-Safira?
Escuto sua voz perguntar do outro lado da linha como que quisesse ter certeza que era eu mesma.
-Eduardo!
Suspiro sem ter mais o que dizer.
Não estou acostumada a isso.Penso.
-Desculpa a demora. Bom, eu liguei para te passar meu endereço.
-Sim, Claro.
Ele diz.
-Lá na sorveteria foi tão corrido...
-Sim, foi sim e eu peço desculpas por tudo.
Me sento em minha cama.
-Laura estava inquieta. Coisas de crianças!
Digo.
-Tudo bem. Eu entendo. As vezes Talita tem dessas coisas, mas e então? Onde te pego?
Sorrio.
-Tem papel e caneta aí?
Ele confirma e então passo meu endereço.
-As Oito e ponto então?
Pergunta.
-Sim. As oito em ponto.
-Até já safira.
-Até.
Desligo o celular e me jogo em minha cama. O que eu estava fazendo?
Isso tudo é muito estranho para mim.
O que eu queria naverdade? Tá na cara que o Eduardo está querendo algo a mais e eu não sei se posso oferecer isso a ele.
A porta do meu quarto se abre e um Arthur radiante entra.
-O que está fazendo aí ainda?
Sinto a cama afundar.
-Deveria está cuidando para está belíssima quando ele chegar.
-Ah Arthur...
Suspiro cansada.
-O que foi? Não acredito que está querendo desistir, mana! Não foi você que disse que precisava esquecer o Rodrigo?
-Sim, mas...
Me sento novamente.
-Mais nada! Você queria e o cara caiu do céu. É o momento certo para colocar suas palavras em ação.
Diz.
-Já ligou pra ele?
Aceno que sim e encaro minhas mãos.
-E vai deixar ele te esperando? Ah mana, se dá uma chance vai. Você precisa viver um pouco. Estava tão animada e agora assim?
-Tá, você tem razão!
Levanto.
-Mas o que faço com o que sinto pelo Rodrigo? E os meus sentimentos?
Encaro seu rosto.
-Não sei, mas tente pelo menos. Se gostar sai com ele de novo e se não gostar manda ele catar coquinhos.
Ele diz tudo dando de ombros.
Solto uma risada.
-Você não tem jeito!
-Tanto faz.
Ele levanta e me arrasta pro closet.
-Precisamos escolher uma boa roupa pra você.
Olho minhas roupas. Eu tinha muitas, umas mais lindas que as outras e isso me deixou em dúvida do qual escolher.
-Ele deu alguma pista de onde vai te levar?
-Não.
Digo apenas.
-Hummm... Vai tomar um banho vai. Eu vou escolher a roupa perfeita.
Apenas aceno e corro para o banheiro.
Já se passava das sete e eu sabia que se eu não cuidasse deixaria o Eduardo esperando. Isso eu não queria. Então no box já sem nenhuma roupa ligo o chuveiro e apenas me banho. Não molho o cabelo pois só me atrasaria para secar.
Assim que termino tudo no banheiro, volto para o quarto e vejo a roupa que Arthur escolheu em minha cama.
Pego a roupa e levo para o closet. Coloco tudo e logo em seguida volto para o quarto e faço alguns cachos no cabelo. Passo uma maquiagem leve e básica, e coloco um pouco do meu perfume. Pego minha bolsinha e quando olho para o relógio vejo que são 20:02. Suspiro e a porta do quarto se abre novamente.
-Ele chegou, mana.
Diz e me olha dos pés a cabeça.
-Está muito linda!
Sorrio e saio do quarto com ele do meu lado. Assim que desço as escadas dou de cara com meus pais conversando com o Eduardo. Me aproximo dos três e os mesmos me encaram com carinho.
-Está muito bonita, safira.
Eduardo me elogia.
-Obrigada, Eduardo. Você também não está nada mal.
Sorrio para ele que retribui.
Olho para meus pais e os abraço. Eles sabem que esse é um momento muito importante para mim.
-Aproveite tudo filha.
Meu pai diz me encarando.
-E principalmente, ouça seu coração.
Diz com calma, somente para mim. Aceno para ele que agora avalia Eduardo com os olhos estreitos.
-Boa sorte, querida.
Minha mãe sussurra em meu ouvido, me fazendo cócegas.
-Obrigada.
Sussurro também para ela. Procuro Arthur com os olhos e sorrio para ele em forma de agradecimento. Ele entende e retribui.
-Cuidem de laura para mim.
Falo pros três e saio de casa.
-Você tem país muito protetores. Eles te amam muito.
Eduardo diz assim que saímos de casa.
-Eles são um amor.
Eduardo abre a porta de seu carro e eu entro. Ele entra logo em seguida.
-Minha preocupação é Laura.
Confesso.
-Ela se apegou muito ao homem que ela nem sonha ser pai dela.
-Quer dizer que ela não sabe que o pai dela, é realmente pai dela?
Aceno sorrindo.
-Nossa, que história complicada hein.
-Pois é e eu já deveria ter dito isso a ela. A questão é que o tempo foi passando, as coisas foram acontecendo e no fim ela acabou nem sabendo.
-Compreendo.
Ele diz prestando atenção na estrada.
-Pra onde pretende me levar?
Pergunto curiosa.
-Pra um restaurante com a melhor música e comida de toda Nova York.
Diz com um enorme sorriso.
-Uau!!! Será que é tudo tão bom assim?
Acho graça da maneira como ele fala tudo encantado.
-Você verá e irá concordar comigo.
Afirma cheio de si.
O caminho todo foi cheio de conversas banais. Eduardo falou mais um pouco dele e eu de mim. Descobri que ele trabalha como arquiteto e que já construiu muitas coisas também. Também descobri que ele tem talento na cozinha, sendo assim cozinha muito bem.
-Deixe-me te ajudar.
Ele me ajuda a sair do carro e me acompanha até a entrada do restaurante que era bastante elegante apesar de pequeno e muito aconchegante. Olho o local ao redor e fico encantada como tudo aqui é mágico. Lá fora podia-se ver um enorme jardim iluminado pela lua brilhante e também por algumas velas que tinha em tudo quanto é canto.
-Olá!
Uma moça muito bonita nos recebe com um sorriso gentil.
-Olá!!
Dizemos juntos.
-Eduardo Aguiar.
Eduardo diz e a moça abre um enorme sorriso.
-Claro Sr.Aguiar. Me acompanhe.
Ela nos guia até nossa mesa que ficava justamente naquele Jardim incrível.
-Seus olhos estão brilhando.
Eduardo diz sorrindo todo bobo.
A moça nos deixa na nossa mesa e logo em seguida se retira nos deixando à sós.
-Aqui é muito lindo Eduardo.
Olho ao redor mais uma vez e volto a encarar o homem a minha frente.
-Obrigada! Eu amei, de verdade.
-Sabia que iria gostar. Fico feliz.
Ele diz e leva sua mão até a minha e aperta a mesma. Um pouco sem graça encaro nossas mãos Unidas sobre à mesa e depois volto a olhar para ele.
-Está realmente muito linda, encantadora devo dizer.
Sinto seu olhar encarar os meus de um jeito incrível.
-Eu agradeço Eduardo.
Sorrio para ele.
-Por favor, me chama de Edu.
-Edu?!
Franzo o cenho.
-Sim. Eu gosto e somos amigos, ou não somos?
-Sim. Somos.
Digo e abaixo o olhar. Sinto sua mão em meu queixo. O encaro e depois desvio o olhar, vendo quem eu menos queria naquele momento.