Amor Maluco

By alicejfsilva

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Apesar de crescer com a fama, Malu sempre procurou levar uma vida tranquila, morando em Hills City, uma peque... More

Aviso
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Parte 2 - Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Bônus Mike
Capítulo 91
Capítulo 92
Capitulo 93
Capítulo 94
Parte 3 - Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 101
Capítulo 102
Capítulo 103
Capítulo 104
Capítulo 105
Capítulo 106
Capítulo 107
Capítulo 108
Capítulo 109
Capítulo 110
Capítulo 111
Capítulo 112
Capítulo 113
Capítulo 114
Capítulo 115
Capítulo 116
Capítulo 117
Capítulo 118
Capítulo 119
Capítulo 120
Capítulo 121
Capítulo 122
Capítulo 123
Capítulo 124
Capítulo 125
Capítulo 126
Capítulo 127
Capítulo 128
Capítulo 129
Capítulo 130
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 30

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By alicejfsilva

Os garotos escolheram para qual lado iriam jogar, alguns escolheram ficar assistindo de longe apenas dando apoio moral. Esses garotos são uma figura.

Mike e Johnny ficaram no meu time também, assim como outros três garotos que eu ainda não descobri o nome. Travis pareceu orgulhoso do seu time, eu suponho que deve ser composto pelos melhores da faculdade.

- Muito bem, Travis, você como um ótimo cavalheiro vai me deixar iniciar com a bola.

- Fique a vontade, senhorita, ficamos com o lado direito.

Nos posicionamos no centro do campo, quando o Enzo apita - na verdade, ele apenas grita mesmo - eu passo a bola para o Mike, que avança tocando para os nossos outros colegas de time. Eu apenas fico seguindo a bola com os olhos e dando alguns passos até ele resolver atacar. Eu perco a bola para o Travis, que consegue marcar o primeiro gol da nossa mini partida.

- Estou vendo o quão bem você joga, princesinha. - ele debocha, deixando meu orgulho ferido e aumentando minha vontade de ganhar apenas para mostrar que sou capaz.

Não dou espaço para brincadeiras e não faço muita questão de compartilhar a bola quando ela chega aos meus pés. Começo a sentir a adrenalina maravilhosa quando Travis entra na minha frente prestes a pegar a bol a, porém quando ele avança eu dou um chapéuzinho nele, recebendo a bola depois que ela passa por cima dele. Domino ela em meus pés antes de driblar mais dois garotos e chutar direto para o gol, marcando para o nosso lado. Lanço uma piscadela para o Travis que não faz questão de esconder seu descontentamento.

- Se prepara, Trav, ela se animou - Johnny diz.

- Meu Deus, essa garota é um foguete! - Enzo bate palmas junto com os outros garotos que estão nas arquibancadas. - O jogo acaba quando um dos times marcar três gols.

Em menos de cinco minutos eu consigo fazer os dois últimos gols da partida, sem me dar tempo para comemorar os garotos se juntam ao meu redor me jogando para o alto transbordando entusiasmo e felicidade por alguém finalmente ter derrotado Travis.

- Eu nunca achei que veria alguém vencendo o Trav, ainda mais uma garota!

- Maluca não é qualquer garota. - Mike estende sua mão para mim e eu bato com a minha ali.

- É, está bem, você manda muito no futebol garota. Fiquei realmente impressionado, você tem que concordar comigo que isso é uma coisa rara de se ver. - Travis admite.

- Foi um bom jogo.

- Hora de comemoração agora, partiu festa! - Outro moreno diz.

- Boa festa pra vocês garotos, eu adorei conhecer vocês.

- Nada disso, você tem que ir conosco, campeã. - Enzo me joga por cima do seu ombro.

- Eu estou toda soada, passei o dia fora de casa. - Apoio meus cotovelos nas costas dele.

- Johnny e Travis tem um ótimo chuveiro no quarto deles.

- Nós te esperamos, mana, vai rápido.

- Eu não tenho roupa. Não posso deixar meu parceiro - aponto para o Mike.

- Mike vai também flor, ele já conhece as festas daqui. Os dois podem ir tomar banho, estaremos esperando aqui.

No fim os garotos conseguiram nos convencer, então depois de um banho rápido no quarto provisório do meu irmão e do Travis e de fazer um longo questionário aos garotos que me apareceram com um vestido preto; viemos parar aqui na festa de fraternidade.

- Olha, Maluca, dance e beba; mas sua mãe não pode saber disso nunca. - Mike diz quando entramos todos juntos na festa, eu me sinto um tanto desconfortável com um vestido tão colado e curto no meio de completos estranhos universitários.

- Posso beber?!

- Eu disse beber?

- Pode curtir, Malu, sua primeira festa de fraternidade conosco tem que ser inesquecível. - Um copo vermelho chega em minhas mãos.

- Vocês não vão embebedar minha irmã.

- Anda, Johnny, não seja pé no saco - Travis pega o copo da minha mão e dá um gole - Você já bebeu antes?

Em resposta eu viro o resto do líquido guela abaixo de uma só vez, estendendo o copo para o alto.

- Bora curtir meninos, eu sei como aproveitar uma festa.

- Desafio você e o Mike beberem seis doses de tequila agora mesmo, seis cada um, Hills City é uma cidade muito certinha. Bem vindos a Boltson! - Travis nos encara.

Seis, quase doses demais. Acho que ele não aumentou ainda mais por minha causa.

Entrelaço meu braço com o do Mike e seguimos os garotos até a cozinha do local. Travis pega doze copos pequenos, enquanto ele os enfileira Enzo vira a bebida neles em segundos. Volto a ter a impressão de que ele não aumentou o número de doses por minha causa.

Brinco com o Mike antes de iniciarmos, virando os copinhos o mais rápido que conseguimos. No terceiro eu diminuo o ritmo, dando uma pausa para ir para o próximo escutando a euforia a nossa volta.

- Vai, vai, vai! - Os garotos que conheci hoje batem no balcão quando eu e o Mike viramos a última dose juntos. Eles pulam em animação, eu só consigo sentir minha cabeça rodando e uma legítima animação.

Aos poucos os garotos se dispersam, Travis é o primeiro a me puxar para a pista de dança, eu nem faço questão de recusar. As mãos dele apertam meu quadril no ritmo da música, enquanto eu o balanço de um lado para o outro.

- Para a irmãzinha caçula do Johnny você não é nada certinha. - Passo meus braços pelo seu pescoço.

Eu sou alta, mas perto dele eu pareço irritantemente baixa.

- Você tem quantos anos, Travis?

- Dezenove. E você?

- Dezessete. - Sorrio com sua expressão chocada.

Mike 2.0 trata de me virar de costas para ele, estou um pouquinho alterada, tenho certeza que a semelhança entre os dois vai bugar o meu cérebro de bêbada.

   Ele se aproxima de maneira considerável, consigo sentir seu corpo colado ao meu em todos os lugares. Jogo a cabeça para trás quando ele começa a fazer uma trilha de beijos molhados pelo meu pescoço, chegando em meu maxilar lentamente. Travis me gira pela cintura me fazendo ficar de frente para ele, me beijando com vontade no mesmo instante. Puxei seus cabelos conforme sua língua entrava em contato com a minha com certa agilidade e brutalidade.

   Quando me afasto em busca de ar tomo um susto ao me deparar com o rosto do Mike ali, balanço a cabeça e o Travis está de volta. Eu acabei de beijar alguém pensando no Mike, mas que porra... Talvez eu não devesse ter bebido. Aperto meus lábios sentindo eles levemente inchados. Dou as costas para meu parceiro de dança em busca de ar, parando próxima a cozinha. Consigo avistar meu irmão se pegando com uma garota desconhecida, ele é o único rosto conhecido que vejo por enquanto. Encho um copo de cerveja e o bebo antes de voltar para a pista, sozinha dessa vez. 

Melhor ficar longe do Travis pelo resto da noite. Não acredito que beijei o Mike 2.0 pensando no Mike original.

Dancei uma música atrás da outra, apenas diminui o ritmo quando vi o Mike dançando com uma mulher; ele também me viu e aos poucos foi se afastando da moça, vindo na minha direção. Não sei distinguir se ele está tão bêbado quanto eu. Acho que ele tem mais tolerância com o álcool do que eu.

- Acho que não devemos ir para casa nesse estado. - Ele diz mais alto que a música.

- Quando o efeito passar nós podemos ir, - esvazio o copo em minha mão, as colocando sobre os ombros largos do Mike enquanto dançamos.

Um grupo de pessoas se juntou em nossa volta e eu rapidamente me juntei com duas garotas completamente desconhecidas e balançamos de um lado para o outro demonstrando o quão alcoolizadas estamos.

Eu quase cambaleei pronta para cair na direção do sofá, porém as mãos do Mike foram mais rápidas e conseguiram me sustentar a tempo, me fazendo sorrir e o abraçar de repente, o fazendo cambalear.

- Vocês estão podres de bêbados,  nosso pai acabou de ligar perguntando porque você não atende o celular. - Meu irmão nos parou em algum momento da festa.

- O que você disse?

- Que vocês dois acabaram pegando no sono enquanto víamos um filme e que ao amanhecer vocês iriam embora. Pareciam tão exaustos que fiquei com pena de acordar.

- Valeu por isso, cara.

- Eu nem acredito que vocês me fizeram mentir para ele.

- Anda, mano, relaxa. Vem - puxo os dois para a pista de dança, os fazendo dançar comigo. Em pouco minutos o Johnny já estava se esfregando com uma garota.

- Malu sabe como curtir uma festa. - Enzo e os outros garotos que conheci hoje estão comigo agora, - Precisamos de mais festas com você, garota!

- Vocês são fodas, garotos. - Ergo minha garrafa de cerveja, brindando com eles enquanto cantamos mais alto que a música.
- Ela não cansa de dançar nunca. - Um deles falou quando eu voltei a puxar o Mike para a pista comigo.

Durante nossa dança eu esqueço que ele é o Mike, meu melhor amigo. Dancei como ele igual dancei com o Travis, talvez com nossos corpos ainda mais colados. Me lembrei da sua imagem logo após meu beijo com o Travis, se eu tiver a oportunidade de beijar ele novamente juro que vou aproveitar cada instante.

Estava com a boca próxima ao pescoço dele quando senti uma forte ânsia, me afastei e corri em busca de um banheiro empurrando quem estivesse na frente. Não demorei muito para encontrar, me abaixei na frente da privada e vomitei, senti quando alguém segurou meus cabelos mas sequer consegui virar para ver quem foi, não conseguia parar de pôr para fora todo o álcool que ingeri.

- Uou, você definitivamente bebeu demais. - Reconheço os sapatos do Mike quando me encosto na parede da cabine, sentada no chão. Ele dá descarga e se senta ao meu lado, um pouco desajeitado.

- Estamos chapados, cara... - Minha cabeça despenca para o lado, Mike a deixa em seu colo enquanto afaga meus cabelos. - Não vai vomitar em mim, por favor.

- Prometo tentar, essa cabine está girando e parece ainda mais pequena com você tão perto assim.

- Está muito quente. - resmungo, escondendo meu rosto em seu colo. - E eu estou caindo de sono.

- Merda, eu também.

Quando meus olhos finalmente se abriram, vi que meu travesseiro consistia em uma par de pernas de calças jeans. Mike está encostado na parede da cabine do banheiro tão mal quanto eu, dormindo feito uma pedra com sua cabeça tombada para o lado da porta.

Quanto tentei me levantar, notei o quanto minha cabeça dói, parece que vou morrer se a dor continuar. Me olho através do reflexo do espelho e eu definitivamente pareço estar morta, jogo uma pouco de água no rosto e depois gargarejo cuspindo a água de volta na pia repetidas vezes.

Ouço um gemido rouco vindo da cabine em que estava até agora, Mike abre os olhos e faz um movimento meio brusco, procurando por algo depois de esfregar os olhos.

- Você está bem? - Pergunto, ele nota minha presença e se levanta ainda esfregando os olhos.

- Poderia estar melhor, mas e você? Acho que você roubou o título da Lexy de festeira.

- Foi só ontem. - Apoio minhas mãos na pia. - Precisamos ir embora.

- Que horas são?

- Não faço ideia, mas acho que o relógio no seu pulso pode ajudar.
Ele parece se lembrar que realmente tem esse acessório no pulso e abaixa seus olhos para checar.

- Está cedo, pra caramba. Cinco horas da manhã.

- Ótimo, vamos procurar o Johnny e então podemos ir.

- Ele deve estar em um dos quartos, está acostumado com essas festas de fraternidade.

- Vamos atrás dele.

Em cinco minutos, eu e o Mike já havíamos olhado a maior parte dos quartos do lugar, apenas encontramos meu irmão em um dos últimos. Ele está jogado na cama com metade do corpo para fora, agradeço ao saber que ele não está acompanhado e nú.

- Johnny, acorda - balanço ele, sequer se mexe. - Johnny porra, estou falando com você.

Meu irmão resmunga antes de abrir os olhos e se deparar com nós dois.

- Aonde vocês dois se meteram na noite passada?

- Dormimos no banheiro e agora temos que voltar para Hills.

Ele suspira e se levanta, passando a mão pelo rosto.

- Beleza, daqui a pouco eu tenho que ir atrás dos garotos para voltarmos pro campus também.

- Certo, estava com saudades, mano. Eu tenho que ir agora.

- Não pensa que pode ir sem escutar um sermão. Por que bebeu tanto, hein? Depois simplesmente sumiu e eu não te encontrava em lugar nenhum, vocês dois ao menos estão bem para dirigir?

- Eu tenho remédios no carro, dor de cabeça, ressaca - Mike levanta os ombros.

- Cala a boca, John, minha cabeça está explodindo. Eu amo você, espero te ver em breve.

Johnny se levanta emburrado e me puxa para um abraço apertado.

- Está bem, também amo você. Prometo ir no fim de semana, no dia que o vídeo de vocês for publicado estarei lá. 

- Valeu, tchau, mano. - Beijo a bochecha dele. - Mimi, antes de irmos eu preciso passar no banheiro novamente e ver se encontro algo para comermos durante o caminho.

- Tá, te espero aqui.

A casa que tem aparência de mansão de filme nesse momento parece uma boate sem limpeza a uma semana, está uma verdadeira bagunça. Eu tenho pena dos garotos que terão que arrumar tudo isso daqui a pouco, bem, é uma consequência. Eu gostaria de conhecer os responsáveis pela festa, pelo o que eu me lembro aproveitei muito.

Após esvaziar minha bexiga, saltei sobre os corpos adormecidos que encontrei durante o percurso até a cozinha com todo o cuidado para não pisar em algo ou alguém e levar um tombo. Os armários estão, a maioria, vazios e sem nada útil que possamos comer agora. Encontro algumas latinhas de refrigerante e pego duas, junto com um pacote fechado de cookies. Não deve ser de ninguém, já que sobreviveram a uma festa inteira até agora.

Quase comemorei ao conseguir chegar no andar de cima sem derrubar nada, parei próxima a porta do quarto em que meu irmão está, para arrumar uma das latinhas que estava escorregando, prestes a cair. Antes que eu possa entrar no quarto, o assunto chama minha atenção:

- ... devia falar com ela, depois pode ser tarde. Eu a conheço mais do que ninguém. - Meu irmão diz.

- Eu sei, cara... mas você sabe como ela é, eu não sei como ela vai reagir.

- Você realmente ficou na dela, hein?

   Eles estão falando da garota por quem o Mike é apaixonado! Ele parece falar com tanta facilidade sobre esse assunto com o Johnny, mas quando foi comigo, ele ficou quase apavorado. Será que o Mike perdeu a confiança que tinha em mim? Não posso acreditar que estou sendo chutada para escanteio logo por esses dois, eu podia esperar isso de qualquer um. Menos deles.

- Ela é tão... ela, aquele jeitinho impulsivo e direto dela poderiam irritar qualquer um, mas eu acabei me acostumando com isso.

- Ela é realmente diferente, mas olha, Mike, nós dois sabemos que aquela garota é um furacão.

   O Johnny a conhece tão bem assim? Aposto que deve ser alguém da universidade.

- Cada vez que eu estou perto dela parece rolar um clima e... cacete, o jeito que ela me encara com aqueles olhos azuis são de matar. Eu sinto uma vontade louca de beijá-la, você não sabe o quanto é difícil estar sempre com ela e agir como um mero amigo.

- Isso porque você quer, toma logo uma atitude. Mas olha, fica esperto, se você a magoar vai se ver comigo.

   Quem é essa garota? Se eu não soubesse que é o Mike acharia que estão falando de mim, pois parece tanto que chega a parecer alucinação. Porém isso é impossível e eu prometi a mim mesma nunca mais me iludir, não posso deixar que isso aconteça novamente.

Ele está mesmo apaixonado.

Volto para o início do corredor e começo a caminhar fazendo passos mais barulhentos, mantendo minha melhor expressão neutra enquanto entro no quarto.

- Do que falavam?

- Nada demais, isso é para nós? - Mike muda drasticamente de assunto, me fazendo querer jogar uma dessas latinhas com toda a força em seu rosto

Isso só pode ser um pesadelo, fala sério. Ele está mentindo para mim.

- É, temos que ir agora. - Mike pega as coisas que eu estava segurando, - Tchau, Johnny.

- E meu abraço?

- Sério, Johnny?

- Você está irritada?

- Não, só com uma tremenda ressaca. - Me aproximo dele para o abraçar após me convencer que ele não tem culpa, ele só está guardando o segredo do seu melhor amigo.

- Nos vemos amanhã, Mike. - Johnny diz, eu saio do quarto antes de ter tempo de escutar a resposta.

Estava andando tão distraída e aborrecida que não notei quando o Travis apareceu em meu campo de visão, reparei em sua presença apenas quando ele falou comigo:

- Ei, já está indo?

- Já, tenho que chegar em Hills antes que os meus pais me matem. - Abaixo meus olhos para o vestido que eles me emprestaram - Quando o John for em casa ele traz esse vestido de volta, de quem quer que seja.

- Tranquilo, é da irmã do Enzo. Então, você pretende vir aqui mais vezes?

Mike chega na sala antes que eu possa responder, cumprimentando seu sósia.

- Bom, Travis, tenho que ir agora. Nos vemos algum dia.

- Certo, nos vemos. - Sorrio sem mostrar os dentes enquanto passo por ele - E olha, eu gostei de te conhecer jogadora.

- Tchau, princeso.

Mike caminha em silêncio até o seu carro, deixando em meu colo as latinhas e o pacote de cookie. Feliz por ter o que comer, eu abro a embalagem e como um cookie, Mike estica seu braço e pega um também enquanto dirige com uma mão.

- Será que seus pais vão brigar conosco?

- Não sei.

- Estou com o corpo todo dolorido por ter dormindo naquela posição, você também?

- Sim.

- Tem uns remédios ali, toma um para a ressaca.

- Tá.

Abro a partitura que tem no painel, encontrando algumas cartelas e embalagens de medicamentos. Pego minha mochila no banco de trás em busca da garrafa de água. Ao engolir o comprimido entrego um para o Mike também, que para o carro por um instante e pega a garrafa.

- Precisamos parecer bem quando chegarmos.

- É.

- Maluca, dá pra parar com isso?!

- O quê?

- Parar com as respostas curtas e grossas. Desde quando você é monossilábica?

- Não sou.

- O que você tem?

Fico em silêncio terminando de mastigar o que tenho na boca, agradeço a esse tempo para não perder a cabeça.

- Por que você está mentindo pra mim?

Mike freia o carro, fazendo meu corpo ir levemente para a frente.

- Do que você está falando, Malu?
- Do que eu estou falando?! Sério, Mike? Eu entenderia se você não quisesse me contar por ser um assunto que você gostaria de guardar, mas você mentiu sobre. Você não confiou em mim mas contou para o Johnny, achei que não tivesse segredo entre nós três.

- Malu, do que diabos você está falando?

- Porra, Mike, eu escutei você falando com o Johnny hoje.

- Ai porcaria... O que exatamente você escutou?

Não consigo deixar de olhar para ele incrédula.

- É sério que essa é sua preocupação? Com o que eu escutei?

- Malu, olha... Isso era um assunto delicado, eu te contei. Só não dei detalhes, eu não preciso te contar exatamente tudo que eu faço ou sinto.

- Ok, Mike, tranquilo. Só não espere que a partir de hoje eu te conte as coisas também. - Meu coração bate rapidamente - Você vai dirigir ou quer que eu faça isso?

- Anda, Má, não faz assim. Você está exagerando.

- Eu sei, já entendi isso.

- Maluca, olha pra mim. - Mordo meu lábio com força antes de o encarar tentando parecer indiferente - Eu só não podia simplesmente chegar e te falar como se fosse a coisa mais fácil do mundo, é que você não sabe exatamente o que é. Você não vai entender enquanto não souber de tudo.

- Relaxa, já entendi. Dirige, temos que chegar logo em Hills.

As coisas vão começar a ficar do jeito que vocês gostam... Soltei e sai correndo.

  Não se esqueçam de votar. É muito importante para quem escreve, por mais bobo que poss parecer.

Beijos

Alice.

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