The New Avenger || Spider-Man...

By GabhiHolland2013

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Suponhamos que o filme Homem-Aranha De Volta Ao Lar tivesse uma continuação, com a Tia May tendo que conviver... More

Introdução
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11 Parte: I
Capítulo 11 Parte: II
Capítulo 12
Capítulo: Q&A
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
IMPORTANTÍSSIMO
Capítulo 19
Grupo no WhatsApp
Capítulo Especial
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26 Parte: I
Capítulo 26 Parte: II
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44 Parte: I
Capítulo 44 Parte: II
Capítulo 45
Capítulo 46
CAPÍTULO BÔNUS
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50 (Final)
OLÁ.
BÔNUS •MEMES•
BÔNUS • 20 FATOS SOBRE O LIVRO(e a autora)•
COMEBACK LADIES AND GENTLEMANS

Capítulo 33

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By GabhiHolland2013

P.O.V. PETER

Coloco meus pés dentro da escola e vejo todos os adolescentes com celulares nas mãos totalmente vidrados no aparelho de comunicação. No fundo eu já sabia do que eles tanto conversavam e avaliavam cada rosto feminino daquela instituição de ensino. No pequeno monitor de TV no corredor estavam Betty Brant e Jason Ionello, os aspirantes a jornalistas da Midtown, estes falavam algo que não condizia ao ambiente, porém era algo que estava na boca de todos naquela escola. Encontro a equipe do Decathlon toda reunida em uma mesa, inclusive com Flash e Liz. Acompanhado de Anabella resolvo me juntar a eles. Pulo um dos bancos e me sento no outro.

"Bom dia." Diz Bella empacotada por uns dois moletons de frio e todos retribuem.

"Sobre o que falam?" Pergunto retirando minha garrafa de água da mochila para tomar um gole do líquido inodoro, incolor e insípido.

"Sobre a garota misteriosa do Homem-Aranha." Diz Abe.

"Ela deve ser alguma namorada." Diz Bella tentando disfarçar o contentamento.

"Com toda a certeza." Michelle concorda se fazendo de desentendida.

"Vocês querem entrar no bolão? Estamos apostando como é o Homem-Aranha. Já que ele vai ser apresentado ao mundo nessa semana." Diz Sally mostrando um caderninho com anotações e um envelope com dinheiro.

"Quem acertar mais, leva o dinheiro. Cada um deu quinze pratas." Diz Abe.

Pego o caderno e leio as característica físicas que Ned e Michelle anotaram. Pele branca, cabelo castanho escuro curto, olhos avelã, 1,73m de altura, aproximadamente 65Kg, bem jovem. Ou seja, eles falaram que sou eu de modo implícito. Vão ganhar quinze pratas de cada um dos integrantes da equipe de Decathlon na vigarice. Que malandros!
Depois daquele momento de conversa acabei por descobrir que na próxima semana Flash iria para a Europa. Ele vai para estudar. Fiquei me perguntando se deveria achar bom ou ruim? Concluí que achei excelente.
Contrariamente aos outros dias, esse passou bem rápido, então como de costume nos despedimos de nossos amigos e fomos para a mansão escura de Stephen Strange. Começo a gostar do mago, e de alguma forma consigo encontrar semelhanças entre Tony e ele; não de aparência física, mas sim, de personalidade.
Como imaginado Anabella surpreendeu-nos mais uma vez com as habilidades presenteadas por Zaphir. Ela parecia ter nascido com aquelas capacidades incríveis. Era cada vez mais perceptível sua interação com a safira iluminada.

"Stephen, eu acho que você deveria abrir as cortinas e janelas do Sanctum Sanctorum. Isso aqui é abafado." Anabella comenta transitando na casa mal-assombrada de Stephen. "O Wong também acha isso, não é?" Ela pede um apoio do gordinho asiático que comia uma rosquinha com cobertura de chocolate toda confeitada.

"Eu gosto dele assim." Doutor Strange pouco se importa com o comentário da moça.

"Isso aqui cheira pão embolorado. Daqui uns dias os fungos e as bactérias vão se proliferar com tanto cheiro de mofo." Digo e aquela capa vermelha flutuante que vive seguindo o mago dá-me uma chibatada na barriga.

"Mandando eu cuidar da minha casa, mas quando vocês chegam em suas casas não são capazes de lavar um garfo, sequer enchem a garrafa de água depois de beber, a colocam na geladeira vazia com preguiça de encher." O cara do cavanhaque muito bem proposto atira farpas em forma de palavra sobre nós.

"Nossa." Colocamos a mão no peito fingindo estarmos ofendidos.

Tínhamos uma grande chance de ficarmos calados, entretanto, abrimos nossa boca e levamos um coice significativo. Como dois palermas fingimos que nada aconteceu, despedimos com um simples gesto de mãos demonstrando que em breve estaríamos de volta e saímos da casa horripilante de Stephen.

"Peter, o que vai acontecer comigo quando você for para o Norte do Estado? Caramba! Você vai vai ser um Vingador." Ela dizia bem baixo ao repousar sua cabeça em meu ombro.

"Você ainda não imagina?" Pergunto um pouco risonho ao ver sua ingenuidade.

"Não."

"Você irá junto. Será uma Vingadora." Passo meu braço por cima trazendo-a mais para mim.

"Eu não sei se estou preparada para tudo isso. Eu sou apenas uma garotinha." Eu podia escutar uma pequena entonação de dúvida saindo em meio ao medo.

"Você é uma garotinha com os poderes de uma loba asgardiana." Brinco.

Sinto um arrepio percorrer todo o meu corpo. Meus batimentos cardíacos aceleram duas vezes mais que o normal. Levanto-me dentro do ônibus público buscando entender o desastre que estava prestes a acontecer. Bella parecendo entender que aquilo era um surto de meu snetido aranha põe-se de pé rapidamente.

"Peter... o que foi?" Ela pergunta receosa.

Olho para a Ponte do Brooklyn e escuto barulhos de rachaduras e de quase intangíveis fios de ferro se rompendo diante dos olhos de todos os passageiros do ônibus. O veículo começa a tremer e todos se desesperam.

"Saiam todos do ônibus!" O motorista grita ao abrir a porta do meio de transporte e todos correm pisoteando uns aos outros.

"Vá! Saia da ponte!" Digo para Bella enquanto já conseguia localizar os lançadores de teia e a máscara dentro de minha mochila.

"Mas Peter..."

"Vá! Eu não me perdoaria se algo acontecesse com você. Vá!" Digo e corro na direção contrária da multidão de pessoas.

Aproveito um carro que estava atravessado no caminho e troco minha roupa lá mesmo. A chances de alguém me ver eram nulas, todos estavam desesperados a correrem, somente eu estava naquela ponte, o restante da multidão causava um pandemônio na área firme.

"Karen, faça uma análise do que está acontecendo!" Peço minha interface e salto enquanto caminhava astuciosamente por cima dos fios que ainda estavam firmes.

"Peter, uma batida de caminhão no pilar central comprometeu toda a estrutura. A ponte vai desmoronar."

"Vamos até lá." Lanço uma teia no ponto mais alto que eu via e consigo chegar no local da batida.

O motorista não estava mais lá, por certo havia corrido naquele exato momento. A ponte tendia a tombar para o lado esquerdo e os carros deslizavam sobre o asfalto seguindo uma trajetória retilínea para cair no mar que entrava dentro de Nova Iorque.

"Karen, o que podemos fazer? Tem alguma teia bastante resistente que consiga estabilizar a ponte?" Eu analisava usufruindo de uma tremenda preocupação.

"Peter, temos teia de titânio. Pode segurar por um tempo, mas a ponte ainda vai ceder."

"Teias de titânio?"

"Sim. O Tony as deixou no modo emergencial."

"Homem-Aranha! Socorro!" Escuto um grito infantil ecoando pelo ambiente.

Meus olhos viajavam pela ponte e eu posso ver uma van cheia de crianças de aproximadamente oito e nove anos. O motorista estava com a testa sangrando, aparentava estar inconsciente. Algum outro veículo havia batido de frente na van e todos estavam presos. Eu precisava tirá-los de lá.

"Karen. Teias de Titânio devem servir. Ative-as." Peço já indicando os lançadores para o local onde a ponte pendia para ceder.

"Ativado!" Lanço as teias conseguindo ouvir um rangido alto do ferro da estrutura.

Corro na direção da van, estava mais longe, então eu corria o mais rápido que podia. O carro que batera na van havia preensado o motorista contra o assento, as crianças por sorte estavam bem. Com muita força empurro o carro possibilitando uma passagem entre os dois veículos onde eu conseguiria tirar o homem mais velho dentre aquele pueril sem sufoco.

"Oi amiguinhos, vocês devem me conhecer. Eu sou o Homem-Aranha. Vou tirar todos vocês daqui." Digo tentando expressar calma a todos eles.

Antes mesmo que eu pudesse prosseguir com meu plano criado naquele curto período de tempo, onde eu tiraria as crianças e o motorista sãos e salvos, sem ter o perigo de perdê-los no meio da multidão, as teias de titânio se romperam fazendo a ponte ter uma desfalência muito agressiva onde emborcou-se para o lado esquerdo levando todos os automóveis que estavam em cima irem para o mar. Quebro uma janela e saio por fora, atiro uma teia e seguro a van não permitindo que ela caísse dentro da água.

"Não soltem os cintos!" Grito para as crianças. Se uma delas chegasse a sair do banco cairiam diretamente no mar passando pelo parabrisa que estava quebrado.

Consigo apoio e aos poucos vou puxando a van para o lugar mais firme onde eu conseguiria tirá-los sem nenhum arranhão. Puxo com os dois braços e pressiono meu pé para eu não deslizar junto com os outros veículos. Eu estava conseguindo trazê-los para a parte mais segura, no entanto um carro escorregou em minha direção brutalmente e feriu-me o braço direito. Naquele instante eu senti o músculo deslocando de meu ombro. Eu havia ferido meu braço no momento mais inapropriado que existia e tinha que manter a van apenas com a força do esquerdo. A dor me fazia perder o foco e a força eu estava incapacitado de realizar aquilo, mas me mantinha forte psicologicamente segurando a van.

De imediato uma luz azul tão conhecida por mim toma conta de todo o veículo reduzindo toda a tensão em meu braço. Meus olhos viajam até encontrar a garota levitando com a face parcialmente encoberta por um capuz, ao invés de cabelos loiros, os seus estavam azuis igualmente a cor da magia que fruía de suas mãos.Era ela, Anabella. Eu podia sentir a força excessiva que ela exercia para conseguir manter aquele enorme veículo flutuando até que chegasse em um ponto sólido sem risco de desmoronamento. Seus olhos estavam fechados e seus dentes rígidos um contra o outro demonstrando o quão difícil aquilo estava sendo para ela. Sangue começava a escorrer por seu nariz exibindo o exagero de poder fora da capacidade que seu corpo miúdo mas cheio de curvas suportava. Gloriosamente ela conseguiu deixar o veículo cheio de crianças em uma rua seguinte à ponte. Todos estavam boquiabertos e surpresos com tanta demonstração de poder inigualável. Eu inclusive. Com a sensação de dever cumprido seu corpo de pequena estatura entende que seria o momento de repousar-se, permitindo que ela sofresse um desmaio e caísse no asfalto. Antes que pessoas desconhecidas se aproximassem eu corro e a pego com a última força de meu braço esquerdo e lanço uma teia no ponto mais alto da ponte e consigo ne locomover pelo ar junto com a moça em meu colo. Vejo minha mochila caída no chão e milagrosamente tenho a oportunidade de pegá-la, então a apanho.
Subo até um prédio e deito o corpo de Anabella segurando sua cabeça cuidadosamente, retiro minha máscara e coloco minha orelha em seu peito escutando um 'tum tum' suave. Suspiro aliviado e agradeço aos céus por isso.

P.O.V. ANABELLA

Abro meus olhos vagarosamente por causa da claridade e vejo o garoto segurando-me possuidor de uma feição um tanto quanto preocupada. Ele acaricia o meu rosto com o polegar e sorri, em seguida abraça-me gentilmente.

"Eu estou orgulhoso." Cochicha ao pé de meu ouvido.

"O que aconteceu, Peter?" Olho desentendida enquanto escutava gritos vindos de todas as direções. Dou-me conta que estava deitada no terraço de um prédio desconhecido.

"Você usou seus poderes para salvar pessoas. Você... foi incrível." Ele olhava-me deslumbrado.

"Eu usei. É. Eu usei." Digo pausadamente ao lembrar de ver Peter usando suas últimas forças de um dos braços para conseguir segurar aquela van cheia de crianças.

"Nós precisamos sair daqui." Ele estende a mão para ajudar-me a levantar, não recuso a oferta e agarro sua mão. Provavelmente pelo impulso de meu corpo seu braço dói, por pouco deixando-me cair no chão.

"Peter, vamos no hospital para olhar isso." Digo a respeito de uma possível lesão ou
fratura em seu braço direito.

"Não se preocupe. Cuidamos disso depois. Eu aguento." Diz fazendo-se de durão, mas eu sei o quanto aquilo parecia doer.

"Vista sua roupa. Nós vamos no hospital, Peter Parker." Pego a mochila com as roupas emboladas nos cadernos e jogo para ele.

"Parece uma loba feroz." Ele faz uma piadinha.

"Eu sou uma loba, também sou feroz." Digo imponente.

"Olha, sou um cara sortudo." Ele aperta em sua aranha do peito e o traje fica completamente largo no corpo. "Vire-se." Ele pede.

"Por que? Está usando ceroulas de ursinho?" Cruzo os braços e arqueio uma sobrancelha.

"Não. Apenas não me pareceu culto tirar o traje na sua frente." Diz ele olhando-me com o traje cobrindo até a cintura, de onde eu podia contemplar o abdômen quase tirando pedaços.

"Tudo bem." Viro-me dando mais liberdade para ele. "Sua ética é o que te torna um amor de pessoa." Dizia olhando a Ponte do Brooklyn estraçalhada.

"Você agora se auto-declarou super-heroína diante de centenas de pessoas, Bella. Daqui um pouco imagens suas estarão em todos os lugares." Diz ele e eu me viro novamente, pouco me importando se ele estaria vestido ou despido.

"Você acha que alguém me reconheceu?" Sinto-me intimidada.

"Não, você estava com os cabelos azuis e o rosto coberto, meio difícil alguém ter te reconhecido ou apenas visto o seu rosto." Diz ele terminando de vestir o moletom da Midtown.

Levanto-me e faço a conjuração do disfarce que Stephen me ensinou para que eu pudesse alterar minhas roupas, pois todos me viram usando-a lá em baixo. Obviamente alguém pode ter vestimentas similares ou até mesmo idênticas a esta, mas ainda assim, todo o cuidado naquele momento era pouco.

"Vamos para o hospital." Digo e pego em sua mão enquanto procurávamos uma escada de incêndio para sair de cima do prédio.

Passamos despercebidos por todos, como quaisquer outros adolescentes de namorico. Isso foi bom. Nos dirigimos até o hospital público mais próximo, precisávamos olhar aquele ferimento no braço de Peter. Eu estava bem, o desmaio foi só um susto. Sei que ele é um humano biologicamente modificado pela picada de uma aranha radioativa, mas ainda assim é humano. Entramos no hospital e ficamos esperando na recepção até que chegasse a vez de Peter e o médico de prontidão o atendesse.
Olho para o ecrã de meu telefone celular por alguns segundos observando o horário. Minha atenção é atraída para o aparelho de televisão na sala de espera. Lá estava Tony usando um de seus ternos descontraídos enquanto repórteres sugavam dele todas as informações sobre o ocorrido há uma hora e meia aproximadamente na Ponte do Brooklyn. Era um plantão de destaque que interrompeu a programação da TV.

"Tony Stark, quem é essa mulher, ou garota, que foi vista na Ponte do Brooklyn acompanhada do Homem-Aranha?"

"Ela é uma nova integrante do grupo d'Os Vingadores?"

"Qual a proporção dos poderes dela? Devemos nos preocupar?"

"Não." Até que enfim Tony reage ao sufocante momento de questionamentos. "Vocês não devem se preocupar. Isso é só o que precisam saber." De maneira curta e grossa ele põe um ponto final naquelas dezenas de repórteres embaçando os vidros do Complexo d'Os Vingadores.

"Tony Stark, espere. Precisamos de mais respostas."

"Quem é ela? Fale-nos o nome dela."

"Conte-nos o nome da nova heroína."

"Aahm... Loba Azul." Ele responde e dá as costas sem o receio de ser um ato tosco ou não.

Agora eu tinha um nome ficcional, assim como Homem-Aranha, Homem de Ferro e Capitão América. Eu havia acabado de me sentir importante, mas o medo agora me pressionava; o medo de não conseguir conter os poderes diante da multidão.
O medo de na tentativa de ajudar acabar atrapalhando e servindo de peso amarrado aos pés da Equipe.
Após algum curto período de tempo sentados na sala de espera o médico nos atendeu. Por sorte Peter não se machucou gravemente, apenas lesionou o músculo que faz ligação do braço com ombro, e, por isso deverá usar uma tipóia por alguns dias ou semanas até que a lesão cicatrize. O médico receitou também alguns analgésico caso ele sentisse dor ou desconforto. Mas como eu disse; nada grave.
Aliviados saímos do hospital e voltamos a seguir nosso caminho em direção a Queens Boulevard, onde são nossos prédios.

"Mesmo você não demonstrando, eu te conheço o bastante para saber que estás escondendo medo e preocupação. E eu outra vez estou aqui para ressaltar que não importa o que aconteça sempre te protegerei e te guardarei." Ele para a minha frente e segura minhas duas mãos com apenas uma das suas, já que o braço estava fixado na tipóia.

"Isso é o que me deixa mais calma e é por isso que eu te amo, Parker." Digo retribuindo um sorriso.

"Eu sou amável, Clarke." Convencidamente ele segura minha mão e deposita um beijinho suave nela.

"Amanhã não vamos na aula. Okay?" Afirmo e pergunto no final para não parecer mandona.

"Nós vamos. Você tem prova de História. E você não estudou." Ele diz passando seu braço que não estava machucado por cima de meu ombro.

"Eu sempre tiro A+ em História." Digo, mas eu havia estudado na noite passada, além disso o conteúdo estava adiantado e o professor só ficava revisando.

Escutamos uma buzina ressoando e um carro preto para ao nosso lado, o vidro desliza vagarosamente pela porta do carro até revelar o rosto do motorista.

"Entrem no carro." Diz Happy Hogan usando uma roupa mais confortável diferente de seu terno de trabalho.

Sem pensar e sem responder nada apenas entramos no carro e sentamos no banco de couro grafite.

"Vamos para o escritório das Indústrias Stark." Diz Happy já arrancando com o carro do acostamento.

"Fazer o quê lá?" Pergunto desentendida.

"Pepper marcou uma reunião com seus pais a pedido do Tony para tratarem de assuntos delicados que se referem a você." Happy diz e o meu coração gela chegando ao ponto de quase parar.

"O quê? Como assim?" Me desespero dentro daquele Audi preto.

"Você não pode esconder isso dos seus pais, e o Tony não pode ajudá-la nisso. Eles devem saber para que então te levem para o Complexo d'Os Vingadores no Norte do Estado." Diz Happy dirigindo velozmente.

Agora eu estava incapacitada de dizer uma frase coerente e entendível. Por fora eu não apresentava estar tão nervosa, mas por dentro eu tremia à ponto de sentir meu fígado vibrando.
Chegamos na bem projetada empresa e Tony estava nos esperando sentado numa poltrona de frente a sala da Senhorita Potts.

"Você concorda que devemos contar, não é?" Tony pergunta enquanto batia um polegar no outro demonstrando nervosismo.

"É necessário." Concordo suspirando bem alto.

"Vamos entrar. Venha conosco, Pirralho." O homem se levanta e vai em direção ao final do corredor para a sala da Senhorita Potts. Tony abre a porta vagarosamente exibindo o meus pais sentados em duas cadeiras de frente para a ruiva.

"Na verdade não sou eu que quero tratar de assuntos com vocês." Diz a mulher indicando para nossa direção; meus pais viram suas cabeças para olhar-nos.

"Bellinha, Peter. O que fazem aqui?" Meu pai pergunta sem saber ou ao menos imaginar. Minha mãe já tinha uma feição mais assustada, como se já começasse a ligar os pontos de dois adolescentes estarem juntos com Tony Stark logo após um noticiário de uma nova super-heroína.

"Temos muito o que conversar." Meu mais novo tutor diz. Senhorita Potts deixa a sala discretamente.

"Não estou entendendo. Eu..." Papai parecia confuso.

"Elisa, Dave, e isso não é algo que um dia foi premeditado, mas simples aconteceu e agora não temos como voltar atrás." Tony deprecia ainda mais o momento.

"Pai, mãe... aquela garota que coincidentemente apareceu hoje no acidente da Ponte do Brooklyn..." Me afago sentindo a pressão de contar a verdade. "... sou eu. Eu sou a Loba Azul."

"O quê?" Papai ri, mas percebo o nervosismo de suas palavras. Mamãe permanecia quieta, quase intacta.

"Dave, a menina não está mentindo. Ela diz a verdade. Pode ser difícil para vocês entenderem, mas a Anabella tem poderes, e por mais rígido e tosco que eu possa parecer dizendo isso nesse momento, ela só está viva graças a um Mago Supremo das artes místicas que a salvou antes que o poder que ela irradiava a matasse e todos que estavam no Complexo d'Os Vingadores para onde a levamos." Tony caminhava entre eles enquanto gesticulava com as mãos atônito.

"Magos? Isso não existe." Papai repudia.

"Ah, meu bom homem. Existem, sim." Meu professor de magia abre um de seus portais enchendo toda a sala de faíscas alaranjadas. "Podem me chamar de Stephen Strange."

"Ah meu Deus! O que é isto?" Mamãe grita.

"Obrigado por estar aqui, Houdini." Tony agradece com seu jeito de palhaço.

"Não há de quê, Homem de Lata." Doutor Estranho retribui ao mesmo nível.

Com a ajuda de Stephen contei aos meus pais toda a história desde a Asgardian Pakki até o acontecimento no dia do Baile de Inverno, onde tudo começou a se encaixar e fazer sentido. Minha mãe portava uma reação de indignação consigo própria por não perceber diferenças no humor, ou nos atos, até mesmo na mudança de hábitos repentinos que eu passei a ter. Meu pai exalava culpa, em sua mente tudo aquilo era culpa dele por aceitado o maldito colar daquela anciã e trazê-lo sem nenhuma malícia para mim.

"Pai, não foi sua culpa, tudo foi premeditado por Zaphir." Eu caminhava até o homem hesitando em tocá-lo, mas depois eu dou-lhe um abraço.

"Dave, você não poderia ter feito nada. Ela já tem o poder, nada pode tirá-lo, o colar é indestrutível e a loba protege a garota." Stephen usava uma entonação neutra.

"Minha filha..." Papai estava tão apreensivo ao ponto de eu pensar que sua pressão iria ter um surto.

"Dave, Elisa, com a permissão de vocês eu preferia levar a Anabella para o Norte do Estado. Um lugar onde ela estará sendo monitorada e cuidada por nós. Será melhor... e mais seguro. No final dessa semana é melhor que ela esteja lá conosco." Tony senta-se na cadeira presidencial da noiva.

"Os noticiários dizem que no final de semana você estará indo para Viena para apresentar o Homem-Ar..." Papai dirige seu olhar mortal para Peter e o mesmo gesticula um aceno. "Eu não acredito."

"Eu preferia manter a identidade em secreto, mas o Tratado de Sokovia exige a apresentação mundial." Diz meu namorado pela primeira vez naquele ambiente.

"Por isso ela deve ir antes que estejamos em Vienna. Todos que os conhecem vão associar os fatos e encaixarem as peças, logo descobrirão que a Anabella é a mesma garota que salvou uma van cheia de crianças hoje na Ponte do Brooklyn." Tony diz e eu me congelo apenas de pensar que serei vista como uma celebridade e todos
me conhecerão. "Não vamos isolá-la do mundo, muito menos de vocês. Anabella só estará conosco porque somos pessoas mais preparadas para lidar com estes assuntos. Vocês poderão ir visitá-la quando quiserem. Ela poderá vir visitá-los quando quiser. Anabella é sua filha. Imaginem essa ida como se ela estivesse indo cursar a faculdade." Tony tentava fazer de tudo para deixar claro que minha ida para o Norte do Estado não seria o fim do mundo, mas sim o recomeço.

"Pai, mãe... é difícil entender, eu sei. Tampouco eu compreendo essa situação, mas só que isso será melhor para mim, melhor para todos. Eu não quero machucar ninguém, eu não quero machucar vocês." Digo tomando a decisão mais radical que eu podia, pois nunca saí debaixo das asas de minha mãe.

"Minha filhinha é uma espécie de loba poderosa, o namorado dela escala paredes e solta teias, meu chefe agora vai ser o tutor da minha filha, ela tem um professor de magia muito estranho e é irmã de consideração do Thor." Papai dizia sentado na poltrona enquanto olhava para um quadro surrealista na sala de Senhorita Potts. "Me disseram que quando os filhos crescem eles voam para longe dos pais. Eu só não pensava que isso fosse no sentido literal. Caramba! É muita coisa para eu digerir."

"Querido, é melhor que a deixemos ir. Tony está certo em dizer que não temos nenhum preparo para lidar com situações como essa de hoje. Bella é minha filha, eu a carreguei durante nove meses na barriga, eu não quero que algo de ruim aconteça com ela. Por um tempo vai doer, mas é melhor que convivamos com a pequena preocupação no peito do que a dor de não tê-la mais com a gente. Querido, vamos fazer o que for melhor para ela." Mamãe que se mantinha em silêncio agora disse com um tom de compreensão.

"Tony, você é o meu amigo desde a época do colegial, agora você vai assumir a responsabilidade da minha filha quando eu não estiver por perto. Eu confio muito que você consiga." Papai diz apertando o ombro do Stark e eu suspiro aliviada.

"Quem cuida do Homem-Aranha cuida da Loba-Azul facilmente." Tony como sempre consegue trazer humor para situações apreensivas.

"À propósito, de onde o senhor tirou esse nome? Loba Azul." Rio naturalmente pela primeira vez naquela sala.

"Não sei. Inventei na hora, mas faz todo o sentido, a loba Zaphir e a luz azul que você irradia." Responde meu mais novo tutor.

"Que autêntico você é." Stephen satiriza e Tony infantilmente gira os olhos.

"Antes que vamos para Vienna você já deve estar com as malas prontas, vai se mudar para o Norte do Estado." Tony parecia ter tirado um peso das costas ao contar para meus pais sobre meus poderes e que eu iria morar com Os Vingadores. "E, quase ia me esquecendo. Vocês fizeram um bom trabalho hoje na Ponte do Brooklyn."

"Sabe, acabo de me lembrar que hoje pela ma-dru-ga-da..." Papai da ênfase na palavra. "... o Homem-Aranha foi visto passeando pela Times Square com uma garota nas costas." Ele termina de dizer.

Peter e eu olhamos para ele com uma face de desentendidos e nos fazendo de bobos. A situação tinha nos apertado contra a parede.

"Eu até te daria uns cascudos, mas não conseguiria." Papai o fita com olhares de fogo e Peter ri como se concordasse com aquilo.

Eu estava mais confortável com meus pais sabendo de toda verdade, eu me sentia até mais confiante e menos amedrontada. Eu iria morar em outro lugar, um estilo de vida diferente, com pessoas diferentes e bem mais velhas. Peter e eu seríamos as criancinhas birrentas no meio de tantos adultos poderosos. Michie e Ned ficarão super contentes com a notícia, mas com toda a certeza manteremos o constante contato, porque o grupo d'Os Quatro Mosqueteiros não pode ser desfeito. Eu estava mega ansiosa para isto e estava admirada, porque antes de vir para Nova Iorque meu sonho era conhecer Os Vingadores, agora eu sou um dos integrantes. Isso é sensacional.

***

NEW AVENGERS, AQUI ESTÁ O CAPÍTULO. ESPERO QUE TENHAM GOSTADO.
AMO TODOS.
XOXO

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