60 dias com eles

Von dreamervick

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Julieta Fields é a garota mais certinha que Los Angeles conhece. Ela nunca se atrasou, nunca quebrou regras e... Mehr

Intro + apresentações
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 28

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Von dreamervick

Ele está tão assustado, tão nervoso e tão perdido que me faz questionar se a atitude que eu tomei foi realmente a certa.

— Acho melhor eu ir embora. — Ele diz se afastando lentamente, com os olhos perdidos e com as mãos trêmulas. Será difícil acabar com o seu trauma, foi uma fase muito marcante em sua vida que querendo ou não, fez um grande estrago no seu coração.

— Matthew! — Grito indo até ele e segurando o seu pulso com força. Eu quero ajudá-lo, quero pela primeira vez em muito tempo fazer alguma coisa boa para alguém, ainda mais quando essa pessoa tem extrema importância na minha vida. Não quero que o Matt seja atormentado pelas lembranças do seu passado, quero que ele siga em frente e continue fazendo o que mais gosta de fazer: esquiar.

Ele se solta do meu aperto e pede para eu me afastar. Ele passa as mãos pelo cabelo e anda de um lado para o outro como se estivesse remoendo tudo o que viveu naquela época, como se as suas lembranças estivessem voltando com mais intensidade e mais clareza em sua mente. Consigo ver dor em seus olhos.

— Não dá, Julieta! Eu fui cruel. Fui egocêntrico e acabei pagando o preço por isso. Eu perdi a única pessoa que fazia eu me sentir seguro. Eu larguei tudo, Julieta. TUDO! Larguei tudo o que eu tinha pelo meu sonho que no final das contas eu acabei perdendo também. — Ele grita enquanto segura suas lágrimas. — Eu perdi minha mãe. Não fui capaz nem de agradecê-la. Eu não estive com ela nos seus últimos segundos. Para você ter noção, eu não lembro nem da última palavra que eu disse para ela. Dói muito. Perder sua mãe é como perder uma parte de você também.

Eu o abraço com força e o deixo chorar em meu ombro. Ele me aperta com tanta força que me deixa sem ar, mas eu não ligo, agora eu só quero que ele extravase por um momento. Matthew precisa disso. Matthew precisa de muito mais do que isso para falar a verdade.

Quando ele se acalma eu me afasto e limpo suas lágrimas, abrindo um sorriso triste e acolhedor.

— Estamos juntos nessa, Matthew. Você sabe que pode sempre contar comigo né? Eu estou aqui. Sempre estarei. Sei que nunca conseguirei apagar essa dor do seu coração, mas quero te ajudar a supera-lá, quero te ajudar a controlá-la. Eu sei que você é capaz, Matthew. Você é capaz de fazer tudo o que quiser, basta acreditar.

O Matthew não obtém nenhuma reação, apenas me encara com os seus intensos olhos castanhos por longos segundos.

— O que houve?

— Você é incrível, Julieta.

Eu abro um sorriso fraco, vou até ele e o abraço novamente. Ele dá um beijo no topo da minha cabeça e fecha os olhos. Consigo ouvir os batimentos acelerados do seu coração.

— Prometo que vou tentar por você.

Sorrio.

— Obrigada. Sua mãe estaria muito orgulhosa em ver você tentar de novo.

— Eu espero que ela esteja.

Ficamos em silêncio durante alguns segundos, apenas apreciando o abraço e a presença do outro. É incrível o modo que Matthew me faz tão bem e arranca para fora tudo o que existe de bom em mim. Eu sei que pode soar exagerado, mas quando ele me olha daquele jeito tão acolhedor eu sinto vontade de chorar, chorar de tanta felicidade por ele estar ali. Ao meu lado, e por eu tê-lo encontrado. Ele me ensina a ser mais forte e faz eu me amar cada vez mais. É incrível.

— Vamos começar? — Proponho me afastando e cruzando os braços como se eu fosse sua treinadora, sendo que eu não sei nem a metade do que ele sabe sobre o skiing. Que Deus me ajude!

Ele faz um sinal positivo com a cabeça, mesmo parecendo não estar totalmente seguro com a sua decisão.

Matthew senta no banquinho de madeira, calça suas botas, coloca suas luvas e se equipa com todos os seus equipamentos. Ele parece estar bem nervoso, não o culpo, eu estaria mil vezes pior se estivesse no lugar dele. Sou sentimental demais para essas coisas, seria extremamente difícil para mim.

— Está pronto? — Pergunto e ele faz um sinal positivo com a cabeça mais uma vez, sem muita certeza.

Observo ele orar com os olhos fechados e em seguida se concentrar para subir a rampa e descê-la. Matthew sobe e se prepara. A rampa não é pequena, mas também não é muito grande. É ideal para alguém que está voltando a esquiar. Ele me olha pela última vez antes de descer, eu sorrio fazendo um sinal positivo com as mãos para encorajá-lo, espero que essa cena não tenha parecido ser tão idiota quanto pareceu ser na minha cabeça.

E depois de exatos dez segundos que Matthew desce a rampa eu tenho a certeza de que ele nasceu para fazer isso. Seus movimentos são firmes, bonitos e precisos, é como se ele nunca tivesse parado de fazer o que ele foi destinado a fazer. Consigo ouvir os seus gritos de felicidade abafados e os seus sorrisos, mesmo por trás de todos aqueles equipamentos.

Gargalho e dou vários pulos de felicidade. O meu Matthew está de volta! Superando de pouquinho em pouquinho os seus medos. E esse já é com toda certeza um grande passo que foi dado na sua vida.

Quando ele chega no final do percurso dá um grito alto e corre até mim para me abraçar, sua animação se torna tão grande que ele me pega no colo e me gira para todo lado enquanto ri e eu gargalho.

— Obrigado! Obrigado! Obrigado! Obrigado! — Ele repete a mesma palavra milhões de vezes enquanto distribui beijos por todo o meu rosto.

Ver a felicidade mais pura e simples no seu rosto me faz sorrir mais ainda.

— Não precisa agradecer, Matthew. Você sabe que sempre pode contar comigo. Sempre.

Passamos o resto da manhã e da tarde na pista de skiing, ele me ensinando e ao mesmo tempo praticando. As cenas mais épicas e engraçadas foram aquelas em que o Matthew caía e eu ria sentindo o gostinho da vingança, mas passou a não ser mais engraçado quando ele voltou a pegar o jeito e não cair mais com tanta frequência. A única vez que paramos foi na hora do nosso almoço, para ir até a lanchonete e pedir o clássico almoço do dia. Enquanto almoçávamos ele me mostrava vídeos das suas manobras antigas, e pela primeira vez desde que conheci o Matthew e toda a sua história eu vi esperança em seus olhos enquanto via seus vídeos antigos, como se ele pudesse superar tudo e chegar no mesmo nível, no skiing, em que ele estava antes. E isso me deixou muito feliz, afinal a vida é movida de fé e esperança.

— Eu estou cansada! — Resmungo me afastando da rampa e me jogando na neve como se fosse uma cama. Sorrio fechando os olhos e me imaginando no meu quarto de hotel quentinho com o aquecedor ligado. A vontade de voltar para o hotel chega com força. Observo o céu começando à escurecer e bocejo.

Tiro os meus equipamentos e espero o Matthew acabar com o seu treino.

— Cansou? — Ele pergunta com a respiração ofegante enquanto se aproxima de mim com um sorriso em seus lábios. — Eu também estou bem cansado, fazia tempo que eu não sentia essa adrenalina toda. Acho que estou enferrujado. — Ele ironiza sentando ao meu lado e começando a tirar os seus equipamentos também. — Passamos muito tempo aqui, não é mesmo?

— Sim, muito tempo.

Ele me dá um beijo, e nós dois acabamos rolando pela neve. Eu rio.

— Que tal irmos à um bar para comemorarmos? Será divertido. Naquela época em que eu treinava para grandes competições, todos os dias depois dos treinos eu saia escondido dos meus pais para ir ao bar tomar algumas bebidas com os meus amigos mais velhos. Eu não prestava. — Ele ri de si mesmo. — Meu Deus eu era um babaca!

— Era? — Ironizo e ganho um leve empurrão e uma careta como uma resposta. Gargalho e devolvo na mesma medida.

— E então, vamos?

— Por mim tudo bem. — Dou de ombros. — Só me diga que no bar tem aquecedor!

— Acho que tem sim. — Ele tenta se lembrar. — Faz umas duas semanas que não frequento mais o bar do Franklin, não me lembro muito bem.

— Por que parou de frequentar aquele lugar? — Pergunto enquanto pego os equipamentos e caminho ao lado dele, indo em direção à cidadezinha cheia de luzes onde fica o bar. Ele está com os olhos focados no caminho que está sendo percorrido, enquanto eu o encaro, esperando uma resposta.

— Quando eu comecei a me interessar por você.

Seu olhar se fixa no meu, e eu sorrio.

— Algumas semanas? Mas não faz pouco mais de dias que você começou à gostar de mim?

— Acredite, não fazem apenas dias.

— Então por que você não falou nada quando eu sai com o Ethan, lembra? Quando houve aquela confusão toda no restaurante e você disse que era tudo um plano e que estava saindo com a Samantha!

Ele para de andar no meio do caminho, arqueia a sobrancelha e me encara com uma expressão séria.

— Julieta, eu não tinha o direito de falar absolutamente nada, já que nós não estávamos juntos. Eu não tinha o menor direito de fazer uma cena e um escândalo inteiro sendo que nós nem estávamos comprometidos. Era claro que eu me importava, e era claro que eu estava com ciúmes, acho que foi só você e eu que não nos ligamos. Acho que eu não queria admitir isso para mim mesmo, entende? Que eu ainda tinha a capacidade de gostar de alguém outra vez.

— Isso soou fofo.

— É claro que eu sou. — Ironiza e eu gargalho.

Quando finalmente entramos dentro do bar eu sinto o vento quente bater sobre o meu corpo e sorrio satisfeita. Tiro o meu casaco e coloco no cabide mais próximo, Matthew faz o mesmo.

Sinto que ainda será uma longa noite.

N/A: Olá gente! Como vocês estão? Então, vim aqui para contar que teremos um novo grupo do WhatsApp apenas para as pessoas que leem 60DCE. Eu percebi que não deu muito certo quando eu misturei o povo dos livros diferentes que eu tenho. Então por isso, se você está no outro grupo e lê APENAS 60 dias com eles é melhor você sair para eu te adicionar no novo, mas se você lê SOMT e 60DCE é melhor você continuar naquele.

Agora, você, que lê os dois, mas não está adicionado em nenhum grupo comenta aqui que eu te adicionarei no novo. E você, que só lê 60DCE e quer entrar no grupo, comenta aqui que eu te adicionarei também.

Não se esqueçam de curtir e comentar!

Beijos da Vick sz

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