Capítulo 16

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P.O.V. ANABELLA

Adentro minha casa, vejo papai e mamãe jogando uma partida de xadrez. Papai move uma peça no tabuleiro fazendo mamãe aderir outra tática para o jogo. Como eu os amo. Não consigo conter o grande sorriso em meu rosto. Apoio-me na porta atraindo enfim a atenção para mim.

"Aconteceu alguma coisa, Bellinha?" Ele pergunta-me.

"Não. Quer dizer, sim, aconteceu, sim." Ainda estou confusa e desacreditada do que se procedeu na porta do edifício. "Eu encontrei o seu sempre conhecido patrão na casa de Peter e May, pai." Conto só uma metade dos acontecimentos.

"Verdade?" Ele parece surpreso.

"Sim, pai, o Tony Stark estava lá, provavelmente trocando assuntos sobre o estágio na empresa. O senhor sabe. Petie contou-nos naquele dia em que estávamos no restaurante de comida tailandesa." Explicito. Retiro o celular do bolso e mostro-lhe a foto que saquei com o Homem de Ferro. "Ele mandou-te uma saudação. Mal acreditei quando Tony Stark pronunciou o meu nome e alegou que o senhor sempre exibia fotos minhas desde quando era uma bebezinha." Sinto-me satisfeita.

"Só isso? Você parece muito feliz para uma garota que só viu o Tony Stark pessoalmente." Mamãe olha-me desconfiada. Que esperta! Por qual horrível motivo eu não consigo esconder absolutamente nada dela? Se um poro se fechar em minha pele ela conseguirá notar a diferença.

"Poxa! Eu conheci Tony Stark, essa era uma de minhas maiores ambições e eu aquietei-a." Contorno a situação sem perder a majestade.

"Filha, precisamos comprar sua roupa para usar no baile." Comenta e volta a atenção para o jogo.

Caramba! Estou me esquecendo do Baile de Inverno. Segunda-feira conversarei com o diretor sobre a verba que preciso para organizar a festa. Tudo deve estar decidido e quase pronto até o dia de nossa viagem para Orlando. Lembrando que fará muito frio nesse dia. Com toda certeza terá neve por todos os lados, então usarei um vestido com mangas compridas. Eu amo o frio, mas eu morava no Rio de Janeiro, e o inverno do sudeste brasileiro é fixe em comparação com o nova-iorquino.

"Estava me esquecendo deste importante detalhe." Digo entrando na cozinha e voltando com um pacote de bolinhas de queijo assadas.

"Checkmate!" Papai diz movendo uma de suas peças resultando em sua vitória. "Eu sempre ganho, querida!" Mamãe lança-lhe um olhar cortante e eu gargalho. Eles são ótimos.

"Bom, eu vou dormir." Digo deixando os dois a sós.

Entro em meu quarto ainda pensativa sobre o que acabara de acontecer. Este dia foi bem impactante para mim. Me surpreendia a cada minuto que se passava. Se continuar nesse ritmo precisarei ir em um médico cardiologista para analisar se está tudo certo com meu coração. Coloco meu pijama de mangas compridas, escovo meus dentes e literalmente me jogo na cama fazendo o lençol se ondular sobre o colchão.

[...]

Acordo com uma luz azul vindo na direção de meu rosto. Ainda é noite. Pego o celular em cima do criado mudo, vejo que são três da madrugada. Me abomino por não ter fechado a cortina antes de deitar. Com muita preguiça levanto e caminho até a janela de meu quarto pisando no chão frio. Percebo que a luz vinha do final da rua. Aquilo chama minha atenção então abro a janela permitindo que o ar gélido entre em contato com o meu rosto. Coloco a cabeça para fora com o intuito de ter uma melhor visão. A luminescência azul oscilava, ora estava forte, ora estava fraca, havendo momentos que ela chegava ao seu ápice. Subitamente uma curiosidade se apodera de mim, coloco o primeiro par de sapatos que encontro espalhado por algum canto do cômodo e coloco um roupão por cima. Saio de meu quarto tomando total cuidado para não acordar meus pais. Destranco a porta da sala e abro-a provocando um ranger tenebroso. Passo pelo corredor usando a ponta dos pés evitando qualquer barulho. Nunca desço pela escada, hoje considero que seja uma exceção. Caminho pela escada escura de caracol. A portaria estava vazia, não havia nenhum vigia lá por perto, entretanto a porta estava aberta. Estranho. Saio na rua. Não havia nenhuma pessoa por lá. Estava um completo silêncio, só conseguia escutar o vento uivar ao passar entremeio os edifícios.

The New Avenger || Spider-Man #Wattys2020 #WriteTogheterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora