*Bernardo POV*
Eu não consigo resistir a ela, parece que ela tem algo que sempre me arrasta pra ela, ela não é igual, ela é única.
Além de me deixar com um tesão sinistro.
Desde o dia em que eu vi aquela cabeleira vermelha passando pelo corredor eu tive certeza ela daria problema. Mas como um idiota que sou (é a Pricilla conseguiu me convencer que eu sou um idiota), então como um idiota que eu sou eu me aproximei dela, eu quis conhecer, estar perto, e hoje eu não consigo me afastar dessa problemática garota com boca suja e incrível capacidade de me tirar do serio.
Se o meu pai me visse agora diria que eu sou fraco por não me controlar em frente de uma mulher, mas quem se importa? Ele é um idiota que nem sabe o que é gostar de uma pessoa.
É isso, eu gosto dela, gosto de cada coisinha que ela faz, gosto da forma como ela fala, do jeito dela, do cabelo dela, de tudo nela, gosto demais das pernas dela e daquelas tatuagens que me deixam duro todo o dia, eu posso ser um idiota por isso, mas eu gosto dela, e isso é demais.
Então resumindo: eu gosto de uma diaba boca suja, que me tem em constante estado de tesão e além de ser encostada só me arruma problema.
-- Então o que vamos ter pra comer? – Ela questiona se sentando em cima do balcão da cozinha.
-- Sanduíche pra você está bom? A Glorinha me ensinou como fazer um. E é comestível.
-- Eu estou com fome Bê, então qualquer coisa que você me der eu como.
Quase solto um rosnado com o pensamento que vem na minha cabeça depois dessa frase. Porra.
-- Legal. – Me viro pra não olhar mais pras pernas dela e não denunciar o meu estado. Procuro tudo que preciso e começo a fazer os sanduíches, tentando não esbarrar nela e nem olhar pra onde eu não devo.
Mas que merda, que short é esse meu deus? Ou ela pensa que eu sou santo, ou pensa que eu sou cego. Só pode.
-- Quem é Glorinha Bê? – Ela desce de onde estava e fica do meu lado, a cabeça dela bate no meu ombro.
-- É a minha mãe.
-- Pensei que a sua mãe tinha morrido. – Sinto a raiva que sempre aparece quando falo da minha mãe aparecer, eu não gosto de lembrar dela. Por isso digo que ela morreu.
-- É, eu disse. – Tento fazer ela esquecer do assunto ficando quieto.
-- Então? Fala Bê. – Ela insiste.
-- Melhor esquecermos disso Pricilla, eu não quero falar da minha mãe.
-- Mas eu quero ouvir, por favor, eu quero ajudar. – Ela faz uma cara de anjo. Na verdade ela parece um anjo as vezes, mas eu sei que não é.
-- Esquece Pripri, eu quero esquecer a minha mãe. – Ela não merece que a minha nanica sequer pense nela, ela não presta.
-- Ok. – Ela fica na ponta dos pés e me olha atentamente, fico nervoso, ela me deixa nervoso. Depois de alguns segundos nos encarando Pricilla de repente se estica e cola sua boca na minha. E sinto que estou no céu, toda a merda que a minha mãe fez desaparece, fica só uma linda nanica de cabelos vermelhos que esta na ponta dos pés me beijando. E um tesão além da conta.
Ela me solta e me olha confusa.
-- Merda, me diz que eu não fiz isso. – Ela olha pra todos os lados menos pra mim. – Ok, isso foi uma idiotice, eu… esquece, você…
Não deixo ela terminar, seguro ela pela cintura e a puxo pra mim, dessa vez eu beijo ela, beijo ela de verdade, colo a sua boca na minha e a aperto, fazendo com que ela acompanhe os meus movimentos, passo a língua pela boca dela e mordo, fazendo com que ela abrisse passagem pra boca quente dela, nossas línguas se movem devagar, e eu sinto o gosto doce dela. Ela se agarra em mim e me segura pelos cabelos, eu gosto quando ela faz isso quando estamos conversando, mas agora está demais. Sinto o meu pau se inchar dentro da minha calça e ganhar vida própria, isso não vai dar certo.
Puxo a Pricilla mais pra cima e a coloco em cima da bancada da cozinha, ela para e me olha um pouco, esta com os olhos mais escuros e tem a boca inchada. De repente ela sorri.
-- Que foi? – Pergunto confuso, eu beijo ela e ela ri? Eu não entendo essa garota.
-- Você, tem a boca cheia de batom vermelho. – Ela ri mais ainda. E limpa minha boca com os dedos delicados dela. – Está que nem um travesti.
-- Bom saber que você se diverte com isso. – A nanica ri, e fica me encarando. – O que a gente fez nanica?
-- Eu nem sei… -- quando penso que ela ia dizer qualquer coisa dois caras entram pela casa, fazendo a gente se virar que nem nos filmes.
-- Merda. – Escuto a Pricilla, e tenho a nítida impressão de que isso não é bom pra mim.
-- Mas o que é isso dona Pricilla? – Um deles pergunta, e eu percebo que deve ser o pai dela, merda, eu estou frito.
-- Sem o dona ok pai? – Ela desce do balcão e se coloca na minha frente, eu agradeço aos céus por isso, a minha situação na frente não ia ajudar nesse momento. – E isso sou eu acabando de beijar um garoto.
-- Isso eu percebi, mas me explica, o que esse garoto está fazendo aqui, e porque eu ele estava beijando você?
-- Bom isso ai pergunta pra ele. – Ela sai da frente e vai pegar o sanduíche que eu estava fazendo. Merda Pricilla, e o meu pau, como fica?
-- Hiii, morreu brother. – O outro cara que estava com o pai da Pricilla que até agora só ria se aproxima e pega um dos sanduíches que eu fiz.
-- Então rapaz? Me explica o que você esta fazendo na minha casa e porque você estava beijando a minha filha? – Olho pra Priscilla pedindo ajuda, mas a desgraçada esta muito ocupada comendo o sanduíche que EU fiz.
-- Eu vim trazer ela e… a Pricilla me convidou pra entrar porque ela não queria ficar sozinha, e… -- maldita hora que eu deixei a Pricilla me enrolar.
-- E você aceitou entrar na casa de uma garota sem que os pais dela estivessem em casa? Que tipo de homem faz isso? – Merda.
-- É…eu… peço desculpas senhor Campel, não foi minha eh, intenção ofende-lo.
-- Mas ofendeu…
-- Chega pai, ele já entendeu, o retardado ai já riu o bastante e vocês já tiraram onda que chegue da cara dele. – Finalmente a maldita interrompe, mas espera ai, tirar onda com a minha cara?
-- Ta bom. – Os dois homens caem na gargalhada e eu fico confuso. Eles não estavam putos da vida comigo? – Desculpa rapaz, foi mal ai, mas foi irresistível, você até que respondeu direitinho. Prazer, pode me chamar de Michael ou Mike. – Ele estende a mão e eu aceito. Me bate nas costas e sobe pelas escadas.
O irmão da Pricilla passa por mim da palmadas nas minhas costas. – Prazer cunhadinho. – Ele cumprimenta antes de ir. – Se puder, assassina ela pra mim? – Ele sorri e depois faz o mesmo caminho que o pai fez pelas escadas.
A Pricilla se senta numa das cadeiras e da um suspiro.
-- Depois nãos sabem porque eu sou louca. Essa é a minha família. Pelo menos parte dela.
-- Fora a parte de tirar onda com a minha cara eu achei eles legais. – Esse é o barato de ser homem.
-- Pra homem é só dar umas palmadinhas nas costas e já são legais, eita inteligência. Parecem macacos.
Essa eu tenho que rir essa garota é demais.
-- Esta rindo do quê? Eu não falei nada que não seja verdade. – Pior que não.
-- E as mulheres? Quando consideram uma pessoa legal?
-- Quando ela não da em cima do seu namorado, quando ela te empresta uma roupa, quando anda com batom e maquilhagem na bolsa, e acima de tudo, quando não tentar ser melhor do que você. Simples assim.
-- Vocês são… - paro, a Pricilla esta me olhando como se fosse me matar. – Demais, sabem mesmo como escolher as suas amizades.
-- Eu sou demais, o resto é resto mesmo. – Ela empina o nariz e vai se sentar no sofá da sala. E eu tenho certeza que ela é demais.
Quando chego na sala a encontro com as pernas cruzadas em cima do sofá, e pelo amor de deus eu sou homem. O pai e o irmão dele estão em casa. Então, eu preciso ir embora daqui.
-- É… pripri, eu acho melhor eu ir embora. – Digo tentando com todas as minhas forças olhar só pro rosto dela. Ela me olha confusa, mas então se levanta e vai me abrir a porta.
-- Tchau, Pripri. – Dou um beijo no rosto dela e saio, mas percebo que ela esta um pouco triste. Merda.
-- Obrigado pelo sanduíche. – Ela responde friamente, e quando eu ia me virar pra responder ela bate a porta. Merda, eu sou um idiota. E agora eu sou com certeza um idiota com o nariz achatado.