente, sendo motivo de piada para os colegas de colégio por se importar mais com sua vida estudantil do qu...