- As bolsas já foram compradas.
- O tanque do carro já está cheio - Mike diz.
- As máscaras também. - Lexy fala.
- Máscaras? Pra quê?
- Você não espera que nós invadiremos o carro e a casa dela com nossos belos rostos amostra, né?
- É, faz sentido.
Eu, Mike, Lexy e Carlos estamos em uma chamada de vídeo fechando os detalhes do plano.
- Bolsas idênticas, confere; Máscaras, confere; Carro, confere... e... Ah sim, as luvas, Malu, confere?
- Confere. - Olho para as luvas de couro que estão na minha estante sobre uma pilha de livros escolares.
- Coragem? - Carlos pergunta.
- Não confere. - Alexsandra diz, me fazendo dar risada.
- Quando vamos iniciar?
- Pode ser amanhã. Você tem todos os horários de chegada e saída dela, né, Má? - Carlos pergunta, sua voz sai distante do telefone.
- Tenho, pode ser amanhã, então.
- Amanhã é o dia, hein, galera.
- Nem me fale. Desligando agora, avisem os outros.
Desligo a chamada jogando meu celular ao meu lado na cama, que seja o que Deus quiser. Vai dar tudo certo, tem que dar. Caso alguma coisa dê errado não faço ideia do que vou fazer depois.
Eu vou acabar com ela de uma forma ou de outra. Eu juro ou não me chamo Malu.
É pelo meu irmão, é pela minha família e por mim. Isso vai ter que acabar para sempre, eu vou terminar o que a tia Giovanna começou. Não terei medo, por todos que eu amo.
Amasso umas folhas de caderno usadas e vou enchendo as bolsas, colocando algumas pedras para dar peso. A cada folha amassada eu me sinto mais tensa, isso que ainda faltam horas para a execução do plano. Não posso deixar o nervosismo transparecer quando estiver cara a cara com ela.
O toque do meu celular me assusta, me lembrando que devo me controlar.
- O que é? - Me esqueço de olhar o nome de quem ligou, é um vídeo chamada porém a imagem está escura.
- Malu?
- Johnny? - Meu coração se acelera. - Você está bem?
- Estou bem e você?
- Bem... Não achei que você fosse me ligar.
- Não fiquei feliz com como as coisas entre nós ficaram na última vez que esteve aqui, não foi... nada bom.
- É, pois é. Eu perdi um pouco a cabeça. - Passo meu dedo indicador pelas linhas de costura do cobertor.
- Sim, mais ou menos. É que você ainda não teve uma conversa com a Sthefanny pessoalmente, você precisa ver como ela é gente boa.
- Johnny, pelo amor de Deus... - perco um pouco o rumo da fala, tendo uma ideia como luz. - É, você tem razão. Talvez eu devesse ter uma conversa com ela, na paz, sem estresse.
- Comigo junto, claro. Para garantir que você não a mate.
Com toda certeza.
- É, melhor mesmo. - Damos risada.
- Amanhã eu posso ir ai, eu tenho que resolver umas coisas de qualquer forma. Eu volto com o Mike depois da aula, tudo bem?
- Tudo bem, te encontro aqui em casa então.
- Beleza. E, mudando de assunto agora: você descobriu algo sobre a Melanie?
- Mais ou menos, muita coisa, na verdade. Eu acho que sei de tudo, ou pelo menos a maioria.
- Uau, sério? Que incrível, e como você descobriu?
- Ela me contou.
- O quê?! Não, não acredito mesmo. Como assim?
- Pois acredite, foi tudo muito de repente. Ela estava chorando, eu cheguei e conversamos. Nós estamos nos dando bem.
- Eu nunca achei que fosse ouvir isso um dia, em toda a minha vida. Mas e ai, o que ela tem, é grave?
- Depende do seu ponto de vista, eu sinto muito, John, mas não posso te contar eu prometi pra ela que não contaria para ninguém. Só posso dizer que: Johnny, luta por ela, de verdade, não desista de vocês dois essa história ainda não acabou. Vocês tem que ficar juntos, de verdade.
- Quem é você e o que fez com a minha irmã? Me devolve ela agora.
- Idiota, estou falando sério. Ela só é mal interpretada. Eu tenho que ir agora, depois nos falamos.
- Beleza, dá um beijo no Pety e nos pais por mim. Amo você, tchau.
- Também amo você - as palavras saem um tanto amargas, mas são sinceras. - Tchau.
A primeira coisa que faço ao desligar é mandar uma mensagem para o pessoal dizendo que vai acontecer uma pequena mudança de planos. Eles devem ficar espertos amanhã, quando eu for encontrar a Sthefanny.
Ela que se prepare.
- Você tem certeza? Olha qualquer coisa eu posso...
- Mike, calma. Vai dar tudo certo, estou pronta. Todos nós estamos, ok? - Coloco minhas mãos em seu rosto, acariciando levemente.
- É que todo esse plano parece maluquice, essa mulher é perigosa.
- Eu sei, nada vai me acontecer. O Johnny vai estar junto na hora, tirando na parte do início do plano. Nós planejamos tudo nos mínimos detalhes, relaxa. Confia em mim?
- Confio, não confio nela. - Fecho meus olhos por um segundo, encarando seus olhos verdes novamente. - Não sei o que eu farei se algo acontecer com você.
- Não vai acontecer nada. Eu tenho que ir agora. - Ele apoia sua testa na minha.
Estamos dentro do seu quarto, vim falar com ele antes de ir me encontrar com meu irmão e a V.V.V.
- Preciso de uma garantia - ele se afasta com um sorriso discreto, pegando algo no seu criado-mudo. - Comprei isso, eu senti que precisava comprar isso para você.
- O quê?
- Um rastreador - Mike me mostra o aparelho quase minúsculo em suas mãos.
- É sério? - Dou risada, - Por favor, Mike, eu não vou precisar disso.
- Apenas para eu ficar mais tranquilo, coloca em alguma parte escondida.
Ele coloca o aparelho em minhas mãos, para mim isso é bobagem mas se vai o tranquilizar não me resta outra opção.
- Você é um exagerado.
- Me promete que vai sempre usá-lo quando for fazer algo perigoso e que envolva essa mulher?
- Prometo, é claro.
Coloco minha mão com o aparelho por baixo da minha camiseta, encaixando ele de maneira firme na parte interna do meu sutiã com bojo removível, Mike segue os movimentos da minha mão por alguns segundos desviando os olhos em seguida. Me atrapalho um pouco no processo até ter certeza que está seguro.
- Certo? Dá para ver? - Pergunto, deixando as costas eretas e as mãos no meu quadril.
- Bom, você tem os seios... - ele aponta, um tanto desconcertado. - Chamativos, bem realçados - gargalho com o seu desconcerto - nessa sua regata apertada, então está realçando bastante, o que deixa o aparelho marcando.
- Ata, tudo bem. - Coloco minha mão onde está o aparelho, Mike desvia os olhos novamente - Vou colocar uma camiseta grande então, e uma blusa de frio por precaução.
- Espera ai - ele caminha na direção da sua cômoda de camisetas, ele joga uma preta na minha direção.
Eu estou vestida completamente de preto, com roupas confortáveis para a aventura perigosa em que vou me meter.
- Fica de costas, vou trocar. - Aviso.
Arranco a regata em um segundo, jogando ela na cama do Mike e vestindo a camiseta que ele me emprestou, ela esconde a maior parte de cima da calça legging preta que estou usando, batendo nas minhas coxas.
- Você quer uma blusa? - Ele pergunta.
- Não, tá calor. - Checo as horas no relógio da parede - Eu tenho que ir agora, daqui a pouco o Johnny bate na porta do meu quarto.
- Certo, toma todo o cuidado possível, entendido? - Ele volta a se aproximar, enrolando uma mecha do meu rabo de cavalo no seu indicador.
- Tranquilo, obrigada por me ajudar com essa loucura. Apesar de não concordar você está me apoiando, acho isso lindo.
Em resposta Mike me beija de uma forma diferente, ele parece mais carinhoso e parece querer aproveitar mais, como se ele estivesse com receio, aproveitando como se fosse o nosso último.
- Vai ficar tudo bem. - Murmuro com os lábios ainda grudados nos dele - Eu prometo.
Passo meus braços em volta dos ombros dele, sinto suas mãos descendo pelas minhas costas. Com muito custo, antes que as coisas esquentem mais eu me afasto deixando um selinho nos seus lábios.
- Nos vemos daqui a pouco, na fuga.
- Na fuga - ele diz com humor, mas sua voz não carrega o mesmo.
O beijo mais uma vez antes de me afastar, sem deixar de notar sua expressão preocupada. Ele não vai se tranquilizar enquanto não estiver na frente dele novamente.
Eu também não quero admitir mas estou tão preocupada quanto ele, qual a probabilidade de algo dar errado?
E ai meus amores, como estão? Malu e Mike são tão cuties, não sei lidar com todo esse carinho e confiança que ambos tem um pelo outro. Apesar de não concordar o Mike respeita as decisões dela, tem como ser mais adorável?
Não se esqueçam de votar.
Beijos
Alice.