Amor Maluco

By alicejfsilva

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Apesar de crescer com a fama, Malu sempre procurou levar uma vida tranquila, morando em Hills City, uma peque... More

Aviso
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Parte 2 - Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Bônus Mike
Capítulo 91
Capítulo 92
Capitulo 93
Capítulo 94
Parte 3 - Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 101
Capítulo 102
Capítulo 103
Capítulo 104
Capítulo 105
Capítulo 106
Capítulo 107
Capítulo 108
Capítulo 109
Capítulo 110
Capítulo 111
Capítulo 112
Capítulo 113
Capítulo 114
Capítulo 115
Capítulo 116
Capítulo 117
Capítulo 118
Capítulo 119
Capítulo 120
Capítulo 121
Capítulo 122
Capítulo 123
Capítulo 124
Capítulo 125
Capítulo 126
Capítulo 127
Capítulo 128
Capítulo 129
Capítulo 130
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 35

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By alicejfsilva



Meus pais estão com a guarda ainda mais levantada. Eu não posso sair sozinha, Peter não fica com mais ninguém que não seja da família, as portas e janelas estão sempre fechadas - mesmo com o alarme - e ninguém fica até tarde na rua. Meus pais já deixaram todos os amigos deles cientes do retorno dela, e a reação deles não foi diferente.

Eu acho um pouco exagerado. Ela é só uma mulher sozinha, não tem grana para pagar alguém. Ela trabalha como garçonete e pelo o que fiquei sabendo do meu tio Bruno, a falecida Giovanna tratou de deixá-la na merda. Ela não conseguiria se reerguer tão fácil, nunca conseguiria ter uma condição financeira considerada boa.

Pelo o que vi na sua aparência, ela está bem magra e as marcas em seu rosto mostram que ela não teve uma vida muito boa. Em uma luta corpo a corpo eu acho que eu a derrubaria com facilidade, duvido que ela correria o risco de invadir nossa casa sozinha, ou pelo menos sem estar armada.

Mas foi como a tia Yasmin falou: uma mulher tem outros meios de pagar alguém para conseguir o que quer.

Eu preferi não discordar. Eles conviveram com aquela mulher e passaram por tudo de ruim que ela os causou, ninguém melhor do que eles para saber do que Sthefanny é capaz.

Foi nessa semana que eu percebi o certo poder que essa mulher tem sobre minha família. Minha mãe parece abatida e preocupada, enquanto meu pai se mantém sempre em alerta. Até o pequeno Peter notou que nossos pais estão estranhos. E eu fiz o time perder no nosso último jogo, sorte que não era um jogo que fazia parte do campeonato.

O único que não sabe de nada é o Johnny.

Meus amigos e o Mike foram os únicos que conseguiram me distrair um pouco. Eu não faço ideia do porquê me afetei com isso, não podemos dar esse gostinho a essa tal mulher. Não mesmo.

Eu mesma faço questão de acabar com ela. Ela não pode simplementes chegar e aterrorizar todos. Não vai mesmo.

Eu só preciso descobrir o ponto fraco dela.

Eu quero a destruir sem dó nem piedade. 

Se ela veio para se vingar, eu aproveito para dar o troco.

- Eu me pergunto o porquê de eu ainda concordar com essas suas ideias malucas.

- Não faça barulho! - Sussurro para minha amiga, colocando meu dedo indicador em frente os meus lábios.

Lexy foi a única pessoa que eu decidi chamar para me ajudar a descobrir umas coisas sobre a Sthefanny. E agora, cá estamos nós no fim do dia em frente a sorveteria que a mulher trabalha. Estamos esperando ela sair.

Para que ela não nos veja, estamos escondidas atrás de um carro que está do outro lado da rua. Viemos a pé pois eu descobri que ela vai para o trabalho sem carro, mesmo tendo um, aliás, um carro bom e caro de mais para quem trabalha como garçonete.

- Olha, ela está saindo. - Digo, checo a hora no relógio em meu pulso. - Horário de almoço, meio dia e meio.

Meus olhos seguem a mulher, quando vejo que ela já está a uma distância considerável eu puxo a Lexy pela mão. Enquanto seguimos a mulher passando por trás de carros e arbustos.

Minhas pernas começam a latejar de tanto andar agachada.

- A casa dela não chega nunca? - Minha amiga murmura baixinho.

Puxo minha amiga para o chão, atrás de um muro quando vejo Sthefanny se virando para olhar para trás. Senti meu joelho contra o asfalto tendo a certeza que consegui um belo arranhão.

Conto exatos cinco segundos antes de ir conferir se ela já voltou a caminhar, estamos quase a perdendo de vista, por isso começo a correr em silêncio pela rua deserta.

Reparo que estamos em uma comunidade agora, uma das regiões mais pobres de Hills City. Não conheço nada aqui.

- Onde eu fui me meter, Deus? - Lexy pergunta.

- Olha, olha ela está entrando naquela viela. Vem.

Alexsandra se esconde de um lado e eu do outro, na entrada da viela. Sthefanny está abrindo uma porta, acho que finalmente chegamos em sua casa.

Quando ela entra e fecha a porta eu relaxo meus ombros.

- Descobrimos. - Encosto minha cabeça na parede.

- Precisamos anotar o nome da rua e da casa. - Lexy saca o seu celular procurando pela placa com o nome da rua.

Entro na viela parando em frente a porta da sua casa, decorando bem a entrada do ambiente e o número da casa. Me abaixo para checar a fechadura.

- Nós vamos precisar de uma cópia.

- Impossível... - Lexy murmura.

Rodeio a casa, procurando por janelas. Encontro uma de alumínio na parte lateral da casa. Se eu pegar alguma coisa fina eu posso subir a trava dela e abrí-la facilmente, já que tem uma pequena fresta que parece não se fechar. Ela é do tipo daquelas janelas antigas que você trava por dentro apenas descendo uma pequena trava. Eu posso fazer isso.

- Vamos, vamos.

- Amanhã estaremos aqui novamente.

- Maluca, onde você está? - Fecho meus olhos com força, enquanto aperto o volante.

- Hey, estou com a Lexy.

- Em qual lugar? Passei na sua casa e não tinha ninguém.

- Não vou demorar.

- Por que está fugindo da pergunta?

Afasto o celular da orelha e encaro minha amiga, estamos com o carro estacionado em frente a casa da Sthefanny. O céu nublado está de acordo com o meu humor.

- Conto ou não?

- Ele vai surtar, eu não sei.

Se os meus pais souberem disso que estou fazendo eu estou frita. Tenho que terminar o que comecei, preciso ajudar minha família e acabar com essa mulher. Já é o segundo dia que venho aqui.

- Não estou fugindo, Mike, eu não vou mentir pra você. Quando eu chegar na B.D.A. nós conversamos.

- Malu...

Desliguei.

Ele vai ficar furioso comigo, ele que me desculpe mas não posso envolver mais ninguém nesse rolo. Já basta a Lexy, eu deveria estar fazendo isso sozinha sem colocar ninguém em risco.

- Vamos. - Pego minha mochila no banco de trás, saindo do carro.

De acordo com minhas pesquisas e observações; Sthefanny está no trabalho agora e não vai sair pelas próximas seis horas, ou seja, temos tempo de sobra para entrar e procurar qualquer coisa que a prejudique.

Enquanto Lexy checa se não há câmeras no lugar, eu trato de abrir a janela com várias tentativas com os matérias que eu trouxe. Quando eu finalmente consigo quase solto um grito em comemoração.

- Amiga, consegui!

- Perfeito, vamos logo com essa loucura.

Pulo a janela, procurando um interruptor para acender as luzes do lugar, que mesmo com as luzes acesas é mal iluminado.

- Cruzes... Amiga, olha isso. - Alexsandra chama minha atenção, caminho até o canto que ela está.

- O quê...? - Deixo a pergunta no ar quando me deparo com uma foto do Johnny, uma recente e uma antiga. Logo em seguida eu apareço e depois o Peter.

Parecem ser fotos novinhas, tanto que estão dentro de saquinhos transparentes com a logo de uma empresa de fotografia. Ela deve as ter revelado depois que me conheceu na sorveteria, foi atrás de informações. O que deve ter sido extremamente fácil considerando que nossa família tem uma biografia completa no Google.

- Céus, essa mulher é... louca. - Minha amiga murmura, folheando uma pasta.

- Tudo bem, vamos continuar procurando qualquer coisa que possa nos ajudar. Só preciso tirar umas fotos disso. - Pego meu celular.

O lugar é pequeno e tem a exata aparência de um cortiço, dá para ver que ela não vive nas melhores condições.

Consigo encontrar outra pasta de documentos, parecem antigos e outros recentes. Nada de útil que possa nos ajudar, ainda assim eu tiro fotos para ter certeza e checar com mais calma quando estiver em casa.

Encontro um notebook dentro de sua gaveta de calcinhas, não podia ser mais previsível. Por sorte o aparelho não tem senha alguma, entro em diversas pastas até que o nome de uma delas me chama a atenção: Bullworty.

Dentro dessa pasta encontro mais pastas, a maioria tem o nome do Johnny ou da minha mãe. A última da lista está nomeada com o nome Giovanna. No fim, os sobrenomes de todos os nossos amigos e familiares estão aqui. São como arquivos com informações gerais nossas, nada confidencial. Mas o que me assustou foi o fato de que estão datadas a anos, antes mesmo de eu nascer. São arquivos antigos. É como se ela estivesse de olho em cada passo nosso todos esses anos.

O início da carreira dos meus pais, entrevistas e locais. Aparentemente ela ficou um tempo sem arquivar nada, mas parece que voltou esta semana. Eu preciso copiar tudo isso.

Sabia que o pen-drive que trouxe seria útil.

Essa mulher passou anos acumulando todo esse ódio da minha família. Até onde isso vai dar?

- Malu, olha.

Lexy coloca em minha frente um álbum mediano, quando eu o abro encontro várias fotos do Johnny, bebê. Inclusive ela aparece em algumas, devo admitir que ela era extremamente bonita na juventude. Seu olhar frio e cruel não parece ter mudado, nem a cara de vadia.

Tiro foto do álbum todo, quando termino abro um vídeo no notebook para a Lexy ver. Johnny é o que mais aparece.

- Clica nesse com o nome dos seus pais.

Aperto em cima do vídeo. Ele é longo, pulo o vídeo para frente que até o momento apenas gravava um quarto, uma cama, na verdade.

- Esse é o tio Gabriel?! - Arregalo os olhos quando vejo meu pai bêbado acompanhado da Sthefanny.

- Ele e a Sthefanny, isso é de anos.
Meu pai era tão bonito na adolescência quanto é hoje em dia, eu entendo a história deles agora. Sthefanny claramente dá em cima do meu pai e mesmo ele estando bêbado a rejeita de maneira engraçada, debochado. Defendendo Isabella, minha mãe.
- Eita... - Minhas mãos vão parar na minha boca quando ela dopa o meu pai, quando ele apaga ela começa tirar suas roupas.

- Meu Deus...

Estrategicamente ela posiciona meu pai na cama, estando apenas com as peças íntimas. Sthefanny também se deita, acelero o vídeo e paro no exato momento que minha mãe entra no quarto paralisada com a cena.

Eu sabia que ela havia feito coisas horríveis, mas não sabia o quanto. Ela armou tudo isso.

- Presta atenção - Lexy me sacode. - Será que esse é o pai do John? Porra... O Johnny é a cara desse homem.

Não tenho dúvida de que o homem no vídeo é o pai do meu irmão. Realmente são parecidos.

Agora eu entendo toda a preocupação dos meus pais, entendo perfeitamente. Essa mulher é maluca e é capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer. Ela está com sua mira em nós, principalmente no meu irmão mais velho.

Tiro o pen drive após copiar todos as pastas para ele. Me certificando de deixar o notebook do jeitinho que estava antes.

Ao entrar no quarto da Sthefanny me deparo com mais centenas de fotos do Johnny.

Ele é o ponto fraco dela.

Não acho que ela o ame ou algo do tipo, decerto se trata de uma obsessão perigosa e doentia. Ele é o alvo principal dela.

Travo no meu lugar ao escutar um barulho de carro. Não pode ser ela, ela não usa seu automóvel.

Se alguém nos pegar aqui, acabou para nós duas.

- Merda... - Resmungo, correndo para a sala.

- É ela, ela está com um homem.

- Puta merda, corre, amiga. A mochila!

Lexy é a primeira a pular a janela, enquanto eu termino de desligar as luzes e checar se não estamos deixando pistas.

- Dá tempo de fechar a janela, vai. Ela ainda está chegando na porta. - Minha amiga avisa, com a cabeça inclinada um pouco para frente sendo capaz de ver quem quer que seja.

Sorrateiramente e tentando fazer o mínimo barulho possível com essa janela emperrada, eu a fecho, sinto meu braço formigando e a adrenalina pulsando em minhas veias, junto com meu coração acelerado.

- Vamos, vamos, ela entrou.

Alexsandra e eu corremos para fora da viela fazendo o mínimo barulho possível. Em um instante já estávamos dentro do seu carro, eu sai fazendo as rodas do veículo cantarem contra o asfalto.

- Whoa! Whoa! Isso foi insano! - Lexy segura a alça do carro acima da sua cabeça, tão animada quanto eu. - Nós realmente não devíamos mais fazer esse tipo de coisa.

- Uma aventura é sempre bom. - Digo, voltando a sentir um incômodo no braço.

- Ai meu Deus, o que é isto no seu braço, Malu?! - A expressão horrorizada no rosto dela me faz parar o carro para checar.

- Oh, merda... - Me deparo com o corte mediano em meu antebraço, o sangue está prestes a pingar. - Deve ter acontecido quando pulei a janela na correria, estava cheio de coisas pontiagudas.

Lexy se inclina para os bancos de trás em busca de algo, voltando com sua mochila da B.D.A. Em um segundo ela me entrega uma toalhinha de rosto.

- Não é um corte grave, mas tá saindo muito sangue e você provavelmente vai ficar com a marca umas boas semanas.

Porcaria.

Meus pais não podem ver isso, eles saberiam na hora que eu estava me metendo onde não devia. Aperto a toalha contra o machucado sentindo o corte arder cada vez mais.

Alex dominou o volante, enquanto eu dava um jeito de diminuir o sangramento no meu braço. Eu devo limpar isso para não infeccionar.

- Vamos pra minha casa, meus pais não estão. - Lexy vira em uma esquina, dirigindo mais rápido que o normal dela.

Subimos para o seu quarto enquanto eu resmungo pelo ardor, nada que eu já não tenha sentido antes. Tranquilo. Eu aguento.

Minha amiga pega uma caixa de primeiros socorros, começando por água oxigenada.

- Ai porra... isso arde. - Cerro meus dentes quando o algodão toca novamente minha pele aberta.

- Talvez você precise de pontos, isso parece ter uns sete centímetros. Está meio grandinho.

- Não vai precisar, não posso ir sem um responsável e não penso em mostrar isso aos meus pais nem ferrando.

- Isso pode infeccionar, sua retardada!

É um corte cumprido mas não está profundo, vou sobreviver. Só preciso manter limpo.

Mordendo meu lábio com força para não reclamar enquanto Lexy limpa a ferida, me mantenho calada.

Caso meus pais vejam tenho que ter uma desculpa para isso. O que eu vou contar ao Mike?

- Acho melhor você não ir para as aulas de dança hoje. - Ela diz quando cobre a ferida com uma gase e esparadrapo.

- Nem você, considerando que nós já estamos atrasadas. Iríamos ouvir bastante por isso

- Avisa sua mãe.

Dobro meu braço e o estico para ver se não sentirei nenhum incômodo. Após minha inspeção eu pego meu celular e disco o primeiro número da lista.

- Oi?

- Mãe, eu ainda estou na casa da tia Yasmin agora. Lexy e eu acabamos perdendo a noção do tempo e não vamos conseguir ir para às aulas.

- Perderam a noção do tempo por quê?!

- Estávamos maratonando uma série e vimos apenas agora.

- Você disse que estaria aqui antes das três, por isso deixei você ir.

- Eu sei, mãe, foi mal. Eu já estou a caminho de casa, em dois minutos estou ai.

- Eu estou na Bullworty agora, o Mike estava preocupado com você. Por que não atende seu melhor amigo?

- Não vi tocando, estou indo pra casa. Tchau, mãe, beijo.

- Tchau, Malu, não para nenhum instante na rua.

- Ok.

Não posso contar ao Mike o que fomos fazer, o que eu devo fazer?

- Alex, obrigada por estar comigo hoje, de verdade.

- Pode contar, parceira. Quando chegar em casa me manda mensagem, dá para dirigir?

- Dá, de boa. Nos vemos amanhã na escola.

- Tá. Me conta o que descobrir depois que analisar as fotos e documentos com calma.

- Beleza.

- Oi, Haydee. Que surpresa ver você essas horas.

A mãe do Mike é pediatra e em alguns momentos passa mais tempo no hospital que em casa. Ela sem dúvidas se sacrifica pelos seus pacientes pequeninos.

- Oi, Malu. É, hoje não tive plantão. Como você tá?

- Bem, bem e você? Faz dias que não te vejo.

- Tempo corrido, estou bem. O que aconteceu com o seu braço? -Ela olha rapidamente para a gase em meu braço.

- Um pequeno incidente, mas nada demais, só um corte superficial. - Olho para baixo. - O Mike já chegou? - Desconverso.

- Já, está no quarto dele. Você quer algo para beber?

- Não, valeu. Vou subir para falar com ele.

- Tá bom. Mas tenha paciência, ele chegou irritado hoje e o Mike chateado você sabe como é.

- Sei, sei. Sem problemas, eu tenho minhas formas de amansar a fera.

Não percebi que a frase podia ter duplo sentido até o momento que elas sairam da minha boca e a Haydee sorriu minuciosamente, fazendo um gesto para eu me sentir a vontade.

Bato firmemente na porta do seu quarto, entrando apenas quando ele respondeu ao chamado. Quando entrei ele ainda não olhava na direção da porta, se virou apenas quando ouviu o barulho dela sendo fechada.

- Olha quem apareceu. - Seu deboche transparece.

- Eu sei, eu sei. Me desculpa, tá legal? Eu sei que você está chateado por eu ter desligado na sua cara, não ter atendido mais, por ter te dado um bolo lá na Bullworty e por não ter dado notícias o dia todo, ontem e hoje.

- Que bom que sabe. - Ele volta sua atenção para o computador, aposto que ele deve estar preparando a aula de amanhã.

Sabia que ele ficaria assim e com razão.

- Anda, Mimi, não faz assim. - Me aproximo da cadeira que ele está sentado. - Olha pra mim.

Coloco minhas mãos no seu rosto e faço com que ele olhe para mim.

- Me desculpa, eu realmente dei bola fora contigo. 

Se tem uma coisa que os meus pais me ensinaram é a saber reconhecer o erro e vencer o orgulho e pedir desculpas. Eles sempre me disseram que já se prejudicaram demais por causa do orgulho inflado que ambos tem.

- Vou te contar onde estava. - Apoio minha testa na sua fazendo meus cabelos cairem feito uma cortina escondendo nossos rostos. Deposito um selinho demorado nos seu lábios reconhecendo que precisava disso depois do longo dia que tive hoje.

Eu não preciso demonstrar que estou cansada ou abatida, ele simplesmente sabe sem que eu precise dizer. Acho que ele me desculpa já que se levanta para me dar um abraço apertado, encaixo perfeitamente nos seus braços me aconchegando ali. Ele deve saber, sem dúvidas deve.

- Agora me diz: aonde esteve e por que está com o braço machucado?

Não se esqueçam de votar.

Beijos

Alice.

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