TEAR
Taehyung
Ano 22, 17 de Julho
Eu tive uma dor intensa ao meu lado. O suor escorria. Ela não estava nem perto dos trilhos da ferrovia, atrás da loja de conveniência, sob a estrada elevada ou sob o trem. Corri para o ponto de ônibus, mas também não consegui encontra-la. As pessoas que esperavam o ônibus me olhavam estranhamente. O que aconteceu? Eu não marquei uma hora para me encontrar, mas era estranho. Ela sempre aparecia em algum lugar e ia para longe, não adiantava, mesmo que fosse chato. No entanto, ela não estava em nenhum lugar que costumávamos ir juntos.
Cheguei a uma parede familiar e parei de andar. Foi grafite que fizemos juntos ali. Foi a primeira coisa que ela desenhou. Agora por cima do grafite havia um enorme X desenhado. Foi ela. Eu não a vi fazer aquilo, mas eu sabia disso. Por quê? Não havia respostas. Em vez disso, muitas imagens foram sobrepostas na parede.
A risada dela quando eu bati minha cabeça enquanto estava deitado nos trilhos da ferrovia. Ela me ajudando depois que eu caí ao tentar ajudá-la a fugir. Sua expressão irritada depois de eu ter comido o seu pão. Seu semblante melancólico quando passamos pela frente de um estúdio de fotografia com uma foto de família exposta. Seu olhar seguindo os estudantes que passaram por nós, estranhos até mesmo para ela. Enquanto grafitávamos aquela parede eu disse:
- Se você em algum problema me conte, não guarde isso para você mesma.
O X foi desenhado em cima de todas essas memórias, parecia me dizer que tudo aquilo fora falso, parecia me dizer que tudo era mentira. Sem perceber cerrei minhas mãos em punhos. Por quê? Claro que não havia resposta. Eu continuei andando. Nós estávamos sozinhos novamente, tanto eu como ela.