Entre o céu e o inferno - A g...

By MarcosFaria1

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A mística cidade de Valis tornar-se-à improvável cenário de eventos que influenciarão diretamente no rumo de... More

Prefácio
Capítulo I - Despertar em meio ao coro dos anjos
Capítulo III - Aquela que sonha com o amanhã
Capítulo IV - A morada do anjo
Capítulo V - Um toque de morte
Capítulo VI - Um lugar entre o céu e o inferno
Capítulo VII - O conhecimento oculto
Capítulo VIII - A Esmeralda do anjo Rafael
Capítulo IX - O culto ao espírito fragmentado
Capítulo X - A melodia do caos
Capítulo XI - A Espada de Miguel
Capítulo XII - O demônio de cabelos vermelhos
Capítulo XIII - A mesma capa para livros diferentes
Capítulo XIV - Uma paixão em meio à guerra
Capítulo XV - Matheus e Daniel no Jardim do Éden
Capítulo XVI - O Assassino de Amirom (Primeira Parte)
Capítulo XVII - A revelação dos sonhos
Capítulo XVIII - Trabalho noturno
Capítulo XIX - As peças no tabuleiro
Capítulo XX - Os guardiões de Amanda
Capítulo XXI - O Demônio vermelho ataca
Capítulo XXII - Os sobreviventes da dor
Capítulo XXIII - O Assassino de Amirom (segunda parte)
Capítulo XXIV - O Destino de Daniel
Capítulo XXV - O Confronto
Capítulo XXVI - A luta do anjo contra o demônio
Capítulo XXVII - Matheus enfrenta a morte
Capítulo XXVIII - Revelações que os sonhos não trazem
Capítulo XXIX - O Início
Capítulo XXX - Caso concluído

Capitulo II - O anjo terrestre e o pequeno querubim

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By MarcosFaria1

Hipnotizados talvez pela beleza da mulher ou pela atmosfera surreal do lugar, os dois rapazes davam passos lentos enquanto entravam. Matheus então sentiu um frio na espinha, a presença de um instinto assassino. Esticou o braço até segurar no ombro de jovem loiro que se assustou ao toque mostrando também sua sensibilidade ou temor.

"Tem mais alguém aqui, corremos perigo" Murmurou Matheus ao ouvido de Daniel.

"Agora é tarde para querer voltar, Seja o que for que esteja aqui não tem bons planos para essa mulher ou para aquela garotinha que nos chamou".

Matheus o soltou, compreendera toda a sua investida naquele lugar tenebroso. Parou de caminhar e apenas observava a aproximação dele até a mulher quando se assustou quebrando a apatia ao ver algo que estava ali o tempo todo sem ser notado em meio às cortinas vermelhas dançantes. A esquerda do desatento Daniel, uma criatura permanecia estática, sem qualquer movimento confundindo-se como um objeto qualquer do cenário, enganando a percepção, mas agora revelada aos olhos negros de Matheus.

Um ser de aparência humanóide, cuja pele tinha tom de mármore, braços erguidos e mãos que terminavam em longos dedos semelhantes a facas. Sua expressão era macabra, olhos de besta e uma pele facial distorcida. Sua boca aberta tinha presas finas como as de morcegos e estava ali como uma estátua hostil de um gárgula desprovida de vida, mas que ameaçava se lançar a qualquer momento em um ataque e ainda sim passava despercebido aos sentidos.

Matheus não sabia o que fazer, Daniel estava completamente a mercê daquela criatura, estava praticamente ao toque de suas garras. Por um momento pensou que aquilo não era vivo apenas uma estátua ou boneco, pois estava ali estático sem se mover um milímetro sequer no mais absoluto silencio, quando um sutil movimento se fez e as orbes da criatura fitaram Matheus.

"Daniel!" Matheus gritou e correu na direção da criatura na intenção de derrubá-la antes que ferisse o rapaz distraído.

A criatura se moveu velozmente e se colocou entre os dois, calculando a distância entre Matheus e Daniel, de modo que quando abriu os braços em um arco atingiu ambos simultaneamente cortando-os com suas garras. Matheus teve alguma chance de se proteger com os braços, mas foi inútil, pois sua pele foi cordada como que por facas e teve que recuar em um salto para trás. Daniel por sua vez recebeu o ataque nas costas e foi projetado até a janela quase que caindo para fora do casarão.

"Que doce aroma brota do sangue de vocês!" A criatura murmurou, enquanto levava as mãos até sua boca e lambia o sangue que ficara escorrendo entre suas garras.

Matheus ficou de pé e olhava preocupado na direção de Daniel para saber se estava bem. Se pegou em sentimentos confusos. Estava disposto a defendê-lo assim como ele estava em relação à mulher adormecida. Daniel por outro lado se erguia devagar sentindo a dor do ataque. Com a mão esquerda nas costas tentava conter o sangue que manchava sua camisa branca. Seus olhos estavam firmes diante do inimigo.

"Maldita criatura das trevas! Desfrute do cheiro desse sangue que é a última coisa que vai sentir de bom antes que eu purifique o mundo de sua presença". Daniel apontou o dedo para o ser humanóide que parecia entrar em êxtase ao provar o sangue.

"O que está acontecendo?" Matheus se perguntava nos pensamentos. A atitude destemida de Daniel diante de um ser misterioso que não parecia ser desse mundo lhe parecia estranha. Era como se ele já tivesse visto coisas como aquela ao ponto de não se surpreender, como se tivesse poder para enfrentá-la, uma vez que não demonstrava medo diante de um visível predador.

"Esse gosto doce... delicioso é de anjo! És um anjo! Mas agora será minha apetitosa sobremesa!" A criatura apontou a garra para Daniel com um sorriso macabro e intimidador.

Matheus se assustou com as palavras da criatura. "Daniel era um anjo?" Pensava, "E aquilo possivelmente era algum tipo de demônio". Tudo era fantástico demais para o recém desperto Matheus. Talvez ainda fosse um sonho ou mesmo um pesadelo.

"Mas você, seu sangue é amargo como o de um "caído". Isso não é para você, o deixarei ir embora..." Com a outra mão, a criatura apontou para Matheus que de olhos arregalados escuta as palavras dela.

"Sim, vá Matheus. Leve-a contigo! Eu me encarregarei desse vampiro. É minha missão!" Gritou Daniel ao mesmo tempo em que fechava os olhos e juntava as mãos como se fosse orar.

Matheus pensou por um tempo, até que tomou a decisão de dar um passo na direção da mulher, mas a criatura deslocou-se em uma velocidade muito superior e ficou diante dele com as garras armadas e rosnando como um lobo selvagem.

"Senhor conceda-me sabedoria para entender o que fazer e força para concretizá-lo!" Daniel proferia as palavras e se envolvia em luz. Seus cachos loiros fluíam como ondas de luz. Suas mãos se separaram e entraram em seu peito de onde puxaram uma espada que brotava de sua luz, Daniel empunhou com as duas mãos a espada de aspecto celeste que brilhava como o ouro mais puro.

Tanto Matheus, quanto a criatura, se surpreenderam com a manifestação daquele poder, Daniel saltou para cima do demônio com sua espada erguida a cima de sua cabeça, O demônio mesmo surpreso ainda teve raciocínio e reflexos para escapar do ataque que acertou o chão causando uma explosão com feixes de luz, Matheus também se afastou, Estava sério novamente, agora compreendera que Daniel tinha força para enfrentar aquela criatura e que a ele só restava retirar a mulher daquele lugar.

"Vocês anjos são surpreendentes com seus poderes chamativos. Sempre se achando superiores a qualquer coisa, Mas você é um fruto verde do qual eu não posso nem ao menos brincar de depenar asas divinas!" A criatura falou em meio a fumaça. Estava com um braço ferido provavelmente por um dos feixes de luz. Sua expressão agora era furiosa diante da imensa janela que revelava a lua cheia do lado de fora.

Matheus pegava a mulher no colo quando viu a imponência da criatura diante de Daniel e pressentiu que não seria tão simples assim sair daquela situação.

"Palavras não abalam minha fé! O vencerei!" Daniel ergueu novamente a espada e correu segurando-a de lado na direção da criatura.

"Então, talvez ações mostrem à sua razão o inevitável encontro com a morte!" A criatura gritou enquanto socava o vidro da janela à suas costas que se despedaçou. Os fragmentos ignoraram a gravidade e ficavam flutuando como facas seguradas por cordas no ar. Em seguida, a criatura movimentou o braço como que se tivesse segurando todas aquelas lâminas e arremessou na direção de Daniel.

As lâminas de vidros voaram mortalmente na direção do anjo que inutilmente tentava se defender com a espada. Eram muitos fragmentos e acabaram cortando o corpo de Daniel que ainda tentou impedir os demais de passassem por ele na direção de Matheus e da mulher.

Matheus levantou um dos braços instintivamente para se defender, e fechou os olhos. Quando percebeu que não sentia qualquer dor, abriu-os e viu que as laminas de vidro estavam paradas no ar diante de seu corpo, em seguida elas caíram inertes ao chão.

"Como?" Ele se perguntou. Mas preocupado com Daniel, olhou para ele e o viu caído ajoelhado no chão com alguns dos vidros fincados ao seu corpo. Ferimentos não fatais mais incapacitantes, especialmente um em sua perna.

A criatura gargalhava enquanto se movia pelo teto como uma aranha na direção de outra janela iniciando o mesmo ataque que agora seria fatal para Daniel.

"Vou crucificá-lo com estacas de vidro em minha parede como um animal empalhado!" A criatura explodiu a janela fazendo novas lâminas de vidro que refletiam a luz da lua e das velas, cruzarem o quarto na direção de Daniel que fechou os olhos imaginando a dor.

"Impossível!" Daniel escutou o grito do vampiro e abriu os olhos vendo Matheus diante dele com a mulher no braço esquerdo enquanto o direito erguido parava todas as lâminas de vidro no ar com apenas um gesto.

"Só há um animal aqui a ser crucificado". Matheus disse quando firmou o olhar e todas as lâminas se reverteram na direção da criatura que assustada foi ferida por algumas antes que começasse a esquivar do ataque.

Daniel juntou forças, percebeu que era a chance que tinha para tocar a criatura. Envolveu-se em uma aura de luz que fazia seus cachos fluírem como ondas em um oceano de luz. Arrancou o vidro que estava fincado em sua perna e correu na direção dele, e quando se projetou em um salto, engalfinhou o vampiro em pleno ar. Quando seus corpos chegaram ao chão, a criatura olhou nos olhos de Daniel e se desfez em chamas.

Matheus e Daniel se olharam em silêncio por alguns segundos. Pareciam não saber o que dizer um para o outro, Milhares de perguntas brotavam na cabeça de Matheus, mas não quis fazê-las, não ali.

"Ela está bem?" Perguntou Daniel enquanto voltava o olhar para a mulher nos braços de Matheus.

"Acho que sim. Parece apenas em um sono profundo, não vejo qualquer ferimento". Respondeu Matheus enquanto a colocava sobre as almofadas novamente percebendo que no chão havia um pingente, aparentemente da mulher.

"E quem é você?". Daniel perguntou enquanto aproximava-se de Matheus.

"Eu... Eu não sei tudo o que me lembro é de ter despertado em um cemitério aqui perto e da criança me chamando pedindo para ajudá-la". Matheus respondeu enquanto pegava o pingente no chão.

"Está me dizendo que está sofrendo de algum tipo de amnésia?" Daniel olhava desconfiado.

"Sim. Tudo o que sei é meu nome, isso porque antes da menina, ouvi vozes que me chamaram de Matheus..."

"Minha noite está muito maluca então, enfim, sinto que não é uma má pessoa, é um dom meu". Daniel ajoelha-se próximo a Matheus diante da mulher inconsciente.

"O que é você?" Matheus pergunta com uma expressão séria.

"O que sou eu?" Pergunta estranha me chame de Daniel...

"Isso você já me disse". Matheus interrompe a pequena graça de Daniel. "O que foi aquilo? A luz e a espada que nasceu do seu peito?".

"Tudo bem, é estranho explicar essas coisas, mas eu sou um anjo e eu tenho que proteger as pessoas, por isso eu tenho aquela arma".

"Se não tivesse visto, acharia isso ridículo". Matheus balançava a cabeça negativamente.

"Mas viu, e viu também o vampiro, mas porque está surpreso? Você manifestou um poder também, a propósito, obrigado por intervir, acho que lhe devo uma. Mas por que se arriscou por mim sendo que nem me conhece?"

"Eu não sei... Você estava fazendo isso por essa mulher não?"

"Sim, eu estava... Que bom que sou um exemplo". Ele sorriu.

"Quanto ao poder com os vidros, eu fiz sem querer". Matheus respondeu demonstrando certa confusão, Realmente não tinha idéia de como aquilo havia acontecido, a explicação que lhe vinha na cabeça era simples: Tudo isso é um sonho. Ele pensava enquanto abria o pingente e via uma fotografia em seu interior.

"Talvez você seja como eu! Tem um dom, deve ser um anjo também!". Daniel falou animado e com uma expressão simpática.

"Não sinto isso, quem te disse isso? Sobre anjos na terra?"

"A pessoa que me "despertou", Ela me ensinou a usar esses poderes e me explicou porque eu nasci com esses dons, eu sou um "anjo terrestre", ou seja, de natureza divina, mas nascido na terra para ajudar os homens".

"Isso me parece uma loucura, Eu devo estar sonhando..." Disse Matheus com a mão no rosto.

"Não, acredite, sou bem real, em breve eu me encontrarei com ela, quem sabe podemos te ajudar?". A expressão de Daniel era muito amigável, seu sorriso era sincero.

"Sim, estou perdido. Nem sei quem sou ou o que estou fazendo aqui". Matheus disse olhando para o chão, estava se entregando a súbita amizade de Daniel.

"Olha, fique comigo. Eu lhe devo isso, além do mais gosto de ajudar". Daniel disse e estendeu a mão para Matheus.

"Acho que não estou em condições de negar sua ajuda..." Matheus apertou a mão dele e se permitiu sorrir de leve uma primeira vez.

"Onde estou?". A mulher desperta e interrompe a conversa dos dois rapazes.

"Calma senhora, Agora está tudo bem. Um maluco aparentemente te raptou, mas uma criança nos chamou até aqui. Meu amigo aqui o botou para correr". Daniel disse com uma expressão tranquila que era estranhamente confortadora.

"A criança! Onde ela está? Era sua filha, não?". Matheus perguntava para a mulher enquanto se levantava e começava a procurar.

"Essa criança na foto?" Perguntou Daniel ao ver o pingente na mão de Matheus.

"Minha filha!". A mulher assustou e começou a chorar.

"Calma, esta tudo bem. Nós vamos achá-la".

"Ela está morta!". A mulher disse em um tom entristecido.

"Não! Nós vamos encontrá-la!" Daniel falou um pouco mais alto e segurando a mulher com as duas mãos.

"É! Ela deve estar por aqui, já não há mais perigo algum". Matheus disse tentando conforta lá.

"Vocês não entendem!". A mulher pegou seu cordão e abriu o pingente revelando a foto. "Era essa menina que trouxe vocês aqui?".

Matheus e Daniel olharam a foto que mostrava aquela mulher abraçada com a criança que havia guiado os dois até aquele lugar e balançavam a cabeça positivamente.

"Ela é minha filha... Morreu há dois anos..."

Matheus e Daniel se olharam espantados com as palavras da mulher. Um vento forte entrou pelas janelas balançando as chamas das velas e cortinas vermelhas.

"Então era um pequeno querubim". Daniel murmurou olhando para Matheus que já não sabia mais o que esperar pela frente. 

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