CAPÍTULO DOZE | Safira

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Assim que entro no quarto em que meu pai estava o vejo sentado na maca com uma de suas pernas enfaixada.

-Vovô...

Laura corre para o colo de meu pai logo que a coloco no chão.

-Oi, meu amor.

Diz ele a abraçando. Laura também o abraça.

-Querida, não o aperte muito.

Digo rindo e tomando cuidado para que Laura não machucasse a perna do vó.

-Vai terminar machucando seu vovô.

-Tudo bem, minha filha.

Meu pai me sorrir tranquilo.

-E a mamãe, onde ela está?

Pergunto ao meu pai.

-Foi até a recepção com seu irmão. Já deve está voltando.

Diz se ajeitando mais na maca hospitalar.

-E você minha filha, onde estava que entrou no quarto tão tristinha.

É, ele me conhecia muito bem. Sorrio de canto e quando eu ia responder, Laura faz isso por mim...

-A mamãe e eu estava com o moço do pilulito vovô.

-Estava com o Rodrigo, querida?

Meu pai me pergunta enquanto me analisa.

-Sim pai, eu estava. Podemos conversar depois com mais calma?

Pergunto desviando meus olhos dos seus para os de Laura.

-Sim, tudo bem.

-Voltei, meu amor. E então, vamos?

Minha mãe entra no quarto sorrindo radiante.

-Que solisão, hein vovó.

Laura diz levantando da cama.

-A vovó tá muito feliz que o vovô vai voltar pra casa, meu amor.

Diz minha mãe pegando a neta nos braços, enchendo ela de beijos.

-Todos estamos felizes.

Arthur se pronuncia.

-Agora podemos ir pra casa? Estou morrendo de fome.

Ele coloca a mão na barriga, fazendo uma careta. Solto uma gargalhada.

-Bom, deixa eu te ajudar pai.

Ajudo ele com as muletas e logo em seguida, saímos do quarto.

Quando passamos pela sala de espera, não vi mais o Rodrigo. Deve está com a nojentinha da noiva, certeza.

Andei na frente com meu pai até meu carro. O ajudo a entrar e sentar no banco da frente. Guardo as muletas no porta-malas e entro no carro.  Arthur e minha mãe logo chegam e também entram no carro com a Laura. Assim que todos estão prontos, dou partida para casa.

[...]

Já se passava das nove horas da noite.
A volta do meu pai para casa foi muito boa.
Todos nós estávamos morrendo de saudades dele e a casa sem ele não tinha vida.

Assim que chegamos em casa, corri pra cozinha com minha mãe. Fizemos uma boa lasanha para o Almoço, assim como meu pai gostava.

Almoçamos todos juntos como nunca antes. As piadas que meu pai sempre fazia na hora da refeição eram demais!

O resto da tarde a casa toda tirou para descansar. Claro, menos eu que não consegui pregar os olhos ou relaxar um pouco. Rodrigo não me saia da cabeça, ou melhor, a idéia de Rodrigo está noivo daquela nojentinha é que não me saia da cabeça.

Eu não conseguia entender o porquê Rodrigo em sequer um momento me disse que estava noivo. Claro, ele não me devia nenhuma satisfação assim como eu também não devia a ele, mas tudo isso, sinceramente, me deixou triste. Acho que como mãe de uma filha dele, deveria ter me comunicado né.

Em quanto fito o teto do meu quarto, me pergunto sozinha até quando eu continuaria nessa. Quero dizer que Rodrigo já seguiu com a vida dele, está noivo e logo irá se casar com aquela azinha. Daqui uns anos terá outros filhos e eu irei ficar aqui sofrendo por um homem do qual não me pertence mais.

É isso o que você quer safira?

Meu subconsciente me pergunta me deixando em alerta. Não, não era isso o que eu queria. Eu precisava seguir com minha vida e era isso o que eu iria fazer...

Agora!

Levanto da cama as pressas e saio do meu quarto. Entro no quarto do meu irmão e fecho a porta assustando o mesmo.

-Tá louca?

Pergunta tirando o óculos que estava usando para ler um livro do qual não sei do que é.

-O que aconteceu pra entrar assim no meu quarto?

-Você vem comigo.

Digo rápido com o coração a mil.

-Agora!

-Pra onde?

Ele franze a testa enquanto levanta da cama.

-Não sei, não sei. Você escolhe, mas você vem comigo.

Digo e me sento na sua cama.

-O que tá dando em você, hein mana?

-Ah Arthur... Eu preciso esquecê-lo. Preciso esquecer o Rodrigo.

Digo bagunçado meus cabelos em um jeito nervoso.

-Ah, acho que tô entendendo o que você quer.

Sorrio.

-E minha resposta é não.

Meu sorriso some.

-Mas Arthur...

Faço bico.

-Não safira, isso não!

Ele levanta me olhando sério.

-Sei que está sofrendo por causa desse homem que mais parece um muleke, mas não posso fazer isso. Não posso te levar pra um lugar onde você não conhece ninguém. Não posso deixar que se envolva com um mais pior que esse Rodrigo. Não posso!

-Está bravo comigo?

Me aproximo dele.

-Bravo não, mas triste sim.

Ele se aproxima mais de mim e beija minha testa.

-Não faça algo do qual possa se arrepender, minha irmã. Minha irmãzinha linda!

Sorrio.

-Sei que não somos irmãos de sangue e toda essa coisa... Mas, eu te considero como minha irmã mais nova, minha irmã de coração e por isso te quero bem e não posso deixar que faça algo que sei que só vai te machucar mais.

-Obrigada, Arthur.

O abraço forte e deixo que as lágrimas rolem. Eu o amava muito e ele tinha razão em tudo o que disse.

Naquela mesma noite assistimos vários filmes, choramos, comemos e rimos juntos. Depois que não aguentamos mais dormimos abraçados ali no chão mesmo.

Arthur como ele disse, não somos irmãos de sangue, mas somos de coração e é isso o que importa.

Um Novo Recomeço-Uma Força Do Destino-Continuação De Resgatando para Amar Where stories live. Discover now