P.S DO SEU ROMEU ANONIMO / Li...

By abrevehistoria18

672 70 0

MENSAGEM INICIAL DO ESCRITOR: Olá leitores(as) do Wattpad! Meu nome é José Marcos. Sempre gostei de leituras... More

Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze

Capítulo Treze

17 3 0
By abrevehistoria18


   Puxei a fita adesiva com bastante força. Havia um envelope dentro, li as informações escritas impressas que dizia:

De: Seu Grande amor, seu passarinho azul, seu romeu

Para: Meu namorado, Abel, meu futuro cônjuge

Namorado? cônjuge?, pensei. Eu ainda precisava descobrir quem realmente era ele, e conversar os seus sentimentos por mim. Porque é tão apaixonado? Porque ainda não desistiu? Mas, pelo menos existem pessoas que gostam de mim assim. Abri devagar o envelope, e li:

Feliz aniversário Abel,

Sei que será amanhã. Quero apenas que não desista de mim! Para sua curiosidade, eu agora estou chorando, escutando a música Not Today, da banda Imagine Dragons; ela me acalma... Eu necessito do seu abraço, do seu beijo, em modo geral, do seu amor. Tantas vezes eu tentei mostrar meus sentimentos na nossa infância e você nunca enxergava isto. Porque não me ama? te vejo todos os dias e você nunca me observa, nem desconfiado. Eu peço que me encontre logo após sua festa de aniversário... Eu não estarei na festa... Quero que me encontre no Bosque das Macieiras, para resplandecer nosso amor. Esqueça o Joaquim, talvez um dia você se arrenda de não ter me amado. Eu te amo incondicionalmente.

P.S DO SEU ROMEU ANÔNIMO

Atrás da folha estava uma foto colada. Era um menino com uma farda branca, cabelo penteado para o lado, sorrindo — sem mostrar os dentes —, e atrás dele estava um corpo de outro menino. Porém, este outro menino saiu cortado na foto. Reconheci aquele local. Era a escola onde fiz minha alfabetização. Ainda na foto, o corpo estava marcado com lápis de quadro, com uma pequena seta para direção da mensagem, li: ESTE SOU EU. Meu Deus, eu já estudei com o romeu anônimo, pensei. Fiquei boquiaberto. Minhas lembranças deste tempo, infelizmente foram excluídas da minha memória. Ele me ama desde a infância, até hoje. Minhas lágrimas caíram, avancei a foto para a posição do meu coração que batia aceleradamente. Depois de horas, refletindo meu silêncio, baixei a mesma música que ele citou na carta e ouvi. O amor acertou meu destino com uma flecha muito bem afiada. Eu sofria e amava ao mesmo tempo. Os meus dois amores estavam presentes, mas eu não sabia quem escolher.

— Joaquim e romeu, eu amo vocês — falei baixinho, quando a música começou.

Com meu celular juntamente com o fone de ouvido, deitei na cama, ainda refletindo neste triângulo amoroso. Apertei em play, e começou a música: A thousand years, da Christina Perri. Deixei que a música acalmasse meu nervosismo ou meu distúrbio sentimental. E felizmente, funcionou.

— Abel... Abel... Abel — chamou mamãe, batendo na porta apressada.

— Oi! — gritei. Sequei as lágrimas e fingi um sorriso assim que ela entrou.

Ela entrou com uma caixa grande embalada, na mão. Pelo menos, ela estava animada para a grande festa amanhã à noite.

— Feliz aniversário de novo, filho — ela sorriu e começou a chorar.

— Obrigado mãe. Posso abrir?

— Sim. Agora — ela secou as lágrimas. Balancei a caixa, até que estava pesada.

Ao abrir, fiquei boquiaberto. Era um terno masculino preto com uma gravata cinza. Ao lado da gravata, destacava a minha máscara prateada masculina. E também observei ao lado da máscara, um frasco pequeno de perfume, li as palavras pequenas na zona horizontal da embalagem que dizia: IMPORTADO. MADE IN FRANCE. AFRODISÍACO.

— Mãe! Já leu estas palavras? O que tem a me explicar sobre isto?

— De nada! É melhor ir dormir... O que aquela mulher queria com você?

— Nada. Obrigado.

— Vou me arrumar agora. Você está lindo.

Ela fechou a porta com força quando saiu.

Li novamente as palavras. Será que funciona? Será que vai funcionar? pensei. Voltei ao meu estado pró-chegada-da-mamãe, e comecei escutar a música Cover Your Tracks, da banda A Boy And His Kite. Fiquei olhando o teto, atento a cada palavra da música, até que peguei no sono.

****

Após adormecer aquele horário só acordei no outro dia.

Nem sequer jantei, mas também não me arrependi por não ter comido nada. De manhã, tomei meu café da manhã caprichado com frutas e alimentos com grãos integrais. Mamãe bateu palmas e cantou o clássico dos parabéns quando finalizei de comer meu cereal com leite desnatado. Era um lindo dia de sábado. Passei a manhã toda lendo meu livro It, a Coisa, do Stephen King.

O almoço foi a comida caseira da minha mãe. Só em questão do meu aniversário ela fez Yakisoba misturado com molho madeira francês. Repeti umas três vezes. Após o almoço, liguei a televisão para assistir as notícias do Brasil e do mundo; estava passando, as notícias da nossa cidade, exclusivamente passava a previsão do tempo de hoje. De acordo com o jornalista, haveria uma forte chuva hoje a noite, com trovões e vento forte, logo na hora da festa de aniversário. Eu não podia mandar no tempo, mas torcia que a previsão desse errado.

— Filho... Corre aqui agora! — gritou mamãe da cozinha.

Corri igual um polícia indo atrás do ladrão.

— Surpresa — disse ela, alegre. Ela soltou seu cabelo.

— O que foi agora?

— Olha pra tela do notebook atrás de você.

— Oi filho... Como vai? — concentrei na tela, ainda não acreditando que era a voz dele. Meu pai. Minha saudade aumentou. Sorri e quase pulei. Papai estava com a barba grande. Seu rosto redondo continuava o mesmo. Os seus olhos verdes brilhavam na tela. E suas pequenas rugas ao redor dos olhos licenciava a aparência, velha, já havia se passado tanto tempo.

— Pai! Fico feliz que conseguiu um tempinho para ligar pra mim. O senhor disse que não deveria ligar em prol da empresa. Graças a Deus que consegui — minhas lágrimas já caíam novamente. Agora de felicidade constante. E eu esperava, apenas este tipo de lágrimas o dia todo. Hoje seria o dia perfeito.

— Eu sei que estava torcendo para estar aí com você. Eu sinto muito filho — ele começou a chorar. Até mamãe começou.

— Pai. Tudo bem, eu compreendo — respondi, mais calmo.

— Em breve filho, eu estarei aí com você. Te desejo muita alegria, felicidade, muita saúde e amigos! — ele chorou mais, porém sorriu.

— Obrigado pai, estarei a sua espera — balancei afirmando com a cabeça.

— Quer alguma coisa aqui na Europa? Um livro? Qualquer coisa.

— Um abraço seu. Promete?

— Certo filho — concordou ele.

— Irei precisar desligar agora. Adeus filho — ele balançou sua mão.

— Adeus pai — balancei também a minha. E ele desligou. — Mãe, hoje você ainda me mata do coração... Vai da certo! — prossegui e voltei para a sala. Com o rosto cheio de lágrimas.

Os meus programas favoritos acabaram duas horas depois. O relógio da TV marcava três e meia. A minha festa ainda iria demorar. Minha mãe saiu para resolver o design da festa com a sua equipe luxuosa profissional e fiquei em casa sozinho. Fui até o quarto de mamãe e peguei seu notebook, para ver se tinha alguma promoção das minhas livrarias online favoritas. Ao entrar no e-mail, já havia uma nova mensagem dele. O meu romeu anônimo. Cliquei e li:

De: passarinho.azul@gmail.com

Para: abeltorax@gmail.com

Estranhei de início, pois não apareceu a data e o assunto. Continuei a ler.

Querido Abel,

Se alguém perguntasse se quisesse uma rosa. Qual cor escolheria? Vermelha, branca ou rosa?

Sabia que o Cristian Grey tentou reconquistar Anastácia com lindas flores brancas?

"A campainha me acorda da prostração, e meu coração dispara. Quem será? Atendo o interfone. — Entrega para a Srta. Steele — responde uma voz entediada e distante, e a decepção me atinge em cheio. Entorpecida, desço até o térreo e vejo um rapaz encostado na porta da frente, mascando ruidosamente um chiclete e segurando uma grande caixa de papelão. Assino para receber o pacote e subo com ele. A caixa é enorme e surpreendentemente leve. Dentro dela, duas dúzias de rosas brancas de caule comprido e um cartão. Parabéns pelo primeiro dia no trabalho. Espero que tenha corrido tudo bem. E obrigado pelo planador. Foi muito gentil de sua parte. Reservei um lugar especial para ele em minha mesa. Christian. Encaro o cartão digitado, o buraco em meu peito se expandindo. Sem dúvida foi enviado por uma assistente. Christian provavelmente não tem nada a ver com isso. É doloroso demais pensar no assunto. Examino as rosas — são lindas, não consigo jogá-las no lixo. Obediente, vou até a cozinha procurar um vaso." (Cinquenta tons mais escuros, da E L James)

Observação: Lembre-se do encontro no Bosque das Macieiras...

P.S DO SEU ROMEU ANÔNIMO

— Quem é você? — falei após ler todo o e-mail. Soltei o ar e respirei fundo de novo. — Vermelhas — digitei e apertei no botão enviar. Segundos depois, ele respondeu minha mensagem, que dizia:

ÓTIMA ESCOLHA MEU AMOR. TEM BOM GOSTO. ESTOU AFLITO PARA NOS VERMOS.

P.S DO SEU ROMEU ANÔNIMO

O tempo passava mais rápido. A noite chegava e as surpresas iriam começar. Eu estava com medo e curioso ao mesmo tempo. Eu apenas queria amar alguém. Será que vai acontecer? As coisas permaneciam complicadas.

— Abel — gritou Joaquim na porta. Ao abrir, ele já atacou com beijos na minha boca. Fechei a porta, ainda estávamos nos beijamos, ele tirou a camisa e pude sentir sua pele, seus músculos definidos com linhas corporais perfeitas.

— Estou excitado. Vamos transar agora. Onde fica seu quarto?

Respirei fundo.

— Fazer sexo? Agora! — me surpreendi com a ação dele.

— Sim. Vamos — prosseguir ele, insistindo.

— Joaquim. Eu não estou excitado agora. Não dá. — Eu não sabia o que falar, mas não queria tirar minha virgindade de sexo agora. Senti que não era o momento especial.

— Pode pelo menos ficar nu para mim. Igual na casa de Ana Lícia? — sua respiração estava tão ofegante.

— Pode. Vem — puxei seu braço sarado para meu quarto.

Joguei ele na minha cama, ele apoiou suas costas e relaxou suas pernas, ele observava para meu corpo depilado. Eu tirei a roupa. Joaquim se levantou e colocou uma faixa vermelha em meus olhos. Ele não queria saber de nada. Me segurou forte em meus braços. Milagrosamente, ficou na mesma posição como estava, agora nu, e me penetrou, na posição sentado. Eu segurei a dor anal, a dor de não ser mais tão inocente. Achei bom. Eu apenas sentia e gemia. Ele ainda respirava fundo e ofegante e gritava em alguns momentos. Como era bom. Até que senti algo estranho dentro de mim. Joaquim tirou a faixa de meus olhos, e esfregou seu pênis na minha boca. Era algo salgado, leitoso e quente. Horrível. Mais fazia parte, acredito.

— Te amo — disse ele. Seu corpo estava suado.

— Também — respondi.

Ele me abraçou e depois deu uma tapa na minha bunda.

— Você é mais gostoso de comer do que outros que já fiz!

— Se isto for um elogio, então obrigado amor.

— Você está lindo Abel — ele me beijou na testa e me abraçou. Observei pelo espelho nossos corpos. Éramos lindos. O gosto do sêmen ainda fluía na minha língua. Ele conversou um pouco comigo enquanto nos vestíamos; depois treinamos um pouco da dança para hoje. Joaquim confessou que sabia todos os passos da dança, o ensaio durou horas há vários dias. Desde o meu primeiro aniversário que danço valsa, então, estava prático e testado. E infelizmente ele partiu, após a dança livre. 

Continue Reading

You'll Also Like

32.3K 4.1K 30
[VENCEDOR DO PRÊMIO WATTYS 2021] - CATEGORIA MISTÉRIO/THRILLER +16 O caso de sequestro não era responsabilidade de Laura dias, mas quando o corpo de...
236K 14.3K 71
Selene Coppolo, uma jovem e talentosa dançarina de 21 anos, brilha sob as luzes da boate mais exclusiva de Florença. O que poucos sabem é que a boate...
80.7K 4.9K 29
Aurora é uma adolescente de 17 anos que se encontra em um momento crítico: sua mãe acaba de falecer e ela não tem nenhum familiar por perto. O único...