Pelas ruas pouco iluminadas da pequena cidade praiana, Flávia me guiava e ria enquanto corríamos em direção à uma ponte que cruzava o riacho de uma margem à outra. Paramos bem no meio e eu a encostei no corrimão para olhar mais uma vez pra ela e ter certeza de que o que estava acontecendo era real. Segurei o seu rosto com as duas mãos enquanto ela sorria de um jeito malicioso e terminava mordendo os lábios. Balancei a cabeça de um lado para o outro e lhe beijei.
As mãos dela em minha cintura transferiam calor para o meu corpo, calor de excitação e dessa vez de desejo em arrancar todas as roupas que impediam que nossos corpos se conectassem novamente.
Algo entre a gente fazia com que cada toque e gesto fosse tentador e provocativo. Eu sentia que ela ficava à vontade comigo e, que assim como eu, adorava uma boa preliminar...
- Anda. Não vamos parar aqui. A casa dos meus pais está perto. – ela me empurrou e correu.
Fui atrás dela e logo chegamos até a casa. E que casa... Tinha 2 andares e uma bela piscina na frente. Ela abriu o portão e foi tirando o vestido à caminho da piscina. Estava usando lingerie rosa, bem clarinha, mas que se destacava no corpo dela. Aquela menina parecia um anjo caminhando em direção à beira da piscina.
- Tá meio frio pra entrar na água agora, não acha ? – eu falei um pouco desconfiada.
- Relaxa... tem aquecedor. E só pra você saber, não tem ninguém em casa e nem vai ter até às 6hrs da manhã.
Ela mergulhou na piscina e me convidou a entrar.
Tirei a bermuda e a camisa. Estava só de cueca e top, sentindo frio.
- Entra logo aqui que eu te esquento. – disse ela rindo do jeito que eu tentava esconder meu corpo.
Entrei na piscina e senti a água quentinha relaxar meu corpo todo...
Ela chegou perto de mim e me beijou. O corpo dela ao encostar no meu, agora sem roupas, fez com que eu esquecesse de tudo e até mesmo do frio que eu achava que iria me incomodar.
Sua mão que estava me empurrando contra a parede agora deslizava pela minha barriga até a minha cueca... Suspirei... e então fiz menção de interrompê-la.
- Shhhhhhh... – ela sussurrou. – não tem ninguém que vá atrapalhar.
Ela beijou meu pescoço e colocou a mão dentro da minha cueca. Eu sem falar nada e apenas com a respiração ofegante só podia deixar que ela fizesse o que bem entendesse comigo. Eu estava literalmente em suas mãos.
Enquanto ela me beijava eu sentia seus dedos a me penetrar e não sabia onde me concentrar. Eu a abracei forte enquanto ela aumentava o ritmo com a mão... ela parecia saber muito bem o que estava fazendo, mas mesmo assim não me senti confortável ali.
- Não podemos entrar ? Aqui fora parece que tem alguém olhando... – eu disse interrompendo.
- Claro que podemos. Vem.
Ela abriu a porta da frente e pediu pra eu esperar que ia buscar um roupão pra mim. O vento fazia eu tremer de frio com as roupas na mão. Ela voltou rápido usando um roupão vermelho vinho e me entregou outro azul escuro.
- Dá aqui suas roupas. Vou colocar pra secar que você molhou tudinho.
Eu entreguei as roupas pra ela e entrei na casa.
- Pode ir subindo, meu quarto é o último do corredor. – ela gritou de dentro da lavanderia.
Eu a obedeci. A casa era linda... cheia de quadros pintados e fotos da família. Eles pareciam muito felizes e os pais dela viajavam muito. Um casal bem sucedido eu logo deduzi.
Entrei no quarto dela e não sabia bem o que fazer. Se tomava um banho ou se sentava na cama... estava perdida.
Escutei ela abrir a porta e entrar.
- Agora... onde eu parei ?! – ela me olhava tão fixamente que eu nem soube como reagir. Senti meu rosto corar.
- Eu estou sem palavras... – deixei escapar.
Ela chegou perto de mim, tirou o meu roupão e falou:
- Não precisa falar nada. Vamos usar a boca para fins mais interessantes...
Aquele lado dela havia superado as minhas expectativas e se na primeira noite em que transamos eu quem tomei as rédeas, agora ela tinha me deixado de mãos e pés atados. Eu estava totalmente à mercê das vontades dela.
- Você não precisa sentir vergonha do seu corpo Cris, ele é lindo. Você é linda demais. E fica mais linda ainda quando fica sem jeito. Meu deus... que mulher maravilhosa eu encontrei... – ela intercalava os elogios com beijinhos suaves em meu rosto.
Devagar ela foi me empurrando até a sua cama, me deitou com delicadeza e pediu que eu esquecesse de tudo e que aquela noite eu fosse só dela. Aquele pedido me fez lembrar de algumas coisas do passado. Olive. Raquel... Mas afastei os fantasmas. E me entreguei à Flávia.
As carícias dela eram intensas, com intervalos entre brutalidade e sutileza. Ela tinha me dominado dessa vez e o prazer que eu estava sentindo com ela era de me fazer revirar os olhos.
Depois que nossos corpos cansaram, ela deitou ao meu lado e ficamos conversando. Aproveitamos para nos conhecer melhor e eu me sentia um pouco mal por não contar logo à ela que estaria indo embora no próximo mês.
O sono foi chegando e as palavras foram ficando escassas, ela se aproximou de mim e deitou com a cabeça em meu ombro, eu me virei para ela e abracei. Dormimos ali, só com o cobertor por cima de nós e então eu senti algo muito bom, não senti que era um compromisso, senti que só estávamos ali por que queríamos. Não haviam expectativas envolvidas, só uma atração muito forte.