Maps • Marco Asensio

由 autoradanicastillo

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Madalena Cartín Reyes sempre sonhou com sua independência e mesmo sendo jovem, aos poucos ela está conquistan... 更多

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由 autoradanicastillo

- Não posso acreditar que você e o Marco terminaram desse jeito.

Marisa estava sentada na beirada da cama em meu quarto, lançando-me um olhar triste ao observar o estado que eu me encontrava diante de todas aquelas mudanças.

Minha viagem aconteceria amanhã e desde meu término com o jogador há quase uma semana, tudo ao meu redor parecia estar desmoronando.

A ausência de Asensio na minha vida era algo que estava quase me fazendo perder a cabeça. O buraco oco que abriu no meu peito trazia consigo um sentimento assustador, consumindo toda minha energia, não me dando ânimo para fazer nada.

Em todos os cantos que eu olhava, conseguia enxergá-lo de alguma forma, angustiando-me ao pensar que jamais o esqueceria.

Por isso meus dias eram resumidos em empacotar coisas e ficar deitada na cama ou no sofá, deixando as gotas das lágrimas salgadas varrerem meu rosto entristecido.

- Você mandou alguma mensagem pra ele? - a moça continuou insistindo para obter alguma resposta de mim que não fosse palavras monossílabas.

Eu não queria ver ou falar com ninguém. Me sentia fraca e indisposta demais para tal coisa.

- Mandei... Mas ele não me respondeu... - murmurei sentindo minha garganta secar. - Acabou, Marisa. Tenho que aceitar isso e seguir em frente.

- Seguir em frente como? Desse jeito que está fazendo? - acusou, levantando-se do colchão para andar de uma ponta a outra do quarto. - Faz mais de uma semana que você não sai desse apartamento, não se alimenta direito, não vê a luz do dia. - apontou num tom mais grosso. - Para completar você ainda está doente e se recusa a ir num hospital.

- Não estou doente. - rebati rapidamente, contrariando Marisa que rolou os olhos. - Esses sintomas são de pura ansiedade. Sempre senti isso quando criança e me acompanhou na vida adulta... Você sabe muito bem disso.

- Acontece que eu estou preocupada com sua saúde. - suspirou, jogando-se ao meu lado. - Sei que está passando por um momento complicado e cheio de dúvidas, mas amiga, precisa levantar esse astral... Essa não é a Madalena que eu conheço.

Usou a mesma frase que minha mãe havia dito no dia anterior.

Acontece que aquela Madalena arrisca, perspicaz e alegre, estava sofrendo em silêncio por ter cometido a maior burrada de sua vida, e no momento ela estava deprimida demais para criar forças de superar.

Dona Elsa ficou desolada ao ver o estado de espírito que sua filha se encontrava, cogitando até mesmo a ideia de ir conversar com Marco, no entanto na mesma hora eu neguei o seu desejo, pedindo para que a mulher não se intrometesse no assunto.

- Eu vou ficar bem, Marisa. Preciso apenas ficar sozinha nesse momento para absorver e entender tudo o que aconteceu em poucos dias.

- Tudo bem... Mas agora levante da cama e vá tomar um banho enquanto eu preparo alguma coisa pra nós duas comermos, ok? - insistiu, me fazendo soltar um resmungo alto quando a loira abriu as cortinas, deixando a luz entrar através das janelas de vidro.

- Eu não pedi essa intervenção. - reclamei, sentindo uma forte tontura me abater ao levantar devagar da cama.

- Não quero saber o que você pediu ou deixou de pedir. - usou seu melhor tom de voz mandão. - Agora pode ir andando pro banheiro.

A água gelada que escorria do chuveiro me fez despertar, sentindo meu corpo agradecer por aquele choque de vigor. Meus músculos pareciam doloridos, assim como minha pele que estava descuidada.

Coloquei um vestido floral folgadinho de ficar em casa, caminhando ainda de cabelo molhado para a sala de estar, encontrando Marisa a todo vapor na cozinha.

Naquele instante eu agradeci mentalmente por tê-la ali cuidando de mim, forçando-me a reagir de alguma maneira a todo aquele tsunami de mutações negativas que estavam acontecendo.

Nos sentamos nas cadeiras de madeira, servindo um pouco da salada que a espanhola tinha preparado. Minha falta de apetite era algo que estava me trazendo um enorme desconforto, que vinha com uma série de enjoos e vômito.

Marisa percebeu que meu prato continuava intacto depois de bons minutos apenas brincando com a comida, fazendo com que a mulher largasse seus talheres sobre a mesa, provocando um barulho alto que me despertou dos devaneios.

- Por acaso não vai comer? - perguntou desconfiada ao arquear a sobrancelha.

- Não estou com fome... - me senti uma criança birrenta respondendo aquilo.

- Lena...

- Eu não estou me sentindo bem, ok? - despejei, sentindo meus olhos marejarem. - Não consigo comer direito e quando como, acabo botando tudo pra fora em poucos minutos na pia do banheiro... Me sinto abatida, indisposta... E pra completar parece que arrancaram um pedaço do meu peito... - chorei, afundando meu rosto entre as mãos.

- Sinto muito amiga... - sussurrou, assustada com aquela pequena explosão de sentimentos.

- Eu sinto falta dele, Marisa. Parece que meu mundo não é o mesmo sem o Marco. Me sinto incompleta, devastada...

Expliquei e antes mesmo que eu pudesse continuar falando, o enjoo tomou conta do meu estômago, acarretando num super mal estar que me fez correr até o banheiro, despejando tudo que ainda restava na minha barriga para fora.

Eu odiava vomitar.

A loira brotou no banheiro em poucos segundos, segurando meus cabelos úmidos para que não sujasse com o líquido ácido que saía da minha boca.

- Nós vamos para um hospital agora mesmo! - bateu o pé, não me dando outra alternativa.

○○○

A sala de espera do consultório estava quase vazia.

Além de Marisa e eu, apenas outras três cadeiras estavam ocupadas naquele pequeno espaço, esperando pela vez de entrar na sala de consulta. A loira havia me trazido na sua médica de rotina, que por sinal era amiga dela e por conta disso conseguiu uma vaga de última hora na agenda da mesma para me atender.

- Madalena Cartín Reyes.

Meu nome soou alto na boca da secretária, que prontamente nos guiou até onde a médica se encontrava.

Marisa fez questão de entrar comigo para se certificar de que tudo correria bem.

- Olá, doutora Andressa. Obrigada por nos atender assim tão em cima da hora. - a loira agradeceu, sentando-se na cadeira ao meu lado.

- Não precisa agradecer por isso. - sorriu simpática, esticando a mão para me cumprimentar. - É um prazer conhecê-la, senhorita Cartín. O que lhe trouxe até minha clínica?

- Faz alguns dias que estou sentindo alguns sintomas estranhos. - comecei, apertando nervosa meus dedos que estavam em meu colo. - Tontura, ânsia de vômito, enxaqueca...

- E você tem alguma suspeita do que possa ter desencadeado isso? - perguntou séria, digitando tudo que eu falava em seu computador.

- Sim... Esse último mês foi muito estressante pra mim. Estou organizando uma grande mudança para outro país e isso mexeu demais comigo. - afirmei. - Tenho muito ansiedade desde pequena e acho que isso pode ter afetado meu corpo de modo geral.

- Entendo... Vou medir sua pressão e ver seu peso. - disse, levantando-se com o utensílio, prendendo-o em meu braço. - Vou passar alguns exames para você fazer e amanhã já posso olhar os resultados.

- Eu vou viajar amanhã. - expliquei, vendo o aparelhinho apertar e depois folgar em meu braço.

- Sem problemas. Eu posso ligar ou mandar uma mensagem se eu ver alguma alteração importante. - sorriu cortês, voltando a se sentar para digitar seus pedidos e a receita. - Vou passar também um remédio natural para seus enjoos, abrindo assim um pouco seu apetite.

- Tudo bem... - assenti, lançando um olhar na direção de Marisa que apenas observava tudo em silêncio.

- Quando eu olhar seus resultados e dependendo do que seja, posso receitar mais algum remédio para complementar. - falou, inclinando o corpo para pegar os papéis que saíam da impressora, assinando-os antes de me entregar. - Ao sair daqui, siga direto para o ambulatório. Pedi que seu caso tivesse urgência, mas infelizmente apenas amanhã deve ficar pronto por conta do horário.

- Obrigada, doutora Andressa. - sorri agradecida, cumprimentando-a antes de sair da sala com Marisa.

Seguimos em silêncio até a outra parte da clínica que ficava a realização dos exames médicos. Ao entregar para a secretária a guia da doutora, logo meu nome foi chamado para a coleta de sangue.

- Odeio isso... - choraminguei quando a agulha picou meu braço, colhendo todo o material necessário.

- É pro seu bem, amor. - brincou, voltando-se para o enfermeiro que fazia o procedimento. - Pode dar um docinho pra ela quando terminar? - perguntou, fazendo o rapaz soltar uma risada, deixando-me envergonhada.

- Claro... Quer pirulito de morango ou limão? - quis saber, abrindo a gaveta das crianças.

- Morango... - murmurei, ganhando minha gratificação.

○○○

Assim que o elevador parou no meu andar, pude enxergar dona Elsa encostada na porta provavelmente me esperando, pois desde que comecei a namorar com Marco fiz questão de trocar as fechaduras do apartamento, impedindo assim a folga que a mulher tinha de entrar e sair na hora que bem entendesse.

Minha mãe parecia feliz ao me ver fora de casa pela primeira vez durante aqueles dias, mas ao notar meu rosto esmorecido, percebeu que eu não tinha melhorado ainda.

- Onde estava? - me abraçou quando entramos pela sala de estar.

Era estranho visualizar aquelas várias caixas espalhadas por todos os lugares. A maioria daquelas coisas iriam para a casa dos meus pais, enquanto outras mais importantes seriam enviadas pros Estados Unidos.

- Marisa me levou no hospital. - dei de ombros, indo em direção a geladeira para pegar uma garrafinha de água. - Passei na farmácia e ela precisou ir buscar o namorado. - disse, tomando o comprimido receitado pela médica.

- Ainda está com dificuldades em comer? - perguntou, sentando em um dos banquinhos do balcão de mármore.

- Sim... Fiz um exame de sangue bem detalhado, amanhã deve sair o resultado. - expliquei. - Ela receitou um remédio para enjoo que deve me ajudar na viagem.

- Eu vim aqui justamente falar sobre isso... Ajudar a fechar sua mala de mão e conversar mais sobre essa partida... - falou de forma serena, porém eu sabia que aquele papo teria várias segundas intenções.

- Mamãe... Se quer falar alguma coisa, não precisa enrolar.

- Tem certeza do que está fazendo, Lena? - a mulher continuou, mexendo no cabelo de forma impaciente. - Sei que estava indecisa e eu quero saber se já chegou numa conclusão sobre seu futuro.

- Me desencorajar não vai adiantar em nada... E sim piorar as coisas. - rebati chateada.

- Não estou querendo desencorajá-la. - defendeu-se. - Apenas quero me certificar como mãe de que minha filha está cem por cento segura do que quer.

Caminhei em direção ao meu quarto, sendo acompanhada por dona Elsa. Precisava terminar de organizar minha bagagem de mão, pois chegaria ao aeroporto por volta das nove horas da manhã.

- Não estou totalmente segura... - respondi baixo, não encarando a mulher que estava parada à minha frente. - Mas eu perdi a única coisa que poderia me manter aqui em Madrid... Então eu não vejo motivos para desistir dessa oportunidade.

- Seu término com o Marco não foi a tal luz que você estava esperando, Lena. Foi apenas um empecilho que pode ser resolvido. Aquele rapaz te ama, minha filha, e é capaz de qualquer coisa por você.

- Mamãe... Por favor... - tentei segurar meu choro mordendo com força meu lábio inferior. - Não quero falar sobre isso... Apenas... Me ajude a terminar essa mala... - limpei rapidamente meus olhos, jogando em cima da cama os itens que eu havia separado para colocar na bagagem.

Em silêncio, Elsa foi organizando tudo dentro do pequeno espaço, de vez em quando parando para perguntar se alguma daquelas coisas era realmente necessária ou algo supérfluo que não valia a pena ser levado para Nova York.

Compartilhar aquele momento tão melancólico ao lado dela me fez querer chorar de novo.

Lágrimas inundaram meus olhos e apressadamente peguei uma das camisas jogadas no meu closet aberto para limpar meu rosto antes que minha mãe flagrasse minha tristeza.

Contudo, essa tentativa foi falha quando percebi o que estava segurando entre meus dedos trêmulos.

A camisa do Real Madrid.

Número 20.

A mesma peça que ele usou no jogo da final da Champions League.

Agarrando com força o malha sedosa, levantei até meu rosto com cuidado, afundando-me ali para sentir o cheiro do perfume dele presente, inebriando todo o meu interior.

Marco Asensio era o amor da minha vida e eu fui estúpida ao deixá-lo ir.

Caminhei lentamente até a poltrona que ficava no canto do quarto, sem ligar que minha mãe visse meu estado atual se desmanchando em arrependimento, dobrando com cuidado a camisa, colocando-a dentro da minha bolsa pessoal.

Ela viajaria comigo.

Mantendo viva ao menos a lembrança intacta do meu moreno.

○○○

Notas da autora:

Atualização com fortes emoções! Me perdoem por algum erro na escrita. 😂

Esse foi oficialmente o PENÚLTIMO capítulo de Maps. Sim, penúltimo!

Amanhã será postado o último capítulo e na próxima semana o epílogo! Então se preparem porque amanhã temos o desfecho dessa história.

Meu coração está bem triste com isso, mas feliz por mais uma fic sendo concluída.

Comecei a postar aqui no Wattpad um novo projeto original, ainda no meio futebolístico. A história se chama Part Of Us e vocês encontram aqui no meu perfil!

Convido todas a conhecerem esse projeto! Garanto que vão amar!

Sigam a Lena no Instagram para acompanhar o dia a dia dela: MadalenaCartin

E lembrando que temos nosso grupo no Facebook. O link do grupo no Face está aqui na minha bio do Wattpad.

Beijos e até a próxima!

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