60 dias com eles

By dreamervick

1.3M 160K 111K

Julieta Fields é a garota mais certinha que Los Angeles conhece. Ela nunca se atrasou, nunca quebrou regras e... More

Intro + apresentações
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 14

28.4K 3.4K 2K
By dreamervick

  — Isso é algum tipo de piada?

— Por que seria?

— Você...não disse que nunca mais voltaria a esquiar?

— Eu não vou esquiar. Você vai.

Ficamos em silêncio.

— Por que decidiu isso de uma hora para a outra?

— Eu vi o jeito daquela garota falando com você, e vi que você ficou afetada com as palavras dela. Faz um tempo que eu percebi que você não está feliz com essa viagem, e tenho certeza que esquiar te deixará mais animada. Pelo menos, comigo era assim... — ele fica um pouco nostálgico, mas finge não estar, o que me deixa cabisbaixa.

— Mas a minha mãe me proibiu de ter aulas de skiing por influência da Nathalie. — faço uma careta.

— Ela te proibiu de ter aulas de skiing com os professores da pista, mas não de ter aulas comigo.

Sorrio. Isso é verdade.

— Por que você quer tanto me ajudar?

Ele sorri.

— Porque eu quero fazer um trato.

— Que tipo de trato?

— Se eu te ensinar a esquiar você não irá conta nada para ninguém sobre o meu passado. O que acha?

Fico um pouco pensativa, mas no fim acabo aceitando.

— Ótimo! Você é incrível sabia?

Desvio o olhar com as minhas bochechas coradas.

— Olha, pimenta! Você está muito envergonhada. — Matthew gargalha apontando para as minhas bochechas rosadas.

Fico ainda mais sem graça. Matthew tem esse poder sobre mim.

— Você...me perdoou?! — decido mudar o rumo do assunto.

— Sim. — ele sorri de lado, mas ainda consigo ver dor em seu olhar, por isso mudo o rumo do nosso assunto mais uma vez.

— Quando começaremos?

— Amanhã de manhã.

— Minha mãe não pode saber.

— Por que?

— Se ela descobrir, com toda certeza irá me proibir de ter aulas com você.

— Tudo bem. Vamos manter isso em segredo.

— Obrigada.

— Trato feito, então?

— Sim.

Ficamos em silêncio nos encarando. É estranho e extremamente engraçado. Seguro a risada, mas quando vejo que ele também está segurando a sua eu começo a gargalhar e ele também.

No fim ele sorri mais uma vez e levanta da cadeira indo até o lado de fora da lanchonete, mas antes de sair manda uma piscadela para mim. Gargalho da sua audácia.

— Até mais, pimenta!

(...)

Me olho no espelho pela milésima vez.

Uso uma calça jeans clara, um sweater amarelo, um tênis branco e um batom vermelho. Já experimentei trezentas roupas, mas a roupa que eu me senti mais à vontade foi essa.

Escuto uma notificação vinda do meu celular. Fico desesperada e por isso corro até ele como um guepardo.

Ethan: Estou aqui embaixo.

Julieta: Já estou descendo.

Ethan: Tudo bem.

Respiro fundo, coloco meu celular dentro da bolsa, enfio algumas das minhas maquiagens dentro da bolsa também e corro até a porta, mas levo um susto ao ver minha mãe de braços cruzados em frente à ela.

— Para onde você pensa que vai, mocinha?

— Eu...falei com o papai hoje mais cedo. Ele deixou eu dar uma volta rápida pela cidade. O Ethan, meu amigo, irá comigo. Fique tranquila mamãe. — Sorrio.

— Ele é só seu amigo Julieta? Não me diga que está traindo o Matthew. Ele parece ser um namorado tão bom. Eu soube da briga de vocês, mas... — Eu a corto, rindo.

— Não, mãe. Ele é só meu amigo.

Ela parece mais aliviada.

— Por que não me perguntou?

— Perguntou o que?

— Se eu deixaria você sair?

— Eu acabei me esquecendo. Me desculpe.

— Tudo bem, eu iria deixar de qualquer jeito. — ela dá de ombros. — Só não esqueça do seu casaco.

— Obrigada, mãe. — uma carga de alegria passa por todo meu corpo. Estou tão animada!

Pego o meu casaco, dou um beijo na bochecha dela e corro até o elevador toda desengonçada. Antes de entrar eu aceno em sua direção e a mesma acena de volta com um sorriso.

Estou ansiosa. Muito ansiosa na verdade. Em toda a minha vida eu nunca fui a um cinema ao ar livre, e nunca sai com o Ethan antes. Tenho certeza de que será mais divertido do que eu imagino.

No mesmo instante que a porta do elevador se abre eu corro até a saída. Sinto o vendo frio fazer o meu corpo todo se arrepiar, meu cabelo balança junto com o vento e eu cubro minha pele com o casaco que a minha mãe mandou eu trazer para o caso dessa situação acontecer.

Ethan me espera em frente ao estacionamento. Consigo vê-lo encostado em frente ao carro com os braços cruzados, provavelmente deve estar impaciente pela minha demora. Sorrio e corro o mais rápido que eu posso até ele, sem dar a mínima importância ao frio que sinto.

Ele sorri e desencosta do carro, vindo até mim com os seus braços abertos para me acolher com o seu abraço.

— Desculpa pela demora! — digo depois de abraçá-lo.

— Sem problemas. Vamos? A sessão vai começar daqui à alguns minutos.

— Eu sou um desastre para escolher roupas, por esse motivo me atrasei tanto. — confesso. Entro no carro e sento no banco do passageiro, Ethan faz o mesmo, mas obviamente, ele se senta no banco do motorista.

— Eu também sou. Um dia vesti uma blusa amarela estampada, uma calça marrom estampada e achei que estava arrasando. — ele ri da sua lembrança. — Eu era um idiota.

— Você do passado parece eu no presente.

Rimos juntos. Coloco o cinto e ele também. O caminho todo é sobre histórias do passado. Em nenhum momento citamos o nome do Matt, e para falar a verdade, prefiro que seja assim.

Ethan estaciona bem em frente ao cinema ao ar livre. Está cheio. Não sabia que esse ponto turístico era tão próximo ao hotel. Se eu soubesse há um tempo com certeza teria vindo antes.

— Então me conta, quando foi que começou a esquiar? — eu pergunto enquanto saio do carro e ele tranca a porta. Eu o espero.

— Foi quando eu tinha uns seis anos. Eu e o Matt éramos melhores amigos como eu lhe disse antes. Ficávamos como loucos em frente à televisão esperando o inverno chegar para tentarmos aprender a esquiar. Na época as nossas famílias não tinham condições para nos colocar em uma aula de skiing. Nós dois tivemos que aprender sozinhos. Um ajudando o outro. Era uma época boa.

Eu o observo surpresa. Ele gargalha quando percebe isso, vindo até mim e me acompanhando até um dos lugares do cinema. Nós sentamos na segunda fileira, já que foi a única que sobrou lugares para sentarmos.

— E você, Julieta? Por que quis tanto vir para Killa? — ele sussurra perto do meu ouvido para as pessoas a nossa volta não reclamarem do barulho, já que estamos no meio do cinema.

— Meu avô era apaixonado por esse lugar. Ele contava histórias incríveis sobre Killa. Ele morreu, e a minha vontade de conhecer o Chile só foi aumentando. Eu achava que...se eu viesse para cá me sentiria pelo menos um pouco mais próxima dele. O seu corpo poderia até estar lá em Los Angeles, mas a verdade é que a sua alma...sempre esteve aqui. Em Killa.

— O seu ato de vir pra cá foi muito bonito. — ele sorri com os nossos rostos próximos e o filme rolando.

— E você, o que te fez vir para cá? Já que pelo que eu saiba, você mora no Canadá. — digo e ele se afasta rindo, respirando fundo e se recostando na poltrona, enquanto eu continuo na mesmo posição em que estava antes.

— Longa história. — bufa, me encarando com os seus olhos castanhos. — Contarei de uma forma resumida. Eu vim para competir nas competições mundiais de skiing que terão aqui.

— Que irado! Eu vi o cartaz e achei super interessante.

— Sim, é um sonho.

Nós continuamos conversando até a fome bater e o Ethan correr para a lanchonete para comprar uma pipoca deliciosa e amanteigada. A verdade é que nós nem vimos o filme direito, só ficamos conversando e gargalhando. Aquelas pessoas em volta da gente estavam quase nos expulsando do cinema. Foi engraçado.

— Vamos? — Ethan me chama após o filme acabar, estendendo a mão para me ajudar a levantar.

— Vamos. — sorrio segurando sua mão.

Andamos lado a lado até o carro.

— Você entendeu algo do filme? — eu pergunto rindo.

— Posso ser sincero?

— Pode.

— Eu não sabia nem o nome do filme.

Gargalho e mais uma vez sinto o vento frio passar por mim. Abraço o meu próprio corpo e entro no carro. Ethan liga o aquecedor e o rádio. Apoio a minha cabeça na janela e sinto os meus olhos se fecharem pouco à pouco.

(...)

— Julieta! Acorda! Chegamos.

Abro os olhos lentamente e vejo o Ethan com um sorriso no rosto em minha frente, tentando me acordar.

— Eu...dormi? — bocejo.

— Cochilou. O caminho foi rápido. Chegamos em quinze minutos.

Bocejo mais uma vez e esfrego os olhos.

— Só não me diga que eu babei.

— Sinto-lhe informá-la, mas você dormiu de boca aberta e babou.

Bufo e reviro os olhos.

— Desculpa! Não posso ver um lugar quentinho que já quero dormir.

— Não precisa se desculpar. — ele gargalha jogando a cabeça para trás sorrindo. — Mesmo você babando e dormindo de boca aberta eu continuo gostando demais de você. — ele diz e eu coro. Não sei bem o significado do que ele acaba de dizer.

Saio do seu carro e ele me acompanha até a entrada do hotel. Dou um beijo em sua bochecha e ele me abraça.

— Obrigado pela noite incrível e pela conversa maravilhosa. — ele diz.

— Eu é que devo te agradecer.

— Até mais, Julieta!

— Até mais, Ethan! — me afasto entrando no elevador e sorrindo.

O que ele quis dizer com isso?

Milhares de perguntas aparecem em minha mente, e a cena dele dizendo que gosta de mim também perturba meu cérebro, mas no fim, consigo afastar esses pensamentos.

São onze e cinquenta e cinco da noite. Entro no meu quarto e levo um susto ao me deparar com Nathalie sentada na minha cama com a sua cabeça abaixada.

— Nathalie?! — Chamo-a arqueando as sobrancelhas.

Ela levanta a cabeça e eu dou um pulo para trás ao ver o seu rosto cheio de lágrimas.

— Julieta, nós precisamos conversar.

Continue Reading

You'll Also Like

251K 15.3K 31
"O destino é inalterável, o rumo é certeiro. Por outro lado, temos o livre arbítrio para alterar o modo como vemos a realidade, ɴós somos mutáveis." ...
16.2M 1.2M 93
(CONCLUÍDA) Livro Um "Não é que seja proibido... é porque é real" Até onde você iria pelas coisas que sente em seu coração? Teria coragem de arriscar...
1.1M 77.7K 52
Emma, aos 10 anos de idade, nutre sentimentos pelo filho da melhor amiga de sua mãe. Porém, o mesmo a rejeita na época, por considera-la uma irmã. El...
112K 17.3K 61
Emma e Peter são os típicos irmãos gêmeos que tem tudo em comum, ao mesmo tempo que são completamente diferentes. Ela é uma líder de torcida apaixon...