Pricilla
Acordei com alguém me chacoalhando. Porra, não tem o que fazer não?
-- Acorda peso morto, já passou da hora. – É a Liz, e acreditem. Ela é uma garota morta.
-- Vai ver se eu estou na esquina Liz e deixa de ser desocupada. – Cubro minha cabeça com o travesseiro. É brincadeira, a pessoa não pode dormir na própria casa porque uma empata sono vem de madrugada lá do próprio muquifo só pra te acordar.
-- Vem logo. Eu não vou sair daqui até você levantar. E a sua mãe já está vindo aí. – Solto um grito que é abafado pelo travesseiro e levanto que nem um furacão.
-- Eu te odeio. – Digo levantando com raiva da cama.
-- Eu também. Mas me escuta, você não sabe o que aconteceu. – Ela diz toda animada.
-- É, você acertou, eu não sei. Era só isso? – Vou em direção ao banheiro e ela me segue.
-- É sério Pripri, você precisa me ajudar. – Tiro a camisa do mickey e o short (já que não tinha uma saia pra vestir ontem quando meu pai deu piti), entro na banheira e abro o chuveiro com água gelada pra cacete. Começo a tomar o meu banho.
-- Então, você não vai perguntar o que é? – Ela pergunta indignada. – Você é uma péssima amiga.
-- Fala de uma vez Liz. – Digo exasperada, enquanto me ensaboo.
-- Ok. – Ela respira fundo e derrama. – Eu e o seu irmão ficamos ontem.
-- O QUÊ? – Grito com os olhos arregalados e fecho a torneira.
-- Ups. É isso amiga, nem sei como aconteceu, mas o clima estava tão bom e ele é tão fofo.
-- Nem vem que o sol nem estava assim tão bom. – Digo enraivecida. Abro o chuveiro de novo e tiro o sabão do corpo, logo depois o fecho de novo e pego na toalha. – Meu Deus, isso é nojento. – Faço uma careta.
-- Não exagera Pripri, o seu irmão é bem gatinho. Além disso, fica tudo em família, não é legal? – O quê? Isso é insano.
-- Não, não é legal Elisabeth Collins, o Kevin dorme com uma vadia a cada dia, e é um idiota completo, e você esta me dizendo que ficou com ele? – Pergunto exasperada.
-- Não se preocupe Pripri, só rolou uns beijos e amaços mesmo. E quanto as vadias, nenhuma delas me incomodou, então está salvo. – Ela parece feliz, mas eu tenho medo que ela se envolva com o meu irmão e acabe se dando mal.
Olho pra ela e começo a me secar em silêncio, quando termino solto um suspiro.
-- Tudo bem, você quem sabe. Só toma cuidado. Eu não quero você se machucando e ter que limpar meleca do teu nariz por você não conseguir parar de chorar ok? – Digo olhando seriamente pra ela.
-- Pode deixar Pripri, eu vou ter cuidado. Obrigada por me entender. – Ela abre um sorriso de 30000 mega volts e me puxa pra um abraço no mínimo sufocante.
-- Eu continuo achando isso nojento. – Digo tentando respirar.
* * *
Terminei de me arrumar e descemos juntas pra ir pro inferno, o problema é que a nada-inteligente-Liz saiu de casa de manha tão animada pra me contar a notícia bombástica e esqueceu de se lembrar que eu vou pra escola com o Bê, e que ele vem de moto, e que numa moto só cabem duas bundas. Nada importante, já que o cavalheiríssimo Kevin se disponibilizou com a maior boa vontade pra leva-la. No mínimo nojento.
Saí de casa e encontrei como sempre o meu lindíssimo (e só meu) namorado me esperando.
-- Oi vermelhinha. – Ele diz me beijando.
-- Oi, o Kevin e a Liz estão ficando. – Derramo de uma vez. Me entendam, é que eu ainda não tinha me dado conta do estrago.
-- O quê? Eles dois? – É, nojento.
-- Tudo aconteceu ontem. Na praia. Me lembre de não convidar a Liz nunca mais pra ir pra praia comigo ok? – Falo pegando o capacete.
-- O Kevin não perde tempo mesmo. – Escuto ele dizer baixo.
-- Ãh?
-- Nada. – Ele toma o meu capacete e coloca em mim, mas antes me dá um selinho (claro, isso é porque eu sou fofa :3). Então ele coloca o seu capacete e dá partida na moto.
Chegamos na escola na horinha certa, quando já íamos entrar a Liz chega toda contente no carro do depravado do meu irmão. E pra completar eu tive que aturar uma ceninha nojenta deles se engolindo. Então três letrinhas: E – C – A.
Como sempre as aulas foram chatas e entediantes. Não ouve nenhuma invasão de aliens ou zombies, apenas uma infestação de putas peitudas, que se resume a uma só vadia (isso mesmo Mandy-peitos-feios) querendo me irritar dando em cima do meu namorado. Eu garanto a vocês que eu quebro a cara dessa vadia.
A única novidade realmente interessante foi o que o professor de história contou. É o seguinte: a nossa turma (que nem é a melhor de todas) foi escolhida pra fazer uma excursão de história em Washington, onde visitaríamos alguns museus e bla, bla, ba, mas o que interessa é que sairíamos dessa entediante escola nem que fosse por 3 dias inteirinhos. Massa.
A aula consistiu em explicações do que iriamos fazer, onde iriamos, como iriamos, entre outras coisas e eu, claro, como uma aluna sempre interessada e participativa, quis saber de todos os detalhes e pormenores. Nós vamos daqui a duas semanas, e será numa sexta (o que me irritou pelo fato de que vão tirar o nosso fim de semana e perderíamos poucas aulas) e eu estava contando os minutos.
Saio no intervalo super animada, finalmente algo de bom.
Eu vou pra Washington.
-- Parece que tem alguém muito animada por conhecer museus. – O Bê diz chegando com duas cocas na mão e o Diego (um amigo lindo dele, que é caidinho pela Liz) logo atrás com o suco da Liz.
-- Que se lixem os museus, eu quero é conhecer tudo, eu nunca fui pra Washington, mas tudo que eu preciso saber é que ele não fica perto dessa escola e que vou passar três dias lindos por lá. E nem estamos de férias. – Respondo quase gritando a última parte. Sorrio e pego minha coca.
-- Deve ser muito legal mesmo. – A Liz comenta.
-- E é. – O Bê confirma.
-- Hum, e como você sabe? – Pergunto dando um gole da minha garrafa.
-- Eu já morei lá. – Ele responde tranquilamente, já eu, tenho suco escorrendo pela boca depois de cuspir o que eu estava bebendo.
-- O QUÊ? – Essas somos eu e a Liz ao mesmo tempo. O Diego só ri das nossas caras.
-- Eu já morei lá e sinceramente não sei porquê o espanto, afinal é só um lugar. – Ele responde me passando papel pra limpar a minha boca (morram de inveja). Até que ele tem razão não há motivos pra tanto espanto, afinal é só um lugar, e a gente já sabia que ele não morava aqui, afinal ele veio transferido.
-- É. – Eu e a Liz concordamos ao mesmo tempo outra vez, depois de raciocinar por longos minutos sobre o assunto.
-- Onde mais você já morou cara? – Esse é o Diego falando.
-- Muitos lugares, Las Vegas, Orlando, …, aqui nos estados Unidos e em Londres, Portugal, Espanha, Brasil lá fora. – Ele fala simplesmente como se fosse a coisa mais normal do mundo.
-- Caraca. Porquê tantos lugares? E você é novo ainda cara. – Boa Diego, faz as perguntas que eu estou louca pra saber as respostas.
-- O trabalho do meu pai. – Ele bebe a coca que tem na mão e continua. – A empresa dele é grande e tem varias filiais, então ele tem que viajar pra outros lugares e as vezes ficar por algum tempo nesses lugares e eu tenho que ir com ele. Isso desde quando eu era criança. É legal por um lado, mas por outro é chato, é que quando você não consegue fazer amigos que durem, conhecer as pessoas direito fica difícil.
-- Nossa Bê, isso é demais. – A Liz fala entusiasmada.
-- É. – Ele concorda olhando pra mim, então segura minha mão e aperta um pouco, me trazendo pra realidade.
Mas eu só consigo pensar em uma coisa, se o pai dele viaja sempre e ele tem que ir com ele, isso quer dizer que o Bê pode a qualquer momento ir embora. Sinto meu pulso acelerar e um gosto estranho na boca. E eu juro que não é da coca-cola.
* * *
O Bê me trouxe pra casa no fim do dia, ele entra comigo em casa, mesmo que com muito medo do meu pai aparecer. Eu deixo minha bolsa no sofá e vou pra cozinha beber agua, estou quieta, e o Bê percebe isso.
-- O que você tem hein Pricilla? – Ele diz caminhando até onde eu estou.
Subo no balcão da cozinha e bebo um pouco de água.
-- Nada. – Respondo finalmente.
-- Quem nada é peixe Pricilla e você hoje não está parecendo com um. Então fala o que está acontecendo. Você ficou estranha de repente, e nem parece que estava tão animada em ir pra Washington. – Ele se coloca na minha frente.
Olho pra ele e respiro fundo. Ok eu nunca fui de ter medo de falar o que eu penso, mas dessa vez está punk, ele vai embora meu Deus, dá pra entender a gravidade da situação?
-- Ok, você vai embora, foi isso. – Respondo olhando pra ele que faz cara de quem não entendeu nada.
-- O quê? Porquê?
-- Você vai embora. Você disse que o seu pai nunca para num lugar por muito tempo e que ele está sempre viajando e te levando junto. O que quer dizer que a qualquer momento, o mala sem alça do seu pai pode pegar as companheiras dele e ir embora te levando junto. – Digo exasperada.
Ele sorri.
Merda. Eu estou com um gosto horrível de quem bebeu xixi de babuíno na boca por ele estar indo embora, e ele está rindo. Bosta mesmo, ele não gosta de mim afinal.
-- Eu não vou embora sua maluca. – Ele bate na minha testa. Ai não? – Eu disse que o meu pai viajava muito, isso foi antes, ele agora se estabeleceu aqui, e nós não vamos a lugar nenhum. E mesmo se ele fosse se eu não quiser ir eu não vou.
-- Mas se ele te obrigar? O teu pai gosta de mandar nas pessoas, e você sabe que ele pode. – Digo séria.
-- Esqueceu que o seu namorado já fez dezoito? E que ele vai pra onde ele quiser? E sair daqui pra longe de você não é algo que eu esteja com vontade de fazer. – Ele diz todo cheio de si me arrancando um sorriso idiota.
Sabe aquela sensação de alívio que você sente quando faz xixi depois de passar muito tempo apertado? É, é exatamente isso que eu estou sentindo. Um alívio fora do comum. Acho que se eu tivesse feito xixi seria um balde cheio.
Puxo o Bê pra mais perto e o abraço apertado (isso podem ter certeza que foi a Liz que me ensinou).
-- Nossa, se sem eu ir embora eu ganho isso imagina se eu for? – Ele diz se achando, e eu percebo que já chega de melaçao.
-- Não seja idiota, se você fosse, eu arrumaria outro. Talvez um daqueles caras que ficam olhando pras minhas pernas. – Respondo atrevida.
-- É, pena que eu não vou pra porra de lugar nenhum né? – Ele diz e me puxa pra um beijo nada delicado e bem gostoso. Coloco minhas mãos no seu cabelo e o puxo pra mim fazendo ele gemer de forma estranha. Sinto suas mãos descerem das minhas costas pra minha bunda, e me puxando pra mais perto dele.
Estava tudo muito legal até ele me soltar de repente e parar tudo. Baita balde de gelo ártico hein.
-- Que foi? – Pergunto confusa.
-- É que eu não acho que o seu pai entendeu o suficiente, pra ficar feliz em nos ver aqui desse jeito. – A bosta da história é que ele tem razão e que o meu pai mesmo não estando presente consegue atrapalhar. _ Estupendo.
-- Vamos subir? – Pergunto descendo do balcão.
-- Vamos. – Subo nas suas costas e subimos em direção ao meu quarto.
Logo que entramos fecho a porta e tranco (eu não sou tão idiota a ponto de deixa-la aberta) e o Bê me ataca por trás beijando o meu pescoço. Merda isso é bom pra caralho.
Solto um gemido que eu diria fofo até (What fuck is happening with me???), me viro e pulo pro colo dele cruzando os pés nas suas costas. Ele me segura firme e me beija de uma forma muito sexy e “proibida pra menores de dezassete ;)”. Eu me seguro no seu pescoço e me entrego as sensações.
Tem ele em todos os lugares, beijando meu pescoço, mordendo minha orelha, chupando minha boca, passando a língua, tudo. E tem eu ficando cada vez mais quente. Em certo momento eu me afasto um pouco e tiro a regata que estou usando ficado só de top, ele faz uma cara, no mínimo bem depravada e sorri me beijando de novo com mais força. Ainda me carregando ele me ela até a cama e me coloca lá de pé. Então tira a jaqueta e a camisa que tem vestida e voilá. Eu nesse momento sou um exemplo perfeito de alguém babando.
Jura?
Como eu deixei ele ir pra praia e ficar sem camisa mesmo?
Até dá vontade de encher ele daqueles adesivos que se colocam com o nome da pessoa que a coisa pertence. O meu seria assim: isso é meu. Pricilla Campel. Não ouse tocar.
Volto pro presente momento e percebo que o bastardo está rindo da minha cara. Legal.
-- Não tem graça, nem é tão incrível assim. – Digo e faço cara de emburrada.
-- Eu não disse que era. – Ele responde ainda rindo, me deixando vermelha e revoltada. Pulo pra alcançar ele e dar uns tapas, mas como o super-homem que ele é, ele segura as minhas mãos e cola as nossas bocas de novo.
Quando solta minhas mãos elas vão direto pro peito dele e sobem até chegar aos cabelos (é um maldito vicio). Ele se aproxima mais e mais, em dois tempos estamos deitados na cama com ele em cima de mim.
-- Eu te amo. – Ele sussurra com a boca em meu pescoço.
-- Eu também te amo. – Respondo de volta.
E agora eu tenho certeza que ele não pode ir embora.
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oie, um capitulo novinho, cheio de doideiras rsrsr
espero que gostem desse capitulo, e me desculpem se tiver algum erro (não fiz nenhuma revisão), obg por td, continuem lendo e votando ^..^ p/fvr comentem e me deixem saber o q estão achando,
bjinhos
Carla