O Homem da Boate.

By sabriinawalker

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Jason Williams leva todas as mulheres a loucura. O cabelo bagunçado, o olhar predador, o corpo tatuado fazem... More

Apresentação
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EPÍLOGO
Book Trailer
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By sabriinawalker

Jason.

Eu estava super confuso, sem nada para fazer, e inquieto porque ainda não sabia direito o que fazer com esse lance que está rolando com a Megan. Minha campainha toca e levanto do sofá para abrir a porta, arregalo os olhos surpreso ao ver Julian e Nash parados na minha frente.

- Não acredito! Julian, Nash. - aperto suas mãos e os cumprimento com um abraço forte. Nash e Julian foram os melhores amigos que fiz quando meus pais morreram e tive que morar com meus tios numa cidade pequena que fica a cento e vinte quilômetros daqui.

- Muito tempo mano. - fala Nash entrando no apartamento.

- Fiquem a vontade. - falei para os dois e eles se sentaram no sofá. Nash e Julian ainda moram na cidade dos meus tios. A última vez que nos vimos foi ano passado quando fui visitar minha tia que estava doente.

- Como você está mano? Faz tempo que não aparece por lá. - perguntou Julian dobrando suas pernas.

- Pois é. A vida ficou corrida e não tive como sair daqui. - falei levantando para servir uma cerveja para eles. - Vocês tem alguma notícia da minha tia? - perguntei entregando as cervejas. Eles se olharam de canto com o rosto nada amigável - O que foi? Ela está bem?

Eu sempre ia visitar minha tia Jô, de um ano pra cá eu não fui mais, não queria vê-la com aquela cara de quem estava infeliz e mesmo assim aturava meu tio bêbado e mulherengo a importunando. Mas todo mês deposito um dinheiro para ajudá-la. Meu tio eu evitava, desde que eu e James fomos morar com ela aos treze anos vimos ela sendo maltratada e nunca entendia do por quê ela aceitava viver nessa situação com ele. Meu tio era um homem deplorável que só a deixava cada dia mais fraca e doente. Sempre quando a visitava sugeria dela vir morar comigo, mas ela nunca aceitava, dizia sempre que estava bom assim e que ela o amava para deixá-lo para trás.

- Ela está bem sim. Mas você sabe, cidade pequena e os boatos correm. Ficamos sabendo que ela está doente e que seu tio sai e fica semanas fora e depois volta como se nada tivesse acontecido. - Nash falou e Julian continuou:

- É mano, ela quase não sai de casa, a última vez que a vi estava no mercado com cara de abatida e cansada. - suspirei fundo, eu sabia muito bem que ela jamais o deixaria mesmo sofrendo, sempre me disse que não podia desistir da família dela. Foi por isso que eu e James decidimos vir para cá aos dezesseis anos, nos viramos de todos os jeitos para conseguir um emprego e continuar os estudos - Você deveria fazer uma visita a ela, tenho certeza que ela irá adorar. - sorrio fraco e continuamos conversando sobre muitos assuntos.

Nash e Julian ia passar um tempo na cidade. Foi bom revê-los e tê-los perto por um tempo, somos grandes amigos. Penso um pouco e sem enrolar decido ir ver minha tia Jô, se algo acontecer com ela eu me sentiria culpado pelo resto da vida. Peguei minha moto e viajei os cento e vinte quilômetros em velocidade alta. Espero que meu tio não esteja lá, não quero ter que encontrá-lo. Cheguei na cidade pequena e avistei de longe a casa de tijolos que reconheci muito bem, minha adolescência foi toda nesse lugar, muitas memórias passam pela minha cabeça.

Bati na porta com o punho cerrado e fiz uma careta quando minha tia abriu a porta. Ela é uma mulher muito magra, bem mais baixa do que eu. Mesmo com todas as rugas prematuras e aquele cabelo loiro sem brilho, dá para ver que já foi uma mulher bonita. Mas agora é só cansada e acabada. O sorriso que ela me deu foi tão leve e rápido que até pareceu ser uma imaginação. Mas ela me abraçou com aqueles braços de passarinho, num gesto de desespero e tristeza.

- E aí, tia? Quanto tempo! - dei um tapinha nas suas costas, meio sem jeito, e ela se tremeu toda. Tudo o que vejo nela me dá vontade de usar meu tio como alvo para treinar tiro. Foi ele que fez isso com ela: roubou sua
vivacidade, a transformou numa sombra ambulante. O ódio que sinto por esse homem está enterrado dentro de mim de um jeito que vai ser um perigo para todo mundo quando finalmente vier à tona.

- Meu filho, que saudade que eu estava de você, cadê seu irmão James? - falou com a voz cansada, ela nunca me confundia com James, sempre soube nos diferenciar. Avisei que estava sozinho hoje. Nunca mencionei que eu e James não conversávamos mais. Ela já tem problemas demais para se preocupar com os únicos filhos que ela tivera na vida.

Ela me levou para dentro daquela casa pequena e tentei não sacudir a cabeça quando vi aquele monte de lata de cerveja e cinzeiro cheio de bitucas espalhado por todos os cantos. Nada tinha mudado muito desde o tempo que fui embora, quando ainda era moleque. Só que agora estava muito pior. Era óbvio que meu tio estava subindo cada vez mais na escala de ser um cretino. Fui com ela até a cozinha e sentei na velha mesa de jantar. A madeira estalou em protesto quando espichei as pernas e aceitei a cerveja que ela tirou da geladeira.

- Por que não avisou que viria? Eu poderia ter feito uma janta para você, meu filho.

- Estou na correria, trabalhando muito, e conheci uma garota.

Eu estava distorcendo a verdade um pouquinho, porque já conheço a Megan há alguns meses. Mas, depois de hoje de manhã, sinto que finalmente a deixei se aproximar, que só agora a conheci de verdade. Os olhos da minha tia brilharam quando ouviu "garota", e ela esticou o braço para me dar uns tapinhas. Dava para ver as veias azuis pulsando na superfície daquela pele e, de novo, fiquei me perguntando como permitiu ser transformada nessa criatura frágil que qualquer ventinho pode levar.

- Mas isso é maravilhoso! Você precisa mesmo sossegar com uma boa moça. Você é especial demais e tem muito a oferecer para ficar aí, distribuindo isso pela cidade toda. Sei que é isso que você gosta de fazer.

- E como a senhora sabe o que eu gosto de fazer? - perguntei dando um gole da cerveja.

- Eu já fui jovem, filho. Eu já fui a boates e festas na sua idade e eu sei do que homens como você gostam de fazer. Mas me conta dessa moça, ela deve ser muito especial para você mencionar ela para mim. - dei outro gole na cerveja e fiquei olhando pra ela com um sorriso sem graça.

- Essa é diferente. Inteligente, ambiciosa, focada. É diferente das mulheres que eu estou acostumado. Gosto dela. Gosto muito, para falar a verdade. - minha tia arregalou os olhos e, pela primeira vez em muito tempo, sua expressão era diferente daquele desespero abjeto de sempre.

- Que bom. Você precisa mesmo de alguém que seja tão focado e inteligente como você. - como não sei no que isso vai dar, do jeito que as coisas são, não falei nada, matei a cerveja e levantei para jogar a lata no lixo. Cruzei os braços em cima do peito, olhei para ela com uma cara bem séria e resolvi mudar de assunto, parar de falar da minha vida sexual.

- Pelo visto, você ainda continua se sujeitando às vontades do seu marido né? - me recuso a chamá-lo de tio em voz alta. - Eu já te falei que você não precisa disso, você pode vir comigo e parar de deixar ele te maltratar.

Na mesma hora, a luz que brilhava naqueles olhos enevoados se apagou. Foi substituída por um olhar parado, de solidão e de consciência que, para o meu tio, ela só servia de capacho e para ficar em casa enquanto ele sai e vive sua vida sozinho. Minha tia entrelaçou os dedos e ficou olhando para a mesa.

- Seu tio já é velho. Se eu o deixar não terá mais ninguém para cuidar dele. E está bom do jeito que está. - Cocei a cabeça e mordi a língua para não soltar que é exatamente isso que ele merece, ficar sozinho sem ninguém. Mas esse tipo de ataque nunca me levou a lugar nenhum., respirei fundo.

- Tia, você foi como uma mãe para mim e me deixa mal ver o que você passa nas mãos dele, quando você cansar dele você pode me procurar que eu venho no mesmo segundo te buscar e te levar para bem longe daqui. - um sorriso triste brotou em seu rosto.

Não consigo suportar ela me falando um milhão de vezes que o ama e não quer destruir a sua família, apesar de eu, por vontade própria, não ficar no mesmo ambiente que o meu tio desde que era adolescente. Ela nem me olhou quando respondeu, quase sussurrando:

- Você não entende como as coisas entre nós dois funcionam, Jason. Nunca entendeu. - minha tia estava toda encolhida na minha frente. Me levantei da cadeira e cheguei perto dela. Pus a mão no seu ombro e me abaixei, para obrigá-la a me olhar nos olhos.

- Tia, você não acha que o problema é que, justamente, eu entendo muito bem? Você sabe que pode ser melhor do que ele, melhor do que isso. Sempre pôde. - percebi que o lábio inferior dela começou a tremer, e isso cutucou toda a raiva que tenho dentro do peito.

Odeio o fato de que, toda vez que tento arrancar minha tia desse pesadelo, acabo magoando ela. Essa mulher devia me agradecer, sair correndo desse lugar. Mas, em vez disso, criou raízes tão profundas nessa situação que, por mais que eu cave, não consigo tirá-la dali. Ainda.

Eu ia embora antes de fazer alguma coisa imbecil, como gritar com ela, mas minha tia pegou meu braço, enfiou os dedos bem na minha tatuagem com a rosa em minha mão. Estava com uma cara tão triste que, quando olhou para mim, senti um pedaço do meu coração morrer.

- Traz a sua namorada aqui. Vou adorar conhecê-la. - esse é o último lugar da face da Terra que quero trazer a Megan, mas me forcei a dar alguma coisa parecida com um sorriso.

- Com certeza, tia. Qualquer dia desses dou um jeito de trazer ela aqui.

Odeio pensar que a Megan pode ver minha tia acabada e ficar pensando por que não ajudei nem impedi que isso acontecesse com ela. Essas perguntas me dilaceram por dentro todos os dias. Olhando para minha tia, lembrei de cada uma das vezes que ela preferiu ficar com essa vida e com aquele otário em vez de ficar comigo. E isso destruiu algumas das barreiras que criei para proteger meu coração do inferno da raiva que queima dentro de mim.

Nesse capítulo resolvi dar um pouco de paz e sossego para a Megan.
E mostrar a realidade da vida de Jason, coisas que ele
Guarda para si mesmo.

Espero que tenham gostado do capítulo! Até mais ❤️

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