Amor Maluco

By alicejfsilva

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Apesar de crescer com a fama, Malu sempre procurou levar uma vida tranquila, morando em Hills City, uma peque... More

Aviso
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Parte 2 - Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Bônus Mike
Capítulo 91
Capítulo 92
Capitulo 93
Capítulo 94
Parte 3 - Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 101
Capítulo 102
Capítulo 103
Capítulo 104
Capítulo 105
Capítulo 106
Capítulo 107
Capítulo 108
Capítulo 109
Capítulo 110
Capítulo 111
Capítulo 112
Capítulo 113
Capítulo 114
Capítulo 115
Capítulo 116
Capítulo 117
Capítulo 118
Capítulo 119
Capítulo 120
Capítulo 121
Capítulo 122
Capítulo 123
Capítulo 124
Capítulo 125
Capítulo 126
Capítulo 127
Capítulo 128
Capítulo 129
Capítulo 130
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 1

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By alicejfsilva


× Malu ×

Quando eu tive a minha primeira apresentação de ballet, eu fiquei tranquila e bem calma, era algo quase normal; e eu era uma criança. Mas teve uma vez em que eu realmente fiquei nervosa por um espetáculo, foi quando eu fiz um dueto pela primeira vez com a minha mãe, eu não sei se foi pelo fato dela ser minha mãe e reconhecida como uma das melhores bailarinas do mundo ou porque eu achava que não tinha o nivel dela para estar ali, dividindo um palco com ela; sonho de qualquer bailarina.

Eu me lembro que pouco antes de subirmos ao palco, minha mãe me chamou para conversar; ela percebeu que eu não estava bem. E exatamente naquele dia, minha mãe me contou a história dela com a dança a de como ela quase deixou a sua carreira por medo e insegurança, ela me disse que eu nunca deveria me render ao medo. Eu devia ter uns onze anos quando ela me falou isso e desde então, eu nunca tive medo de nada, insegurança? Nunca mais tive, através das palavras e do apoio daquela mulher, a minha mãe, eu passei a acreditar que eu seria capaz de tudo. Sempre vamos ter dois caminhos, está em suas mãos escolher qual seguir; foi o que ela me disse.

Então, eu fui lá e subi naquele palco com ela, com milhares de pessoas nos assistindo. Todos estavam ali para ver a extraordinária Isabella Bullworty, a pressão que caia sobre mim, que eu achava que estava ali para mostrar para aquelas pessoas que eu realmente merecia dividir o palco com ela e que não estava ali por ser a filha dela, exatamente essa pressão eu deixei de lado e dancei para mim, somente para mim. E sabe o que mais? Aquela foi a minha melhor apresentação, eu fui parabenizada por muitos e desde então, eu acredito na minha capacidade. E sei que qualquer pessoa pode ser capaz se quiser.

- Malu, anda já é a nossa vez.

Ah! Falando em espetáculos e duetos com a minha mãe, lá vou eu. Hoje a nossa apresentação é em "casa", quer dizer que estamos no teatro da nossa cidade. Eu realmente me sinto mais confiante aqui, é meu segundo lugar favorito.

- Vamos lá, garota? - Minha mãe aperta minha mão.

- Vamos.

Não importa quantas vezes minha mãe dance e quanta experiência ela tenha, ela sempre vai ficar nervosa antes de subir no palco. Ela é realmente apaixonada por aquilo que faz, dançar é a vida dela. Eu até gosto, mas não amo como ela, não quero carreira. Dançar para mim não foi uma escolha, eu praticamente já dançava dentro da barriga por causa da minha mãe, teve uma época que eu participava para agradá-la; mas agora eu faço por hobby mesmo, me sinto bem fazendo.

Troco um sorriso com ela antes das cortinas se abrirem e o espetáculo começar. Assim que as cortinas se abrem, eu vejo o quão lotado está hoje, como de costume. Executo todos os passos com perfeição, eu cresci vendo minha mãe os fazendo, eles são tão naturais para mim que se tornam simples. A plateia divide sua atenção entre mim e a minha mãe, eu poderia ficar nervosa com isso; porém não fico, eu sou tranquila, não tenho medo do público.

Quando fazemos o passo final, as pessoas se levantam e nos aplaudem com empolgação e satisfação. As cortinas se fecham, eu e minha mãe saimos abraçadas do palco. Ela parece emocionada, efeito comum que ela tem.

- Vocês estavam tão lindas! - Nem preciso olhar para trás para saber que é o meu pai que está falando. Ele se posiciona ao meu lado, me dando um beijo no topo da cabeça, sorrio e o abraço. - Pequena, emocionada novamente?

- Não pude evitar, Anjo.

Meus pais na maioria das vezes se chamam por esses apelidos, eles me contaram que são apelidos de longa data, desde a adolescência deles. Pequena é um apelido que faz bastante sentindo para minha mãe, já que a altura dela é de apenas um e cinquenta e três; eu devo ser uns bons vinte centímetros mais alta que ela. Certo, o lado da minha altura eu definitivamente não puxei para ela. Eu sou do tamanho do meu irmão mais velho Johnny, que é considerado baixinho por ser homem e ser da minha altura. Só fico relativamente baixa quando estou perto do meu pai, que com seus quase um e noventa de altura é o mais alto da família.

- Como vai a jogadora da família? - Meu irmão, Johnny passa o braço por cima dos meus ombros.

- Estou bem. - Sorrio e o abraço de volta.

Johnny é filho adotivo dos meus pais, um fato que nunca foi considerado por nós. John é a cópia masculina de Isabella Bullworty, ele herdou toda a personalidade dela: carinhoso, simpático, tímido, sensível e orgulhoso. Aparentemente ele também lembra ela, o que faz com que todo mundo realmentem pense que ele é filho biológico.

- Cade seu inseparável amigo, Mike?

- Por acaso ouvi o meu nome? - Aperto meus lábios ao ouvir a voz dele, Mike, o melhor amigo do meu irmão e meu também; meu outro "irmão" mais velho. Mike é nosso vizinho à anos, desde criança sempre nos demos muito bem. Eu realmente tenho um carinho muito grande por ele e ele por mim. - A apresentação foi incrível, como sempre Maluca. - Me afasto do meu irmão para encara-lo, só agora vejo que ele está com o Peter nos braços, meu outro irmão de apenas três anos.

- Olha quem resolveu aparecer hoje, achei que fosse participar da apresentação de street dance.

Mike é uma grande dançarino de street, ele só começou a fazer aula quando criança por conta das influências que minha mãe dava. Ele foi aluno dela até se formar no estilo de dança, faz algum tempo que ele deixou de fazer aula. Eu, ele e o meu irmão faziamos aula juntos.

- Manu! - Meu irmãozinho se joga na minha direção, ele ainda não pronúncia meu nome da maneira correta por isso para ele sou a Manu, ao invés de Malu. Nome que os meus pais escolheram juntos, em uma junção de Mariana e Lucy.

Giro com o pequeno em meus braços, recebendo um beijo gostoso e molhado na bochecha.

- Como está meu caçulinha? - Ele passa a mão nos cabelos, os empurrando para trás. Ele vive perdendo a paciência com os cabelos loiros e cumpridos que as vezes caem sobre seus olhos, o corte "tigela" combina muito bem com seu rostinho angelical de criança. Os olhinhos azuis dele, que são iguaizinhos aos meus o deixam ainda mais com ar de anjo.

- Bem. - Ele sorri de maneira angelical.

- E o Tom... Não veio?

- Ele disse que não ia poder.

Como em todas as outras vezes. Tommy, é o meu "namorado" vamos dizer. Estamos nesse rolo à alguns meses, não sinto nada tão grande quanto amor por ele; mas gosto da companhia dele. Ele estuda comigo, meu irmão não vai muito com a cara dele; o que é raro, já que o John é puro amor com a maioria da população.

Deixo meus familiares conversando e entro no meu camarim para tirar esse figurino desconfortável. Substituo por um shortinho jeans e por uma camiseta comprida que bate no meio das minhas coxas, dando a impressão de que não estou vestindo nada por baixo. Certo, a camiseta eu peguei emprestada com o Mike, ele estava na piscina lá de casa e a deixou por lá, avisei sobre a roupa que ele esqueceu e vim com a camiseta hoje. Calço meus tênis branco e desfaço o coque perfeito com certa demora, guardo os figurinos e por fim saio em busca do camarim da minha amiga, Lexy.

- Já se trocou? - Dou três batidas na porta e coloco minha cabeça para dentro. - Vamos?

- Não vai com seus pais? - Ela pergunta enquanto fecha o ziper da sua calça.

- Vou, a tia e o tio vieram?

Lexy é minha melhor amiga desde que eu nasci, o que a propósito vem de geração essa amizade. A mãe dela, Yasmin, é melhor amiga da minha e a minha avó é melhor amiga da vó dela, é tipo uma coisa que vai passando de geração para geração. Lexy foi uma das primeiras alunas da minha mãe, graças ao apoio que a tia Yasmin sempre deu com a carreira da maior bailarina do país.

- Vieram, ela e o meu pai.

Felipe, meu "tio", primo da minha mãe é o pai da Alexsandra, minha mãe meio que foi a responsável pelo romance entre a melhor amiga e o primo; que são um dos meus casais preferidos até hoje, depois dos meus pais.

Encontro minha mãe próxima a saída do teatro tirando foto com alguns fãs, ela ama estar com eles.

- Malu, posso tirar uma foto com as duas? - Uma garota de aproximadamente dezessete anos pergunta. Sorrio e assinto, me aproximando da minha mãe.

Passo meu braço por cima dos ombros da garota e sorrio para a câmera.

- Obrigada. - Ela agradece e se afasta com os olhos brilhando.

- Cadê meu pai e os meninos? - Pergunto depois que minha mãe tira outra foto, talvez isso demore um pouco.

- Estão nos esperando na nossa van.

Enquanto caminho em direção a saida sou parada algumas vezes para tirar fotos. Eu acho isso estranho, eu sou apenas uma adolescente próxima a fase adulta, que nem sabe o que quer direito da vida. A famosa no ramo da dança realmente é minha mãe.

Bato no vidro da van, Mike é quem abre a porta traseira para mim. Dentro dela vejo meus irmãos, Mike, Yasmin e Felipe. Meu pai está atrás do volante.

- Tia Carol e o tio Duda não vieram hoje? E Scott e Thamires? - Lexy pergunta enquanto entra na van.

Meus pais não costumam vir de carro para os espetáculos. Eles resolveram comprar a van porque somos um grupo bem grande.

- Vieram, Cadu também, mas eles estão de carro. Vamos nos encontrar lá em casa. - Meu pai responde. - Viu sua mãe?

- Ela está vindo, só ficou presa tirando algumas fotos na saida. - Olho para trás e vejo minha mãe vindo correndo, - Olha ela ai.

Nós duas entramos rapidamente na van e o Mike fecha a porta, caso viessem mais fãs da minha mãe passaríamos a noite inteira aqui. Meu pai liga o automóvel e dirige tranquilamente pelas ruas tranquilas de Hills City.

- Liga o rádio ai, tio! - Lexy diz ao meu lado, no fundo da van.

Meu pai liga o rádio e aumenta o volume. Enquantos cantamos juntos. Eu definitivamente amo minha família. A fama dos meus pais talvez tenha causado alguns atritos algumas vezes; minha mãe é uma bailarina internacionalmente famosa, uma das mais ricas e famosas do mundo. O que as vezes é chato já que algumas pessoas não entendem que dinheiro não muda as pessoas, já vi muitas matérias que difamavam nossa família por isso. E meu pai é também um dos empresários mais bem sucedidos do mundo; ele herdou as empresas do meu avô, mas depois que ele tomou a frente as empresas fizeram ainda mais sucesso, estando no ranking das melhores empresas do mundo, junto com as filiais.

E exatamente por isso as pessoas pensam:

Eles são podres de ricos, tem absolutamente tudo. A vida perfeita, devem ser um bando de metidos e esnobes. Mas quem realmente acompanha eles, sabe que não somos assim. Longe disso, na verdade.

- Cadê meu afilhado? - Mike pergunta, se referindo ao meu irmão.

Mike é tão querido por nossa família, que meus pais escolheram ele para ser o padrinho de consagração do Peter. Junto com a mãe dele. Os outros dois padrinhos dele são amigos de trabalho da minha mãe.

Minha tia Yasmin passa o Peter para o banco de trás, no colo do Mike; que está ao meu lado.

- Por quê sua mãe não veio hoje? - Me direciono para o Mike.

- Ela teve que cumprir horário no trabalho.

Haydee é pediatra, ela passa horas se dedicando ao trabalho e a saúde das crianças. Ela é um amor de pessoa.

Em poucos minutos meu pai adentra a garagem da nossa casa. Que é uma casa comum para uma familia do tamanho da nossa, diferente da mansão exageradamente grande que meus avós tem no Brasil. Na garagem reconheço o carro do Eduardo e do Bruno. Salto da van e caminho rapidamente até a sala da minha casa; onde encontro meus tios e o Carlos Eduardo, meu outro melhor amigo.

- Olha ai, a bailarina caçula chegou. - Tia Carol diz, acenando, ela é como eu, não curte abraços.

- Que bailarina que nada, essa dai é igual o tiozão aqui: uma jogadora nata de futebol.

- Não se iluda, Eduardo, você era zagueiro. Ela é atacante como o pai. - Meu pai diz quando entra na sala, colocando o Peter no chão.

- Eu também era, então como ela joga muito bem. Diria que foi pro tio Scott, aqui. - Scott bate no peito, rolo os olhos enquanto dou risada.

Eu jogo bola desde pequena, meu pai, John e Mike viviam jogando comigo. Fui melhorando cada vez mais, hoje consigo jogar muito bem, graças ao meu pai.

- Que nada, ela é uma junção perfeita do meu casal. Bailarina e jogadora de futebol. - Minha tia Thamires diz, ela é prima do meu pai. Ela e o Scott namoram a anos, moram juntos, mas não casaram e nem tem filhos.

Segundo meus pais, Thamires que ajudou eles a ficarem juntos. Ela sempre dava um jeito de juntar eles novamente. Durante a adolescência meu pai pediu minha mãe em namoro três vezes, porque eles terminavam e voltavam. Parecia que sempre tinha algo para estragar o relacionamento deles.

- Vocês estão com fome? - Minha mãe pergunta, se sentando ao lado da Yasmin.

- Não.

- Sim! - Tio Duda diz, não demonstro nenhuma surpresa. Ele é sempre assim.

- Para de graça, tio, vamos jogar um pouco lá fora? - Proponho, John chuta a bola que estava no canto da sala, deixo meu pé por cima dela.

Os adultos da casa se entreolham. Fazendo um suspense dramático antes de levantarem e irem para a parte de fora da casa. Dividimos os times, meu pai, eu, minha mãe, John, Scott e Mike ficamos de um lado e do outro ficou Thamires, Yasmin, Felipe, Bruno, Lexy, Carol e Eduardo. Minha mãe saiu correndo a procura da babá de casa para ficar com as crianças pequenas enquanto jogávamos.

- Pô, ai não vale; Gabriel e Malu no mesmo time. - Felipe diz.

- Olha lá, ele chorando. - Brinco, abraçando meu tio em seguida.

Quando minha mãe volta nós começamos o jogo. Eles não se importam de serem adultos e estarem nessa brincadeira boba, minha mãe sempre diz que o importante é ser feliz. Meu pai e eu fazemos um toque de mão quando ele faz um passe para mim e eu faço o gol.

O tio Duda também consegue fazer um gol e fica se gabando. Meu pai logo tira o gostinho de felicidade dele fazendo outro gol. É engraçado ver minha mãe, Thamires, Lexy e Yasmin jogando; elas não sabem jogar e é divertido ver a maneira como elas se atrapalham ao chutar. Faço um passe para o Mike e o mesmo consegue marcar outro gol.

- Aê, Maluca. - Ele corre até mim, me abraçando e me tirando do chão dando um giro. Dou risada enquanto o abraço de volta.

- Ei, filha, achei que fosse minha dupla. - Escuto meu pai dizer, Mike me coloca no chão e encaro meu pai. - Querendo me roubar, Mike?

Empurro meu pai de brincadeira. O mesmo dá risada e me abraça.

- Eu cansei, os músculos da minha perna estão doendo. O espetáculo de hoje foi cansativo. - Minha mãe diz.

- Eu que o diga. - Resmungo.

- Não tenho mais idade para isso. - Meu pai diz, pegando a bola. - Vamos entrar.

Pego a bola do meu pai e entro em casa, com todos logo atrás. Me sento no sofá, sentindo meus músculos doerem. De fato, o espetáculo de hoje exigiu muito.

  A sala da casa é grande o suficiente para todos nós ficarmos nela, jogando conversa fora.

- Manu... - Peter, que até então estava nos braços do seu padrinho estica seus braços na minha direção. Mike se aproxima e coloca ele em meu colo.

O pequeno Peter coça seus olhos e deita sua cabeça em meu ombro. Dou leves batidinhas nas costas dele, para fazê-lo pegar no sono.

- Ele deu muito trabalho hoje?

- Não, ele é ótimo. - o Mike ama o Peter como um irmão mais velho, a relação dos dois é linda.

Os adultos presentes continuam jogando conversa fora, lembrando dos velhos tempos. Enquanto, John, Cadu, Liam e Lexy estão vendo algo no celular.

- Vou colocar ele na cama, já dormiu. - Digo ao Mike, me levantando com cuidado.

- Vamos, eu te ajudo.

Subimos em silêncio, ninguém nem reparou na nossa saída. Mike abriu a porta do quarto do Pety e entrou na frente, tirando as almofadas e ursinhos da cama. Quando ele tira o edredom, eu coloco um joelho no colchão e deito o Peter com todo o cuidado, cobrindo ele logo em seguida.

- Amanhã tem aula pra você, Maluca?

- Tem, infelizmente. E você, vai pra faculdade?

- É, tenho que ir, mas apenas na próxima semana. - Ele encosta a porta do quarto depois que saimos.

- Vamos. - Empurro ele, fazendo ele ficar na minha frente. Pego impulso e subo nas costas dele.

Ano passado nós, nos apresentamos juntos no espetáculo. Faziamos um passo que eu devia subir nas costas dele e em seguida passar minhas pernas por cima da cabeça dele, bem complicadinho. Ele deve ter lembrado.

Ele desce as escadas comigo nas costas, parando na entrada da sala.

- Quando vocês dois sairam? - Meu pai pergunta. - Estavam fazendo o que?

- Fomos levar o Pety pra cama. - Respondo, descendo das costas do Mike.

- Precisava ir os dois? - Carlos Eduardo me encara, agradeço pelo meu pai não estar mais prestando atenção na gente.

- Você tá bem, Cadu? Qual o problema, ciúmes? Relaxa, você sempre vai ser meu melhor amigo também. - Me sento ao lado dele, beijando a bochecha dele.

- É... Melhor amigo. - Ele diz, balançando a cabeça.

Carlos Eduardo e Mike sempre foram meus melhores amigos. Porém a convivência com o Mike foi mais frequente por ele ser meu vizinho, Cadu é bem ciumento quando quer. Ele é meu melhor amigo e sabe disso, nunca vai perder esse lugar. Assim como o Mike é como um irmão para mim.

- Lexy, você fez o trabalho de literatura? - Pergunto.

- Que trabalho?! - Ela arregala os olhos e apaga a tela do celular. - Tinha?

- Sim... - Digo de maneira óbvia. - Esqueceu?

- Eu não sabia... A nerd é você, por que não me lembrou? Você sabe que eu sempre esqueço.

- Ainda dá tempo de fazer. - Dou de ombros. - Tem material no meu quarto.

- Ah deixa, depois eu me resolvo com a professora.

- Que coisa feia. - Meu irmão diz, enrolando uma mecha do cabelo dela.

Lexy e John tem aquela famosa relação de amor e ódio. Eles são bem próximos também devido à convivência e o parentesco. Na verdade, todos nós somos muito próximos; crescemos todos juntos.

- Amanhã começa os treinos, você vai?

- Claro, parece que é um novo treinador.

- Acho que vou entrar para o time. - Lexy diz.

- Ah meu Deus... Não ponha o mundo em perigo, Lexy. Vai mesmo? Avisa que dai eu já fujo para o Brasil. - Carlos brinca, recebendo um olhar torto da sua amiga.

- O time da escola precisa de mais meninas, só dá eu lá. - Digo, mordendo a parte interna da minha bochecha.

- Também não gosto dessa ideia, Malu no meio de um monte de garotos cheios de testosterona.

- Pai! Meu namorado está no time, os garotos me respeitam. Somos todos amigos.

- Esse seu namorado também não me agrada.

- Também acho! - Mike, John e Cadu falam ao mesmo tempo.

Realmente não é fácil ter Gabriel Willians como pai, ele é bem protetor. Com sorte o John não é tão ciumento quanto ele, eu costumo contar quase tudo o que faço para ele. Ele é como um melhor amigo também, Johnny nunca revelou nada comprometedor aos nossos pais, independente da gravidade. John é uma pessoa incrível e apaixonante, como minha mãe, não digo isso por ele ser meu irmão; Johnny realmente é a melhor pessoa.

O oposto de mim.

Eu acho que puxei mais para o meu pai. Não sou fácil de lidar, admito.

- Eu mereço vocês.

- Gabriel vai começar a pagar agora tudo o que fez com a filha dos outros na adolescência. - Tio Duda provoca, fazendo todos darem risada.

- Me poupe, Eduardo. Não se esqueça que sua filha também já chegou nessa fase dos namoradinhos. Você também não foi nenhum anjinho.

Pelo o que eu sei, eles eram um terror; badboys e galinhas. Principalmente meu pai e o tio Scott.

- Silêncio, não explane. O passado fica no passado. - Duda diz, me fazendo dar risada. - Ainda bem que minha filhinha não veio para escutar isso.

Elsa é a filha caçula do Eduardo e da Carol. Se não me engano o nome dela foi escolhido pelo pai, que tem alguma relação com a personagem de Frozen. Boatos de que o Dudu tinha um fetiche pelo desenho.

Eu definitivamente daria minha vida por essa família. Mesmo que eles não sejam realmente parentes de sangue, é como se fossem. Meus pais não tiveram irmãos de sangue, mas ganharam esses da vida. Minha família é o que tenho de mais importante, minha base. E Independente do que aconteça eu sei que eles sempre vão estar comigo.

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